Por Sérgio Fernandes
Certa vez um grande amigo me disse que considera Paulo Ricardo o Bon Jovi brasileiro... Quem esteve em algum dos shows do próprio Bon Jovi em sua ultima passagem pelo Brasil e também pôde conferir o show que marcou a volta do RPM, depois de quase 8 anos de hiato, talvez comece a concordar com essa afirmação. Pelo menos a histeria e o frenesi que os dois vocalistas causam no público feminino são realmente muito parecidos...
Para começar, “Vida real”, a famosa música de abertura daquele programa lá... Impossível negar que a banda acertou em cheio ao escolher essa canção para abrir o show, pois logo nos primeiros acordes o público já estava nas mãos de Paulo Ricardo (voz e baixo), Luis Schiavon (teclados), Fernando Deluqui (guitarra) e PA (bateria e vocal). “Rainha” veio logo depois e conseguiu manter a empolgação de boa parte dos presentes. Porém, “Crepúsculo”, música inédita que estará no próximo álbum da banda, esfriou um pouco os ânimos.
Para deixar o público (e a própria banda) respirar um pouco, Luis Schiavon ganha o destaque das luzes no palco e começa a tocar a introdução de “London, London”. Com alguns problemas técnicos na iluminação e no áudio, Paulo Ricardo só consegue começar a cantar já no meio da execução. Mesmo assim, uma bela apresentação, com muito sentimento e emoção por parte dos dois músicos, mostrando que, talvez, as mágoas do passado realmente foram esquecidas e que essa reunião pode trazer bons frutos.
“Juvenília” e “Liberdade/guerra-fria” foram as canções seguintes. Nesse momento o público parecia sentir que o show estava chegando ao fim e que os maiores sucessos do grupo estavam próximos de serem executados...
Na mosca! Schiavon ganha destaque novamente e começa a (maravilhosa) introdução de “Revoluções por minuto” levando todo o público a loucura e fazendo todos pularem e cantarem a (também maravilhosa) letra dessa canção que da nome ao primeiro e mais famoso álbum da banda. Belíssima execução de todo o grupo, com um ótimo solo de Deluqui e os famosos gritinhos do nosso Bon Jo... (caramba, desculpa de novo) PAULO RICARDO... ! os famososo gritinhos de Paulo Ricardo que, com certeza, influenciaram Frank Aguiar...
Sem tempo para descansar a banda emenda outro grande hino de sua carreira: “Alvorada voraz”. Outra canção que apresenta toda a competência do RPM, mostrando que essa banda, que sempre foi muito lembrada pelo sucesso que fazia com o público feminino, conta, sim, com músicos excelentes e que Paulo Ricardo e Luis Schiavon são uma das melhores duplas de compositores do rock nacional.
“Radio pirata” foi a próxima música e manteve a empolgação de todo o público e do próprio RPM. No meio da execução, o vocalista/baixista/galã aproveitou para apresentar todos os membros da banda e brincar tocando trechos de alguns clássicos absolutos do rock como “Light my fire”, “You can’t always get what you want”, “All you need is Love” e a simpática “Use somebody”, do Kings of Leon, que ainda não é um clássico absoluto, mas agradou os presentes.
Boa parte do público já se mostrava tão satisfeito com o show que começou a ir embora, se esquecendo que o maior sucesso da banda ainda não havia sido tocado. Mas foi só começarem a soar as primeiras notas de “Olhar 43” que todos foram à loucura novamente e, mesmo aqueles mais contidos, pulavam e cantavam a plenos pulmões. Agora sim, fim de show. E que show...!
Mais uma vez a organização da Virada Cultural acertou em cheio na escolha das atrações e proporcionou shows históricos como a união do Sepultura com a Orquestra experimental de repertório em frente à Estação da Luz, o show dos ícones do horror/punk, Misfits e esse belíssimo reencontro de uma das grandes bandas do pop/rock nacional. Agora é esperar pra ver se Paulo Ricardo (acertei!), Luis Schiavon, Fernando Deluqui e PA mantém a banda por mais do que alguns meses...!
RPM – Virada Cultural – 17/04/2011
Set List
1. Vida real
2. Rainha
3. Crepúsculo
4. Louras geladas
5. A cruz e a espada
6. Exagerado
7. London, london
8. Juvenília
9. Liberdade/guerra-fria
10. Revoluções por minuto
11. Alvorada voraz
12. Rádio pirata (“Light my fire”, “You can’t always get...”, “All you need is love…”, Use somebody”)
13. Olhar 43
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