19 de junho de 2011

Korzus & Torture Squad (Carioca Club, SP, 22-05-2011)

A noite de 22 de maio foi muito especial para os amantes do Thrash e Death Metal, pois reuniu em um mesmo palco dois grandes nomes do metal extremo brasileiro. Com uma alta quilometragem rodada por este mundo afora, o Korzus mostrou toda a fúria e agressividade do bom e velho Thrash Metal, em noite de lançamento do álbum “Discipline of Hate” um trabalho que já nasceu clássico. E o não menos rodado embora não tão veterano assim, Torture Squad, que estreou um novo vídeoclipeno telão do Carioca Club mostrando toda a versatilidade e peso de sua música. E ainda contamos com as aberturas de Psychotic Eyes e Machinage.



Quem deu as honras de abrir os portões do inferno e mandar o primeiro som da noite foi a banda de Guarulhos Psychotic Eyes, com a excelente faixa “Throwing into Chaos”, dando o sinal que a noite seria promissora. A segunda canção foi a brutal “Welcome Fatality” reproduzida em plena perfeição; a lenta “Life” trouxe a calmaria ao show, e com músicos talentosos a banda fez uma releitura de um clássico da MPB “Geni e Zepelim” de Chico Buarque, descaracterizando totalmente a canção mas mantendo a mesma letra, no que resultou em algo surpreendente e inovador. Todas as faixas anteriores podem ser encontradas no último CD da banda intitulado “I Only Smile Behind the Mask”. Para finalizar mandaram “Celebrate the Blood”. O tempo foi curto, mas a banda mostrou que o metal nacional está mais do que nunca crescendo em nosso país.
Diretamente de Jundiaí para o palco do Carioca Club, a banda Machinage foi a segunda a se apresentar. Formado por Fabio Delibo (Vocal e Guitarra), Renato Lorenccini (guitarra), Adriano Bauer (Baixo) e Ricardo Mingote (Bateria), o quarteto trouxe um belíssimo Thrash Metal, iniciando com a ótima, “Next Victim”; a próxima foi a dona de um riff perfeito “Envy”, na pista o que se ouvia era elogios sobre a banda, isto demonstra o quanto é importante termos bandas de abertura, pois existe a grande chance de descobrimos ótimas bandas que ainda não ouvimos. Fábio e sua trupe presentearam a galera com “Mask Behind Some Lies”,“ Anguish” - esta por sua vez me fez lembrar da grande banda alemã Sodom com seu riff inicial e ao mesmo tempo um pouco de Metallica em outras passagens. A veloz “Is This The Way” colocou mais gás em todos que estavam na pista, “Cold 3rd War” antecedeu “Tides of War” que foi a saideira, quem nunca viu a banda ao vivo, não pense muito na próxima chance, a banda está embarcando para os Estados Unidos onde irá fazer algumas apresentações.
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Aproximadamente às 20 horas foi anunciado que o novo vídeoclip do Torture Squad faria sua estréia, e assim sendo “Holiday in Abu Gharaib” só colocou mais ansiedade nos fãs sedentos pela música avassaladora da banda. Dois minutos se passaram após a execução do vídeo e agora sim, a galera teria ao vivo e a cores um dos maiores nomes do Death/Thrash brasileiro, Torture Squad, abriu sua apresentação com a fortíssima “Generation Dead” e ”Raise Yours Horns” ambas canções do CD Aequilibium. Neste momento, Vitor Rodrigues (vocal) diz ser um satisfação estar tocando em casa e agradece a todos pela presença.
Em seguida anuncia a veloz “Living for the kill” um clássico de 2007 do CD Hellbound que colocou agressividade ao espetáculo, fazendo com que o público abrisse enormes Mosh; depois chegou a vez de mais, uma nova “Holiday in Abu Gharaib” mas desta vez nada de telões, a faixa relata os maus tratos que ocorrem em uma conhecida e horripilante prisão iraquiana. Dando proseguimento, a platéia pediu e a banda atendeu prontamente, do release Pandemonium veio “Horror and Torture” o som foi muito ovacionado e seu refrão cantado por todos, em destaque o guitarrista André Evaristo que executou o solo com perfeição conduzindo o seu instrumento com perfeição. Com um riff cortante “Mad Illusion” puxou em seu vácuo “Storms” e “Abduction Was The Case”. Castor (Baixo), músico talentoso colocou mais grave e peso na cozinha, preparando o terreno para um dos pontos altos do show, na conhecidíssima “Pandemonium”; Vitor por sua vez sinalizou aos fãs que fizessem uma roda, nada tão difícil de conseguir de uma platéia tão agitada.
“Black Sun”, “The Spirit never Dies” e “Chaos Corporation” deram continuidade ao evento; “Convulsion” foi a penúltima faixa a ser tocada, e sem pausa para respirar, Vitor apresenta na bateria Amilcar Christófaro, um homem que dispensa apresentações, sem duvidas um dos melhores baterista do Brasil, e ele dá início a um dos maiores clássicos da banda “The Unholy Spell”, finalizando com chave de ouro a apresentação.
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Os veteranos do Korzus adentraram com “Guilt Silence”. Um ícone do Thrash brasileiro de 2004, com um vocal único e matador Pompeu (vocal), impõe o ritmo do show; a faixa titulo e homônima do álbum Discliple of Hate foi a próxima a ser executada - neste momento Pompeu conversa com todos; e do novo trabalho tivemos “Truth”, música que contém um riff matador. Sem conversa alguma o quarto som a ser tocado foi “Respect”, Pompeu convoca os fãs participar mais intensamente da música e no palco os músicos agitam bangueando insanamente.
Dick, o messias do baixo, com personalidade toca o instrumento de trabalho como ninguém, sua presença no palco é inconfundível e faz toda a diferença, Pompeu e seu vocal imponente tomaram as rédeas e comandaram os fãs ao caos; ao anunciar a próxima, ele pede a galera que mostre o poder da voz de São Paulo, e ao contar até três que gritassem bem alto; o vocalista, não satisfeito comenta: “Que esta é a minha cidade e os headbanger de São Paulo estão de parabéns, e para aqueles que diziam que ninguém iria ver banda nacional porque o ingresso dos gringos estavam mais baratos aqui estamos nós no palco do Carioca Club”. Ele ainda elogia a todos aqueles que prestigiaram este show nacional, dizendo "esta é nova revolução". Vale ressaltar que o comentário é feito vendo que a casa estava cheia. “Revolution” chegou para destruir o ambiente emendada com a sua antecessora “Raise Your Soul” que chegou colocando mais gás no ensandecido público, do “Ties of Blood”, e ainda tivemos na sétima colocação “Scream For Death”.
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Às 22h27, após “What Are You Looking For” e “Eternally” veio totalmente cantada em português “Correria”, onde Pompeu estabelece uma conversa com os fãs e resolve fazer uma brincadeira, subdividindo o público ao meio, criando um gigante corredor polonês, formando duas linhas de frente que ao sinal esperado deveriam se enfrentar. “Wall of Death” e uma enorme roda iniciou-se, uma das maiores que já vi em shows, um belo espetáculo para presenciar e participar.
Antes de anunciar uma faixa do CD Mass Illusion, o vocalista convoca ao palco um ex-membro, nada mais nada menos que Silvio Golfetti, que deixou a banda após sofrer uma fratura exposta no braço esquerdo após um acidente. A veterana “The World Is a Stage” veio seguida de “Sadness” que trouxe outro ex-Korzus ao palco, o guitarrista Soldado. Com 25 anos de história, a banda esbanjou vitalidade, com certeza mostrou-se como a escolha ideal para ser a banda de abertura do show do Slayer.
Em uma noite que tudo deu certo, aparelhagem em ordem, músicos inspirados e público animado, a cidade de São Paulo escreveu mais um belo capítulo em sua história do Heavy Metal. Agradecimento e parabéns à produção do evento pela organização e atendimento dispendido à imprensa.
Texto e fotos: Leandro Cherutti

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