13 de fevereiro de 2009

Discos Marcantes do The Velvet Underground




The Velvet Underground - The Velvet Underground And Nico (1967)

Origem: EUA
Produtor: Andy Warhol - Tom Wilson
Formação Principal no Disco: Lou Reed - John Cale - Sterling Morrison - Maureen Tucker - Nico
Estilo: Rock
Relacionados: Simon & Garfunkel; Rolling Stones;
Destaque: Heroin
Melhor Posição na Billboard: 171º

The Velvet Underground & Nico é o álbum de estréia da banda de rock norte-americana The Velvet Underground, lançado originalmente no ano de 1967. Este álbum ganhou notoriedade por suas sensibilidades experimentalistas e pelo foco de suas composições ser geralmente material controverso, como na canção Heroin. Embora relativamente um fracasso comercial no lançamento, desde então tem sido considerado um dos álbuns de rock mais influentes e criticamente bem-sucedidos da história, aparecendo em 13º na lista dos "500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos" feita pela revista Rolling Stone.


Gravações

The Velvet Underground and Nico foi gravado com a primeira formação profissional do Velvet Underground (sendo esta: Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison e Maureen Tucker) junto com Nico, que ocasionalmente ocupava o cargo de vocal principal, graças à insistência do produtor e mentor da banda, o artista pop Andy Warhol. Nico cantou o vocal principal em três faixas (Femme Fatale, All Tomorrow's Parties e I'll Be Your Mirror) e o vocal de apoio em Sunday Morning.


Canções

Letras

O álbum é notável por suas descrições de tópicos como o uso (e abuso) de drogas, prostituição, sadomasoquismo e comportamento sexual anormal: I'm Waiting for the Man descreve as ações de um homem para obter heroína, enquanto Venus in Furs é quase uma interpretação literal do livro homônimo do século XIX. Run Run Run também tem as drogas como premissa. Uma das canções mais famosas do álbum é Heroin, cuja letra detalha o uso de heroína por um indivíduo e seus efeitos sobre o mesmo.

Lou Reed, que escreveu a maioria das letras do álbum, nunca pretendeu escrever sobre tais assuntos para causar choque. Reed, fã de poetas como William Burroughs e Allen Ginsberg, não via por quê os temas presentes no trabalho dos últimos não poderiam ser adaptados para canções de rock. Embora os assuntos pesados do disco hoje sejam considerados revolucionários, muitas das canções tratam de outros tópicos. Muitas foram escritas como observações de indivíduos da trupe de superstars do movimento Exploding Plastic Inevitable, de Andy Warhol.

Música

A musicalidade do disco foi concebida por John Cale, que estressou as qualidades experimentais da banda. Cale encorajava o uso de métodos alternativos para produzir som na música e acreditava que suas sensibilidades se mesclavam com as de Lou Reed, que, por sua vez, já estava experimentando com afinações alternativas. Por exemplo, Reed criou a afinação "Ostrich" para uma canção que ele compôs, chamada The Ostrich. Tal afinação consiste de todas as cordas da guitarra (ou violão) estarem afinadas na mesma nota. O método foi utilizado nas canções Venus in Furs e All Tomorrow's Parties. Freqüentemente as canções eram afinadas ainda uma nota a menos, produzindo um som que John Cale achava sexy.

A viola de Cale foi usada em várias canções, notavelmente em Venus in Furs e Heroin. A viola usava cordas de violão e bandolim, e quando tocada em volume elevado, Cale achava que o som se assemelhava ao motor de um avião. Quase sempre, Cale tocava a mesma nota na viola durante a música toda, como em Heroin.

Faixas

Todas as músicas compostas por Lou Reed, exceto as indicadas de outra forma.

1. Sunday Morning (Reed, Cale) (2:56)
2. I'm Waiting for the Man (4:39)
3. Femme Fatale (2:38)
4. Venus in Furs (5:12)
5. Run Run Run (4:22)
6. All Tomorrow's Parties (6:00)
7. Heroin (7:12)
8. There She Goes Again (2:41)
9. I'll Be Your Mirror (2:14)
10. The Black Angel's Death Song (Reed, Cale) (3:11)
11. European Son (Reed, Cale, Morrison, Tucker) (7:46)

Capa

The Velvet Underground and Nico é geralmente chamado de "álbum da banana", já que possui o desenho de uma banana feito por Andy Warhol. As cópias iniciais do álbum convidavam o dono à "descascar lentamente e ver" (no inglês, "peel slowly and see", que viria a ser o nome de uma das coletâneas da banda). Descascando o adesivo, revelar-se-ia uma banana de cor de carne.

Recepção e Vendas

No lançamento, o disco foi um fracasso comercial. Os temas controversos levaram-no a ser banido de muitas lojas. Várias rádios se recusavam a tocar as músicas e revistas se recusavam a exibir propagandas para o álbum. Sua falta de sucesso também pode ser atribuída ao estúdio, Verve, que falhou ao promover o álbum com pouca ou nenhuma atenção.

O mundo dos críticos também não notou muito o álbum. Uma das poucas resenhas impressas, na segunda edição da pequena revista de rock Vibrations em 1967, era bastante positiva, descrevendo o som como um "ataque massivo aos ouvidos e ao cérebro" e não deixando de lado os tópicos sombrios presentes na maioria das faixas.

Somente décadas depois o álbum viria a receber louvação unânime pelos críticos, muitos dos quais indicam a influência do disco nas canções de rock modernas.


Resultado

Frustrado pelo atraso do lançamento em um ano, a relação de Lou Reed com Andy Warhol ficou tensa até que Reed demitiu Warhol do cargo de produtor, substituindo-o por Steve Sesnick. Nico também foi expulsa do grupo, embora ela tenha tido certo sucesso como artista solo, lançando seu álbum de estréia solo, Chelsea Girl em Outubro de 1967. Chelsea Girl inclui cinco canções escritas por membros do Velvet Underground, como Wrap Your Troubles in Dreams, escrita e gravada por Reed em 1965, com a ajuda de John Cale e Sterling Morrison.


Disco fenomenal e com um impacto devastador na cultura americana, apesar de seu pouco sucesso na época. O 'banana album' não pode ser entendido apenas como uma obra musical, mas como uma obra de arte multimidiática. A produção do disco e a coordenação da banda pela criativa mente de Andy Warhol levaram o Velvet Underground a uma posição mítica perante os outros artistas já que um álbum que chegou a ser banido das rádios na época, teve uma péssima repercussão entre crítica e público conseguiu alcançar o status de cult e inspirador da cultura pop nas décadas seguintes. Mas não foi à toa: é um disco sensacional, do começo ao fim. Assinado quase que por completo por Lou Reed, e gravado em apenas uma sessão de 8 horas num estúdio precário, é um disco que transmite desde a delicadeza de Sunday Morning até a furía de European Son, passando pelos hits eternos Heroin e Venus In Furs. A voz e o estilo únicos de Nico se destacam também aqui em canções como Femme Fatale e All Tomorrow's Parties, que superam a maioria das cantoras da época em simbolismo e representação de cena. O Velvet Underground não era apenas uma banda, era como o estado vivo e representativo do espírito da arte. The Black Angel's Death Song prova isso. Prova que eles formaram uma banda única que infelizmente teve de brilhar apenas no underground.

Créditos

* Lou Reed - vocal e guitarra;
* John Cale - viola elétrica, piano, celesta;
* Sterling Morrison - guitarra, contra-baixo elétrico e vocais de apoio;
* Maureen Tucker - percussão;
* Nico - vocal.

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