Para quem não conhece, o VOODOO CIRCLE é outra banda do cantor David Readman, ótimo vocalista. Aos não familiarizados, o mesmo substituiu Andi Deris no PINK CREAM 69, quando seu famoso predecessor partiu para integrar o HELLOWEEN. O timbre de Readman, muito versátil, nem tão grave, nem tão agudo, faz com que o VOODOO CIRCLE possa investir em um um hard rock bem dosado, nem tão lento, nem tão frenético, nem tão pop.
Para alguns, o disco de estreia da banda parecia muito como um apanhado de b-sides do PINK CREAM 69. Por outro lado, como li em uma resenha de João Renato Alves, as guitarras do grande Alex Beyrodt cotinha, na estreia, muitas “influências 'Malmsteeneanas' nas composições”, enquanto que, em “Borken Heart Syndorme”, o músico “resolveu explorar um lado mais Blackmore de sua personalidade musical”. E concordamos que isso foi um grande acerto, bem como Readman “incorporando David Coverdale em vários momentos”. Agora sim, o VOODOO CIRCLE aparenta ter mais cara de banda.
“This Could Be Paradise” retoma um hard rock mais pesado e mais ligeiro, como a primeira faixa. Destacam-se aqui as bases de guitarras bem peculiares ao reunir várias influências em uma única composição, fugindo dos clichês. “Broken Heart Syndrome” tem uma base mais simples, mas as linhas vocais são magistrais, ao ponto de garantir a fluência dessa boa faixa. “When Destiny Calls” é uma faixa confusa. Começa soando como GOTTHARD até a lead guitar mais pesada. Depois, tem-se a impressão de ser um hardão mais clássico, que some no refrão mais solto e menos animado. Uma boa faixa, que vai surpreendendo.
Quando o disco começa a cansar, tem-se a lenta “Blind Man”, semi acústica, mais relaxante e nem por isso incoerente dentro do trabalho. Ao melhor estilo BRUCE KULICK, em seu recente “BK3”, “Heal My Pain” recoloca lá em cima o astral do disco. Em contrapartida, “The Heavens Are Burning”, excluindo-se no refrão, traz guitarras mais abafadas e destaca ainda mais os teclados que, aliás, aparecem bem em muitas faixas, ainda que meio acessório, geralmente. “Don’t Take My Heart” traz novamente um refrão mais acessível, guitarras ainda mais virtuosas e um vocal mais contido, que acaba funcionando muito bem.
Na tríade final, “I’m In Heaven” traz guitarras menos vibrantes de forma estratégica, já que “Wings Of The Fury” as retoma com mais gingado. “Strangers Lost In Time” encerra o disco, cujo seqüenciamento é fundamental para sua audição. Além disso, a derradeira faixa poderia substituir outra, já que o disco até surpreenderia mais se tivesse duas faixas a menos.
Em sua, um disco intenso, indicado para quem gosta de guitarras ou simpatizam-se com o timbre de Readman. Para esses, o único pecado é talvez não haver uma grande faixa outstanding, ao invés de tantas boas, porém nem tão memoráveis. Por outro lado, as variações trazidas e a performance dos guitarristas e do vocalista servem de defesa para o argumento de que a banda merece mais espaço, já que talento e boas composições são mostrados com sobra nesse bom “Broken Heart Syndrome”.
Integrantes:
David Readman – vocais
Alex Beyrodt – guitarras
Mat Sinner – baixo
Jimmy Kresic – teclado
Markus Kullmann – bateria
Faixas:
01. No Solution Blues
02. King Of Your Dreams
03. Devil's Daughter
04. This Could Be Paradise
05. Broken Heart Syndrome
06. When Destiny Calls
07. Blind Man
08. Heal My Pain
09. The Heavens Are Burning
10. Don't Take My Heart
11. I'm In Heaven
12. Wings Of Fury
13. Strangers Lost In Time (Bonus Track)
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