Metal com bolacha: Vi que você iniciou seus estudos de piano erudito em 1981 e é formado em engenharia elétrica, duas profissões totalmente distintas, o que fez você mudar radicalmente?
José Cardillo: Na verdade, a que me marcou mais foi uma que tive na pós adolescência, chamada "Crystal Mirror", na qual toquei lá de 1997 a 2000 (dos meus 23 aos 26 anos. Com ela, gravei 2 demos e fiz muitas amizades e contatos na cena. A banda era como uma família. Até hoje, apesar do afastamento natural dos integrantes, continuamos muito amigos. E é uma
amizade sincera. Isso é muito legal.
amizade sincera. Isso é muito legal.
Metal com bolacha: Em todas as suas bandas, você sempre tocou teclado? Sabe tocar algum outro instrumento?
José Cardillo: Sim. Sempre piano e teclado. Sei tbm. Tocar outros instrumentos de teclas como o cravo. Mas fora isso só sei tocar contrabaixo elétrico, e bem mal rsrsrs.
Metal com bolacha: Em qual momento da sua carreira musical você se sentiu realizado com seus trabalhos reconhecido?
José Cardillo: Com certeza, após o lançamento do álbum "Planetude", do Holy Sagga e do projeto "Hamlet", da Die-Hard Records. Ambos foram produzidos no Brasil e exterior e tiveram reconhecimento fora do Brasil, e em mercados muito exigentes, como o japonês.
Metal com bolacha: Quais são suas influências?
José Cardillo: Músicos "neo-clássicos", como Yngwie J. Malmsteen, Tony Macalpine, Jason Becker, Vinnie Moore, Vitalij Kuprij; em bandas de hard, prog e heavy dos anos 70, 80 e 90, como Van Halen, Rush, Iron Maiden, Dream Theater, Deep Purple, Whitesnake, etc.; tbm grandes artistas pop dos anos 70 e 80, como Peter Cetera, Elton John, Lionel Ritchie, etc.; além de grandes compositores e músicos eruditos do passado, como Beethoven,J.S. Bach, Chopin, Mozart, Albinone, Vivaldi, Berlioz, Mahler, Schubert, entre outros.
Metal com bolacha: Existe algum tecladista novo que você gosta?
José Cardillo: Sim, Vitalij Kuprij, que tocou no "Artension", e o Janne Warman do "Children of Bodom".
Metal com bolacha: Na banda Holy Sagga, como era o clima? Sendo que a banda fazia um sucesso grande aqui no Brasil e fora daqui também.
José Cardillo: O clima era de muita amizade, aliado a um incrível senso de profissionalismo. Ainda hoje somos todos muito amigos.
Metal com bolacha: Como foi o processo de gravação do cd “planetude”, que foi mixado pelo Sascha Paeth?
José Cardillo: Foi extremamente árduo, extenuante, minucioso e profissional. Nos reocupamos com os mínimos detalhes, desde a composição, arranjos, timbragem e execução dos instrumentos; que culminou na excelente produção do Sascha, que atingiu todas as nossas expectativas.
Metal com bolacha: Pelo Holy Sagga, eu já tive a oportunidade de ver alguns shows e um dos pontos marcantes era os covers, como era para você ver que a platéia se animava mais com os covers do que com suas próprias musicas?
José Cardillo: Apenas a constatação do óbvio. O público brasileiro não é muito aberto a novidades e prefere curtir os "clássicos" que já estão acostumados a ouvir. E eu ficava feliz sim, pois sabia que estávamos representando muito bem as músicas de bandas consagradas como o Iron Maiden, Manowar e Ozzy, que sempre costumávamos tocar em nossos shows. Eu me divertia e me divirto muito ainda hoje com os covers. É como se curtisse junto com o público. Como sempre digo, show bom é aquele que há a resposta do público. Não importa em que situação seja.
Metal com bolacha: Porque a banda se separou? Existe possibilidade de volta?
José Cardillo: O término das atividades se deu por divergências puramente musicais, e não pessoais. Inclusive, ainda torço por um retorno aos palcos, nem que seja uma "reunion".
Metal com bolacha: No “Abstract Shadows”, que ainda está ativo, sem mudança na formação, existe previsão para um novo trabalho? Sendo que o único trabalho foi lançado em 2007, o “Symphony of Hakel”?
José Cardillo: No momento, a banda deu uma parada em suas atividades para que os músicos realizem seu projetos de importância imediata, como o novo álbum do Eterna, que eu e o Neno (vocal) estamos gravando, o álbum solo do guitarrista Alberto Lima e os shows do "Rocket Man", Elton John cover, que o baterista Marco Aurelio está acompanhando. Mas temos novo material composto e gravado sim. O lançamento e o segmento das atividades dependerá do desenrolar dessas atividades, no futuro.
Metal com bolacha: O fato de você e o Neno Fernando ter ido para o Eterna atrapalhou o andamento do abstract shadows?
José Cardillo: Em termos de prazos e andamento de trabalho, sim, pois naturalmente há uma pressão do público para o lançamento do novo álbum de estúdio do eterna, que não ocorre desde 2004. E isso fez com que priorizássemos essa atividade, mas em termos de amizade e companheirismo entre os integrantes, não atrapalhou. Todos entendem as importâncias naturais da nossa profissão.
José Cardillo: Se deu de maneiras bem radicais e até um certo ponto, complicadas, pois em alguns dos casos, não foram nada amigáveis. Mas também serviu para reatarmos vínculos com antigos companheiros e amigos, como o Jason Freitas (baixista), que voltou para a banda e o Danilo Lopes (ex baterista) que está sempre conosco, acompanhando nossas atividades e torcendo por nós.
Metal com bolacha: Sempre notei que você é o membro do Eterna que mais tem contato com o publico, vejo isso na comunidade do Orkut, que praticamente você responde a todas as perguntas, você gosta do carinho dos fãs? Fica incomodado com algo?
José Cardillo: O público é e sempre foi a principal razão de estar no palco. Não sou nada sem ele. Os fãs que fazem uma banda, e não o contrário. Costumo dizer que não tenho fãs, mas sim, amigos. E fico muito feliz com a proximidade que tenho com todos e fico chateado sim, caso percebo que não estou fazendo um bom trabalho. Isso serve de motivação para extrair o melhor de mim em cada projeto que realizo.
Metal com bolacha: Você participou do “Hamlet” e do “Soulspell”, como foi trabalhar com as melhores bandas e os melhores músicos do Brasil?
José Cardillo: Foi muito gratificante, mas não foi diferente dos outros trabalhos que fiz, em termos de empenho. Em todos eles, sempre priorizei a qualidade e o profissionalismo. E agradeço a todos os músicos e produtores que participaram desses trabalhos, que com certeza, marcaram a cena do heavy/rock nacional.
Metal com bolacha: Você ainda tem contato com seus ex-integrantes das bandas por onde já passou?
José Cardillo: Sim, com raríssimas exceções. Sou amigo da grande maioria dos meus ex-colegas, e sempre que posso, mantenho contato com eles, o que facilita também em caso de futuros trabalhos.
Metal com bolacha: Qual seria uma banda ideal para você?
José Cardillo: A banda em que haja a união e comprometimento profissional de todos nela evolvida. Desde os músicos, empresários, equipe técnica, etc. E que haja, acima de tudo respeito e honestidade.
Metal com bolacha: Existe alguma pergunta que você gostaria de resolver mas ninguém fez? Se sim qual seria?
José Cardillo: Não que me lembre. Apenas gostaria de dizer que procuro sempre fazer o meu melhor, em cada trabalho que participo.
Metal com bolacha: Deixe uma mensagem para o pessoal do Metal com bolacha, fale o que achou da entrevista, do que achou do site, etc...
José Cardillo: " - olá pessoal do metal com bolacha, agradeço por essa ótima entrevista. E eu, assim como vcs estou de olho no www.metalcombolacha.blogspot.com, para acompanhar as novidades da cena dorock nacional e mundial. Grande abraço a todos e vejo vocês nos shows do Eterna e Abstract Shadows. Aguardem novos lançamentos nos sites:
Grande abraço a todos!
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