16 de novembro de 2009

Cinco canções que quebraram paradigmas do rock’n roll




Algumas canções acabaram tendo uma importância para o legado do rock’n roll talvez até maior do que os seus criadores imaginavam. O Blog Cena listou cinco delas que contribuíram diretamente para que a música tenha se tornado o que é hoje.

Helter Skelter

O catálogo dos Beatles é repleto de canções revolucionárias que marcaram uma geração e continuam atuais até hoje. No entanto, uma das mais influentes para o rock’n roll não está no grupo dos hits mais conhecidos do Fab Four.

Helter Skelter surgiu depois que Paul McCartney leu uma entrevista com o The Who, em que eles diziam que tinham feito a canção mais pesada de todas, “I Can See For Miles”. Macca, que sempre adorou desafios, resolveu compor algo ainda mais sujo.

A gravação original surgiu após exaustivas sessões, e por isso Ringo Starr grita no final “Meus dedos estão com bolhas”. A música chegou a ter uma gravação com cerca de 30 minutos de duração, com uma levada mais lenta, que nunca foi lançada.

Helter Skelter é considerada uma precursora do hard rock e do heavy metal dos anos 70. Após os crimes cometidos por Charles Manson, ela inevitavelmente acabou ganhando um significado ainda mais sombrio. O diretor Roman Polanski chegou a dizer “Esta música matou a minha esposa”. Grupos como Motley Crue e U2 fizeram covers dela.

Stairway to Heaven

Com “Stairway to Heaven”, o Led Zeppelin conseguiu definitivamente um lugar entre as maiores bandas de rock de todos os tempos. A canção, considerada um hino por fãs de todo o planeta, nunca foi lançada como single no Reino Unido e nos EUA, já que o Led não era adepto desta prática.

Mesmo com a enorme pressão da Atlantic Records para que o grupo reduzisse o tempo da música, ela foi lançada com mais de oito minutos de duração. Uma característica que chama atenção é a sua estrutura crescente, que começa com uma levada lenta e sem bateria e termina com um rock’n roll da pesada.

Good Vibrations

Após a conclusão do álbum Pet Sounds, Brian Wilson pode se dedicar a um novo e ambicioso projeto. Para compor “Good Vibrations”, ele retomou a antiga parceria com o primo e companheiro de banda Mike Love.

Mike achou que a canção era extremamente fora do padrão e resolveu criar uma letra que a deixasse com um teor mais pop. Ele disse: “O que é mais comum do que a relação de um homem e uma mulher? Escrevi uma canção de amor”.

A gravação da música está entre as mais caras e demoradas da história do rock. Foram usados quatro estúdios diferentes e mais de 90 horas de gravação para finalmente se chegar à faixa que foi lançada.

“Good Vibrations” é revolucionária não só pelas técnicas de estúdio que foram usadas na sua gravação, mas também pela utilização de instrumentos nada convencionais para uma música pop, como violoncelo e até mesmo um tannerin, que produz aquele som semelhante a um ruído radiofônico.

Free Bird

Uma música de sucesso com um solo de cerca de cinco minutos de duração era algo quase inimaginável até o Lynyrd Skynyrd lançar “Free Bird”. A canção fez parte do álbum de estreia do grupo, e acabou se tornando a sua marca registrada, dividindo espaço apenas com o sucesso de “Sweet Home Alabama”.

Seu solo já foi listado algumas vezes entre o melhor de todos os tempos. A música acabou ganhando mais tarde uma versão ao vivo em que o órgão da abertura é substituído por um piano arpejado.

Bohemian Rhapsody

O Queen é um grupo que desde o começo de sua carreira sempre flertou com a música clássica. O lançamento do álbum “A Night at The Opera” foi o ápice desta relação, e em especial uma canção, “Bohemian Rhapsody”.

A música já encabeçou algumas listas de melhores músicas de todos os tempos. A gravadora, como também aconteceu em casos anteriores citados neste texto, torceu o nariz para o lançamento da canção como um single, achando que algo tão incomum seria um fracasso. Felizmente, o grupo conseguiu lançá-la, e ela ficou por nove semanas no topo das paradas britânicas.

A gravação de “Bohemian Rhapsody” aconteceu em um período de três semanas com exaustivas sessões de dez a doze horas por dia. No final, a banda tinha gravado 180 “overbuds” separados. Devido à complexidade da obra, o Queen passou por sérios problemas para apresentá-la em seus concertos. No final das contas ficou decido por pular a introdução “a cappella” e usar “playback” na parte de ópera.

Em 2002, no concerto “Party at The Palace”, Brian May e Roger Taylor tocaram “Bohemian Rhapsody” na íntegra e sem “playback”. Para isso eles contaram com o auxílio de músicos convidados, como, por exemplo, o elenco do espetáculo “We Will Rock You”.

Estes são apenas alguns exemplos de músicas que romperam barreiras na história não só do rock’n roll mas da música pop em geral. Com certeza existem muitas outras por aí, e a expectativa é que surjam ainda outras!



Link original:Blog Cena

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