Por Ricardo Seelig
Black metal tradicional, inspirado e fiel à escola norueguesa. É isso que ouvimos ao dar play em "Pentagrammaton", décimo álbum da banda belga Enthroned.
Vocais perturbadíssimos, secos, que levam o ouvinte por torturosas histórias. Composições que remetem à primeira metade da década de 90, quando o black metal não era moda e nem influência para estilistas fashion, mas sim um movimento musical, comportamental e filosofia de vida para milhares de jovens europeus, e ameaçava as estruturas e tradições milenares de países como a Noruega.
O disco é muito consistente, nivelado por cima, mostrando a ótima fase que o quarteto formado por Nornagest (guitarras e 'prayers'), Neraath (guitarra e vocal), Phorgath (baixo e vocal) e Garghuf (bateria) atravessa.
A produção, feita pelo próprio grupo, reforça o tradicionalismo a que a banda se propõe, mas sabe equilibrar com maestria a sonoridade tipicamente crua dos nomes pioneiros da Noruega com os recursos tecnológicos disponíveis atualmente, fazendo com que o disco soe ao mesmo tempo atual e fiel às origens do estilo.
Se você não curte o black metal – ou seja lá como você classifique o som – feito por nomes como Dimmu Borgir e Cradle of Filth, superproduzido e repleto de elementos teatrais e características góticas, "Pentagrammaton" será uma benção para os seus ouvidos. O Enthroned gravou um grande disco, que equilibra com sabedoria o respeito às raízes do gênero com um olhar para o futuro que não descaracteriza a sua essência.
Um grande disco, uma discreta obra de arte, uma jóia para os fãs do metal extremo!
Faixas:
1 In Missi Solemnibvs 2:07
2 The Vitalized Shell 4:01
3 Rion Riorrim 3:04
4 Ornament of Grace 4:56
5 Magnvs Princeps Leopardi 3:27
6 Pentagrammaton 6:15
7 Nehas't 2:49
8 The Essential Chaos 3:04
9 Ad Te Clamamvs Exsvles Morvua Liberi 1:29
10 Unconscious Minds 8:42
11 Behemiron 2:03
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