25 de abril de 2011

Taking - Duff McKagan's Loaded


Por mais que o futuro do VELVET REVOLVER possa parecer incerto, os seus integrantes encontraram maneiras de se ocuparem e de exercerem a criatividade em novas composições. O primeiro a investir em uma empreitada independente foi o guitarrista SLASH, que produziu o seu primeiro (e ótimo) disco no ano passado. O relógio andou e agora é a vez do baixista DUFF MCKAGAN reativar a sua banda – o LOADED – que chega ao seu terceiro e mais interessante álbum. O repertório de “The Taking” explora muito o hard rock que sempre contornou os projetos do músico, só que com um uma acentuada veia punk rock setentista.



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Embora quisesse se distanciar da sonoridade das suas ex-bandas, o conhecido (e reconhecido) ex-baixista do GUNS N’ ROSES não conseguiu de desvencilhar por completo do passado, sobretudo daquilo que o VELVET REVOLVER mostrou de mais moderno em “Libertad” (2007). No entanto, o grupo composto por DUFF MCKAGAN (vocal e guitarra), Mike Squires (guitarra), Jeff Rouse (baixo) e Isaac Carpenter (bateria) mostra aqui um repertório curto, porém intenso e condizente com as influências dos músicos, que passeiam pelo hard rock e pelo punk com muita naturalidade. Entre faixas mais raivosas e outras claramente com pretensões comerciais, “The Taking” é extremamente competente na sua proposta de preencher uma lacuna deixada em branco desde o abandono do cantor Scott Weiland do VELVET REVOLVER.
A produção – assinada pelo conceituado Terry Date (INCUBUS e LIMP BIZKIT) – é criteriosa e soube optar pelos riffs mais adequados para o gênero nitidamente direto e cru do DUFF MCKAGAN’S LOADED. Não há experimentalismos em “The Taking”, tampouco uma vontade em reproduzir as melodias famosas do GUNS N’ ROSES ou do VELVET REVOLVER. Desde o início da obra, os riffs pesados e agressivos (com um quê de MACHINE HEAD) aparecem como a característica principal de “The Taking”. Por mais que músicas como “Lords of Abbadon” e “Executioner’s Song” – curiosamente as duas que abrem o disco – não possuem uma verdadeiro impacto positivo, a proposta de McKagan & Cia. evidencia o privilégio dado às influências do punk rock e ao que existe de mais moderno no mundo do hard rock.
Na sequência do repertório, “Dead Skin” surge com as credenciais necessárias para ser apontada como o primeiro destaque o disco. Embora repita mais ou menos a ideia da melodia do refrão de “Lords of Abbadon”, o seu andamento menos raivoso – e consequentemente mais comercial – se mostra extremamente bem construído e perfeito para a voz de McKagan. Por mais que o baixista (aqui guitarrista) não possua uma voz excepcional para o posto de cantor, o líder do LOADED não comete nenhum pecado no decorrer dos quarenta e cinco minutos de “The Taking”. Outras músicas de apelo claramente comercial – como “We Win” (que chega a lembrar o NICKELBACK ou o GREEN DAY às vezes) – curiosamente mostra a extrema habilidade de Duff em criar faixas destinadas às massas. Não há nada em que o grupo possa ser repreendido nessa perspectiva.
O repertório extremamente direto de “The Taking” comprova o seu fôlego em apresentar composições nem um pouco repetitivas. O repertório bem elaborado é o que deve prevalecer entre os comentários dos fãs do ex-GUNS N’ ROSES. De certo modo, “Easier Lying” e “She’s an Anchor” podem passar diante dos ouvidos do público sem o mesmo impacto das faixas anteriores, mas “Indian Summer” recupera o apelo comercial (inclusive com a inclusão de violões) do disco em grande forma. As características “hits de FM” que costumam proporcionar uma mesmice sonora aos outros grupos de hard rock se desdobra do modo mais competente possível aqui. O que apenas comprova o dom (e o sucesso) de DUFF MCKAGAN. Na sequência, a melódica (e quase punk) “King of the World” evidencia outro destaque verdadeiramente positivo em “The Taking”.
No fim da obra, músicas mais pesadas como “Your Name” e “Follow Me to Hell” compõem um interessante contraponto ao que “The Taking” apresenta de mais próximo aos quesitos comerciais do hard rock. A nova empreitada do DUFF MCKAGAN’S LOADED é extremamente competente e deve se consolidar como um dos principais discos de hard rock em 2011. Não só os fãs do GUNS N’ ROSES e do VELVET REVOLVER deverão apreciar esse repertório. Com o aproveitamento de influências que se dividem igualmente entre o punk rock e os elementos mais modernos do gênero, o aproveitamento do disco deve se estender sobre um o público ainda maior e sedento por novidades como essa.
Track-list:
01. Lords of Abbadon
02. Executioner’s Song
03. Dead Skin
04. We Win
05. Easier Lying
06. She’s an Anchor
07. Indian Summer
08. Wrecking Ball
09. King of the World
10. Cocaine
11. Your Name
12. Follow Me to Hell

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