Esse ano foi super produtivo para a cena indie rock internacional, nunca vi tanto lançamento em um mesmo ano, Muito disso se deve ao avanço das tecnologias, principalmente da internet, que facilitou essa circulação de informação e música. Mas a quantidade de lançamentos é tão grande que é preciso saber filtrar todo esse material para se chegar a um consenso. Por essa razão, temos as publicações especializadas no assunto.
O americano www.pitchfork.com (a bíblia do rock independente) elegeu neste ano como melhor disco e melhor música, respectivamente, "Merriweather Post Pavilion" e a faixa "My Girls", do Animal Collective. As revistas inglesas Mojo ( www.mojo4music.com ) e Uncut (www.uncut.co.uk ) também deram para a banda o primeiro lugar dos álbuns. O grupo americano obteve as melhores colocações em quase todas as publicações de rock internacional. A fórmula desse disco é bem simples: os caras conseguiram condensar as referências psicodélicas de "Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band", o álbum dos Beatles de 1967, com "Pet Sounds", o clássico dos americanos do Beach Boys (1966), aliados ao progressivo da primeira fase da banda britânica Yes. Não é uma tarefa tão simples, mas ao mesmo tempo parece uma fórmula exata.
Outra renomada publicação, a Revista Q, por exemplo, escolheu os ingleses do Kasabian, com o álbum "West Ryder Pauper Lunatic Asylum". O jornal New Musical Express (www.nme.com) deu para a banda The Horrors, com seu segundo álbum "Primary Colours", o titulo de melhor do ano. A mais famosa das lojas independentes do planeta, a Rough Trade www.roughtrade.com ), escolheu os estreantes do The XX para melhor álbum. Considero essas escolhas bem coerentes para um ano tão produtivo. Qualquer um desses discos citados com certeza entrarão para história do rock moderno, pois trazem o ingrediente principal dessa nova geração, o poder de inovar dentro de um estilo que muitos consideram erroneamente tão desgastado.
A lista mais polêmica foi a da revista Rolling StoneaAmericana, que resolveu premiar os medalhões, dando para o álbum "No Line on the Horizon", do U2, a primeira posição, seguido pelo novo disco de Bruce Springsteen em segundo lugar. Os cinco primeiros da revista ficaram assim:
U2 - No Line on the Horizon
Bruce Springsteen - Walking on a Dream
Phoenix - Wolfgang Amadeus Phoenix
Jay Z - The Blueprint 3
Green Day - 21st Century Breakdown
Muitos criticaram o conservadorismo da revista ao colocar o U2, como melhor álbum. Tá certo que esse novo disco não se compara a nenhum "Unforgettable Fire" (1984) ou "The Joshua Tree"(1987), mas não deixa de ser mais um bom disco da carreira da banda irlandesa. É o mesmo caso do Green Day e do Bruce Springsteen, que através dos tempos mantiveram a qualidade de seus trabalhos.
No heavy metal, o maior destaque ficou para o Mastodon, banda americana de Atlanta, que com seu álbum "Crack The Skye" conseguiu agradar até a crítica indie do Pitchfork. A banda existe desde 2002 e esse é seu quarto disco.
O ano de 2009 foi produtivo para muitas bandas - gente já consolidada como The Black Crowes, Sonic Youth, Bob Dylan, Ian Hunter, Kiss e Pearl Jam, por exemplo, conseguiram emplacar bons discos. "Backspacer", do Pearl Jam, apareceu em várias listas e foi o preferido dos leitores da Rolling Stone americana.
E os piores?
Um site inglês elegeu alguns dos piores álbuns de 2009, que são:
Robbie Williams - Reality Killed The Video Star
JLS - JLS
Cheryl Cole - Three Words
Lady GaGa - The Fame
Leona Lewis - Echo
Black Eyed Peas - The End
Jonas Brothers - Lines, Vines and Trying Times
Susan Boyle - I Dreamed A Dream
Nesse caso, para a indústria do disco pouco importa. Em termos de vendas, na lista dos piores estão alguns dos maiores vendedores de discos deste ano, como o "Black Eyed Peas", com quase 20 milhões de cópias pelo mundo de seu álbum "The End" e aquele hit grudento "I Gotta Feeling".
Os Jonas Brothers são outros grandes vendedores, assim como Lady GaGa e o criticado fenômeno britânico Susan Boyle, que conseguiu vender meio milhão de álbuns só na Inglaterra na primeira semana de lançamento de "I Dreamed a Dream". A indústria do CD pode até estar falida aqui no Brasil, mas os números de vendas lá fora desmentem mais uma vez a morte do compact disk, que foi adiada para o ano que vem, caso não hajam vendedores potenciais como em 2009.
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