Em uma noite chuvosa, GLENN HUGHES aportou pela primeira vez em Porto Alegre para uma apresentação intensa, com direito aos tradicionais vocais de longo alcance. Certamente, uma performance invejável para um músico de 59 anos e com um longo histórico de uso de drogas.
Fotos: Liny Rocks
A apresentação seguiu com “Touch my Life”, do TRAPEZE, e a clássica “Sail Away”, doDEEP PURPLE. A música levou a platéia à loucura até... Faltar luz! Interessante que a luz se foi justo no refrão, que o público seguiu cantando, iluminado apenas pelas lâmpadas de emergência do local. A energia voltou logo em seguida e a apresentação continuou. Foi então a hora de “Medusa”, clássica do álbum homônimo do TRAPEZE, em que Glenn deu a primeira demonstração clara da invejável condição de sua voz. Alcances altíssimos são naturais para o cantor – que deixam o público em transe. Depois de “Medusa”, GLENN HUGHES falou pela primeira vez com o público. O cantor tem um jeito de falar típico dos grandes cantores negros de soul, como MARVIN GAYE e STEVIE WONDER – este último, apontado pelo próprio Glenn, como uma grande influência. Por aí, quem sabe, se explica a voz marcante do músico, única entre os cantores de rock n’ roll.
O show seguiu com “You Kill me” e “Can’t Stop the Flood”, essas dos discos solo “The Way It is” e “Building the Machine”, respectivamente. A próxima foi a seminal “Mistreated”, carro-chefe dos duetos vocais que David Coverdale e GLENN HUGHES travavam nos tempos de DEEP PURPLE. Aqui o show foi todo de Glenn, que inclusive estendeu a música, criando partes levadas apenas por teclado e voz. Quase ao final da música, um problema técnico no baixo Hughes novamente interrompeu o show, desta vez por cerca de dez minutos, enquanto que os roadies corriam de um lado para o outro tentando solucionar a bronca. Na volta, o músico olhou para o público e se benzeu, na esperança de que o show fosse até o fim sem mais problemas. Funcionou! Na sequência, “Stormbringer” – um dos maiores clássicos doDEEP PURPLE – fez a platéia pular e cantar. Para fechar, GLENN HUGHES escolheu “Soul Mover”, do álbum solo homônimo. Fim do show? Que nada, ainda havia uma faixa obrigatória para ser ouvida no bis.
Na volta ao palco, GLENN HUGHES executou “Addiction”, faixa autobiográfica em que o músico expõe vinte anos de luta contra o vício das DROGAS. A música preparou o terreno para o ‘grand finale’, que não poderia ser outro: “Burn” – a mais famosa música do DEEP PURPLE na era Coverdale/Hughes. Glenn, que no dia anterior se apresentou em São Paulo, fez um show apoteótico de 1h30, em que não demonstrou qualquer sinal de cansaço. Fica a torcida para que ele volte à Porto Alegre para mais shows, seja com a carreira solo ou com sua nova banda, BLACK COUNTRY COMMUNION. Na próxima vez, tomara que em um local maior, com melhor infra-estrutura e para um público verdadeiramente do tamanho da sua carreira.
Sites:
Set-list Venus Attack!
01. Intro/Eternal Hate
02. Lost Bullet
03. Broken Conscience
04. To Tame a Land (Hangar)
05. Looking for the Meaning
06. Hear Me Pray
07. Flash of the Blade (Iron Maiden)
08. S.O.S.
Set-list Glenn Hughes:
01. Intro/Muscle and Blood
02. Touch My Life
03. Sail Away
04. Medusa
05. You Kill Me
06. Can’t Stop the Flood
07. Mistreated
08. Stormbringer
09. Soul Mover
10. Addiction
11. Burn
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