Talvez nenhuma banda na história do rock tenha tido uma relação tão complicada com a imprensa como o Led Zeppelin. Na biografia da grupo existe várias passagens de tensões entre eles e a crítica musical. John Bonham costumava andar com uma camisa estampada com a frase: “Rock’n Roll contra o jornalismo”.
Esta relação começou logo no início da carreira do grupo, quando eles ganharam destaque no meio musical. Pelo fato da banda, que é britânica, se lançar logo de cara no mercado americano, antes mesmo do que em seu país de origem, muitos críticos classificaram como uma “inescrupulosa jogada de marketing”. Da mesma forma, quando foram tocar no Reino Unido a recepção da mídia também não foi nada amistosa.
Depois de assinarem contrato com a Atlantic Records, sem que os executivos da gravadora ao menos tivessem assistido a um concerto, a imprensa passou a acusá-los de um produto feito com excesso de propaganda. Entre as frases que a Atlantic publicou, estavam: “A Atlantic Records assina com o grupo mais quente da Inglaterra, o Led Zeppelin, em um dos maiores contratos do ano”.
Com o lançamento do disco de estreia, surgiram as acusações que passariam a acompanhar a banda até mesmo depois de sua existência, os plágios. A partir de então, os integrantes do Led tomaram a decisão de simplesmente ignorar a crítica e agir como se ela não existisse. Depois de um tempo essa atitude foi adotada por ambos os lados, e mesmo com o Led Zeppelin vendendo cinco vezes mais que os Rolling Stones, não havia sequer uma linha sobre eles na imprensa.
O cenário mudou por um breve período depois que a banda lançou o quarto disco, considerado por muitos como sua obra-prima. Pela primeira vez, desde que estourou, a imprensa se referia ao Led Zeppelin como a maior banda do planeta. mas com o lançamento de “Houses of The Holy”, o quinto disco do grupo, a relação tensa voltou, tendo o disco recebendo raros elogios entre as publicações musicais.
A partir daí, o estilo de vida dos integrantes, que levavam ao pé da letra a tríade sexo, drogas e rock’n roll, passou a interessar muito mais a imprensa do que a própria música feita por eles. Com o interesse de Jimmy Page pelo oculto cada vez mais explícito, foi à vez da mídia criar o mito de que o Led Zeppelin estaria amaldiçoado.
A primeira vez em que foi falado nisso foi depois de um grave acidente de carro sofrido por Robert Plant e sua família na Grécia, com o vocalista tendo que andar de cadeira de rodas por mais de um ano. Mais tarde, os jornais não pouparam o Led Zeppelin nem depois da repentina morte de Karac, filho de Plant, vítima de uma infecção. Noticiaram mais uma vez que teria sido causado pela relação de Page com o satanismo.
Depois do lançamento de “In Through The Out”, o último disco de estúdio do grupo ainda em atividade, a revista Sounds trouxe uma crítica com o título “Close the Door, Put Out the Lights” (“Feche a Porta, Apague as luzes”), frase da canção “No Quarter”. O empresário da banda, Peter Grant, furioso, exigiu que a Atlantic Records retirasse os anúncios da revista e impediu que ela tivesse uma tenda no Knebworth Festival daquele ano, que teve o Led como atração principal.
O último capítulo desta novela ocorreu depois da morte de um próprio membro da banda, John Bonham, em 1980, em que mais uma vez a história de que o grupo estaria amaldiçoado foi falada. Estes e muitos outros fatos sobre o Led Zeppelin estão na biografia da banda “Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra”, de Mick Wall, que ganhou recentemente uma versão em português.
Uma das poucas vezes em que o grupo teve uma relação amistosa com a imprensa foi durante a matéria feita por um repórter de 15 anos da revista Rolling Stone. Anos depois, este garoto se transformou em um famoso diretor de cinema e criou um filme baseado nesta passagem. O tal garoto é Cameron Crowe e o filme se chama “Quase famosos”. É importante lembrar que o longa é uma ficção, que apenas se baseou nesta etapa da vida do diretor.
De qualquer forma, é uma obra interessante para qualquer fã do Led ou “crítico” de rock’n roll!
Fonte:BlogCena
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