Grave Digger é uma banda bem prolífica. Ao longo de seus 26 anos de carreira já se foram 15 álbuns de estúdio, sem contar singles e lançamentos ao vivo, que dá uma média de um novo trabalho a cada dois anos. Mas dessa vez eles foram ainda mais ligeiros na concepção de uma novo disco, deixando apenas uma lacuna de cerca de um ano e meio entre “Ballads of a Hangman” e este novo “The Clans Will Rise Again”. O álbum anterior já tinha sido muito bom, e este vem para continuar a sequência de ótimos lançamentos desta lenda do metal alemão.
Nota: 8
Trata-se de um sucessor do maior clássico da banda, “Tunes of War” (1996), que fala sobre a guerra dos escoceses para libertarem-se da opressão inglesa. “Tunes of War” fora o ápice da chamada 'Middle-Age Trilogy' concebida pela banda, que se completa com “Knights of the Cross” (1998 – sobre os templários) e “Excalibur” (1999 – sobre o Rei Arthur). Apesar de ser um sucessor, não é exatamente uma continuação, mas sim retratos do povo e da cultura dos Highlanders (forma como eram conhecidos os habitantes da escócia durante a Idade Média).
A intro 'Days of Revenge' já dá o tom do que virá a seguir, com bag-pipes e flautas celtas, no melhor estilo escocês. A intro emenda com 'Paid in Blood', o típico metalzão do Grave Digger, bateria violenta, riffs fortes e poderosos que se completam com a característica entonação de Chris Bolthendal. Um verdadeiro petardo.
'Hammer of the Scotts' é uma múica agitada, de refrão incrível e que muito facilmente gruda na cabeça. Um dos pontos altos do CD. Nos é apresentado então a canção que virou single e video clipe, 'Highland Farewell', que tem uma levada mais soft, mas também muito atrativa. A faixa-título vem logo a seguir, bastante arrastada, intensa, de certa forma sufocante. Decididamente não faz muito o estilo do Grave criar músicas com esse clima, e exatamente por isso que ele soa bastante deslocada em meio às demais faixas, e pode ser considerada o ponto baixo do play.
A trinca 'Rebels', 'Valley of Tears' e 'Execution' de certa forma é uma síntese de tudo o que esses dinossauros germânicos do Heavy Metal já nos deram nessas quase três década de estrada. Tem solos incríveis, peso desnorteador, velocidade, vocais rasgados e poderosos de Chris e todo aquele climão de metal alemão que já se tornou a marca registrada da banda. Denota também o folêgo dos caras, mesmo que alguns não sendo membros fundadores (que é o caso só de Chris), pois todos os inegrantes são muito rodados por várias e influentes bandas não só da Alemanha mas como também de todos os cantos da europa.
Os bag-pipes dão as caras novamente no interlúdio 'The Piper McLeod', uma típica melodia melancólica escocesa. Colando com o final da anterior vem 'Coming Home', que ao fundo segue com a mesma melódia de gaita de fole, com um intrumental mais contido, mas não com menos força e intensidade. Uma música bem elegante até. Os trabalhos se encerram com a densa 'When Rain Turns to Blood'. Uma faixa quase monolítica e de um peso paquidérmico, mas sem soar arrastada e opressiva, tendo altos e baixos, diminuindo aos pouco até sumir, como num campo de batalha onde a guerra terminou.
O Grave Digger é:
Chris Boltenhal – Vocais
Hans Peter "H.P." Katzenburg – Teclados
Axell Ritt – Guitarra
Jens Becker – Baixo
Stefan Arnold – Bateria
Track List
1. Days of Revenge (1:58)
2. Paid in Blood (3:57)
3. Hammer of the Scotts (4:01)
4. Highland farewell (4:07)
5. The Clans Will Rise Again (5:01)
6. Rebels (4:40)
7. Valley of Tears (4:09)
8. Execution (4:45)
9. Whom the Gos Love (6:12)
10. Spider (3:12)
11. The Piper McLeod (0:49)
12. Coming Home (4:22)
13. When Rain Turn to Blood (6:14)
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