Por Rodrigo Simas
O Fates Warning sempre foi uma das bandas mais injustiçadas dentro do estilo proposto. Nunca obteve o reconhecimento e o público merecidos, muito menos o sucesso de bandas como o Dream Theater. Na verdade, acho que eles nunca fizeram questão. Seus discos nunca foram de fácil assimilação, sempre andando à margem do que estava na moda, mesmo dentro do heavy metal. Mas poucas bandas evoluiram tanto e têm uma discografia tão variada e significativa.
E, se esse caminho não foi fácil, a perda de um integrante importante como Mark Zonder (um dos bateristas mais influentes da sua geração), que decidiu deixar o grupo depois do lancamento de X (2005), deixou os fãs realmente preocupados. Quem poderia ser um substituto ao nível de Zonder? Ainda não se sabe se Nick D’Virgilio (Spock’s Beard) vai integrar a banda em definitivo, mas durante a turnê de divulgação o cargo foi dele.
O clima é bem intimista, o público participa de todas as músicas, cantando e pulando sem parar, e a banda reproduz o complexo repertório ao vivo com maestria. O set, baseado nos dos últimos CDs de estúdio (o já citado X e Disconnected, de 2000), traz algumas boas surpresas, como a parte XI de “A Pleasant Shade Of Gray”, “Face The Fear” e “Quietus” (a única tirada do disco No Exit, de 1988). Mas os destaques ficam por conta da emocionante (e obrigatória) “The Eleventh Hour”, a irretocável “Monument” e “Another Perfect Day”, cantada por todos presentes. No bis, outra surpresa: sobe ao palco ninguém menos que Kevin Moore (ex-Dream Theater) para executar os teclados de “Nothing Left to Say”.
Nick realmente não é Zonder. Mas segura as pontas e não deve decepcionar mesmo os mais radicais. Jim Matheos, com semblante sério, sabe seu lugar e importância dentro da banda: riffs e solos executados com perfeição, agora ainda apoiado em Frank Aresti, que parece 100% integrado. Joey Vera, junto com Ray Alder (que prova ser um cantor competentíssimo ao vivo) são os que mais agitam, enquanto interagem sem parar com a plateia.
Nos extras, bastidores, ensaios, cenas de programas de TV e duas músicas ao vivo com Mike Portnoy na bateria, tocando em um festival na Holanda. No mínimo interessante. Alguns vão reclamar que nenhuma música da fase John Arch foi lembrada no set, e realmente não machucaria incluir algum clássico da época. Mas, se voce gosta de Fates Warning, Live In Athens é item indispensável na sua coleção, principalmente porque o material da banda é realmente escasso. Isso sem contar que todos precisamos ajudar a aumentar o orçamento da gravação do próximo DVD.
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