antiMusic: Tenho algumas músicas favoritas do novo álbum do WHITESNAKE, "Forevermore", mas uma que se destaca seria a "Fare Thee Well". Tem um quê de Rod Stewart/FACES nela. David, essa é uma bela música.
David: Bem, THE FACES foi uma grande influência também. As bandas que, tirando aquela coisa de rock do PURPLE que teve... eu adorava a diversão que o THE FACES trouxe aos shows. Eu estava em uma banda realmente séria com o DEEP PURPLE. Quero dizer, nós tínhamos grande senso de humor mas isso não se traduzia à performance. Mas oWHITESNAKE tem esse elemento divertido, e sim, THE FACES definitivamente é parte do esboço como foi a ALLMAN BROTHERS BAND, se você olhar no seu início. Isso foi intensamente influente. A banda de Jeff Beck com "Truth" e "Beckola". Eles foram fonte de inspiração e influência à estrutura do WHITESNAKE.
antiMusic: Caso alguém tenha se esquecido, o WHITESNAKE, e mais importante, você, tem uma longa relação com o blues. A "Steal Your Heart Away" lembra os fãs desse fato, bem na cara, apesar de ser um blues meio chutado.
David: Bem, você pode se admirar, Morley, com sua familiaridade com meu trabalho. Mas com o "Good to Be Bad" e mais ainda com o novo disco... você pode pegar algumas dessas músicas e imaginar a "Steal Your Heart Away" na "Trouble" ou "Lovehunter". "Dogs in the Street" na "Slip of the Tongue". "I Need You (Shine a Light)" na "Slide It In". E isso sem o menor esforço. É por isso que acho que meu público mais hardcore está tão contente com o "Good To Be Bad" e com o "Forevermore". Porque abrange todos aqueles elementos que os trouxeram ao WHITESNAKE em primeiro lugar. Então o bônus é, para nós compositores e músicos, que essas são músicas que nós realmente queremos tocar. Isso não é tentar puxar o saco de alguém e pedir "goste de mim". Isso é coisa de que gostamos e soltamos e, se Deus quiser, outros irão acolher.
antiMusic: Tenho de te perguntar algo sobre o PURPLE. Você saiu do status de banda de segunda categoria à elite duma vez. Todo mundo sabe da sua primeira apresentação com o PURPLE, mas voltando um pouco, o quão intimidante foi a princípio apresentar suas músicas ao Ritchie Blackmore?
David: Bem, eu tenho de tirar meu chapéu e saudar os músicos locais com quem trabalhei numa banda chamada RIVER'S INVITATION e THE FABULOSA BROTHERS, particularmente um cara chamado Alan Fearnley. Ele me ouviu fazendo hora com uma guitarra acústica um dia num ensaio enquanto estávamos nos preparando e disse, "O que é isso?" e eu só disse que era uma idéia na qual estava trabalhando. E eles me encorajaram ativamente. Grandes músicos. E nós na realidade fizemos três músicas no Whitesnake.com para o Natal com a permissão dos caras. Mas esses caras me encorajaram a apresentar minhas músicas dessa forma. Então quando eu fiz o teste pro PURPLE e me encontrei com o produtor depois e me perguntaram, "Você compõe?" Eu pude com confiança... bem, relativamente com confiança, dizer "Sim". Então quando eu e o Ritchie estivemos juntos, sim, é claro que foi intimidante. Mas simplesmente se desdobrou bem naturalmente. Eu tenho um dom, eu acho e é que eu componho naturalmente. Mas não é algo que eu faço para melhorar minha renda e meu nível de vida. É simplesmente algo que eu faço como expressionista. É simplesmente como eu expresso muitos dos meus sentimentos. Mesmo a parte divertida.
Como você sabe, o blues é uma enorme inspiração para mim, mas não são só músicas para cortar os punhos. Quero dizer, você ouve o Muddy Waters cantando sobre gatos vesgos e tal. Esses caras celebravam a vida quando tinham a oportunidade. Eles se recusavam a aceitar que tinha de ser pra baixo o tempo todo. O blues é outro termo de uma expressão pessoal para mim. E ainda me firmo nisso.
Veja o Hendrix, aqueles elementos que o Hendrix introduziu de sua maneira incrivelmente extra-terrena foram incrívelmente influentes para mim. Ele se firmava no soul, rock, grandes riffs, grandes melodias... seus três primeiros discos foram equivalentes ao "Sgt. Pepper" para mim.
Leia a entrevista na íntegra no antiMusic.
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