Domingo, dia do primeiro show, acordei cedo apesar de ter chegado de madrugada em casa. Tínhamos marcado com uma turma grande de fazermos a concentração para o show numa hamburgueria chamada “John & Paul”, que fica na Vila Madalena e é temática dos BEATLES. Lá começamos o aquecimento do show, que significa cerveja e um prato de hambúrguer e batata frita. Às 16h pegamos o caminho do estádio do Morumbi. Chegamos lá bem rápido e festa começou: correndo o risco de ser achincalhado aqui, a maior (ou a mais animada) torcida do Morumbi naquele dia era do meu Bahêa. De todos os lados surgiam camisas e bandeiras do esquadrão de aço. Na fila, nos juntamos aos outros amigos baianos que estavam por lá (todos secando o Vicetória, que naquele instante jogava contra o Corinthians). Ah, a cerveja continuava fluindo…
Entramos no estádio um pouco depois das 18h e a ansiedade já estava descontrolada. Por sorte, a aparição do próprio Deus, que estava prevista para às 21h30, começou às 21h40 – não foi uma pontualidade britânica, mas foi perto (uma pontualidade escocesa, pode-se dizer).
As luzes se apagam, a gritaria começa e Ele entra no palco, trajando calça preta, camisa branca, suspensórios e um paletó azul. Mal Ele surge e o Morumbi entra numa nova dimensão – aqui o tempo e o espaço são percebidos de outra forma. É incrível como Paul parece ter luz própria; o público simplesmente não consegue tirar os olhos dele.
O Morumbi vivenciava algo muito próximo a uma experiência de hipnose coletiva. Todos estavam sob controle do velho Macca, que cantou, tocou tudo que tinha direito, conversou em português, correu, pulou, brincou e até levou um tombo (quando deixava o palco, no fim do show, ele tomou uma queda, transmitida ao vivo pelos telões de altíssima definição).
O que falar da música? Na boa, uma pessoa que tem o catálogo que ele tem não pode ser chamado de nada menos do que gênio. Três horas de show, três horas de canções que definiram a música popular do século XX.
Ele abriu a apresentação com a arrasa-quarteirão “Venus and Mars/Rock Show”, emendou com a clássica “Jet”, e então tome “All My loving” no meio da cara… Enquanto isso o público gritava e chorava. Alguém abriu um túnel do tempo que nos levou direto à Beatlemania, com direito a garotas escandalosas e tudo. Não importava qual música estava tocando, o público cantava junto em uníssono. “Eu ia pedir que vocês cantassem esta música comigo, mas vocês já estão cantando todas as canções mesmo sem eu pedir”, falou Paul, arrancando gargalhadas de todos, antes de mandar “Ob-La-Di, Ob-La-Da”
Confira a matéria completa no www.imprensarocker.com.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário