Por Alexandre Fernandes
Um sobrenome conhecido pode ajudar ou atrapalhar. No caso do Incite, essa jovem banda norte-americana que conta com o enteado do Max Cavalera, Ritchie Cavalera, acontece um pouco dos dois.
A cobrança é muito maior do que a que acontece normalmente sobre uma banda qualquer, ao mesmo tempo em que, hipoteticamente ao menos, as portas se abrem mais fácil. E olha que aqui não estamos lidando com um sobrenome qualquer não, hein.
Como era de se imaginar, neste “The Slaughter”, de 2009, o que mais esse Cavalera nos dá é um CD de heavy metal vigoroso, ainda que bastante moderno. E olha que ele se saiu bem no que se propôs a fazer – deve ter absorvido algo da experiência que teve com o Soufly do seu padrasto, onde participou de uma música em 2008.
De positivo também vale destacar o bom uso de breakdowns – não são exagerados e usados à toda hora como é comum em bandas similares. Mas, sinceramente, senti a falta de alguns solos a mais. Isso não faz mal à ninguém, minha gente.
Esses músicos são jovens, começaram com um CD coeso, é bem verdade, mas talvez pela falta de experiência acabaram caindo em armadilhas comuns ao gênero: muitas canções soam repetitivas (em momentos fica difícil distinguir uma faixa de outra), as composições são bem simples (faltaram temas realmente marcantes), o vocal, embora interessante, se torna bem cansativo. As letras, acho que nem vou comentar, pois parecem ter o DNA Cavalera correndo nelas – esbanjam raiva, ódio, sangue... mas você já ouviu (muito) isso antes. Mesmo! E tem mais ódio e sangue na capa e no título do CD, ou você achou que já era suficiente?
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