(Nota do editor: um pequeno trecho desta entrevista foi publicado anteriormente).
Jeb Wright do Classic Rock Revisited entrevistou recentemente o frontman do MOTÖRHEAD e ícone do rock, Lemmy Kilmister. Abaixo alguns trechos da conversa.
Classic Rock Revisited: Você realmente está ficando mais popular. Por que você acha que isso está acontecendo?
Lemmy: Parece que sim. É bom para a banda também, sabe. Está bem. É que eu estou velho demais agora para sair atrás de todas a mulheres envolvidas; o que é uma pena. Eu acho [que o diretor por trás do documentário "Lemmy"] fez um ótimo trabalho com o filme. Não foi showbiz demais e não foi tão comum. Os caras que fizeram o filme eram todos fãs, ou ao menos eram quando começaram o filme. Eu não sei se ainda são [risos].
Classic Rock Revisited: Você não é de falar muito, mas quando as pessoas te perguntam algo, você diz a verdade. Acho que as pessoas gostam disso.
Lemmy: Eu fiz entrevistas no passado e eles extraem tudo exceto as falas ultrajantes que são tiradas do contexto. Acho que isso é tão desonesto quanto uma pessoa dar uma entrevista ruim. Eu desprezo pessoas assim; eles não tem duas chances. É tudo uma sensação. É sempre bobagem. Quantas vezes pode um rock star passar dos limites com as drogas. Quantas vezes pode um rock star ser infiel a sua mulher? É realmente bem chato e é isso que eles fazem uma vez atrás da outra. Eles sempre imprimem a mesma merda.
Classic Rock Revisited: Nesse estágio da sua vida, olhando pra trás, o uso de drogas foi uma experiência positiva ou negativa?
Lemmy: Ambas. Eric Clapton compôs "Layla" quando ele estava fora de si. Mais tarde aquilo quase o matou. Você tem de tentar descobrir qual é o maior benefício e qual é a maior perda. Quase o matou; ele estava muito, muito mal por muito tempo mas ele superou isso. Muitas pessoas não superam porque eles não tem dinheiro para comprar as pessoas para cuidar delas. Muitas pessoas tem uma morte extremamente infeliz e solitária porque eles não tem as pessoas para cuidar delas e ajudá-las a superar tudo.
Classic Rock Revisited: Por que você sobreviveu?
Lemmy: Pura sorte boba. E também eu nunca usei heroína.
Classic Rock Revisited: Qual foi sua década favorita... 60, 70 ou 80?
Lemmy: Provavelmente a década de 60 porque quase não havia regras e a heroína ainda não tinha aparecido então as pessoas não tinham começado a morrer. Era um tempo otimista e nós quase mudamos o mundo. Acho que foi a melhor. Os anos 70 foram muito bons também. Eu tive sorte de estar no lugar certo na hora certa.
Classic Rock Revisited: Os BEATLES realmente influenciaram o MOTÖRHEAD?
Lemmy: Os BEATLES tiveram influência sobre todos. Eles mudaram a forma de você ver as coisas. Você tem de compreender que explosão incrível os BEATLES foram. Você realmente tinha de estar lá mas eu vou tentar de contar. Eles foram primeira banda a não ter um vocalista. Eles foram a primeira banda a compor suas próprias músicas na Grã-Bretanha porque nós apenas fazíamos cover de músicas americanas antes disso. Todos cantavam junto e a harmonia era ótima. Os BEATLES realmente mudaram tudo. Jornais na Inglaterra costumavam ter uma página inteira dedicada a o que os BEATLES tinham feito no dia anterior. Quando o George morreu, os guardas no palácio de Buckingham tocaram um medley de suas músicas durante a troca de guarda; esse tipo de coisa não é comum.
Classic Rock Revisited: O MOTÖRHEAD abriu para o Ozzy [Osbourne] na turnê "Blizzard Of Ozz". Sou um grande fã do Randy Rhoads. Como ele era de verdade?
Lemmy: Ele era um cara bom. Eu nunca consegui entender como ele era pequeno. Ele era tipo como o Ronnie James Dio, eles eram baixinhos mas eles tinham muito coração. Eu nunca acreditaria que aquela voz saía do corpo do Ronnie James. Era a mesma coisa com o Randy porque ele tinha mãos pequenas pois era pequenininho. Rapaz, como ele tocava guitarra. Ele se tornou um guitarrista ainda melhor depois que ele morreu. É um mistério bem notório que os guitarristas de repente ficam melhores quando morrem. Buddy Holly foi o primeiro. Stevie Ray Vaughan ficou sendo conhecido por muito mais pessoas do que quando ele estava vivo.
Leia a entrevista na íntegra (em inglês) no Classic Rock Revisited:
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