7 de setembro de 2011

A partida - 2008















SINOPSE
'A Partida' conta a história de um violoncelista que volta à cidade natal com a esposa depois que a orquestra onde toca é dissolvida. Lá, começa a trabalhar como assistente de um agente funerário; o que de início é algo extremamente perturbador. v=Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrnageiro de 2009.

Suffering Joy - Magic Pie



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Este "The Suffering Joy" mostra um álbum de grande qualidade e composições de qualidade. O disco abre com a suíte A Life's Work, dividida em quatro faixas. A primeira parte, Questions Unaswered, serve como uma breve introdução para a segunda parte, a instrumental e caótica Overture. As coisas dão uma acalmada com A Brand New Day antes de chegar na última parte: The Suffering Joy, que em seus mais de 17 minutos de duração se mostra repleta de mudanças de atmosferas, virtuosismo e harmonia, principalmente entre as guitarras e o teclado. A faixa ainda conta com a participação da vocalista Maria Bentsen, que volta a aparecer na sétima música, Slightly Mad.
O álbum segue até o fim com canções de alto nível, como é o caso de Headlines,um dos pontos altos do disco. Há também a bela Endless Ocean, guiada por violões e Slightly Mad, em momentos relaxantes e em outros frenética. Tired e In Memorianservem como um ótimo desfecho para o trabalho.
Vale destacar também a qualidade das linhas vocais, não só da principal, mas também dos backing vocals que acrescentam ainda mais sofisticação às composições, algo que sempre foi muito bem trabalhado porbandas como o Uriah Heep por exemplo.
O quase impecável "The Suffering Joy" não se mostra apenas um bom álbum, mas sim um enorme passo na carreira do Magic Pie, que com músicos competentes e grandes composições tem tudo para se tornar um dos principais nomes da música progressiva actual.
Tracklist:
1. A Life's Work (Part I) - Questions Unanswered (1:16)
2. A Life's Work (Part II) - Overture (3:32)
3. A Life's Work (Part III) - A Brand New Day (2:28)
4. A Life's Work (Part IV) - The Suffering Joy (17:09)
5. Headlines (9:29)
6. Endless Ocean (3:11)
7. Slightly Mad (9:48)
8. Tired (15:21)
9. In Memoriam (8:39)

Umbigobunker!? - Jay Vaquer



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Alguns podem buscar o CD e correr direto para a faixa "Do nada me jogaram aos leões" simplesmente porque a Maria Gadú faz participação - mas não se iludam, é isso que ela faz, uma participação. A música é ótima, mas a estrela é o Jay Vaquer, a Maria Gadú participa da canção.
Como já era de se esperar, o disco está recheado de baladas, algumas melosas, outras mais baladas que não deixam a desejar clássicas bandas de rock que se propõem a ir mais devagar em alguma canção chave. Dessas destaco a faixa título - que até hoje não consegui decifrar o significado do seu nome Umbigobunker!? - e Personal Saturno, Jupiter Privé, com uma voz suave e calma.
Mas os destaques do disco mesmo são os rocks. O disco abre com "Meu melhor inimigo", uma música que começa lenta e toma um caminho com mais peso de forma totalmente inesperada. Depois de um descanso com "Dia desses", vem outra pancada com a "polêmica" coprófaga de "Ah, mas bem que você gosta", sensacional.
O disco todo é muito bom, não tem como ficar desapontado. Eu particularmente preferiria que tivesse mais músicas pesadas, mas quer saber? A parcela de peso que tem no disco supre a minha necessidade.
Um disco pra quem gosta de rock. Pra quem dá moral pra roqueiros brasileiros e fiéis ao que acreditam, que não se vendem.
Se alguém baixou o disco antes, façam como eu - vão a uma loja e comprem também. PARCELEM se for o caso, se acharem caro, mas não deixem que um artista que sofreu para produzir um disco como esse sofra com a pirataria. Eu confesso que baixei por ser mais fácil de colocar no tocador de MP3, as músicas já estavam prontas para transferência, mas corri na Saraiva no dia seguinte ao lançamento e comprei o meu. A tela do iPod nunca vai suprir o manuseio de um encarte bem produzido como o de Umbigobunker!?
Como estamos em tempos de Facebook, #ficaadica

Agony - Fleshgod Apocalypse



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A verdade é que o grupo soa totalmente original com essanovidade, um brutal death metal (e põe brutal nisso) com teclados em tudo quanto é canto. Uma ousadia que particularmente nunca tinha ouvido, não do modo como ele está colocado no álbum. Analisando friamente o resultado, constata-se que o instrumento não chega a interferir de fato nas composições, mas as acompanha quase que em sua totalidade.
Além disso, os caras agora têm um vocal limpo e melódico que contrasta com o gutural absurdo que outrora dominou a música da banda. Só que aí sim, a coisa parece meio problemática. Acontece que esse vocal limpinho soa muito forçado. Sem zoeira, o cantor parece se esgoelar tentando fazer a voz mais aguda possível, o que chega a ser irritante para quem tem o disco anterior como referência. E não é só: o modo dele cantar é repetitivo, sempre a mesma coisa. Não parece algo espontâneo no som dos italianos. Inclusive em “The Egoism” existe uma soprano que manda ver naquela voz elegantíssima, típica de óperas, mas que ainda assim, causa estranhamento na canção.
Apresentadas as novidades, hora de analisar a música como um todo. No quesito extremismo, eles se mantiveram intactos: são uma das poucas bandas atualmente que sabem tirar proveito de sua habilidade ao máximo. O brutal death executado é realmente massacrante, com a bateria incessantemente veloz. Vejam bem, eu disse veloz, só que é mais ainda do que imaginam.
O peso “bigórnico” das guitarras se manteve e graças à ótima qualidade da gravação, tudo ficou perfeitamente equilibrado entre instrumental e vocais. Realmente, aqui a qualidade é inquestionável.
Acho que todos rirão, mas atesto aqui um fato: a Fleshgod Apocalypse agora pode ser considerada aDimmu Borgir do Death Metal.
Para fãs radicais, a dica é abstrair e tentar ignorar esses dois novos elementos de “Agony”. Eliminando da mente teclados e vocais limpos, vocês estarão diante de um dos melhores trabalhos de brutal death metal da história. Agora, para o pessoal adepto a mudanças e muita ousadia, bom, esse trabalho aqui cai como uma luva, também como um dos maiores e originais CDs do planeta.
Embora quase todo o deathbanger já tenha visto, vai aí embaixo o clipe de “The Viotation” (grande produção!) para dar uma boa noção de como a banda está hoje.
Fleshgod Apocalypse – Agony
Nuclear Blast – 2011 - Itália
Tracklist
1. Temptation
2. The Hypocrisy
3. The Imposition
4. The Deceit
5. The Violation
6. The Egoism
7. The Betrayal
8. The Forsaking
9. The Oppresion
10. Agony

Agent Orange - Sodom



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Devo admitir que não conhecia o Sodom há tanto tempo e nem era até então tão fã deles quanto do Kreator, a banda mais famosa do trio alemão. Mas esse “Agent Orange” – lançado em 1989 pela Steamhammer – me obrigou a reconhecer a força desse representante do Heavy Metal oriundo de Gelsenkirchen, na Alemanha.
O disco começa com o que é talvez o maior clássico da banda, a faixa-título “Agent Orange”. Que música do caralho! Acordes pesados de guitarra vão preparando o terreno para a porradaria começar... e então, a bateria dá o sinal com sua levada de bumbos duplos alucinantemente rápida como uma chuva de balas caindo do céu, então o baixo e a guitarra travam uma luta mortal para ver quem é mais rápido e pesado, tudo isso envolvido pelos agressivos versos cantados pelo ótimo vocalistaTom Angelripper. O resultado final é um verdadeiro “extermínio” sonoro.
Depois desse impacto inicial totalmente Thrash, o Sodom consegue manter um nível muito bom com as seguintes “Tired and Red” e “Incest”, sempre demonstrando aquele peso e agressividade que só eram vistos nos anos 80 mesmo. Evidentemente que nos anos seguintes foram lançados discos tão bons quanto, mas aquele tipo de sonoridade era algo exclusivo dessa década.
Continuando a abordagem desse play, vem em seguida duas músicas que quase se equiparam ao nível da faixa de abertura, e são elas “Remember the Fallen”, com um excelente trabalho do batera Chris Dudek – também conhecido como “Witchunter” -, e a pesadíssima “Magic Dragon”. A sensação de ouvir essa música é quase como ter uma moto-serra ao lado do ouvido, de tão pesados e “hediondos” que são os riffs desse som.
E para finalizar esse massacre de Metal, temos três músicas que cumprem essa função da melhor maneira possível. Primeiro chega “Ausgebombt” com sua pegada absolutamente punk, depois vem “Baptism of Fire” e por fim, temos o cover do Tank chamado "Don't Walk Away”, que pra mim ficou muito melhor que a versão original. Aliás, em vez de certas bandas colocarem músicas aleatórias pra encher lingüiça como bônus de seus discos, poderiam fazer alguns covers. Sempre vai surgir gratas surpresas como esse cover que o Sodom fez.
Depois de tanta porrada de Thrash Metal, é possível saber o motivo pelo qual o Sodom merece o reconhecimento e o status de um alicerce da música pesada alemã. Ótima pedida para aqueles que ainda não conhecem o som dos caras.
Track list:
01 - “Agent Orange" – 6:04
02 - "Tired and Red" – 5:25
03 - "Incest" – 4:38
04 - "Remember the Fallen" – 4:20
05 - "Magic Dragon" – 5:59
06 - "Exhibition Bout" – 3:35
07 - "Ausgebombt" – 3:04
08 - "Baptism of Fire" – 4:03
09 - "Don't Walk Away – (Tank cover)" – 2:56
Line-up:
Tom Angelripper – vocais, baixo
Frank “Blackfire” Gosdzik – guitarra
Chris Dudek – bateria

Bloodshedding - Scorner



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Atualmente o Scorner é capitaneado por Laube que faz tudo nabanda. O som é um excelente Death Metal, o que pode ser conferido neste Bloodshedding.
Apesar da bateria programada, o som soa bem orgânico e direto, e “God Is Dead” abre o disco de forma brutal, aonde o verdadeiro fã de Metal extremo irá se deleitar com os ótimos riffs e peso da faixa. São menos de três minutos de um Death Metal que une influências das raízes do estilo com o atual Death Metal praticado por nomes como Cannibal Corpse e Nile.
“Shed The Blood” vem logo em seguida e mantém a chama da brutalidade acesa. A faixa possui um ótimo refrão, onde Laube mostra que sabe muito bem vomitar as letras com ‘classe’, dando mais um atrativo às composições do Scorner. Seu vocalsoa quase monocórdio, com pouca variação, portanto casa perfeitamente com o estilo.
“Astonishing Willingness” mostra as influências de Brutal Death Metal através dos ótimos riffs de guitarra e bateria veloz, com um baixo que dá enorme peso à faixa. “Dawn Of The Dead” é a mais trabalhada do álbum, com uma boa variação rítmica, ótimos riffs e a bateria soando praticamente como se fosse de verdade, muito boa!
“Dark Passager” e “Planet Death” fecham o trabalho mantendo a chama do Death Metal acesa, já que a última faixa é um remix desnecessário para “Dawn Of The Dead”.
Vale destacar também a ótima capa e o trabalho gráfico do álbum que ficaram muito bons, com tonalidades que casam perfeitamente com as composições do disco. Uma pena o trabalho contar com apenas sete faixas (incluindo o remix), já que as composições são de ótima qualidade.
O trabalho contou com as participações especiais de Marcio Rapezzi (ex- Ahasverus) no baixo e Nahtaivel (Insane Devotion) nos backing vocals.

Caveirão - Violência Coletiva



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Não há introdução. A barulheira já começa com “Por Migalhas”, muito feroz e impiedosa, e faz um belo estrago nos tímpanos. Para agravar a situação, “Cuspindo Sangue” continua na mesma pegada e, embora seja a mais curta das quatro violências, impõe muita agressividade nas caixas desom.
A terceira faixa – “Trabalho pra Sobreviver” – continua a desgraça, sempre com o pé no fundo do acelerador. Da mesma forma, a música que encerra e leva o título do trabalho, carrega um sentimento de pura raiva. Apesar de ser mais trabalhada (ou seria menos primitiva?), continua igualmente devastadora.
O vocal de Mario é gritado, esgoelado para dizer a verdade, e transmite uma revolta absurda. E o baterista Luiz Baraka surra seu instrumento sem parar, impressionante. A guitarra de Marcelo e o baixo de Rubens têm muita pressa, como se pode concluir ao escutar as palhetadas, que fazem as cordas soarem como abelhas.
A gravação, para dizer a verdade, não é das boas. Basicamente tudo é sujo demais e a bateria se sobressai, mas incrivelmente o ódio passado no disco torna a audição menos sensível, e portanto, aceita a sonoridade com mais facilidade.
Por ser de 2004, a banda apresenta uma discografia até que grande, composta por demos, e atualmente trabalha em seu primeiro full-length. Se mantiverem a brutalidade e um capricho um pouco maior na produção até lá, a coisa será preocupante. Tomara.
Ah, quase esqueci de postar o link para download de “Caveirão” (faltaram as letras, hein, pessoal?) , e também um vídeo recente com imagens de estúdio do quarteto. AAAAAAAAAAHHHHH!!!
Violência Coletiva – Caveirão (Promo CD)
Independente – 2008 – Brasil
http://www.myspace.com/violenciacoletiva
Tracklist
Por Migalhas
Cuspindo Sangue
Trabalho pra Sobreviver
Caveirão

Empire of no Emperor - Hecatomb



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Um diferencial desses caras é que eles já ousavam fazer um brutal death com certa técnica, e quem sabe, podem ter sido um dos pioneiros nesse estilo (será?). Mas vejam bem, são apenas alguns elementos do technical death, que aliás, foram usados na medida correta. É um verdadeiro capricho!
Após a rápida introdução, abre-se espaço para o massacre de “The Church and The Empire”, cujas mudanças constante de ritmos caracterizam não somente a canção, mas o disco todo. Só que isso não implica em fazer coisas suaves não, pelo contrário: cada som é muito agressivo e profundo, feito com muita honestidade... e ira!
Seria muito pretensioso de minha parte afirmar que os solos inspiraram os da Nile, mas que eles lembram os da banda americana, ah, lembram. Aliás, até um ou outro som meio diferente entre uma música e outra também remetem à banda de Karls Sanders e Cia., naquelas viagens egípcias.
As melhores músicas? A citada “The Church and The Empire”, a faixa-título, “Persecution and Siege”, “They Are Among Us” e “The Saga”. Putz, os integrantes estavam inspirados quando gravaram esse álbum.
A bateria tem uma característica que remete diretamente a um dos maiores expoentes brasileiros do goregrind, a Flesh Grinder. Isso não é para menos, já que quem toca é Johnny, que fez parte da banda. É interessante reconhecer o estilo único do músico quando toca.
A capa do trabalho é linda e misteriosa, cheia de cores e detalhes. Já a montagem fotos na contracapa do encarte é... vamos dizer... comprometedora... quem tem o CD sabe do que estou falando.
Mas enfim, falando da sonoridade, o material tem uma produção apenas razoável, bem sujona, mas perfeitamente audível. Eles conseguem fazer com que a qualidade das composições esteja acima desse defeito, e portanto, o saldo é bastante positivo.
A Hecatomb deixou seu legado para quem gosta de algo bem executado. Logo, isso aqui é uma preciosidade que deve ser conferida, não tenha dúvidas.
Hecatomb – Empire of no Emperor
CWB Noisecore Records – 1999 – Brasil
Genre: Death Metal
Line up was:
Mano - Vocals, Guitar
Caos - Guitar
Ulysses - Bass
Johny – Drums
TRACKS:
1. In The Killing Eve
2. The Church and The Empire
3. Empire of no Emperor
4. Acoustica
5. Lust Orgy and Incest
6. Sodomize Me
7. Persecution and Siege
8. Hell Itself
9. They Are Among Us
10. Epoch Of Mortality
11. The Saga
12. Untitled

Feel the Blade - Legion of the Damned



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Hoje em dia a facilidade de se formar uma banda tornou-se uma tarefa simples e complicada para a música. Simples devido à citada facilidade de se juntar a outros músicos e gravar material em casa. Complicada porque exatamente devido a isso, a saturação de estilos, assim como a qualidade de alguns conjuntos fazem com que a “seleção natural” dê lugar realmente àqueles que conseguem mostrar seu conteúdo com qualidade e profissionalismo.
Sei que chovi no molhado com esse parágrafo acima, mas é que pouquíssimas vezes conheci um exemplo tão adequado assim. Estou falando da Legion of the Damned, uma das maiores surpresas que tive nos últimos meses. Os holandeses executam um baita thrash com um pouco de death de maneira fenomenal!
E pelo fato de eu pegar esse material sem conhecer absolutamente nada mais da discografia do conjunto, farei, como outras vezes, uma análise isolada de “Feel the Blade”, sem comparações com trabalhos anteriores ou posteriores.
A música do grupo, para dizer a verdade, não apresenta nada realmente diferente do estilo, mas a pegada dos caras é algo que fascina. É um som moderno, poderoso, daqueles que fazem qualquer apreciador de música extrema parar para prestar atenção na banda.
Apesar de parecer exagero, a verdade é que a cada música que ia ouvindo, achava que aquela seria a melhor do CD. Uma mais incrível que a outra. Que punch tem esse play! Deu para perceber que não existe uma faixa que se destaque das demais, né?
Impressionante a quantidade de bons riffs, ritmos e um vocal que se encaixa bem demais ao instrumental. E é preciso salientar que nem só de velocidade extrema sem descanso vive o thrash/death. Isso a Legion of the Damned já percebeu e acima de tudo, provou o que acabei de declarar.
A gravação é simplesmente perfeita, cristalina e pesada na medida certa, e o encarte é maravilhoso. O visual clean do livrinho - feito com papel de boa qualidade - é contrastante com a violência das fotos que o compõem.
Ah, sim, e até agora, só falei do CD, porque junto vem também um DVD bônus! YEAH!!!! O conteúdo da mídia, com menu em português, apresenta imagens de fãs tocando músicas do quarteto, batendo cabeça em grupo dentro de uma sala e outras coisas divertidas.
Além disso, existe o tour report feito durante 2007, mostrando um pouco do dia a dia dos integrantes, entre um show e outro, assim como imagens no estúdio, mas nada demais. Vale registrar que ficaram muito legais os efeitos utilizados nas imagens, simulando as películas antigas do cinema. Entretanto, você fica meio perdido durante os diálogos pelo fato de não haver legendas.
Na outra opção do DVD, intitulada “Extras”, existem imagens amadoras de algumas músicas captadas durante shows da LOTD, além do clipe de “Sepulchral Ghoul”, pertencente ao disco “Sons of the Jackal”, e também um pequeno registro durante as gravações no estúdio.
A verdade é que o DVD é muito bem vindo, mas não apresenta nada de excepcional. Mas é um disco bônus, então, realmente não há do que reclamar.
Para concluir, eu até quis ser chato, procurando algum defeitinho em “Feel the Blade”, mas simplesmente não encontrei nada de negativo. Simplesmente perfeito, um dos thrash metal mais empolgantes que ouvi nos últimos anos. Para dar gostinho, o clipe de “Disturbing the Dead” aí embaixo.
Legion of the Damned – Feel the Blade
Laser Company – 2008 – Holanda
Tracklist
01 - Nuclear torment 3:44
02 - Nocturnal predator 4:12
03 - Slaughtering The Pigs 4:19
04 - Slut Of Sodom 3:45
05 - Feel the blade 4:18
06 - Expire 2:23
07 - Warbeast 2:57
08 - Disturbing the dead 3:27
09 - Obsessed by the grave 5:12
10 - Reapers call 3:20
11 - Last command 5:17
12 - Mask of terror 4:33
13 - Chronic Infection 4:09
Bonus DVD featuring
Tour report
Earthshaker open air
Rockarea open air
Tuska open air
Bloodstock Open Air
Sepulchral Ghoul Videoclip
Studio Report
Fans section

Verde Amarelo Azul e Preto - Trator BR



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Já começo dizendo que a banda, de Bauru, interior de São Paulo, saiu na frente com um material gráfico que é um show. A ilustração da capa é surpreendente, principalmente depois de abrir o encarte: ele se desdobra como um pôster, e quando você observa a figura, percebe que a capa é na verdade apenas um pedaço daquilo tudo. Quanto detalhe, que obra de arte!
Com ótimas impressões iniciais, você coloca o disco para ouvir os sons, já exigindo que ele esteja ao menos no mesmo nível de profissionalismo do material impresso. E aí, a alegriafica completa ao constatar tal fato. Viva! A Trator BR executa um thrash/death metal de muito respeito e bom gosto. O time que compõe o conjunto é realmente bom, e sabendo da responsabilidade que carregam, trazem o forte “Verde Amarelo Azul e Preto”.
As composições são muito bem acabadas, pensadas em cada detalhe e sempre brutais. “No Comando dos Vermes” se sai a melhor do play, direta, muito violenta e com direto a um pequeno solo de bateria de Rafel Graziani no final. Outra cuja levada hardcore empolga demais é “Negação é o Princípio do Fim”, que impregna a mente de forma deliciosa. Esses são apenas dois exemplos da lista das poderosas composições executadas pelo grupo. Tem outras nove no disco!
E já que comecei a falar dos instrumentistas, merecem destaque também os guitarristas Amil Mauad e Ricardo Razuk, uma dupla dinâmica que domina as cordas. Cada solo inspirado e lindo que sai das guitarras...
A gravação também ajuda bastante, e observando esse trabalho como um todo, evidencia-se mais uma vez que o metal extremo brasileiro está tranquilamente entre os mais competentes do mundo.
Falando em brasileiro, aqui, talvez o maior diferencial da banda: letras em português, uma ousadia que funcionou! As letras falam de destruição e pessimismo, bastante densas. Eu, por exemplo, ao ver o título “Matando a Sede com a Urina”, cheguei a rir, mas ao lê-la, a coisa perdeu a graça. O conteúdo é sério mesmo.
Tá aí mais uma boa surpresa que o Brasil apresenta. Para quem nunca ouviu falar, fica essa dica valiosa do thrash/death nacional.
Trator BR – Verde Amarelo Azul e Preto
Independente – 2009 – Brasil
Trackllist:
1. Trator De Guerra Brasileiro
2. Fogo-Fátuo
3. Sexta Encardida
4. O Dom Da Visão
5. No Comando Dos Vermes
6. Tubarhumano
7. Faca Amolada
8. Negação é O Principio Do Fim
9. Matando A Sede Com a Urina
10. Trem Descarrilhado
11. Abutre Vs Chacal

Deep - Denis Warren



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Mas, antes de montar base no Velho Mundo, Warren registrou seu primeiro álbum solo, “Deep”, trabalho instrumental que exibe toda a liberdade de criação e fusão de influências que o guitarrista assimilou ao longo dos anos. Seu cerne é o rock, mas configurado de forma e abraçar oHeavy Metal, Hard Rock, Fusion, Funk e Blues, e tendo como visível preocupação um equilíbrio entre o virtuosismo e feeling.
Algo que valoriza ainda mais o repertório é o fato de haver espaço de sobra para que o baixista Andrey (Arreio sem Freio) e o baterista Marcos (Stormental), parceiros na concepção dos arranjos, mostrarem seus atributos e engrandecerem toda a musicalidade – atentem para a gratificante sinergia e mudanças de ritmos da metálica “The Mental Storm” ou “When The Past Comes”, que remete diretamente à música brasileira.
“Deep” foi gravado no AML Studio entre maio e setembro de 2010, sob a tutela do produtor Alexei Leão e conta ainda com a participação de Eduardo Pimentel (Brasil Papaya), Henrique D’ Ávila e Andrei Leão (Stormental). Esbanjando energia, são 45 minutos repletos de atrativos que atingirão não somente os guitarristas, mas sim a qualquer fatia do público que aprecia toda a boa música que o segmento instrumental pode oferecer.
Para finalizar, se o leitor leu estas linhas até este ponto, é porque curte guitarras. Então, voltando ao concurso mundial Guitar Idol, Denis Warren está concorrendo com a canção inédita “A Whisper To My Soul” em http://www.guitaridol.tv/video/1078; e se julgar que o brasileiro seja merecedor, dê o seu voto. Dos atuais 100 concorrentes, apenas 10 serão selecionados para tocar ao vivo em confronto direto no Wembley Stadium de Londres, em novembro de 2011. Boa sorte a todos!
Formação:
Denis Warren - guitarra e teclados
Andrey Roberto da Silva - baixo
Marcos Feminella - bateria
Denis Warren - Deep
(2010 / independente – nacional)
01. Cold Fusion
02. Blue Tone
03. Earthquake
04. Autumn Breeze
05. Solar
06. The Mental Storm
07. Ocean Deep
08. One Last Day
09. When The Past Comes Back

Testament (Carioca Club, SP, 20/08/2011)




A espera foi longa, mas eis que no último sábado, 20, o TESTAMENT quebrou o jejum de quatro anos e retornou ao Brasil para um show na capital paulista. A previsão do tempo indicava um fim de semana bastante frio na cidade, o que se confirmou, porém a baixa temperatura não afugentou os seguidores desta lenda da Bay Area.





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Por Durr Campos/Fotos: Fernanda Lira
Com um Carioca Clube lotado, a banda local Chaosfear fez as honras da casa e esquentou os headbangers com seu Thrash Metal cadenciado e moderno (não confundir com New Metal ou afins). O set foi curto, algo normal em se tratando de opening acts, mas preciso e empolgante. O vocalista e guitarrista Fernando Boccomino agradeceu pelo respeito e não economizou nos riffs. Destaque para a atuação do baixista Anderson deFrança. Além de tocar muito bem, o cara era só alegria no palco. Surtiu efeito: ganharam a simpatia da galera. Mais que merecido, pois o estão na estrada há mais de uma década.
Por volta das 20h, ao som da introdução “For The Glory of...”, o Testament  surge mandando a pesadíssima “More Than Meets the Eye”, faixa de abertura do mais recente álbum The Formation of Damnation (2008). Se havia alguém ainda indiferente(!) ao quinteto, bastaram as primeiras notas da clássica “The New Order”, do disco homônimo, para a banda ter 100% do público nas mãos. “The Preacher” manteve o clima em alta e provocou o coro, assim como a sensacional “Practice What You Preach”, que dá nome ao terceiro registro de estúdio. Quem já assistiu ao DVD Live in London sabe o que a execução desta canção causa. Aqui não foi diferente.
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Leia a resenha completa no Blog do programa Heavy Nation da Rádio Uol. Veja os links abaixo:
Para outras notícias, resenhas e novidades:
http://heavynation.blog.uol.com.br/
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Cock Sparrer (Carioca Club, São Paulo, 03/09/2011)




Não é sempre que um sonho que temos se realiza. Ele pode ser de muitas formas, pode ser viajar pra algum lugar, ficar com quem a gente gosta, ou simplesmente ver uma banda se apresentando. Foi o que aconteceu ontem comigo. Presenciei o show de uma banda cujas músicas vêm desde a minha adolescência me motivando, através das letras, sempre positivas, e das melodias cujos solos e acordes mais parecem ser retirados de hinos, e as letras que dizem tudo o que eu gostaria que fosse dito.





O que antecedeu ao show foi uma discotecagem legal de clássicos do Punk Rock e Oi!, celebrando o que há de melhor neles, com bandas como Toy Dolls, The Clash, Sham 69, Cockney Rejects, The Crack, The Business etc, disparando seus clássicos.
Durante isso, passei em uma ‘’lojinha’’ de merchandising do Cock Sparrer, localizada do lado da pista ali do Carioca Club. Comprei uma camiseta e o último disco de estúdio, o maravilhoso ‘’Here We Stand’’.
Na ansiedade pelo começo, tudo começa da melhor forma que algo pode começar. Com Riot Squad. A sirene que soa junto com o riff animou todos ali, e é sempre legal quando em um show todos cantam junto, e todos estão alegres, assim como a banda que estava entrosada e com bastante energia. Era a primeira vez no Brasil, mas eles pareciam já ‘’íntimos’’ com nosso país, apesar de não falarem nada em português. Talvez por terem tido o Chris Skepis, guitarrista brasileiro na formação da banda, uma vez, demonstravam carinho pelo país e pelo Chris, que tocou uma música com eles, Take ‘ em All.
O show continua com ‘’Watch your back’’ e ‘’Working’’, dois clássicos do primeiro LP. Aliás, durante o show os caras tocaram o primeiro disco ‘’Shock Troops’’ quase que na íntegra, o que não podia deixar de ser feito mesmo, afinal, os maiores clássicos da banda estão ali. Acho que Cock Sparrer é uma das poucas bandas no mundo com carreira sólida que a gente pode afirmar não haver músicas chatas, ou ruins, e discos ruins em sua discografia. A banda criou a sua proposta, e a faz até hoje com dedicação, esforço e paixão.
Eu cito a música Tough Guys como um dos pontos mais altos do show. Diversão pura. Durante uma aula de punk rock, não faltaram clássicos, algumas músicas que chegaram até a me emocionar, como ‘’England belongs to me’’, ‘’We are coming back’’ e ‘’Where are they now?’’.
I believed in julie when she said how easy it could be
And I believed in Tommy and his written words of anarchy.
And I believed in Joe when he said we had to fight
And I believed in Jimmy when he told us to unite
Foram palavras que eu tenho cantarolado faz muito tempo, e enfim, ontem pude fazer isso de novo, mas com aqueles que escreveram as palavras. ‘’We are coming back’’ também foi uma música legal, Colin McFaull colocou a mão no coração quando apontou pra galera. Foi uma música que poucos artistas conseguem fazer, tornar eles e seus fãs uma coisa só, pra nós fazermos juntos a diferença. Foi uma noite pra nunca esquecer.
E eu termino como os próprios caras dizem:
So I won’t cry for good times I’ve missed,
Cos it don’t get better than this
Cheers.

Lóchrann: entrevista com a banda de Folk Metal de Campinas


O artigo de hoje fala de uma banda de Folk Metal de Campinas, SP. A banda Lóchrann foi formada em 2007, e vem trazendo fantasia, cultura antiga, e melodias tradicionais provenientes da antiga Irlanda, Gália, Escócia e outros povos celtas.
A banda tem se apresentado em importantes festivais de Folk Metal, fizeram a abertura do show do Eluveitie, Folk Metal suíço que tocou em Curitiba; tocaram no Medievil em São Paulo e no festival Thorhammerfest III: The Heathen Folk Alliance, que aconteceu em São Paulo dia 24 de julho.
Depois de três anos de estrada, Lóchrann dá início à gravação de seu primeiro CD, que traz o nome de uma de suas músicas: Moonlight Dance.
Fazendo o uso de instrumentos  tradicionais, tais como gaita de fole, bandolim, tin whistle, flautas, violino e bodhrann, a banda promove uma retomada da musicalidade da era pagã mesclando-a com o peso doHeavy Metal.
O lançamento do álbum está previsto para 2011, e a arte da capa está sendo feita pelo lendário ilustrador do card game Magic, The Gathering, John Avon.
A banda conta com os integrantes:
Gordo "Elfo" - Vocal, Baixo, Tin Whistle, Bödhrann, Gaita de fole, Flautas;
Lüi “Bjorn” Marestoni - Guitarra, Backing Vocals;
Yuri Rissetti - Guitarra, Backing Vocals;
Kátia "Jaka" Akemi - Violino;
Bruno "Flying-leg" - Bandolim, Backing Vocals, Tin Whistle;
Crom - Teclado, Tin Whistle, Flauta, Vocal;
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O colunista e apresentador do Programa Folk Metal da Radio Metal, Lucas Pirani, entrou em contato com a banda e traz aos leitores esta entrevista:
Lucas – Olá. Gostaria de começar perguntado como surgiu o interesse dos integrantes em formar uma banda de Folk Metal que expressa a cultura da Irlanda, Gália e outros povos de tradição Celta.
Gordo - Olá! Essa é grande hein? Vou resumir!
Apesar de, desde pequeno, já ser apaixonado por powermetal/melodic, não me passava na cabeça a idéia de um estilo se aproximasse tanto daquilo que eu gostava, que era fantasia, mitologia e todo o acervo que se misturava nos jogos de RPG que eu era viciado. Por algum tempo eu achava que tudo isso era resumido pelo som de bandas como Blind GuardianHelloweenRhapsody, e para mim, isso já era bom o bastante. Nessa época já havia ouvido Tuatha de Danann, mas acho que eu ainda era muito jovem pra assimilar a diferença entre esses sons, portanto juntei tudo e ouvia achando que era tudo igual!
Foi lá pelos 17 anos quando eu conheci mais a fundo Tuatha e ouvi os sons mais tradicionais, e foi aí que me apaixonei. Depois de Tuatha fui apresentado ao Blackmore’s Night, e por acidente encontrei Ensiferum. Quando ouvi o som do Ensiferum meio que parei pra pensar em como que podiam ser tão diferentes as bandas que eu tinha conhecido, porém tão igualmente cativantes. Pensei e cheguei a conclusão que o tema que elas tratavam era o que me fascinava. Encontrei meu vício! Eu queria fazer aquele tipo de som, precisava fazer!
Comprei uma tin whistle e aprendi a tocar, foi aí que eu larguei as baquetas e entrei de vez no mundo do Folkmetal. Olhei pro nosso grupo de RPG e vi que todo mundo tocava algum instrumento. Após disseminar o som, eles gostaram e embarcaram na aventura de fazer a Lóchrann!
Lucas – Fundir o Folk com o Heavy-Metal não é tarefa fácil, porém a banda desempenha bem esse papel. Quais as principais dificuldades enfrentadas desde o início para trazer uma banda de Folk Metal até o atual ponto da carreira?
Gordo - Bom. A primeira dificuldade é conseguir os instrumentos! Infelizmente nós vivemos em um país que não bebeu, nesse aspecto, da mesma cultura dos povos europeus, portanto a tin whistle teve que ser importada, e os outros instrumentos tiveram que ser feitos por luthier, o que tem um valor agregado maior, no caso da gaita de fole e do bodhrann.
Superadas essas dificuldades, o segundo problema que sempre atrapalhou um pouco é a infra-estrutura dos palcos. Uma banda de folk depende de instrumentos com microfonação muito delicada, e possui uma massa sonora muito grande devido a quantidade de instrumentos sendo executados, o que muitas vezes “embola” e prejudica a qualidade do show, ou pior, gera aquela microfonia irritante forçando as bandas a mudarem a timbragem dos instrumentos ou simplesmente diminuindo o volume, causando aqueles comentários do tipo “o violino estava baixo”, “não ouvi o bandolim”, etc.
Lucas – Como vocês enxergam a abertura de portas para o Folk Metal no cenário nacional? Sentem que o gênero vem ganhando espaço?
Gordo - Nós vivemos um momento excelente para o Folk Metal no Brasil!
Além da nossa safra de bandas estar com altíssima qualidade, as bandas de fora voltaram os olhos para o nosso público. Parece que conseguimos definitivamente trazer o estilo para a nossa terra, e, com certeza, as bandas grandes estão gostando de tocar por aqui. O público brasileiro é sensacional.
Lucas – A banda possui uma grande gama instrumental que considero ideal para a sonoridade de um bom Folk Metal. Quais os benefícios e quais as dificuldades em se ter tais instrumentos no grupo?
Gordo - Acredito que para conseguirmos colocar em prática as nossas idéias, necessitamos dessesinstrumentos. É uma forma de nos mantermos fiéis à tradição e mostrarmos o nosso respeito e admiração.
Além de gostarmos da música, somos apreciadores da cultura antiga, portanto nos preocupamos para que nem na estrutura instrumental e nem em nossas letras ocorram imprecisões.
Lucas – Quais bandas servem de influência para o Lóchrann?
Gordo - Para falar disso vou tentar colocar minhas influências pessoais de lado, embora seja difícil.
As principais influências da Lóchrann, na minha opinião, são: Schandmaul, The Dubliners, Ensiferum, Suidakra, Elvenking, Great Big Sea, Blind Guardian e muitas outras.
Lucas – Conte-nos como foi a experiência de ter tocado no mesmo show que a banda Eluveitie.
Gordo - Foi uma experiência valiosa!
Tivemos a chance de mostrar nosso som para o pessoal do sul, e conhecemos o pessoal do Eluveitie, que foi muito atencioso e simpático. Acredito que fizemos um bom show e conseguimos cativar o pessoal que nos viu.
Lucas – Quais as expectativas para os próximos shows da banda?
Gordo - Pretendemos levar o nosso som para todas as partes do nosso país, pois sabemos que em qualquer lugar, sempre vai ter alguém para nos ouvir e se interessar pelo nosso trabalho. Já estamos terminando as musicas para um segundo álbum e pretendemos inseri-las no setlist com o tempo.
Lucas – Bandas de Folk Metal acabam desempenhando um papel de propagar a cultura histórica, a literatura e o folclore de várias regiões para um público novo, muitas vezes essa difusão de material cultural tem uma abrangência internacional e leva uma cultura, que antes era mais isolada, aos ouvidos de muitos. Como se sentem espalhando esse tipo de cultura?
Gordo - Lisonjeados. Foi uma escolha particular seguir o caminho da música. Com o tempo percebi que se você não possuir vocação a desistência é tida como certa, portanto descobri em mim uma vontade enorme de me manter firme nessa estrada e fui entendendo certas coisas que começaram a fundamentar os meus passos. Sou grande admirador da cultura dos bardos históricos/mitológicos e procuro dedicar minha vida como eles, contando as histórias e não deixando aquilo que era valioso morrer.
Lucas – Pude notar que em algumas letras a banda faz referência aos deuses, como em Moonlight Dance e Pagan Pride. À qual mitologia estão se referindo ao citar tais deuses? (http://letras.terra.com.br/Lóchrann/)
Gordo - Divido as letras da Lóchrann em dois tipo distintos. Hora tratamos de mitologia. Quando narramos um mito, ou simplesmente narramos uma historia usando referências mitológicas. Hora tratamos de fantasia. Quando falamos sobre um mundo inventado e não fazemos referência direta à nenhum deus.
Em algumas somos bem diretos, por exemplo: Lughnasadh trata-se da comemoração do início do período das colheitas. Os irlandeses dedicavam para o deus Lugh. Em outras usamos referência a Thor.
Cantamos também sobre seres da cultura nórdica e celta quando nos referimos aos anões, fadas e elfos.
Nas que tratam de temas da fantasia, inventamos lugares e personagens, assim como acontece nos RPG’s; por exemplo a música Eyeless Monkey Inn.
Além dos temas nórdicos e celtas, tratamos também, em duas novas canções do próximo álbum, sobre mitologia grega.
Lucas – Como vocês vêem o amadurecimento da sonoridade do Lóchrann com o passar desses anos? O que os fãs podem esperar para o álbum que será lançado?
Gordo - Esses anos foram importantíssimos para o aperfeiçoamento técnico da banda. Aprendemos muito da cultura antiga e estamos, cada vez mais, conseguindo compor letras ricas em conteúdo histórico e melodias muito próximas com as tradicionais. Acredito que com essas músicas que compõem o nosso álbum, todos vão poder captar a essência da banda e ainda perceber a nossa identidade sonora.
Lucas – Obrigado por responderem esta entrevista à Radio Metal e Folk Metal Society. Espero vê-los tocando novamente em breve. Gostariam de deixar uma mensagem para os leitores?
Gordo - Nós que agradecemos a oportunidade de entrarmos em contato com vocês da Radio Metal e da Folk Metal Society, e através de vocês, com o nosso público. Peço para que fiquem ligados nas notícias sobre a banda. E fiquem de olho, pois em breve estaremos lançando nosso álbum. Obrigado!
Myspace, Facebook e Orkut da banda:

Trator BR: banda em entrevista ao blog Som Extremo

A Trator BR é daquelas bandas que causam admiração pelo profissionalismo. Vindos do interior de São Paulo, o grupo, que passou por recente mudança de formação, segue na jornada do thrash/death metal com muita garra. Em 2009 soltaram o ótimo álbum “Verde Amarelo Azul e Preto” (ler resenha em http://somextremo.blogspot.com/2011/08/trator-br-verde-amarelo-azul-e-preto.html), uma aula de música extrema de qualidade. Agora, o grupo ensaia já pensando no próximo CD, e quem conta mais detalhes sobre a banda é o guitarrista Amil Mauad em entrevista ao blog Som Extremo.



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Som Extremo: Fale um pouco sobre a história da banda. De onde surgiu o nome? Por que colocar o "BR" junto?
Amil Mauad: Resumindo a longa história da banda que vem desde 1995, onde eu, que toco guitarra, o Aldo Gaiotto - Vocal e o Ricardo Razuk - Guitarra, tínhamos outra banda de thrash metal, a Kama-Sutra. Nela, Aldo era guitarrista e o Razuk era baixista. Com o passar dos anos, fomos adquirindo um estilo próprio de composições e acrescentando mais elementos do death metal e grindcore em nossas músicas. Foi então que o baterista Rafael Graziani, para nossa sorte, entrou em 1998 para dar mais agressividade ao som, mas isso já em outra banda, a "Spiritual". Na época, ainda compúnhamos em inglês (1998 - 2001), mas quando o antigo vocalista decidiu partir para outras atividades, Aldo resolveu se arriscar nos vocais, e a experiência saiu melhor que a encomenda. Nisso o Razuk assumiu a segunda guitarra e o Adriano Silva foi escalado para o contra-baixo. Essa situação exigiu também a mudança de nome, pois os temas, idiomas e estilo musical já estavam bem diferentes do que era o "Spiritual". Passamos então a procurar um novo nome, que mostrasse peso, força e a caipiragem do nosso interiorzão (nota do redator: a banda é de Bauru). Portanto, nada mais apropriado que um Trator não é?! hehehe Com toda essa história, chegamos ao ano de 2005, quando começamos a esboçar a gravação do CD "Verde Amarelo Azul e Preto", lançado em 2008. O “BR”, juntamente com o título do CD, veio para reforçar o orgulho que temos de nossa pátria, língua, terra e gente. São as melhores coisas do mundo, além do underground nacional, mundialmente reconhecido como celeiro de excelentes bandas!!!
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Som Extremo: Vocês apresentam um diferencial ousado para o estilo, que é cantar em português. Fale sobre isso. A proposta sempre será essa?
Mauad: Justamente. A ideia era fugir dos padrões: como queríamos fazer algo diferente do já apresentado e até um pouco batido dentro do estilo, resolvemos compor em português. Foi difícil no começo, mas nos habituamos e agora nem cogitamos compor em outra língua, a não ser que o tema da música exija isso. E iremos compor até em Aramaico se assim for melhor para o que queremos expressar. Aliás, no segundo CD teremos uma música com um algo a mais nesse quesito hehehe, aguardem!!!!
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Som Extremo: Você acha que cantando em nossa língua a valorização no país é maior? Por que?
Mauad: Olha, a princípio, é uma faca de dois gumes. Já ouvi várias vezes sobre pessoas que vêem o nome Trator BR, e já torcem o nariz, taxando a banda como uma verdadeira #$%¨%$. Entretanto isso cai por terra quando o cidadão assiste à nossa apresentação e vê que o bicho pega. Além disso, a galera curte muito entender as letras ao pegar o encarte, cantar junto e ver que estamos compondo para o nosso país. Tem até partido político de extrema direita elegendo o Trator BR como banda mascote, apesar de não termos nenhum vínculo partidário. Além disso, é muito satisfatório ver gringo cantando um português, mesmo que todo zuado. Chega a ser engraçado, mas é muito legal e portanto, caros headbangers, não julguem a banda pelo nome!!!
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Som Extremo: Thrash e death metal estão na veia da Trator BR. Quais as principais bandas que influenciam vocês? E com é o processo de composição?
Mauad: Apesar da nossa proposta ser a de exaltar nosso país e nossa cultura, nossas principais influências são da gringa: SlayerCannibal CorpseDeicideMorbid Angel, Napalm Death, Carcass, Exodus, Terrorizer, Brujeria e Venom, entre muitas outras da velha escola. Também escutamos muito na adolescência Ratos de Porão, Sepultura, Dorsal atlântica, Torture Squad e até mesmo trouxemos influências de bandas das quais já fizemos parte, como Violator (Pederneiras), Siegrid Ingrid (São Paulo), Zoltar (Votorantim), Demigod (Bauru), Overthrash (Bauru), Kama-Sutra (Bauru), Morbad (Pederneiras) e Masakra (Londrina), para citar as principais. Todas essas bandas foram somando em nosso aprendizado metálico. As composições acontecem de maneira natural, sem regras. Às vezes um de nós aparece com o instrumental e então montamos a batera e a linha de baixo, enquanto o Aldo trabalha nos vocais. Em outras ocasiões, a inspiração vem da letra, e com essa ideia vamos montando os riffs. Um exemplo é "No Comando dos Vermes", composta pelo baterista, onde fizemos o instrumental e vocais em cima do que ele criou. Assim vamos arando e cultivando nosso repertório.
Som Extremo: A Trator BR está com nova formação, certo? Como está o rendimento desse time?
Mauad: Ótimo, a Trator BR estava engatada em marcha lenta, pois nosso antigo baixista e amigo Adriano foi trabalhar em Sampa e depois prestar serviço em Salvador. Com isso os shows e ensaios da banda foram ficando cada vez mais restritos. Foi com muito pesar que decidimos encontrar um substituto para o Adriano, mas a banda não podia parar, e no fundo isso acabaria acontecendo. Ele não estava dando conta de todos os compromissos, e com muita satisfação, convidamos Jé "Crust" Tarzia, que assumiu o baixo. Ele sempre foi um grande colaborador da banda, além de ser um amigo muito querido por todos e envolvido com o underground. É um ótimo baixista e agora estamos trabalhando bastante para deixar o repertório em dia e posteriormente trabalhar nas composições novas. Estrearemos a nova formação nos dias 07/10 (Bauru), 08/10 (Penápolis) e 09/10 (Botucatu). Quem puder, compareça pra dar aquela força.
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Som Extremo: Quando sai o novo material da banda? Quais planos futuros?
Mauad: Já era para ter saído, na realidade. Com a entrada do Jé, estamos reformulando algumas coisas, mas garanto que o resultado ficará melhor. Quanto aos planos futuros, esperamos realizar apresentações no norte e nordeste do país, e mais pra frente ir para fora do país. Tudo depende do apoio dos organizadores. Estamos devendo um show para aquela galera true lá de cima, no Nordeste. Temos vários contatos e vários pedidos por lá e esperamos poder realizar tudo isso.
Som Extremo: Com uma banda tão competente e profissional, o que acha que falta para deslancharem de vez como uma das grandes do metal extremo nacional?
Mauad: Primeiramente obrigado pelos elogios. Ficamos muito honrados quando lemos palavras de apoio como estas. Acho que para nós, falta um selo ou gravadora que nos apóie, pois tudo que fizemos até hoje foi por conta própria, desde gravação, distribuição, mídias, shows, etc. Acredito se tivéssemos esse apoio estrutural, distribuição de CDs em um nível mais brando e shows em festivais de grande porte, o nível da banda se elevaria e consequentemente, a banda evoluiria musicalmente. Fica a dica para os donos de selos e/ou gravadoras ehehehe!!!
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Som Extremo: Sei que Bauru conta sempre com um festival muito bom dedicado à música extrema, o "NoiseCore Fest". Além desse evento, existem outros similares? E quanto às bandas daí? Como é a cena underground de Bauru?
Mauad: Cara, não me pergunte isso rsss... Graças ao nosso bom Deus Metálico, existe o Noisecore Fest e seus organizadores. Não quero dar respostas feitas, mas Bauru já foi melhor hehehe. Tínhamos o Apocalipse, entre outros bares, que davam espaço a bandas underground. Hoje em dia, só existem espaços para bandas cover, e tem que ser daqueles covers bem batidos mesmo, tipo “Smoke on The Water”. Tem nego que paga R$ 40,00 para ver bandas cover e não paga R$10,00 para entrar em fest com várias atrações. Para se ter uma ideia, a dona de um dos maiores e mais tradicionais bares de rock daqui disse na minha cara que não põe banda de metal para tocar lá porque não quer clientes que saem do esgoto... até que dá uma música isso hehehe. Então, é triste isso, mas serve para separar os verdadeiros amantes do metal de posers embalistas. Foda-se esse povinho. Tem também o Enxame Coletivo, que está trazendo muita coisa interessante para Bauru. Não é focado no extremo, mas trabalha com o underground em geral, independente de estilo musical. Quanto às bandas, é uma desunião tremenda. São tantas histórias que não vou nem comentar, mas acho que isso é em todo lugar, né?!
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Som Extremo: O blog Som Extremo agradece a entrevista. Por favor, deixe mais algumas palavras, pode ser?
Mauad: Bom, primeiramente somos muito gratos pelo espaço cedido à Trator BR. Espero que sejamos parceiros em várias outras ocasiões. Desculpe pelas respostas longas, mas olha que eu tentei resumir. Parabéns pelo trabalho de vocês, sei que é uma batalha eterna que se iguala às bandas que divulgam. Por fim, aquele velho pedido aos bangers de plantão: compareçam aos shows de bandas nacionais, comprem ou apoiem o material e divulguem as mesmas, pois só assim a estrutura metálica crescerá, podendo acrescentar qualidade e quantidade aos shows.... AVANTE, TRATORES!!!
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