5 de junho de 2011

Gladiator - Unlord


Voltemos 11 anos no tempo, na época desse álbum fenomenal que a Unlord soltou. A banda se tornou cult na cena black metal, e não à toa. Apesar de virem de um país onde não há forte tradição do som negro, o conjunto é tão competente e profissional quanto os maiores nomes da Noruega, Suécia, Finlândia e outros comuns no estilo.



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A Unlord executa um som muito, muito bom, e você percebe o incrível domínio que os integrantes têm de seus instrumentos. A estrutura de cada composição é impressionante, fazendo tudo soar muito intenso, tanto nas partes mais lentas como nas velozes. Mas para os radicais, tranquilizem-se: a base de “Unlord” é o pé no acelerador!
E vale a pena falar de cada faixa dessa obra de arte. Após a breve evocação em “In to the Gates”, literalmente abrem-se os portões do inferno com “Hell’s Gates are Open”. O som começa com tanta intensidade que você para de fazer tudo só para prestar atenção nessa maravilha. Muito brutal! Depois, outra porrada começa em “Swallow All Pride”, rápida e com riffs interessantes. O legal também é essa habilidade que os músicos desenvolvem, onde alternam partes violentas com uma certa melancolia, acarretando em uma profundidade sonora invejável.
Depois, vem a também ótima “Victory!”, que começa mais cadenciada, mas mantém o barulho ao longo da faixa. O finalzinho tem até um teclado que foi muito bem utilizado na composição. E tudo volta à (a)normalidade apocalíptica com “Evil Spawn”, violentíssima e impiedosa. E o desenvolvimento dessa música arrepia, não há palavras para descrevê-lo.
Um pouco de refresco vem em “Bloodgrief”, cadenciada e bem melodiosa, que carrega uma densidade fora do normal. Os dois bumbos fritam nessa faixa! E em “Slavesend” o ouvinte é empurrado para longe do aparelho de som devido à brutalidade que a música emana. É blast beat que não acaba mais. Fantástica.

“Impaled Liar” é outra grosseria ríspida e tenebrosa. Já “Hellbender” tem uma levada que lembra bastante Motörhead (!). O ritmo é bem puxado para o rock ‘n’ roll, mas as guitarras mantêm o som em seu devido lugar, o amaldiçoado black. E “Crushed ‘Till Death” é muito foda, especialmente no berreiro que parece cheio de efeitos no “refrão”. Furiosa e fabulosa! Após o massacre, fecha o álbum a hipnotizante e simples “Hymn of the Gladiator”, instrumental de puro clima depressivo.
As guitarras são daquelas bem agudas e melódicas, como os grandes nomes do som extremo como Immortal, ou Ulver registraram em suas obras. Os grandes riffs são um dos maiores destaques da banda. O baterista é um espanto e realmente parece estar possuído, tamanha a facilidade e criatividade em tocar seu instrumento. O vocal é extremamente rasgado, quase agudo, muito extremo. Impressionante o quanto se esgoela, e não estou exagerando. O baixo acaba não aparecendo muito, mas faz seu trabalho com louvor. Em suma, a Unlord é uma banda técnica e precisa, e fez um dos mais empolgantes e violentos álbuns de metal extremo de todos os tempos.
A mixagem é a coisa mais esquisita nesse trabalho: ao ouvir com cuidado, nota-se que os instrumentos se dividem nos canais de som. Um exemplo é o vocal, que cai para um lado, a bateria vai para o outro, as guitarras também aparecem desigualmente, e por aí vai. “Gladiator” não é lá muito bem produzido, mas soa tão verdadeiro que se revela um primor do black metal mundial. As músicas são todas irresistíveis, e passam aquele sentimento true como uma banda do gênero deve fazer.
Fãs de Marduk, Dark Funeral e afins, completem sua coleção de extremismo com esse álbum, é garantia de muita qualidade.
Unlord – Gladiator
Displeased Records – 2000 – Holanda

tracklist
1. Into the Gates
2. Hell's Gates Are Opened
3. Swallow All Pride
4. Victory!
5. Evil Spawn
6. Bloodgrief
7. Slavesend
8. Impaled Liar
9. Hellbender
10. Crushed 'Till Death
11. Hymn of the Gladiator
Fonte desta matéria: Som Extremo

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