Os curitibanos do Kattah voltaram de uma turnê ao lado do Angra pela Europa e, aproveitando a pausa para um descanso, o Whiplash! conversou com o pessoal para saber mais sobre o debut “Eyes Of Sand” e suas experiências pelo Velho Mundo. Confiram a seguir:
Victor Brochard: Tudo começou no início de 2006, quando eu e o Cristian Alex nos juntamos para tocar alguns covers, onde tocamos com várias formações durante alguns meses. Depois de deixarmos alguns anúncios à procura de um vocalista, Roni Sauaf nos contatou e logo se juntou à banda apresentando a proposta inovadora de juntar Heavy Metal à cultura árabe e, em conseqüência disso, em setembro de 2006 surgiu o Kattah.
Brochard: O nome foi criado pelo Roni e representa um personagem árabe que vive as emoções de cada um dos integrantes. A partir daí, a banda passou a se comportar de forma profissional e, após vários testes, o Jean Buzzello e Pablo Parra se juntaram completando a formação e, com a grande amizade, união, dedicação e profissionalismo que existe entre todos, foi possível a realização de todas as conquistas que conseguimos até hoje, vencendo sempre os obstáculos que tentam nos surpreender.
Whiplash!: O Heavy Metal Melódico se tornou clichê, com várias bandas novas iguais, sem talento e nenhuma diversidade musical. Tendo isto em mente, que cuidados o Kattah tomou quanto ao direcionamento musical de seu primeiro disco?
Roni Sauaf: Procuramos colocar experiências novas no disco, trabalhar cada música com um conceito diferente e retratando a proposta geral da banda. Este serve como entrada para os próximos trabalhos. Grandes produtores já nos disseram: ‘... Sem dúvida sairá vários clássicos deste disco para a carreira da banda...’ . Isto realmente é fato!
Pablo Parra: Nas composições não pensamos em fazer Heavy Melódico ou Power Metal, pensamos em colocar nossas influências próprias, misturadas com técnica, feeling e elementos de música oriental e brasileira. Temos algumas influências musicais como Heavy Tradicional, Hard Rock, Thrash, Power, Melódico, Progressivo, Música Clássica, brasileira e árabe, e isso incentivou a criação do “Eyes Of Sand”.
Whiplash!: O quanto a produção de Fernando Quesada (Shaman) e a mixagem de Vlado Meller no Universal Mastering Studios de Nova York influenciaram a sonoridade final de “Eyes Of Sand”?
Parra: Fernando Quesada nos ensinou muito. Ajudou a ter uma visão diferente sobre as coisas, a música e etc, nos indicando a direção certa. Foi uma experiência única, gostamos muito da sua pré-produção. Em relação à masterização de Vlado, tivemos informações recentes que foi, sim, masterizado na Universal Mastering Studios em NY, mas pelo Mark e não Vlado. Houve um equívoco de informações entre o produtor e a banda. Mas estamos aí, agora trabalhando forte para divulgar este trabalho e a cada dia colhendo vários frutos. Graças a Deus, a banda e a equipe estão super empenhadas na divulgação.
Whiplash!: Algo que chamou a atenção foi o Kattah já ter partido para a “Eyes Of Sand World Tour” por 15 dias pela Europa, ao lado do Angra. Quais foram os destaques e pontos fracos desta viagem? Houve retorno concreto de todo este investimento?
Brochard: Foi uma experiência incrível para a banda em vários sentidos, porque nenhum de nós havia saído para uma turnê e nem ido para a Europa. Ficamos muito impressionados com a receptividade, onde conquistamos vários fãs e vendemos vários CDs. Também fizemos grandes amizades, não só com os integrantes do Angra, mas também com a crew, alguns fãs e os presidentes do fan clube do Angra da Itália e da França.
Brochard: Outro ponto foi que evoluímos muito como músicos e conseguimos também vários contatos muito importantes. Os únicos pontos fracos foram a viagem longa e a pizza (risos). Apesar de ainda não termos conseguido o retorno do capital investido, foi uma das melhores e mais importantes experiências da banda, principalmente pela repercussão que conseguimos e pelos reviews positivos da crítica estrangeira e brasileira.
Sauaf: Percebemos que antes de iniciar cada show, o público era apreensivo, com muita expectativa e bastante analisador. Já no final da primeira música o público nos transmitiu uma energia muito grande, resposta esta foi que esgotamos toda a vendagem de CDs que levamos para a turnê, cerca de 500 CDs em 14 shows. Recebemos e-mails diariamente, tanto do público que tem nos acompanhado, quanto de organizadores. Tudo indica uma nova turnê européia para este ano e presença do Kattah no próximo festival de verão em 2012. Este é o site do fã clube italiano: www.kattahitalia.blogspot.com.
Whiplash!: O Heavy Metal é considerado uma cultura artística marginal no Brasil. Após sua experiência em território europeu, quais as expectativas e o que vocês pensam em relação ao cenário nacional, já que a idéia agora é encarar os palcos de nosso país?
Parra: A realidade de lá é outra. O Heavy Metal na Europa, no nível de expectadores, é o pop rock daqui, é mais acessível e tem um grau de compromisso diferente. Estamos preparados para encarar a realidade daqui, somos músicos preparados, com experiência de música e de palco. Buscamos com o Kattah divulgar ao máximo o Metal no Brasil, para todos os gêneros, classes, culturas e etc... E rezo para um dia o Heavy Metal se popularizar e se fortalecer muito em nosso país.
Whiplash!: Pois é, temos bandas incríveis, mas o Brasil dificilmente revela nomes para o cenário internacional. A que você atribui esse fato?
Sauaf: Talvez seja pelo número expressivo, não só no Brasil, mas que no mundo inteiro tem de bandas. Hoje não adianta ser apenas bom, tem que ter algo a somar, ter competência, profissionalismo, a música está carente em algo inovador, deve-se buscar sempre mais.
Sauaf: No exterior há muitas bandas de qualidade focada em seus objetivos; equipamentos top de linha, o que influencia no desenvolvimento musical; estúdios top; constantes festivais direcionados ao rock; público fiel. As bandas brasileiras de qualidade devem sempre pensar em se aprimorar para poder estar até acima dos conceitos das bandas internacionais.
Whiplash!: Aproveitando a deixa, poderia falar um pouco da MS Metal Records, um novo selo que começou a liberar alguns discos muito interessantes no mercado brasileiro?
Sauaf: Estamos com MS Metal Press há alguns anos, desde sempre o Kattah é muito bem assessorado. Firmamos uma amizade sem igual com Edu Macedo. Ele toma conta de nossa expressão na mídia e sabe como e quando devemos agir em diversas situações direcionadas a ela. A MS é uma empresa muito dedicada para com seus artistas, retrato a isso os vários nomes consagrados que estão no cast da empresa, como Angra, Sepultura e vários outros importantes do Rock brasileiro. A favorecer o trabalho dedicado das bandas, a MS seleciona alguns materiais pra lançar através da MS Metal Records. Sem dúvida este é um novo conceito de selo brasileiro, com artistas de muita categoria e apetite musical! Vale a pena conferir o cast: www.msmetalpress.com .
Whiplash!: Pois bem, há muito para ser explorado em uma proposta como a do Kattah. Já tem algo em mente o próximo álbum?
Sauaf: O Kattah já está em estúdio fazendo as composições das músicas do 2º disco. Temos umas 30 músicas prontas e já escolhidas as 12 ou 13. Já estão finalizadas seis músicas, aguardando apenas a produção. Como é um processo longo que exige muita atenção e dedicação, já iniciamos esta primeira etapa. Previsão de lançamento de uma demo para janeiro de 2012 e do 2º disco pra agosto/setembro de 2012. Adianto que a proposta da banda estará super evidente, muito expressiva, com bastante inovação e também com muita exploração dos elementos orientais e brasileiros, com o peso ideal do Rock/Heavy.
Whiplash!: Ok, pessoal, o Whiplash! deseja boa sorte ao Kattah e deixa o espaço aberto para seus comentário finais...
Sauaf: Muito obrigado a todos que estão acompanhando a carreira do Kattah, com certeza tudo o que fazemos é para vocês terem cada vez mais opções de qualidade no portfólio brasileiro! No próximo mês será divulgado o clipe oficial da banda: "I Believe", está super temático e retrata perfeitamente a mensagem que a banda deseja passar. Não percam a oportunidade de assistir. Viva o Rock Brasuka! Viva Kattah!
Sauaf: Contatar a banda para shows, entrevistas e demais no: contact.kattah@gmail.com ou pelo fone: 41 9679-2618 / 41 3013-2668.
Fique por dentro do que rola com a banda pelos canais:
Brinde exclusivo para o site Wiplash: Música: "I Believe":
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