Não confundir com a banda americana The Byrds que surgiu na California em 1965 e galgou sucesso mundial; esta banda chamado The Birds surgiu dois anos antes em Londres, na Inglaterra, concebida inicialmente como The Thunderbirds. Fizeram relativo sucesso no seu país durante os quase três anos de existência da banda.
The Thunderbirds
The Thunderbirds surgiram no final de 1963, formados por Ali MacKenzie nos vocais e gaita, Ron Wood e Tony Munroe nas guitarras, Kim Gardner no baixo e Bob Langham na bateria. Com um repertório basicamente de Motown e R&B, repleto de covers de Chuck Berry, Beatles, Bo Diddley e Rolling Stones; conseguem chamar atenção o suficiente para serem convidados a participar de pequenas excursões, juntos com várias bandas, viajando pelo país.
The Birds
Deste ponto em diante, a carreira do The Birds deslanchou a ponto de os integrantes conseguirem se manter em atividade com shows por toda Inglaterra e País de Gales. Conseguem residência no 100 Club todas as segundas, enquanto nos fins-de-semana viajam pelo país. Durante estas muitas apresentações entre julho e outubro, são convidados a gravar um compacto pela Decca onde regravam as mesmas duas canções de seu demo, desta vez produzidas por Franklyn Boyd.
O ano de 1965 não poderia começar melhor com The Birds abrindo shows para The Yardbirds e tendo bandas como The Tridents, The Gods e The Who abrindo seus shows. Tocando em clubes de expressão no competitivo mercado londrino, como The Marquee e Ealing Jazz Club, The Birds seguem fazendo apresentações em cidades como Bristol, Manchester, Nescastle e Brighton, entre outros. O repertório do grupo incluia canções contemporaneas como "God Only Knows” e “Here Today” (Tony Asher/Brian Wilson), “It’s All Right” e “Talking About My Baby” (Curtis Mayfield), “One Night” (Dave Bartholomew/Pearl King), além de promoverem as duas canções do novo compacto.
Franklyn Boyd e Decca gravam e lançam em abril de 1965 o segundo compacto da banda, "Leaving Here” (Eddie Holland/Lamont Dozier/Brian Holland) e “Next In Line” (Ron Wood), que seria seguido por outra aparição na televisão britânica. Em outubro, The Birds estão gravando o terceiro compacto pela Decca, outra produção de Franklyn Boyd. Novamente com um lado B para Ron Wood, que todos chamam de Woody, as canções são "No Good Without You Baby” (William Stevenson) e "How Can It Be” (Ron Wood). Seguem então para Blackpool, Salisbury e depois Escócia.
Janeiro de 1966 começa com uma aparição no filme "The Deadly Bees" do diretor Freddie Francis, onde a banda aparece tocando “That’s All I Need You For” (Ron Wood/Tony Munroe), previamente gravado junto com outra canção, “You Shouldn’t Do That” (Ron Wood) que não seria aproveitada para o filme. Incidentalmente, esta canção seria re-escrita por Wood e gravada em 1974 com o nome de “Money Money.”
Com o contrato com a Decca findado, The Birds gravariam ainda “What Hit Me” (Ron Wood/Tony Munroe), “Say Those Magic Words” (Doc Pomus/Mort Shuman), "Daddy Daddy" (Ron Wood/Tony Munroe), "The Doll Who Said No" (Polnareff) e "NSU" (Jack Bruce), em sessões esparsas entre abril e agosto. Deste material, somente “Say Those Magic Words” / "Daddy Daddy" seriam aproveitados, lançados pelo pequeno selo Reaction.
Ron Wood já passara a ocasionalmente ser convidado a fazer sessões de estúdio para outros artistas. Em agosto de 1966, Ron Wood participa de sessões para PP Arnold onde seu temperamento afável, acoplado a sua habilidade como guitarrista, cria laços de amizade com todos. Os músicos desta sessão em particular, por coincidência ou não, seriam integrantes de duas de suas futuras bandas: Micky Waller com quem dentro de um ano estaria tocando no Jeff Beck Group; e Mick Jagger e Keith Richards que nos anos 70, irão contratá-lo para tocar nos Rolling Stones.
Mas a boa maré começa a virar quando a banda americana The Byrds explode nas radios inglesas em meio a promoção de sua primeira excursão ao Reino Unido. Apesar de serem mais antigos, The Brids se encontram na curiosa situação de ter que brigar pelo uso de seu nome, o empresário da banda chegando a entrar com um processo tentando obrigar The Byrds a mundarem seu nome. O problema repentino com o nome criou propaganda que refletiu negativamente na banda local. Somados ao fato de que os discos do The Birds nunca chegaram a emplacar, a Decca opta por abrir mão de seu contrato.
The Birds
Continuaram ativos durante o ano de 1966, a banda gravando várias canções em sessões espaçadas entre abril e agosto, lançados aos poucos pelo pequeno selo Reaction. Foi pelo conselho do diretor do selo, Robert Stigwood, que o grupo adota o nome The Birds Birds, novamente com o intuito de evitar serem confundidos com a banda americana The Byrds. É o inicio do fim, o grupo perdendo em outubro Tony Munroe seguido pelo baterista Pete McDaniels.
Praticamente como requiem, The Birds gravam uma última sessão no Regent Sound Studios na primeira semana de dezembro. “Granny Rides Again” (Ron Wood) tem The Birds com Clem Cattini na bateria. Mas Ron Wood sabia que The Birds já não tinha mais porque continuar.
Assim encerrou a estória do The Birds inglês. Uma banda de R&B boazinha e que vale a pena procurar ouvir. Para quem se interessar, saiu um CD coletânea com todo material gravado da banda chamado "A Collection of Rare Birds".
The Birds
Ali MacKenzie - vocais e gaita
Tony Munroe - guitarras ritma
Ron Wood - guitarra lider
Kim Gardner - baixo
Pete McDaniels - bateria
Nenhum comentário:
Postar um comentário