James: Éramos amigos só que em bandas diferentes. Daí eu e o Dangelo resolvemos montar uma banda de grindcore só pra gente ensaiar, beber... chamamos o Ari e assim foi feito. Gravamos a demo apenas de birra, pra escutar em casa mesmo, até por que tínhamos as outras bandas... mas o FACADA foi mais forte que a gente.
Som Extremo: “Indigesto” e “O Joio” são álbuns dignos de grandes clássicos do grindcore mundial. Vocês têm essa noção? Existe alguma pressão para segurar essa grande responsabilidade?
James: A gente não tem muita noção. Somos apenas uma banda querendo fazer músicas melhores pros nossos amigos gostarem. Ficamos felizes com mais e mais gente curtindo nosso som, mas ainda somos bem pequenos. O mais importante é termos o respeito das pessoas e que elas vejam que o que fazemos é sincero. Existe pressão quando isso se torna seu emprego, que você TEM que fazer uma música, seja ela boa ou ruim, fazendo com que as bandas se tornem de plástico.
Som Extremo: Atualmente o Nordeste parece ser o berço das melhores bandas grindcore do Brasil. Como exemplo, temos vocês, o Expose Your Hate e o S.O.H., para citar os mais famosos. Como é a cena por aí?
James: No Nordeste temos uma cena muito prolífica. Sempre tem gente organizando algo, fazendo banda, fazendo show na raça, quase de graça. Não apenas no grindcore, mas no hardcore e no metal em geral, todos somos um só, não existe competição. Um dia desses uma banda de Surf Music tocou com uma de Gore e sem qualquer problema, apesar das cenas também correrem em paralelo.
Som Extremo: Como funciona o processo de composição das músicas e das letras do FACADA?
James: Geralmente cada um chega com a música pronta na cabeça, e no ensaio, todo mundo dá pitaco. No “Joio”, todo mundo da banda fez música, mas quem mais faz sou eu e o Ari. Estamos gravando o próximo trabalho agora e ele já gravou sete com o Dangelo, e temos umas oito pra acabar por aqui. A maioria das letras são minhas. As do “Joio” foram todas minhas. No “Indigesto” e na demo o Ari fez também.
Som Extremo: Quais as dificuldades em tocar música extrema?
James: Como diz a galera: Quem tá no rock é pra se fuder. A música extrema é pior por que as pessoas não levam a sério, pensam que você está brincando. Mas todos que tocamos isso, já estamos cientes das dificuldades e sabemos contornar muito bem as situações, daí o que vier é lucro. Reclamar não resolve problema.
Som Extremo: Vocês têm outros empregos, ou conseguem viver somente da música?
James: Nunca viveremos de grindcore. Não temos essa intenção. Eu trabalho numa agência de design, o Dangelo é Luthier e músico profissional, o Danyel trabalha como músico e designer freelancer e o Ari vende o corpo em Berlim.
Som Extremo: Quais os planos futuros do FACADA?
James: Estamos desenvolvendo o novo disco agora. Já começamos as gravações, falta gravar muita coisa ainda, ajustar muita coisa, mas acredito que daqui pro fim desse ano estaremos com algo em mãos. Enquanto isso, vamos fazendo a “Tour d'O Joio” ainda.
Som Extremo: Por que "O Joio" ficou tão curto, dando aquele sabor que quero mais? E por que apresenta sessões de gravações diferentes?
James: Não temos a preocupação se o disco fica curto ou não. O importante é que ele fique bom com o que temos. Além disso, é muito melhor você querer escutar o disco de novo do que não aguentar escutá-lo inteiro. Tem duas gravações por que foram gravados com dois guitarristas em duas sessões diferentes no estúdio.
Som Extremo: Quando virão tocar por São Paulo?
James: Tem muitas confabulações sobre a nossa ida a Sampa. Estamos doidos pra ir praí. Tem muita gente que a queremos ver e rever, e vice-versa. Já tivemos uns convites, umas campanhas, nada de concreto. Mas... acho que até o fim desse ano isso se resolva.
Som Extremo: Agradeço muito a entrevista, James! Algum recado final, ou para os fãs?
James: EU que agradeço o espaço disponibilizado. Um grande abraço em todos os que curtem o FACADA e KEEP GRINDING!!!
Abaixo, o clipe de “O Cobrador”, do disco “Indigesto”:
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