Há quem diga que a década de 80 foi a mais inexpressiva do rock. Porém levemos em consideração que isso é muito relativo, pois, foi nessa década que surgiram bandas que hoje são ícones dessa cultura. Especialmente bandas de Heavy Metal como Metallicae Megadeath e também a New Wave of Britsh Heavy Metal, como maior expoente o Iron Maiden. Aqui no Brasil, depois de uma ditadura opressiva, roqueiros saíram das garagens com décadas de atraso e ganharam o mundo.
Mas muitos torcem o nariz pra essa época. Pessoas como eu, que tanto amam o rock dos anos 60 e 70 e viram algumas de suas bandas favoritas desaparecerem feito pó e as que restavam buscavam se adaptar àquilo que acontecia no mundo da música. Cada vez mais eletrônica, compactada e pasteurizada para serem digeridas pelos donos de rádios. Resumindo, o Rock Progressivo se esvaía. Quem via bandas de rock progressivo como Yes, Genesis ou Pink Floyd como deuses intocáveis anos atrás agora via como vendidas ao mainstreen. O Yes, que já sofria mudanças de integrantes drasticamente emplacou o hit Owner of A Lonely Heart, uma espécie de monumento ao apelo comercial do rock progressivo. O Genesis já não era o mesmo sem Peter Gabriel no comando e a década de 80 só piorou tudo. O Pink Floyd, mesmo tendo lançado The Wall no início da década, lança Momentary Lapse of Reason, recheada de elementos eletrônicos e sem as características que fizeram da banda o carro chefe do estilo.
Se as megabandas faziam feio nesses 10 anos, paralelamente surgiam outras que nos faz pensar que nem tudo estava perdido, especialmente mantendo as características do rock progressivo com seus instrumentais complexos, letras conceituais e músicas de longa duração. Se o Genesis não era o mesmo da década de 60/70, duas bandas podiam ser facilmente equiparadas a ele se analisarmos os vocais ao estilo Gabriel e instrumental de Hakett. IQ e Marillion se mostraram extremamente competentes ao criar um novo estilo, o Neo-Prog. Hoje é bastante difundido por nomes como The Flower Kings, Transatlantic e Spock’s Beard dentre outras bandas provenientes do norte europeu, conhecidos até pelos fãs mais antigos de rock progressivo.
Outro subgênero do progressivo que nasceu nessa década, embora tenha explodido no início de 90, foi o Metal Progressivo, tendo como carros chefes o Queensryche, que lançou o hit Silent Lucidity e Dream Theater com Pull me Under. Duas das mais comerciais de todo o gênero, constantemente exibidas na MTV. O estilo mescla metal com rock progressivo, como resultado uma música pesada, por vezes veloz e na maioria das vezes complexa.
É certo que a comparação de Rock Progressivo da década de 80 com 60, 70 e até 90 é pra se passar vergonha. Porém nada é imutável e artista que se preze não gosta de se prender a um estilo por 4 décadas ininterruptas. Mudanças são sempre válidas desde que eles saibam o que estão fazendo e o fazem pra suprir seus espíritos compositores inquietos. Há que saiba fazer sem perder sua essência, outros infelizmente não. Por sorte, ou coisa parecida, foi dessa década tão conturbada que se iniciou o que se tem de melhor das bandas em atividade atualmente em se tratando de uma espécie de novo rock progressivo (já não tão novo assim).
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