5 de junho de 2011

Future Primitive - Vines

Por Marcelo Vieira

Lembro com muita saudade de 2002, ano em que comecei a ouvir rock and roll pra valer e, por conta disso, iniciei minha trajetória como músico. Entre as primeiras bandas que ouvi estava o The Vines, que juntamente com Strokes e The Hives encabeçava o chamado revival do rock de garagem. Mas ao contrário dessas duas, o Vines era mais pesado, mais sujo, tinha mais atitude – o hit “Get Free” que o diga – e, por isso, era a minha predileta das três.



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O primeiro álbum dos caras, "Highly Evolved" (2002), consistia em uma mistura de Beatles com Nirvana e ainda incorporava um pouco da complexidade sonora de seus compatriotas do Silverchair. A recepção foi a melhor possível, tanto pelo público quanto pela crítica. O trio recebeu prêmios – incluindo discos de ouro e platina em alguns países – e se estabeleceu como uma das principais lideranças do então “novo rock”.
Mas assim como o Strokes e o Hives, que após estourarem com "Is This It" e "Veni Vidi Vicious" começaram a decair em popularidade e vendas – mais o Hives do que o Strokes –, o Vines nunca mais conseguiria repetir o feito de seu álbum de estreia. Com um teor mais introspectivo "Winning Days" (2004) e "Vision Valley" (2006) só não passaram despercebidos porque “Ride” – que remete ao estilo de "Highly Evolved" – fez um sucesso moderado. Pra piorar, ovocalista Craig Nicholls, portador da síndrome de Asperger, pareceu ter surtado de vez e a banda ficou à beira do abismo.
As fotos da nova formação do Vines, bem como as primeiras notícias a respeito de um novo trabalho, surgiram no final de 2009. Em meados de 2010, três canções do vindouro Future Primitive foram apresentadas ao vivo. No começo do ano, o clipe da faixa-título começou a ser veiculado na TV. Com lançamento previsto para o próximo dia 3, "Future Primitive" representa um resgate do som que consagrou o The Vines em 2002 e os elevou ao status de líderes de um movimento que acabou não dando certo – infelizmente. A selvageria não voltou com tudo, mas o som recuperou a atitude outrora perdida no meio de tanta introspecção e tentativa de soar maduro.
A voz de Craig continua sendo o principal atrativo. Espécie de Damon Albarn mais alucinado e inconstante, o cara, que há 10 anos atrás parecia Edward Furlong em Detroit Rock City, hoje tem 33 anos e demonstra que é possível soar maduro sem perder a pegada jovem que torna o som atraente para todos os públicos. Os refrões voltaram a ser vigorosos e muitas das canções de Future Primitive se sairiam super bem ao vivo – “Gimme Love” é a faixa de abertura perfeita. Mais longa para os padrões do grupo, “Black Dragon” promete agradar também. E para não perder o costume, temos aqui uma nova “Autumn Shade” - a quarta, desta vez batizada como “A.S.4”.
É com um sorriso no rosto que eu digo que, quase uma década após fazerem parte da trilha-sonora de uma das melhores épocas da minha vida, o The Vines voltou não a ser o que era, mas a tocar com prazer. Craig e seus novos colegas estão mesmo dispostos a produzir material de qualidade e apropriado para todas as horas e pessoas – o que eu considero muito mais válido do que o auto-plágio que alguns andam fazendo por aí. Como diria o mestre Ivan Proença: “Nostalgia em arte é decadência”.
Faixas:
1. Gimme Love
2. Leave Me In The Dark
3. Candy Flippin’ Girl
4. A.S.4 (Autumn Shade 4)
5. Weird Animals
6. Cry
7. Future Primitive
8. Riverview Avenue
9. Black Dragon
10. All That You Do
11. Outro
12. Goodbye
13. S.T.W.
Fonte desta matéria: Collector's Room

Um comentário:

  1. Cara gostei da matéria, mas ao contrário do q tu citou, a banda não mudoiu totalmente d formação,
    exceto no baixo q agora está a gargo d brad heald, q entrou no lugar d patrick mathews, ese saiu devido a braigas constantes cm craig.
    E vc esqueceu d citar o album melodia d 2008 q por sinal é muito bom.
    De resto foi muito bom ler alguma coisa em português sobre a banda q eu mais adoro, me trouxe uma nostalgia dakela época boa.

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