Traduzido por Marcos Garcia
Algumas fórmulas de se fazer Metal nem sempre são bem aceitas na época em que chegam ao mundo, e em geral, causam arrepios aos fãs mais tradicionalistas. A lista é longa: Black, Thrash e Death Metal nunca foram bem aceitos pela velha guarda setentista no seu surgimento nos anos 80; Os fãs dos 80 nunca aceitaram bem (como muitas até hoje não aceitam) os modelos musicais dos anos 90, como a segunda leva do Black Metal, as inovações no Death Metal, e mesmo a reconstrução do Thrash feita por bandas como PANTERA, SEPULTURA e outras. Mas é fato consumado que estas mesmas manifestações chegam para ficar, quer muitos queiram, quer não queiram, pois o Metal é democrático e as gerações mais recentes, em geral, aceitam melhor essas evoluções.
E o BLACK OIL, banda norte-americana de um Metal agressivo e denso, cheio de nuances de músicas regionais de várias partes do mundo (graças às variadas influências do guitarrista Addasi Adassi, um verdadeiro cidadão da Terra, que já morou em aproximadamente 30 países) é uma banda que merece menção honrosa, e poderíamos até dizer que eles seguem aquela linha do SEPULTURA fase ‘Roots’ e PANTERA fizeram, só que levando a um novo estágio, graças à personalidade bem diferenciada da banda. E vejam bem que isso é coisa difícil de encontrar nos dias de hoje, e com seu segundo Full-Lenght, ‘Not Under My Name’, vão chegar bem longe.
Com um início bem peso pesado e guitarras lembrando a música regional do Oriente Próximo, vem um dos grandes destaques do CD, a empolgante ‘Eyes of Gaza’, que se ouve e se guarda os riffs e vocais na mente, bem como o trabalho da cozinha da banda (na época, com Denner Patrick e Rodney de Assis, que não estão mais na banda), e o solo esbanja emoção. Depois, temos uma música bem próxima ao Xote e ao Baião, só que Metal, a curtíssima ‘Matador’, que tem sua letra em português. ‘Amazonia’ é outra faixa pesadíssima, mas com a presença de elementos de percussão brasileiros, já que a faixa fala da Floresta Amazônica e da necessidade de sua preservação.
E mais elementos brazucas se fazem presentes em ‘CPU Samba’, onde há levadas de samba no meio do caos. Já em ‘Destruction’, temos uma faixa mais convidativa ao pogo desenfreado em shows, com certo ‘q’ de bandas de Hardcore, e fechando, assim como ‘Motivation’, que é bem curta e tem em si, um belo insert de ‘Para Não dizer Que Não Falei das Rosas’, canção que foi cassada na época do regime militar no Brasil, pois era um hino entre o movimento de oposição.
Esperamos que a banda alcance ainda mais projeção, e que sua tour passe novamente pelo Brasil, para que possamos conferir as novas músicas ao vivo, pois deve ser uma ótima definição para ‘caos’.
Tracklist:
01. S.O.S.
02. Terrorization
03. The Great Divide
04. Not Under My Name
05. Eyes of Gaza
06. Matador
07. Amazonia
08. CPU Samba
09. Destruction
10. Motivation
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