A História e as informações que você sempre quis saber sobre seu Artista/Banda preferidos, Curiosidades, Seleção de grandes sucessos e dos melhores discos de cada banda ou artista citado, comentários dos albúns, Rock Brasileiro e internacional, a melhor reunião de artistas do rock em geral em um só lugar.
Tudo isso e muito mais...
Aqui, minha pequena homenagem à banda, cujo vocalista Seth Putnam faleceu no último dia 11, de ataque cardíaco, aos 43 anos. Bom, o cara não era nenhum santo, mas deixou órfã uma das grandes bandas grind/noise do planeta, a inigualável e polêmica Anal Cunt, mais odiada do que amada no cenário underground.
A obra aqui é a impagável “Morbid Florist”, um dos primeiros dos inúmeros registros deixados pela banda. E sim, isso aqui é o mais puro noisecore/grind que existe, um estilo dificilmente digerido até por fãs de música extrema. Apenas uma curiosidade pessoal: foi meu primeiro contato com o noise. Comecei bem, não?
E nesse bizarro espetáculo, o que vale é fazer o maior barulho possível. Bateria podremente rápida, dominada pelos pratos, guitarra cheia de distorções e microfonias e um vocal que impressionantemente berra como um desgraçado. Aposto que após a gravação, o cara teve uma séria dor de garganta. Ah, nesse CD, não há baixo.
Tente imaginar os ruídos que esses “humanos” fazem... não, é mais do que isso. Em alguns momentos, você até reconhece alguma melodia no meio da barulheira. E sabem do que mais? É DIVERTIDÍSSIMO! Sim, o Anal Cunt faz um som legal!
Destaque absoluto para o cover de “Unbelievable”, do E.M.F., absurda e engraçadíssima! Mas o desespero toma conta de Seth Putnam por todo o curtíssimo CD, que dura cerca de 17 minutos, divididos em 14 músicas. Ouçam sua brilhante melodia de seus gritos indecifráveis em “Guy Lombardo”. Incrível.
Não há mais o que dizer. Apenas rir e se lembrar dos momentos mais hilários da música extrema. É isso. Foi-se embora um dos vocalistas mais controversos que o rock já conheceu. Tomara que o inferno, para onde certamente Putnam foi, não o repudie.
TRACKLIST 1. Some Songs 01:06 2. Song #5 04:32 3. Chump Change 00:38 4. Slow Song (from Split 7") 01:20 5. Unbelievable 00:46 6. Siege 00:28 7. Grateful Dead 01:27 8. I Don't Wanna Dance 00:25 9. Even More Songs 00:32 10. Radio Hit 01:11 11. Some More Songs 00:59 12. Morrissey 00:22 13. Song #6 02:36 14. Guy Lombardo 00:38
Total playing time 17:00
Anal Cunt – Morbid Florist Relapse Records – 1993 – Estados Unidos
O Rage soa diferente em "Strings to a Web". Não há no disco o heavy metal contagiante que consagrou a banda. No lugar da tradicional sonoridade elaborada emerge uma música mais direta, com uma presença muito grande de elementos provenientes do hard rock.
Peavy Wagner, vocalista, baixista, líder e membro fundador do trio, está totalmente ofuscado em "Strings to a Web". Compositor de enorme talento e dono de uma capacidade quase sobrenatural para criar melodias vocais primorosas e grudentas, Peavy virou um coadjuvante em sua própria banda. O excelente guitarrista russo Victor Smolski é quem dá as cartas, no ápice de um processo desenvolvido disco após disco ao longo dos anos. Desde que entrou para a banda, em 1999, Smolski vinha dividindo o direcionamento musical do grupo com Peavy, mas agora é ele quem assume o comando de tudo. O resultado dessa mudança de comando gerou uma perda considerável na personalidade do Rage, um dos melhores e mais interessantes nomes do metal contemporâneo.
As quatro primeiras faixas de "Strings to a Web", por exemplo, possuem excelentes frases de guitarra e os sempre ótimos solos de Smolski, além de levadas de bateria muito bem desenvoldidas por André Hilgers. Mas, em contraste, as linhas vocais de Peavy são pouco inspiradas, fazendo com que as composições soem totalmente esquecíveis.
A banda tenta voltar à sua sonoridade característica na suíte “Empty Hollow”, mas o resultado é irregular, com o grupo acertando a mão em alguns momentos e escorregando em outros. E essa alternância entre erros e acertos se mantém em todo o disco, o que torna a audição de "Strings to a Web" cansativa e frustrante.
Individualmente o destaque é Victor Smolski, que mesmo em um disco abaixo da média consegue descarregar o seu arsenal de riffs e solos, impressionando sempre com a sua técnica apuradíssima. Peavy soa burocrático e cansado no álbum, como se o tivesse gravado sem muita vontade e interesse. Já o baterista André Hilgers, apesar de pouco falado, é um instrumentista muito criativo e técnico, e que merece ser observado com atenção por quem curte o instrumento.
"Strings to a Web" é claramente um álbum menor na discografia do Rage. No entanto, o que torna o disco mais atraente é a inclusão, na edição nacional, de um DVD bônus com a apresentação da banda no Wacken 2009, com as participações especiais de Hansi Kursch (Blind Guardian), a bela Jen Majura (Black Thunder Ladies) e Schmier (Destruction) dividindo os vocais com Peavy em excelentes versões para alguns dos grandes sucessos do grupo.
Quando o principal destaque de um álbum de faixas inéditas é um DVD bônus com músicas antigas, algo está errado, não é mesmo?
Faixas:
CD 1: "Strings to a Web" 1 The Edge of Darkness 4:30 2 Hunter and Prey 4:31 3 Into the Light 4:22 4 The Beggar's Last Dime 5:40 5 A: Empty Hollow 6:20 6 B: Strings to a Web 3:54 7 C: Fatal Grace 1:21 8 D: Connected 2:54 9 E: Empty Hollow (Reprise) 1:48 10 Saviour of the Dead 5:44 11 Hellgirl 4:11 12 Purified 3:46 13 Through Ages 2:06 14 Tomorrow Never Comes 3:41
CD 2: "Official Festival Bootleg - Bonus DVD" 1 Carved in Stone 5:41 2 Higher Than the Sky 4:12 3 Set This World on Fire 5:22 4 All I Want 5:24 5 Invisible Horizons 5:44 6 Lord of the Flies 4:00 7 From the Cradle to the Grave 5:39 8 Prayers of Steel 3:05 9 Suicide 2:55 10 Down 6:08 11 Soundchaser 5:52 12 Set This World on Fire 5:19 13 All I Want 5:13 14 Carved in Stone 4:08 15 Never Give Up 4:25
Show do IRON MAIDEN de novo em 2011? Em um palco instalado ao lado de uma loja de roupas femininas? Seria um fato totalmente improvável, se não fosse pela letra “S” ao final do nome da banda. Não foi exatamente mais um show deste ícone do Metal mundial, mas sim do cover feminino da banda original, batizado de THE IRON MAIDENS, que veio pela primeira vez ao Brasil, em um ano que os ídolos das garotas já tocaram no país (o IRON MAIDEN passou por aqui em março).
Fotos por Luciano Piantonni
Se não era o grupo original, o IRON MAIDEN, pelo menos alguns clássicos da carreira da banda foram executados e o público pôde acompanhar as meninas do IRON MAIDENS interpretando essas canções.
E tudo começou na hora marcada (21:15h), quando as luzes se apagaram. Antes, para esquentar o público, a banda nacional METAL ATTACK tocou por cerca de 40 minutosmúsicas de grupos de Metal e Hard Rock dos anos 80, como JUDAS PRIEST, DIO, W.A.S.P., dentre outros.
Com “Aces High”, seguida de “2 Minutes To Midnight”, o grupo feminino deu início à sua terceira apresentação no Brasil na semana e iniciou a noite de homenagem a este grande nome do Metal mundial.
Em cena, apesar de o palco do Estúdio Emme ser obviamente menor do que aqueles por onde o IRON MAIDEN costuma tocar, as garotas não se intimidaram e, além da música, mostraram um pouco da parte teatral inspirada nos seus ídolos, sem contar os muitos apetrechos que enfeitam o show: um busto do mascote Eddie, em versão feminina, com cabelo comprido e colares; bandeiras com os logos da banda, em clara alusão aos símbolos do IRON MAIDEN, entre outros apetrechos.
Já na terceira canção da noite, um boneco do Eddie apareceu durante a execução de “Wasted Years”, para brincar com as garotas. E por aí vai. Teve fumaça, bandeira do Brasil em “The Trooper” e até uma versão da Besta (“Beast”) durante a canção “The Number Of The Beast”, quando a fera se juntou às belas “Donzelas de Ferro” no palco.
O público não era grande e o Estúdio Emme não ficou lotado. Mas os presentes claramente curtiram ouvir as sempre ovacionadas músicas do IRON MAIDEN, bem interpretadas por cinco mulheres simpáticas e bonitas (algumas nem tanto, mas compensavam com simpatia). Não é algo comum de se ver e certamente foi isso que despertou o interesse de muitos dos presentes.
Com exceção da guitarrista Satomi, todas as integrantes têm nomes fictícios, tudo para manter fidelidade máxima ao grupo que as inspirou (vide nomes abaixo). A vocalista Kirsten consegue dar conta do recado quando se trata de interpretar as canções, tem presença de palco e interagiu bastante com o público, arriscando algumas palavras em um arranhado português.
As guitarristas Courtney e Satomi, embora ainda não pareçam totalmente entrosadas, também se saíram bem e são totalmente diferentes quando o negócio é usar e abusar dos dotes físicos: enquanto a magrinha Satomi é a mais nova integrante da banda e ainda um pouco tímida, Courtney é, de longe, a mais ousada e exibida, com seu decote à mostra, sua guitarra verde e sua calça justa. Prato cheio para muitos fãs que entre um refrão e outro gritavam “gostosa”, “tira tudo” etc.
A sorridente Wanda fez bem o papel de Steve Harris e contou com o ótimo ajuste do som, pois seu baixo estava perfeitamente audível. Assim como o som da bateria da não menos importante Linda, que é ex-integrante do grupo feminino PHANTOM BLUE e a única remanescente da primeira formação do IRON MAIDENS.
Se no começo as garotas ainda estavam um pouco frias e a apresentação demorou algumas faixas iniciais para esquentar, ao final de quase 1 hora e 40 minutos de show, a banda estava se “sentindo em casa” e o show terminou em grande estilo, com a vocalista perguntando a todos os presentes se gostariam de mais uma canção da “maior banda de Metal de todas”, segundo suas palavras.
A resposta foi um sonoro “sim” e “Run To The Hills” fechou a noite de tributo feminino aoIRON MAIDEN.
É claro que o fato de serem cinco mulheres bonitas e simpáticas ajuda. E muito. Mas, musicalmente, as garotas mandam bem em cima do palco e fazem boas interpretações das imortalizadas canções de uma lenda do Metal. Tanto que o IRON MAIDEN já aprovou oficialmente o cover e isso ajuda a tornar a banda ainda mais conhecida, despertando o interesse dos fãs da Donzela mundo afora.
Agradecimentos a Costábile Salzano Jr. pela atenção e credenciamento. Fotos gentilmente cedidas por The Ultimate Music.
Set List: Aces High 2 Minutes to Midnight Wasted Years Die With Your Boots On The Wicker Man Flight of Icarus Killers Caught Somewhere in Time Wrathchild 22 Acacia Avenue The Trooper The Number of the Beast Phantom of the Opera Moonchild The Evil That Men Do Run to the Hills
Em época de bandas bonitas, fofinhas e semelhantes, é sempre bom ver uma banda de rock que prima por ser tosca, falar palavrões e mandar tudo para a puta que pariu. Essa é a proposta dos Gametas, que tocaram no último sábado em um puteiro (literalmente). A casa de tolerância, o Club das Flores, fica em Realengo, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro e foi o último palco onde ocorre sazonalmente a festa Roqueadores, que sempre abre espaço para bandas alternativas.
Com um CD gravado de forma independente e ralando no underground carioca (que é quase inexistente), os quatro integrantes fazem um show em que as músicas pouco diferem do material gravado. Com um rock básico e energético, o quarteto formado por Claudio Von Drakulelvis (vocal e guitarra), Iuri Escabroso (guitarra solo), Diego Drugue (baixo e vocal) e Rafael Bralha (bateria e vocal) conseguiu prender a atenção do público, que encheu a casa de tolerância.
Com uma musicalidade próxima ao punk clássico, bons riffs e apostando na agressividade que falta a muita gente por aí, o Gametas começou o show começou com “Menino Lobisomem”, música autoral que foi o ponto alto da noite, e termina com um uivo do vocalista. Com todo o mise en scène de uma banda com culhões, os músicos dão o sangue no palco, e se jogam, chacoalham, tocam deitados e contagiando quem vê.
Porém, devido ao desconhecimento da maior parte do público, o show foi mais assistido do que curtido. As músicas em sua maioria são simples, com solos rápidos, e direto ao que interessa, mas que talvez pequem por faltar um pouco de diferenciação, ou um toque pessoal.
Com uma musicalidade e um visual que lembra o punk clássico e tenta evocar shows de rock horror como Misfits e Alice Cooper, o rock é padrão, sem muitas novidades, o que seria melhor do que inventar algo diferente e estragar o clima de celebração ao lado feio do ser humano. Visualmente, a banda usa uma maquiagem que lembra o gótico, e que combina com as mensagens. É música para encher a cara, falar merda e zoar os amigos.
A banda também “cometeu” em sua apresentação “Beth Cemitério”, versão para “Pet Sematery”, música dos Ramones para a versão de cinema do livro de Stephen King “Cemitério Maldito”. Ainda foram tocados outros dois covers: “Menstruada”, do Júpiter Maça, e “Last Caress”, do Misfits, berrada pelo baterista enquanto o resto da banda se divertia no palco massacrando os instrumentos.
O principal diferencial deles está nas letras, que fogem do padrão normal da atualidade, e falam como qualquer estilo, em sua maioria, de mulher. Médiuns, como em “Ela fala com espíritos”, depressivas, como em “Cida Suicida”, traidoras, como em “Carne de 2ª”, ou sado-masoquistas, como “Os Brinquedos Eróticos de Madama Surrey”, cuja personagem-título batiza a boneca inflável jogada durante a execução da música, que encerrou a apresentação.
Resumindo, os Gametas fizeram um bom show em pouco menos de uma hora, e tem a possibilidade de crescer na proposta de levar um pouco de podridão ao atualmente cor-de-rosa mundo do roquenrôu. Rock que teve a história exaltada com uma mistura de músicas tocadas pelos DJs BJ e Lynha, que passava por Beatles, Talking Heads, Nirvana, Smiths e Strokes, indo do indie ao clássico passando por grunge e outros subgêneros, que fizeram dançar naquela noite muita gente que nem havia nascido quando esses estilos estavam no auge.
Hipnótico. Essa é a única palavra capaz de definir o show do Pain Of Salvation que aconteceu no Carioca Club em São Paulo. Além do som e da luz estarem perfeitos em praticamente todo o show, que durou quase três horas, a relação íntima que a banda estabeleceu com o publico foi algo único, realmente especial. Nunca tinha visto isso antes.
Antes das portas do Carioca Club se abrirem, o público já fazia uma grande fila quarteirão a fora da casa. Lá dentro, um ambiente muito bem organizado, com uma pista grande e um camarote um pouco distante do palco, mesmo que a casa não seja tão grande assim. O público, que eram formado em grande quantidade por casais e mulheres, rapidamente preencheu as lacunas da pista, que não ficou cheia durante o período do show, fato notado inclusive pela banda, mas que não atrapalhou de maneira nenhuma a empolgação daqueles que estavam com os olhos vidrados na perfomance impecavél do grupo.
O show começou com cerca de meia hora de atraso, mas quando as luzes se apagaram e a música de entrada começou a rolar, tudo ficou para trás e a ansiedade era visível no rosto de cada um dos presentes. Quando enfim Daniel Gildenlöw tomou sua posição no palco, usando uma camiseta "Lennon/McCartney", os gritos foram ensurdecedores e só foram aumentando a medida que Remedy Lane começou a ser tocada.
Aliás, ele mesmo é o responsavél pelos olhos cheios de admiração do público. Além de um músico fora do comum, ele é um front men de primeira categoria. Indo do agudo mais ardido, até os graves das músicasmais pesadas, Daniel cantou tudo com perfeição, mostrando que ele se preocupa e muito com o próprio corpo e voz. Mesmo que a arrumação do palco fosse simples, o visual criado pela combinação ideal de luz era algo de se enxer os olhos. Suas performances, como o pulo do tablado do palco, sincronizado com a batida da bateria e as luzes, além das decidas para a parte mais baixa do palco, para que pudesse ficar mais próximo do púiblico enquanto tocava, faziam todos ali vibrar ainda mais com a banda. Assim que a primeira tríade de músicas terminou o públicou puxou o coro de "happy birthday to you" pois naquele dia, Gildenlöw estava fazendo 38 anos (sim eu sei, até eu fiquei assustado quando fiquei sabendo).
Quando América começou a ser tocada, outra coisa ficou clara para o público presente: o quanto a própria banda estava se divertindo em cima do palco, mesmo com os improvisos de última hora, como o solo de bateria que ocorreu no meio da música, por conta de uma corda estourada da guitarra de Daniel, ou as constantes perdas de afinações das guitarras. Em Kindgom of Loss outro membro da banda chama mais atenção, Johan Hallgren, o guitarrista de dreadlocks e sem camisa mostrou que não é necessário efeito nenhum de estúdio para fazer backing vocals daquele jeito, fazendo a galera vibrar e cantar junto boa parte de seus backing vocals. Demonstrando que também sabe muito bem prender a atenção do público, ele anda de lado a lado do palco, vai até a parte mais baixa e arranca aplausos dos que estão ali na frente enquanto toca e gira a cabeça levantando seus dreads.
Second Love, a minha balada preferida no eixo rock/metal progressivo, foi ovacionada pelo público geral, com isqueiros e celulares para fazer a tradicional manta de pontos luminosos da platéia. Ao final da música, Gildenlöw vai até o microfone e agradece "Sabe o que é mais estranho? Quase bizarro? Eu escrevi esta música quando eu tinha 15 anos...e é muito bom poder toca-la aqui com vocês aos 38 anos". Diffidentia se tornou um coral único, todos cantando em alto e bom som. Ashes e Road Salt foram executadas perfeitamente, tão cristalino estava o som que parecia até vindo do cd da banda.
Mas as supresas do show ainda estavam longe de acabar. Para tocar Falling, Gildenlöw pegou sua guitarra e subiu até o camarote, ficando a centímetros dos sortudos que estavam por ali. Por fim, a banda volta ao palco para fechar com The Perfect Element. Na volta do backstage, a banda inicia o bis com Tell Me You Don't Know, uma versão muito melhor que a original, muito mais apegada ao blues raiz, inclusive nas inflexões do vocal. Seguiu-se então com Disco Queen, uma música que sempre considerei abaixo do nível do Scarsick, e que pegou algumas pessoas de surpresas perto de mim, que duvidavam que a banda poderia mostrar ainda mais versatilidade de estilos e sons do que os apresentados até agora. Nightmist foi a música que encerrou a noite de domingo, e ela mesma teve suas próprias surpresas. No meio da música a banda para de tocar de repente enquanto a produção entrega para Gildenlöw um bolo de chocolate, com direito a velas e mais uma rodade de "happy birthday to you". Visivilmente surpreso ele entra na brincadeira e apaga as velas antes de voltar, dando risada, ao microfone e continuar a música e encerrar de vez a noite de domingo mais animal dos últimos tempos. Na hora da saudação final, todos os membros da banda foram até o limite do palco cumprimentar todos que conseguiam estender as mãos por ali, uma dose incrível de carinho por aquele público que aguardou 5 anos para encontra-los novamente.
O show foi perfeito, mesmo com os contratempos e o atraso, tudo no final contribuiu para criar uma atmosfera de cumplicidade entre aqueles que assistiam e a própria banda, alçada ao status de deuses por todos que estavam ali presentes. O efeito Gildenlöw permaneceu até mesmo após o show, muita gente não acreditando no que tinha visto. Muitos durante o show nem pulavam direito ou levantavam as mãos, só ficavam lá com o olhar petrificado observando toda a perfomance desse gigante dos palcos. É necessário ressaltar o bom humor da banda, que brincou com o público e entrou na brincadeira feita por eles durante todo o tempo, como quando Daniel recebeu um kinder ovo de presente e foi até o microfone para dizer "Ovo" e depois agradeceu a pessoa que o tinha entregue. Com toda a certeza, o Pain Of Salvation saiu do Carioca club com muito mais fãs e apreciadores da banda do que quando chegaram lá. Todos ali esperam que um próximo retorno não demore tanto para acontecer novamente e que a banda continue se divertindo em fazer um som de qualidade e um show muito animado.
Neste último sábado (18), os headbangers paulistanos comemoraram a festa junina no Arraial do Metal, realizado no Kazebre Rock Bar, na região de São Mateus. O clima no local estava bem tipicamente “junino”, com direito a duas fogueiras para espantar o frio da noite, quentão grátis, vinho quente, bandeiras e comidas típicas sendo vendidos nas dependências do Kazebre.
O público, ainda pequeno, acompanhou no palco secundário da casa uma brincadeira bem “saudável”: duas garotas foram chamadas ao palco pelo animador de shows e em troca de uma entrada para o próximo show do Angra – 16 de julho de 2011, também no Kazebre Rock Bar – tiveram que beber a impressionante dose de 350ml de pinga pura de uma vez só. Pode-se dizer que as garotas ficaram bem “aquecidas” para o show, se é que conseguiram assistir.
Para quem não participou da brincadeira da pinga, o aquecimento ficou por conta de Mário Pastore com sua banda solo. Divulgando seu disco “The Price of the Human Sins”, Pastore esbanjou simpatia e carisma, além de muita competência nos vocais, pena que na hora de seu show, o público ainda estava muito reduzido e muitas pessoas que estavam lá simplesmente não o conheciam, mas mesmo assim, Pastore agitou muito seus fiéis fãs que curtiam o show colados no palco.
Já no palco principal, a banda Metrópole animou mais ainda o público, que já estava bem maior, com seus covers. Teve até um intenso bate-cabeça na versão de “Enter Sandman” do METALLICA. O grupo ainda tocou outros clássicos como “Perfect Stranger” do DEEP PURPLE e “Paranoid” do BLACK SABBATH.
Quando o show do King Bird ia começar no palco secundário, eu e muitas outras pessoas preferimos ficar no palco principal para garantir um lugar privilegiado para a grande atração da noite, e acompanhamos de perto a montagem do equipamento no palco, e pode-se perceber que estava faltando o teclado. As orquestrações e intervenções de teclado neste show foram feitas por playback.
Em meia hora, a pista do palco principal já estava totalmente lotada, com todos muito ansiosos para entrada de Andre Matos e seu competente time de músicos. Apagam-se as luzes e o pequeno palco do Kazebre, ao som da Intro, é tomado pela fumaça. Eis que o show começa com “Leading On” – do disco “Mentalize” – e o público parecia estar mais empolgado com a entrada dos músico do que com o som em si, pois poucos segundos depois, a maioria do pessoal estava parada.
Logo em seguida, vem “I Will Return” com uma falha nos playbacks do coro inicial da música. Novamente, o público parece se empolgar pouco, talvez apenas no refrão. Pelo visto, as músicas do novo disco de Andre Matos não são tão intensas ao vivo.
Andre Matos se apresenta dizendo que o show teria muitas surpresas e é extremamente ovacionado pelo público, que reage melhor as próximas duas músicas: “Rio” – do disco “Time to be Free” - e a faixa-título de seu último trabalho solo, “Mentalize”. Mas a empolgação e a emoção só tomaram conta do público de verdade com a belíssima balada “Innocence” – do disco “Reason” do Shaman – a música foi cantada com tanto fervor que a nem se conseguia ouvir direito a voz de Andre Matos. O clássico do Shaman realmente colocou a galera de vez no clima do show.
Uma coisa notável foi a garra e a determinação do excelente guitarrista Hugo Mariutti (comparado a Justin Bieber por conta de seu novo penteado!), que agitava muito, bangueava, chamava o platéia a todo instante e tocava muito! Por outro lado, muitas pessoas criticavam, zoavam e incentivavam o ótimo baterista Eloy Casagrande a sair da banda Gloria, que é certamente bastante desprezada pelos fãs de Heavy Metal. Principalmente por mim.
Depois de Separate Ways, da boa Reason – faixa título do disco do Shaman – e da Myriad, com certeza a mais fraca da noite, o público começa a esfriar, mesmo com a competência de André Hernandes destilando bons solos.
Foi então que uma verdadeira chuva de hinos da história do Heavy Metal mundial começou a desabar no Kazebre e o público foi à loucura. Dos distantes tempos do Viper, veio o saudoso clássico “Prelude To Oblivion” – do álbum “Theatre of Fate” – deixando os fãs mais antigos totalmente extasiados com sua melodia alegre. Bons tempos que não voltam.
“Lisbon” – do disco “Fireworks - foi o primeiro clássico do Angra, banda em que Andre Matos mais se destacou, a ser tocado. A galera pulou, fez o chão estremecer e conseguiu fazer suas vozes serem mais altas do que qualquer coisa. Foi Realmente emocionante. Andre Matos parecia muito satisfeito, mesmo ele que é um cara meio fechado.
O próximo som do Angra a ser tocado foi a faixa-título “Holy Land”, uma música dançante e agradável, bem interessante ao vivo. Mas nada a ser comparado quando todas as luzes ficaram vermelhas, mais fumaça foi despejada no palco e a inconfundível intro do disco “Angels Cry”, o prelúdio “Unfinished Allegro” foi tocado. Todos sabiam o que estava por vir: o maior clássico do Metal brasileiro de todos os tempos, a eterna “Carry On”. O que se via era tanto a banda quanto o público se entregando de corpo e alma ao clássico, até o limite da voz. Perfeito. Melhor parte do show.
Quando todo mundo estava totalmente esgotado depois do hino matador, a banda se apresentava com uma música instrumental. Todos os integrantes da banda foram muito aplaudidos. De repente, Eloy Casagrande começa a castigar sua bateria com rápidas baquetadas e inesperadamente começa a ser tocado a inesquecível “Pride” – do disco “Ritual” do Shaman – fazendo a platéia reunir forças pra curtir mais esse clássico. Foi realmente um grande presente para todos os fãs e fechou a apresentação da melhor maneira possível.
Em resumo, foi realmente um excelente show do reconhecido e talentoso Andre Matos, juntamente com sua ótima banda. Mas, esse show foi diferente de todos que eu já vi antes, afinal, nessa apresentação que estava quase começando a ficar chata, do nada, se transformou em um dos melhores momentos que já tive em shows de Heavy Metal. Valeu a pena encarar a fria madrugada no Kazebre.
ANDRE MATOS - Andre Matos - vocais Hugo Mariutti – guitarra André Hernandes – guitarra Bruno Ladislau – baixo Eloy Casagrande - bateria
Set List -: 01 - Intro 02 – Leading On 03 – I Will Return 04 - Rio 05 - Mentalize 06 – Innocence – (Shaman) 07 – Separate Ways 08 – Reason – (Shaman) 09 - Myriad 10 – Prelude to Oblivion – (Viper) 11 – Lisbon – (Angra) 12 – Holy Land – (Angra) + 13 – Intro - Unfinished Allegro – (Angra) 14 – Carry On – (Angra) 15 – Pride – (Shaman)
Abaixo uma outra versão, com a letra em seguida (o vídeo não está legendado).
I'm hoovering the house My lady moustache I'm hoovering the house in a dress I have got a false chest I flick my hair It's really a wig I'm blonde I've got a basement concert Flash flash flash fall in You've fallen in my basement concert And this time they're dancing with headlamp I'm wearing less clothes Got no Got no clothes on my top half This strange reddish floor stain, point The camera's closing back It's probably on a crane But I have to just flex My shoulders and my pecs This is my white rectangle, da da Dancing round my rectangle Are naked people inside?
I'm back in the dress I've got my duster flicking the chair flicking the mom putting my thumb up It's a table I need a bathroom visit quite soon Still blonde Grans reading tabloid headlines All the family on chairs I'm walking upstairs The screen has just ripped Please shave my armpits, yeah Surround surround surround sourrounded by miners.
Era só questão de tempo, até aperecer vídeos feitos por fãs que não gostaram da notícia da parceria entre o METALLICA e Lou Reed. Abaixo segue um video da reação de Hitler ao saber do projeto.
Nota do editor: de maneira geral não publicamos notas e vídeos sem tradução para português. Mas achamos este vídeo tão interessante que resolvemos abrir uma excessão. Alguém toparia traduzir e legenda o vídeo em português?
O Of The Archaengel conseguiu surpreender ao debutar com o excelente “The Extraphysicallia", liberado pelo selo grego Sleaszy Rider. Seu Heavy Metal obscuro, pesadíssimo e repleto de detalhes certamente encontrará um leque bastante amplo em termos de público, e o Whiplash! conversou com o vocalista Alex Rodrigues, que deu uma geral na história da banda.
Whiplash!: Olá pessoal. A história do Of The Archaengel está diretamente ligada ao Lethal Curse, que conseguiu boa repercussão com o álbum "Rape The Innocence" em 1997. O que motivou o término desta banda para dar início ao Of The Archaengel?
Alex Rodrigues: Sim, é verdade, e foi grande poder viver a cena dos 90. Lembramos com saudosismo de shows feitos ao lado de nomes como Sarcófago, Sextrash, Mystifier, Amen Corner e Anathema, que serviram como um valoroso aprendizado, já que as coisas naquela época eram completamente diferentes de hoje em dia. O que conseguimos aprender foi na raça e, como parte deste aprendizado, veio a convicção de que, se quiséssemos ter a pretensão de ser algo além de simplesmente uma versão genérica das bandas que curtíamos e nos inspiravam, precisávamos ter uma identidade distinguível a ponto de podermos somar algo tanto à cena nacional, como nas demais. E foi esse o objetivo que partimos para concretizar a partir de então.
Alex: No momento em que tivemos uma mudança de formação, escolhemos rebatizar o grupo (o que não foi uma escolha fácil de ser tomada) com o nome atual, Of The Archaengel, que é uma referência ao conceito ocultista da dualidade entre luz e sombras, sendo Arcanjo uma ‘patente hierárquica que pode ser atribuída igualmente a entidades superiores ou inferiores’.
Whiplash!: O Of The Archaengel liberou em 2005 a demo “The Dante's Children Extravagance: Chapter Alpha”, e somente agora conseguiu marcar sua estréia com “The Extraphysicallia". Primeiramente, gostaria de parabenizá-los pelo álbum, fazia muito tempo que não escutava um produto brasileiro com tantas texturas e detalhes. E é isso o que gostaria de saber: até onde vocês se permitem inserir tantas informações em sua música?
Alex: Obrigado. Realmente levamos um tempo grande desde a demo até o álbum, e isso se deve basicamente a duas coisas: a essa nossa ‘auto-reinvenção’ que era algo no qual não podíamos estipular um tempo de conclusão, até mesmo porque foi um processo artisticamente desafiador e prazeroso, e às questões de mercado mesmo, de conseguirmos viabilizar o nosso projeto de uma forma satisfatória, caso contrário muito do nosso esforço seria em vão.
Alex: Quanto à questão das informações nas músicas, nada do que apresentamos está ali ‘solto por acaso’. Cada detalhe, cada ambiência, estão relacionados com o contexto que se desenvolve em cada uma das músicas no intuito de compor um cenário na imaginação do ouvinte.
Alex: Trabalhamos em “The Extraphysicallia" numa abordagem similar à sonoplastia como parte desta idéia de soarmos à nossa maneira. Não somos a favor de usar um monte de instrumentos, efeitos, ou seja lá o que for -por mais legais que eles possam soar - apenas para ‘entulhar’ uma determinada música.
Whiplash!: “The Extraphysicallia" capta e transmite toda a angústia do livro espírita "O Abismo", de R. A. Ranieri. A história é bem macabra... Quais as maiores dificuldades enfrentadas neste empreendimento?
Alex: Sempre gostei de usar estórias, ficção no geral, como temas para letras e a estética cinematográfica do álbum permitiu explorar algo nessa direção. No entanto, queríamos um ângulo novo para fazer isso e tentar fugir dos clichês do gênero. Se houve uma dificuldade, encontrar esse tema foi a maior. Creio que fomos bem sucedidos nisso, pois, independente da origem da estória, ela é tão sombria e perturbadora como uma obra de H.R Giger e ao mesmo tempo fantasticamente grandiosa como os contos épicos de Tolkien, para situar melhor o leitor desta entrevista.
Alex: Existe também um caráter transgressor nisso tudo, uma vez que nossas letras corrompem fortes padrões aceitos e difundidos na esfera do Heavy Metal, e por outro lado nossa música é considerada inapropriada e inferior para transmitir alguns temas que são comuns apenas em círculos esotéricos e espiritualistas, e que estão contidos nestas letras.
Whiplash!: Vocês conhecem o Rotting Christ há muito tempo, então me pareceu natural à participação de Sakis Tolis em "Water Flows Through The Slimy Walls". Essa composição é maravilhosa, com muitas orquestrações... Sakis teve liberdade para cantar como quisesse nessa faixa?
Alex: Excursionamos com eles em 98 e desde então estivemos mantendo o contato, pois há uma grande afinidade entre as bandas. Essa música recebeu uma atenção especial desde que a concebemos, e foi muito gratificante conferir o resultado final que obtivemos com ela, que, de longe, está entre as nossas preferidas no álbum.
Alex: A participação do Sakis, de certa maneira, está relacionada no contexto das letras, com ele representado um papel dentro da dualidade luz/sombras e foi extremamente gratificante para nós contarmos com a sua participação, que foi, sem dúvida, o ponto alto das gravações e que contribuiu muito para que esta música soasse tão poderosa. “Water” já tinha a linha vocal pronta, mas ele teve sim liberdade para contribuir à sua maneira, e o fez. Chegou a alterar algumas dinâmicas da linha original e também acrescentou diversas dobras...
Whiplash!: Vocês têm uma relação bastante estreita com a Grécia... Além de Sakis, o selo Sleaszy Rider Records é de lá, e vocês ainda contrataram os serviços do talentoso Seth Siro Anton para o projeto gráfico do disco. Como rolou a parceria com todo esse pessoal?
Alex: A mais pura obra do acaso! Simplesmente uma sucessão de coincidências! Sakis aceitou o convite em fazer a participação antes de termos um selo, depois quando fechamos o contrato, a gravadora também era da Grécia, e talvez por esta razão ela tenha nos indicado o Seth. A parte boa nisso é que se criou uma proximidade maior entre a banda e o país, pois temos tido uma boa divulgação por lá, o que possivelmente virá a contar positivamente no caso de uma turnê.
Whiplash!: O Of The Archaengel estava em uma situação delicada com a saída do vocalista Laurence Funes, e logo depois a Sleaszy Rider Records demonstrou interesse em lançar “The Extraphysicallia" na Europa. O que estava rolando com a banda nesse período?
Alex: Acho que acabamos sendo vítimas de nossa própria proposta. O Laurence decidiu que não era mais possível para ele continuar na banda e a gravação do álbum foi seu último trabalho conosco. Passamos a procurar por um substituto, e foi um período longo de testes, expectativas e frustrações, pois não encontrávamos alguém que segurasse as pontas nos diferentes extremos vocais que o repertório exigia, o que deixou as atividades da banda praticamente congeladas.
Alex: Chegamos a um ponto onde, se passássemos mais tempo a procura de um membro, iríamos comprometer o lançamento do CD e foi neste período, impulsionado pelo fato de eu ser o responsável pela parte lírica da banda, que passamos a considerar a possibilidade de eu assumir o posto, o que foi o meu maior desafio musical desde que comecei a me envolver com música, pois sempre fui um guitarrista.
Whiplash!: Pois bem, o guitarrista finlandês Timo Kaarkoski também saiu, e as perspectivas para a banda eram boas, pois “The Extraphysicallia" estava alcançando território europeu. O que aconteceu, afinal?
Alex: O Timo continua sendo um grande amigo nosso e, inclusive, ele foi a pessoa que nos apresentou ao Kleber Fabianni, nosso atual guitarrista e que está conosco desde 2009. O que aconteceu é que sempre vimos com bons olhos termos membros com backgrounds musicais diferentes, é assim que basicamente é composta a nossa formação.
Alex: Pela grande afinidade pessoal que tivemos, resolvemos testar como as coisas rolariam já que estávamos em um período de adaptação também das vozes... Enfim, passado o tempo, ambos os lados perceberam que ‘algo não estava no lugar’ mesmo não tendo conversado isso de forma assim formal. As coisas aconteceram de forma natural e tomamos a decisão em conjunto.
Whiplash!: Alex, quando abriram para o Opeth houve certa polêmica. As discussões se estenderam a fóruns de Internet e ainda ao show do Katatonia. Gostaria de expor algo sobre isso?
Alex: Não sei se tenho muito a acrescentar neste tipo de assunto, pois todos sabem que no Brasil, desde sempre, o Heavy Metal sofre com seu próprio fã. O crítico mais cruel do Heavy Metal é o próprio fã de metal e também tem o ditado ‘Santo de casa não faz milagres’.
Alex: Em virtude disso, não podemos considerar nada que alguém possa falar da banda como algo muito pessoal, ainda mais se levando em conta as circunstâncias dos shows que realizamos. Tocamos ao lado de grandes nomes como Paradise Lost, Opeth, Dark Tranquillity e Katatonia, e foram eventos bastante expressivos. Em muitos deles, por ser a primeira vez que algumas destas bandas se apresentavam no país, as pessoas estavam envolvidas num clima de muita euforia e ansiedade, o que pode ter levado a algumas pessoas que tem uma relação, digamos, mais ‘passional’, a tomar este tipo de ação.
Alex: Acho um pouco de papo furado o que muitas bandas dizem de ‘não se importar’ com que o público diz. Nós realmente achamos importante perceber como as pessoas estão recebendo e como estão assimilando a banda, mas não nos cabe a responsabilidade de os fazerem entender a nossa proposta e tampouco de que elas conheçam os nossos 19 anos de história a ponto de entender algo referente a mérito ou não.
Alex: Também não podemos deixar de levar em conta que tocamos para públicos variando de 800 a 1200 pessoas e não dá para esperar que o retorno seja unanimemente positivo, na verdade nos agrada que não seja assim, pois para nós a busca da unanimidade é a busca da mediocridade. O Of the Archaengel é para todos, mas nem todos são para o Of the Archaengel. Temos isto de forma muito clara.
Whiplash!: Vocês acabaram de liberar o videoclipe de "Black Raven". Considerando todo o clima refinado e sufocante de “The Extraphysicallia", poderia dar mais detalhes acerca das idéias e gravação deste material?
Alex: Exatamente. Estamos felizes em termos este videoclipe disponível, era algo que nunca havíamos feito antes e gostamos muito do resultado. Ele é basicamente um clipe ao vivo apresentando a banda como ela é. As imagens foram capturadas durante a nossa apresentação com o Opeth em São Paulo.
Alex: Trabalhamos com o diretor de curtas-metragens Victor Hugo Borges, que conseguiu adicionar uma estética e estilo que nos agradou, além de conectar as imagens com a arte do álbum criando uma identidade. Aqui no Brasil não temos tanto campo para explorá-lo, mas já fomos informados pela gravadora que o clipe passou por uma triagem e será veiculado em programas no estilo ‘Headbangers Ball’ que continuam no ar na Europa, e para nós isso por si só já fez a iniciativa valer a pena! Convido o leitor para assistí-lo e deixar seus comentários!
Whiplash!: Vocês têm em mãos um debut invejável, com um feedback positivo e muito trabalho pela frente... Quais os planos para o futuro?
Alex: Estamos um pouco ‘chapados’ com a maneira que alguns feedbacks estão chegando a nós. São resenhas bastante calorosas acerca do álbum, notas altas, o que é obviamente um retorno muitíssimo gratificante e nos traz aquele sentimento de que o esforço começa a ser recompensado.
Alex: É inegável o quanto é lisonjeiro receber comentários positivos de gente respeitada como o Mikael doOpeth, por exemplo, especialmente porque estes caras não teriam outra razão para falar bem do nosso trabalho. Também nos entusiasma notar que “The Extraphysicallia" está conseguindo agradar a ouvintes que não são exatamente fãs específicos do nosso gênero musical. Fãs de mente mais aberta de estilos mais brutais e também fãs de metal tradicional tem encontrado algo que lhes agrada no CD.
Alex: Quanto ao futuro, recentemente tivemos uma baixa no posto de baixista e estivemos cuidando de colocar as coisas nos eixos novamente. Agora, com a formação novamente estabilizada com a entrada de Daniel Rizzo, nos colocaremos novamente disponíveis para tocar aonde quer que se encontre alguém querendo nos ver!
Alex: Há muitos estados que nunca visitamos desde a nossa formação, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Brasília, onde em especial adoraríamos poder tocar. Promotores interessados, por favor, entrem em contato! Temos também dois covers gravados, sendo um deles “Beyond The Realms Of Death” do Judas Priest, onde conseguimos uma roupagem muito foda para a música e gostaríamos muito de poder aproveitá-las de alguma forma.
Alex: A divulgação do álbum ainda é recente, recebemos a orientação da gravadora para aguardarmos e avaliarmos onde o álbum receberá maior retorno, de modo que possamos tornar em algo real a nossa intenção e disponibilidade de excursionar fora do país, e principalmente funcional de verdade para a solidificação de nosso trabalho em outras paragens.
Whiplash!: Ok, pessoal, o Whiplash! agradece pela entrevista desejando boa sorte ao Of The Archaengel. O espaço é de vocês para as considerações finais.
Alex: Muito obrigado a todos os leitores que leram a estas linhas até aqui, pelo seu tempo e interesse, e igualmente nossos agradecimentos a você, Ben e a equipe do Whiplash!, por nos conceder a oportunidade de responder a esta entrevista interessante e bem redigida.
Alex: Àqueles que ainda não nos conhecem, convido para ouvir alguns samplers de “The Extraphysicallia" que disponibilizamos em nossos canais oficiais, e também dizer que o álbum está disponível para aquisição na loja virtual King Dragon (www.kingdragon.com.br), com um sistema de compra 100% seguro e entregas para todo o país. Para quem está em São Paulo, também é possível encontrá-lo na loja Die Hard na Galeria do Rock, além de também via Internet. Saudações a todos e esperamos ver vocês por aí. “Always HORNS-UP!”