3 de fevereiro de 2011

Sociedade Alternativa - Commune - 2005





Em 1968, dois hippies mudaram-se para Mt. Shasta no interior da Califórnia e montaram um rancho, lá viviam em uma comundiade auto-sustentável. A propriedade se chamava Black Bear Ranch e tinha como lema: Terra Livre para as Pessoas Livres. Esta comunidade de pensamentos utópicos, recebia contribuições generosas de artistas como: The Doors, The Monkees, Frank Zappa e outros. Este documentário exótico, registra as entrevistas com cenas de arquivos caseiros da própria comunidade.


Metal Up Your Ass - Os primórdios do Metallica (Parte III)

As coisas caminhavam bem no primeiro ano do Metallica e o número de fãs crescia a cada apresentação, mas James Hetfield ainda não estava satisfeito com a guitarra e vocal ao mesmo tempo. Primeiro porque não achava sua voz boa (e nesse começo, definitivamente não era) e segundo porque, dividindo as duas funções, ele não se especializava em nada e sequer tocava um solo sem errar as notas.


Em Abril e Maio de 1982, a banda fez algumas tentativas para deixar James apenas como vocalista. Primeiro com um guitarrista chamado Brad Parker, bom músico mas clássico demais para o som do Metallica, depois com Damian Philips. Sem avanços nestes ensaios, os integrantes pensaram em outra inversão de papéis tentando deixar James, agora, apenas como o segundo guitarrista, primeiro com o vocalista Jeff Warner (quem conhece a voz do cara agradece ao papai do céu todas as noites por ele não conseguir a vaga) e depois John Bush, então do Armored Saint (“atual” ex-vocalista doAnthrax) e grande amigo dos caras do Metallica. James adorava os vocais de Bush, mas a experiência não durou muito tempo pelo seu timbre de voz que tornava as músicas mais leves do que deveriam.
Após o fracasso destas tentativas, segundo o próprio Hetfield “(...) então eu parei de me preocupar em como deveria cantar e comecei a berrar as letras. Por incrível que pareça, as pessoas gostavam e eu dizia: bom, então tudo bem!”.
Para complementar, a mãe de Ron tinha um imóvel desocupado que seria demolido em breve, e autorizou que o lugar fosse convertido no centro oficial de ensaios do primeiro ano do Metallica. James e Ron acabaram se mudando para a casa e encheram as paredes com pôsteres de suas bandas preferidas para aumentar a inspiração na hora de compor novas músicas. Entre esses pôsteres, estava um do Judas Priest. Os ingleses, a maior banda de Heavy Metal então, exerceram um papel importante nesse começo do Metallica. Segundo os californianos, a coisa funcionava mais ou menos da seguinte forma: Rob Halford escrevia sobre vingança (Screaming For Vengeance), Hetfield lia a letra e escrevia sobre o mesmo assunto (No Remorse) e assim a banda evoluía, buscando uma variação nos temas, mas respeitando a posição dosMetal Gods nesse começo.
Com a quantidade de shows, fãs e composições crescendo, a banda achou um bom momento para a gravação de uma primeira demo, apenas com músicas próprias do Metallica e chamar a atenção de alguma gravadora.
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Os quatro integrantes racharam o valor do aluguel de um estúdio mediano e gravaram 7 músicas, como se fossem ao vivo, sem grandes parafernálias em 6 de Julho de 1982. A demo jamais saiu no mercado comercialmente (mesmo que hoje seja relativamente fácil de encontrar nas lojasespecializadas em bootlegs e na Internet) e servia apenas como um cartão de visita às gravadoras. O nome dado à fita, No Life Til Leather, era uma óbvia referência ao disco ao vivo do Motörhead lançado no ano anterior, No Sleep Til Hammersmith, mais a palavra “Leather” (couro) que James adorava. A frase também abre a letra de Hit The Lights, a primeira composição da banda.
As músicas gravadas foram: Hit The LightsMechanix (uma primeira versão de The Four Horsemen, com a letra diferente), Motorbreath (primeira composição de James, ainda nas bandas anteriores), Seek and DestroyMetal MilitiaJump in the Fire e Phantom Lord(outra composição antiga de James).
Alguns dias depois, Lars distribuiu uma cópia para alguns amigos e a gravação rapidamente se espalhou pelo circuito de troca de fitas cassete, o Napster do começo dos anos 80 (e com braços fortes, inclusive no Brasil). A qualidade e as inovações da demo caíram como uma bomba na cena headbanger da Costa Oeste dos EUA.
Nosso amigo Brian do BNR Metal Pages também se lembra da primeira vez em que ouviu a demo, quase por acaso: “Ainda em 1982 eu adquiri uma cópia do No Life Til Leather através de um dos meus amigos que trocavam fitas. Desde este dia, eu não acho que alguma demo, ou mesmo um álbum, causou tanto impacto em mim como aquela fita. Eu ainda acho que o som das guitarras na demo soava melhor do que no Kill´Em All, até mesmo porque eu estava tão acostumado com o som da demo, que o som do álbum, inevitavelmente era diferente e não tão bom.”
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Muitas pessoas ainda comemoram o No Life Til Leather como o primeiro lançamento oficial do Thrash Metal mas Lars discorda e sempre afirma que essa honra coube ao Venom e seu aclamado Welcome to Hell de 1981. Os próprios integrantes do Venom, no entanto, rebatem que a banda surgiu da NWOBHM e a honra da inauguração do Thrash coube mesmo aoMetallica.
O sucesso era evidente, mesmo antes de a banda gravar seu primeiro disco, mas os integrantes não estavam contentes em Los Angeles. Como conta Brian Slagel “o público de Los Angeles pensava no Metallica como uma banda Punk, mas nenhuma banda Punk tocava rápido como eles”. O grande problema era a onda Glam que atingira em cheio a cidade com a consolidação de nomes como Ratt e Mötley Crüe, e Lars, James & cia. abominavam a atitude poser, seus biquinhos, maquiagens e sapatos com salto. Para completar, os shows do Metallica em San Francisco superaram todas as expectativas, pois a cena naquela cidade crescia em um ritmo alucinante e as lojas de Heavy Metal pipocavam pelos quarteirões.
Essa nova geração de headbangers de San Francisco, fanática pelas novidades, era chamada de Bay Area Bangers e depois Bay Area Thrashers. A famosa Bay Area nada mais é do que um bairro no oeste da cidade onde se concentrava grande parte das famílias de classe média e, consequentemente, seus filhos adolescentes. O grande ponto de encontro desses jovens era uma loja de discos chamada Record Vault na Rua Polk que oferecia entre braceletes e camisetas, discos piratas e demos das bandas que surgiam na Califórnia como ExodusVicious RumorsOverdriveMetallicaCirith Ungol e o Heathen. Logicamente, Lars Ulrich era um dos grandes freqüentadores da loja.
A banda pensou seriamente em mudar para San Francisco já nessa época, mas como a cidade não era tão distante de Los Angeles e a grana andava curta, eles preferiram continuar onde estavam e apenas concentraram mais os shows nos bares da Bay Area.
Uma conhecida headbanger da cena de San Francisco era uma garota chamada Kathi Page. Kathi trabalhava na rádio KRQR, uma das poucas rádios Rock existentes que não se limitavam a tocar bandas farofas em sua programação e davam oportunidade para o novo som que surgia – como se pode perceber, esse problema é mais velho do que se imagina. Em outubro de 1982, Kathi conseguiu com a direção da rádio um patrocínio para realizar um evento de Metal em um grande bar chamado Old Waldorf, no coração financeiro de San Francisco. Esse show traria todas as segundas feiras (por isso ele foi apelidado de Metal Monday) três bandas diferentes tocando em uma espécie de competição. Obviamente que o Metallica logo se transformou na atração principal do festival.
A platéia presente nesses shows não conseguia descrever o som da banda; Alguns falavam em umMötorhead mais rápido, outros em um Heavy Metal Ramones mas todos eram unânimes em afirmar que jamais ouviram algo parecido ao Metallica e sua rapidez.
As demais bandas nos shows também começaram a se adaptar à velocidade, distorção e peso. Na verdade, surgiu uma competição paralela em quem tocava mais rápido e mais pesado e daí surgiram as primeiras bandas de Thrash Metal. O termo “Thrash” (agressão) era a descrição perfeita daquele novo tipo de som e estava presente em grande parte das primeiras composições daquelas bandas como na música Whiplash do próprio MetallicaMetal Thrashing Mad do Anthrax (eles são de Nova York mas falaremos sobre isso no próximo capítulo) e Metal Command do Exodus. Infelizmente, grande parte da imprensa ainda confunde e chama o gênero de Trash (lixo) Metal quase 25 anos depois do seu surgimento. Incrível como a ignorância prevalece.
Através da repercussão no Metal Monday, a banda ganhou seus primeiros seguidores fiéis na Bay Area, especialmente com a divulgação maciça do No Life Til Leather, e chamou a atenção das gravadoras interessadas em investir no futuro promissor do Metallica. A primeira, High Velocity Records, ofereceu um contrato para soltar primeiro um EP e depois, dependendo da aceitação, eles bancavam a gravação de um álbum completo. Lars, o então “empresário”, disse não e esperou por uma oferta melhor.
Depois foi a vez da Shrapnel Records, conhecida gravadora de Mike Varney e também responsável pela carreira do guitarrista Yngwie Malmsteen nos EUA há 20 anos. Apesar de uma oferta melhor, Lars também recusou a proposta e a banda preferiu esperar um pouco mais.
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O segundo semestre de 1982 marcou também as primeiras grandes brigas internas na banda, especialmente o duelo de egos entre James Hetfield e Dave Mustaine. Para resumir a história: Mustaine passava por um sério problema com álcool e drogas, particularmente durante os shows, o que atrapalhava a performance de todos. Para piorar, não eram raras as vezes em que os dois quebravam o pau em cima do palco mesmo, pois Mustaine não se contentava em ficar ao lado do guitarrista/vocalista; Ele queria os holofotes e abusava da paciência dos outros encaixando solos inexistentes e criando verdadeiros malabarismos para desviar a atenção do público (você consegue alguns exemplos disso em trechos do clássico vídeo Cliff´Em All). Lógico que todos na banda bebiam, mas sabiam controlar os seus limites, o que não acontecia com Dave.
Uma briga, em especial, ficou muito famosa: James, Lars e Ron estavam em casa. Ron tomava um banho e Dave chegou bêbado com seu cachorro (descrito como uma máquina assassina). O cão resolveu passear e descobriu o carro de Ron na garagem com a porta aberta. Bom, digamos que o animal (me refiro ao cachorro) destruiu todo o estofamento do bólido. Quando James viu a cena, imediatamente ordenou que Mustaine fosse embora com seu bichinho, sendo que o guitarrista não estava em seus melhores humores e virou um soco violento na cara de Hetfield, que também revidou e um quebra-pau generalizado começou até que Lars interveio e separou os dois.
Anos depois, o próprio Mustaine comentou em uma famosa entrevista que existem dois tipos de bêbados: os alegres e os raivosos e ele pertencia ao segundo grupo.
Apesar dos problemas, o Dave sóbrio e limpo era um bom músico e grande parte das composições do Kill´Em All e também os primeiros riffs do Ride The Lightning nasceram com a sua ajuda. São fatos jamais negados por James e Lars e, por enquanto, Dave continuaria.
Apesar da amizade, a dupla principal também não estava satisfeita com Ron McGovney. Ron não era um mau baixista mas sua limitação técnica poderia influenciar os rumos da banda já que os grandes destaques na cena Thrash eram justamente a rapidez e a técnica, características não muito fortes nele.
Em agosto de 1982, sem Ron saber, Brian Slagel chamou James e Lars para contar sobre o grande baixista da banda Trauma que ele viu no Whiskey A-Go-Go alguns dias antes. Slagel disse que a banda, apesar de participar na segunda edição do Metal Massacre, não era tão boa assim pois não trazia nada de original, mas o baixista poderia mexer montanhas se tocasse no lugar certo.
Meio incrédulos com a opinião do amigo, os dois integrantes do Metallica foram a uma apresentação doTrauma no Troubadour (LA) em 21 de Outubro de 1982 . A banda em si, realmente não impressionou, mas o baixista...
Para se ter uma idéia, em um determinando momento, Cliff Burton começou a tocar um solo tão rápido e distorcido (ele usava um pedal de guitarra para aumentar a distorção), apenas dedilhando (nada de palhetas) que James achava impossível aquele som, tinha de haver algum truque ou alguma guitarra escondida atrás do palco.
Mas não havia. Clifford Lee Burton nasceu a 10 de Fevereiro de 1962 em San Francisco, filho de paishippies, e em sua adolescência tocou em diversas bandas locais com vários músicos que depois se destacaram, entre eles o baterista Mike Bordin e o guitarrista Jim Martin, ambos do Faith No More.
Cliff era o tipo desencanado, alegre e profissional. Muito influenciado pelo Lemmy do Motörhead, (tanto que seu primeiro baixo foi um Rickenbaker exatamente igual ao de Lemmy), mas também amava o trabalho do compositor Bach e histórias envolvendo o ocultismo de autores como H.P Lovercraft, grande influência como se percebe nas músicas The Call of Ktulu e The Thing That Should Not Be. Cliff também era mais eclético, gostava de Simon & Garfunkel e foi um dos primeiros ouvintes do R.E.M, quando a banda ainda tocava em bares fuleiros.
James e Lars colocaram na cabeça a necessidade de convencer aquele baixista a entrar no Metallica e foram bater um papo. Cliff foi bem simpático (como sempre), ouviu a proposta e concordou em entrar noMetallica mas desde que a banda se mudasse definitivamente para San Francisco pois ele não trocaria a cidade por nada. James e Lars ficaram de pensar no assunto.
Um mês depois, em 29 de Novembro de 1982, o Metallica tocou novamente no Metal Monday. A banda de abertura era ninguém menos que o Exodus, então com um tal Kirk Hammett nas guitarras. Esta foi a primeira vez que o caminho do Metallica cruzou o de Kirk em cima dos palcos. O show foi gravado e seubootleg atualmente é conhecido como Live Metal Up Your Ass. Na verdade, o objetivo da banda era realmente gravar a apresentação e divulgá-la para as gravadoras mas a qualidade sonora não ficou muito legal e eles desistiram da idéia.
No dia seguinte o Metallica tocaria pela última vez com Ron no baixo. James e Lars tentaram esconder o contato com Cliff mas sempre comentavam sobre o assunto nos backstages (obviamente, longe de Ron) e, se mudavam ou não para San Francisco. Em 30 de Novembro, logo após o show, a então namorada de Ron ouviu os dois comentando sobre o assunto e correu para contar toda a história. O baixista ficou uma pilha de nervos e, após uma breve discussão, saiu da banda por conta própria.
A importância de Ron McGovney na história do Metallica sempre foi subestimada e, justiça seja feita, apesar das limitações técnicas, o cara foi um dos que mais investiu no futuro. Ele era o único que tinha um carro e arcava sozinho com todas as despesas do combustível para levar a banda e todo equipamento pra cima e pra baixo nos shows, além de ser o dono do primeiro local de ensaio da banda. Ron desistiu da vida de músico após sua saída do Metallica, a não ser por uma participação esporádica no Hirax ainda nos anos 80. Mas hoje em dia ainda é muito amigo de James Hetfield e sempre comparece aos shows na Costa Oeste dos EUA.
Desesperados pela perda de um baixista antes mesmo de garantir a chegada do outro, e também pela perda do local de ensaios, o Metallica não teve opção a não ser mudar definitivamente para San Francisco e agradar Cliff Burton. Cá entre nós, a banda já pensava há bastante tempo em sair de Los Angeles e aproveitar melhor a cena da Bay Area, só faltava um pouco de motivação e dinheiro.
O primeiro teste de Cliff foi na casa do roadie e amigo, Mark Whittaker, e consistia em tirar uma única música, Seek and Destroy, o mais rápido que pudesse. O baixista não se preocupou e após uma performance matadora, todos sabiam que ele era o cara certo. Sem vacilar, Burton deu tchau ao Trauma(a banda terminou pouco tempo depois) e se uniu oficialmente ao Metallica em 28 de Dezembro de 1982.
Referências Bibliográficas:
BNR – Metal Pages. http://www.bnrmetal.com
Encyclopedia Metallica. http://www.encycmet.com
Metallica Official. http://www.metallica.com
PUTTERFORD, MARK. Metallica In Their Own Words. UK: Omnibus Press, 2000
RUSSELL, XAVIER. The Definitive Metallica. UK: Omnibus Press, 1992
McIVER, JOEL. Justice for All: The Truth About Metallica. USA: Omnibus Press, 2004

A História do Burzum: Parte XII - Belus

Quando usei o nome "The White God" para o meu próximo álbum, não tinha ideia de que isso provocaria tanto medo e tantas emoções irracionais. Para mim, esse é apenas um apelido para Baldur, que é o tema do álbum. Nenhuma ambigüidade foi intencional. A verdade é que anunciei o lançamento de "The White God" com antecedência para diminuir a pressão no host de www.burzum.org., que estava cansado de dizer às pessoas que o contatavam que ele não sabia quando o próximo álbum seria lançado, qual seria o nome ou qualquer outra coisa a respeito. O artigo solucionou esse problema.


Com um título que incluía a palavra “white” [N.: “branco”], aparentemente não foi possível escapar do radar da mídia racista “ocidental”. Para eliminar a desculpa usada por eles para espalhar sua campanha de ódio anti-Varg/anti-Burzum quando (ou até antes) o álbum for lançado, decidi mudar o título. Esses tolos, sempre do contra, não têm interesse na música mesmo e, devido a isso, não quero a atenção deles – e não vou tê-la se usar um título que não dê a eles um motivo para me atacar.
O novo título do álbum é, como você já deve ter adivinhado pelo título deste artigo, é "Belus", o nome indo-europeu para Baldur/ o Deus Branco. Eu poderia ter usado qualquer nome europeu para esta deidade, mas escolhi este porque é o mais antigo nome conhecido e porque é pan-europeu.
"Belus" será lançado pela Byelobog Productions entre março e abril do ano que vem e terá onze faixas novas: nove faixas de metal, além de uma intro e uma outro estiloambiente, o que dá aproximadamente 50 minutos de música (a longa outro não está incluída). As letras são todas em norueguês, mas traduções em francês e russo estarão disponíveis no site burzum.org o mais rápido possível – possivelmente até antes do lançamento do álbum.
No momento, isso é tudo.
Respeitosamente,
Varg Vikernes
(Novembro de 2009)
“Cada gato no seu bando” 

10 Anos Ao Vivo - Dr. Sin

“10 Anos Ao Vivo” é um álbum duplo ao vivo da banda brasileira DR. SIN, gravado de forma impecável entre 23 e 24 de maio de 2002 no SESC Ipiranga, em São Paulo (apresentação, esta, que rendeu também o primeiro DVD da banda, com o mesmo título), e lançado em 2003.



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Como indicado pelo próprio nome, o álbum é uma comemoração aos 10 anos de vida da banda, já consagrada como um dos ícones do hard rock brasileiro. E esta comemoração não poderia ter sido feita de forma melhor, uma vez que, dentre todas as ótimas músicas já compostas pela banda, foram escolhidas as melhores dentre as melhores para serem apresentadas, de forma inspiradíssima pelos talentosos músicos Andria Busic (vocal/baixo), Edu Ardanuy (guitarra), Ivan Busic (bateria) e Marcelo Souss (teclado) (sendo este, não um músico oficial da banda, mas que há muito os acompanha ao vivo), além de convidados, como Marcus Cezar (percussão), Marco Sergio (charango) e o ilustre Andre Matos (vocal) para fechar o álbum.
A música que abre o show é “Time After Time”, que já mostra que a banda não está para brincadeira. O único problema foi o fato de, apesar dessa música mostrar uma bela abertura para a apresentação, ao mesmo tempo, seu fim tem cara de “final de show”. Mas em seguida vem “Sometimes” para mostrar que é apenas o começo. E já que ela traz um clima tenso, com sua letra, digamos, “triste”, em seguida vem “Fly Away” pra subir os ânimos. E como se esta não fosse o bastante, em seguida vem “Danger”, com toda a sua empolgação e força. E nesta inclusive vem o primeiro momento em que a banda conversa com o público (onde é possível, com muita atenção, observar muitas bobagens ditas pela plateia (risos)), para anunciar o próximo som: “Stone Cold Dead”, que começa com seu matador riff de baixo que leva a plateia à loucura.
Na sequencia temos “Isolated”, com toda a sua energia, e a seguir a “acessível”, digamos assim, “The Fire Burns Cold”. Após esta última, são chamados para participar da próxima música Marcus Cezar e Marco Sergio, e então é anunciada a belíssima “Years Gone”, que já emenda com a sonhadora e inspiradora “Revolution”, com direito a coro da plateia e tudo mais, sendo esta a última do primeiro CD.
A segunda parte do show já começa com potencia total, com um virtuosíssimo solo do Ardanuy (com certa sonoridade semelhante à “Lazy” do Deep Purple), além da bateria simples, mas muito bem trabalhada do Ivan, no que dá origem à animada “No Rules”. “Eternety” vem em seguida, exibindo um timbre extremamente interessante na guitarra. Logo a seguir temos uma lição de moral com “Living And Learning”, que traz um clima de bem estar tamanho. Outra com sonoridade mais “pop” vêm então: “Zero”. Ao seu fim é anunciada “Down In The Trenches”, onde foram tocadas as duas partes e os músicos aproveitaram para estender um pouco mais com solos que apenas provam porque eles estão na lista dos melhores instrumentistas do Brasil.
Na sequencia temos “Karma”, que relembra a época em que a banda usava-a para a abertura dos shows, e logo após a sequencia que foi o ápice do show: a já clássica “Emotional Catastrophe”, a divertida, pesada e não menos clássica, “Futebol, Mulher & Rock ‘n’ Roll”, com direito a toda a plateia fazendo coro nas chamadas do Andria, e a participação, no mínimo perfeita, de Andre Matos na música que encerra o álbum, “Fire”. Os agudos de Andre casaram-se perfeitamente com a música, que termina o show deixando um tremendo gosto de “quero mais”, mas ao mesmo tempo uma sensação de satisfação extrema.
Uma aula de hard rock pesado, preciso, energético e habilidoso, em uma pegada que apenas o DR. SIN sabe fazer. Os 10 anos foram comemorados de forma esplêndida, talvez até perfeita, uma vez que não é possível notar um erro sequer em momento algum. Isso nos faz ficar ansiosos por uma possível comemoração dos 20 anos, que agora já estão até próximos.
Álbum altamente recomendado, digno de nos fazer sentir orgulho do nosso Brasil e dessa maravilhosa banda provida dele.

Faixas:
(CD 1)
01 – Time After Time
02 – Sometimes
03 – Fly Away
04 – Danger
05 – Stone Cold Dead
06 – Isolated
07 – The Fire Burns Cold
08 – Years Gone
09 – Revolution
(CD 2)
01 – No Rules
02 – Eternety
03 – Living And Learning
04 – Zero
05 – Down In The Trenches
06 – Karma
07 – Emotional Catastrophe
08 – Futebol, Mulher & Rock ‘n’ Roll
09 – Fire

Gravadora(s):
Paradoxx Music; Unimar Music; Century Media.

Foto da chamada: Rafael Karelisky

Sweet Surrender - Storm

Por pura coincidência acabei achando a banda THE STORM que, de origem norte americana, conta com vocais femininos, além de uma tecladista. Originalmente, procurava a história de um conjunto homônimo, quando me deparei com “Sweet Surrender”, álbum de AOR que esteve engavetado desde os anos 80. Para falar a verdade, não me recordo de nenhum disco do gênero que foi submetido à mesma proeza (quem se lembra, favor comentar). Mas, finalmente lançado em 2010, a qualidade de “Sweet Surrender” é realmente surpreendente, levando-me a questionar o motivo desse longo adiamento.



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O THE STORM em questão prova, nesse único lançamento, o grande talento que teve. As músicas são muito bem executadas e trazem um ar muito carismático, muito bem conduzido pela afinada e ousa Kristina Nichols que, nos vocais principais, estabelece uma grande parceira com sua companheira Karen Childs. A sonoridade não é nada nova e, justamente pela gravação antiga, acaba trazendo toda a esfera da época em que fora concebido, sendo até por isso um belo registro. A produção é muito polida e gera dúvidas acerca de sua originalidade ou se houve alguma remasterização mais recente.
Especificamente sobre as faixas, todas merecem destaque, já que se trata de um trabalho muito conciso. “Leave Well Enough Alone” já abre com uma base típica de AOR, com teclados presentes, bela interpretação de Kristina e ótima atuação do baixo, acentuado também na base de “Do You Wanna Know”, canção mais hard rock. “I’ll Be Lovin’ You” é mais lenta e atmosférica, mas conta com um refrão bem emotivo e emblemático, além de um instrumental mais simples, muito bem definido.“Keep This Love Alive” é menos datada, lembrando o HYDROGYN, com um belo toque semi acústico.
A faixa título começa imprimindo um peso maior, mas mantém a mesma linha dos refrãos e falha só no solo que poderia ser muito mais envolvente. O refrão é de fato mudado em “Walk The Line”, que acaba sendo menos temporal ao antecipar de certo modo o que atualmente a Europa anda retomando nesse renascimento do hard/AOR. Outra faixa interessante é a diferente “Broken”, que traz traços da póstuma cena pop, mesclada com um pouco de classic rock, em um tom de súplica. “Someone To Love” é uma composição mais madura, com mudanças nos andamentos que mostram mais uma vez o bom entrosamento do grupo. Já “Hold On” e “The Last Time”, embora boas, não têm grandes peculiaridades, apenas o solo mais extenso da segunda.
Ao término do álbum, tem-se uma boa coletânea de AOR, elaborada com maestria. Talvez até repetitiva demais, talvez não fora lançada pela decadência comercial (quiçá imposta) pela qual passou o hard rock no início dos anos 90. Isso de fato acabou por exterminar grandes bandas que não detinham tanta admiração pelas gravadoras e o THE STORM pode ter sido uma delas. Uma pena, pois com esse excelente “Sweet Surrender” a banda poderia ter uma trajetória de muito sucesso.
A nota um pouco penalizada é fruto das guitarras um pouco abaixo do nível dos demais instrumentos, da estranheza de se ouvir um disco gravado há 20 anos atrás e pelo fato das melhores faixas estarem presentes na demo, anteriormente produzida. No geral, o resultado é muito bom, como tentei mostrar. Infelizmente, resta aproveitar esse disco definitivo da banda que seria uma das principais daquelas lideradas por mulheres, mas que, misteriosamente nunca existiu, por assim dizer. Por fim, parabéns para a Retrospect Records que nos brinda com esse achado!
Integrantes:
Kristina Nichols – vocais principais
Karen Childs – teclados
Joe Palmeri – guitarras
Tad Dery – baixo
David Logeman – bateria e percussão

Faixas:
1. Leave Well Enough Alone 
2. I'll Be Lovin You 
3. Hold On 
4. Keep This Love Alive 
5. Sweet Surrender 
6. Do You Wanna Know 
7. Walk the Line 
8. Broken 
9. The Last Time 
10. Someone to Love

Gravadora: Retrospect Records

Angelmaker - Overdrive

Após longo hiato, de 1984 a 2008, o OVERDRIVE lança em 2011 seu segundo disco após essa retomada. Os veteranos mostram a razão de sua volta com esse “Angelmaker” (capa um pouco impactante, não?), que certamente consegue trazer de volta o bom heavy metal clássico, mais popular no ano da data da parada da banda. A virtude dos suecos é justamente conseguir fazer um heavy metal tradicional que consegue tender ora ao thrash, ora ao power com uma leveza e uma singularidade muito interessantes. Ao mesmo tempo, percebe-se que o grupo não ficou preso ao passado, conseguindo incorporar uma boa produção e toques mais modernos sem se desviar de seu propósito.



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A abertura do disco já apresenta os vocais bem marcantes que, muito intensos em todas as faixas, acabam até enjoando por esse exagero. No entanto, “Signs All Over” é uma boa apresentação, que traz ainda a boa intensidade da bateria e o refrão bem pausado. O andamento lento é introduzido por uma bela ponte de guitarra e vocais muito bem entregues à faixa. Prosseguindo com as partes elogiáveis de guitarra, tem-se a abertura de “In Gut We Trust”, que tem uma levada mais amena, flertando com um agressivo hard rock. A faixa título, “Angelmaker”, tem certa semelhança com o antigo ANTHRAX, sendo outra faixa muito bem encaixada no álbum.
“I Know There’s Something Wrong” começa com alguns efeitos que sinalizam uma saída do estilo, desmentida com a entrada das guitarras. Muito repetitiva, tem na condução dos vocais sua principal atração. Em “Under The Influence”, tem-se um instrumental mais corrido e galopante, com um refrão bem datado e que mostra a versatilidade da banda ao compará-lo com o de outras músicas. “On With The Action” é outro heavy metal com refrão bem forte. “See The Light” começa como SCORPIONS, mas continua com o peso do OVERDRIVE, destacando muito bem os backings, não tão presentes no trabalho.
“To Grow”, por sua vez, mesmo se mantendo totalmente dentro do heavy, acaba trazendo um refrão mais power, que consegue fundir bem o trabalho de guitarras com o de bateria, proporcionando finalmente um andamento diferente das demais faixas do álbum. “Mother Earth” traz um vocal mais variado, bem como um instrumental que, não intenso, expressa melhor a inventividade da banda e indica o caminho a ser trilhado. “Thriller” e a seguinte “Cold Blood Chase” conseguem focar toda a música, conseguindo na medida certa ressaltar bem os backings, os vocais principais e o instrumental. A longa “The Wavebreaker” fecha o trabalho levando ao extremo o conceito de evolução, com diversos andamentos, parafraseando um pouco o que álbum oferece como um todo.
Como se percebe na maioria das faixas, a voz é bem marcante e sempre intensa, o que acaba por prejudicar algumas canções, que ficam muito presas nessas linhas, excetuando-se as introduções. Em relação aos instrumentos, o ritmo é praticamente o mesmo nas faixas iniciais, com composições sempre muito aceleradas que não desenvolvem muito a criatividade que os guitarristas mostram nas canções finais e nos solos. Solos estes que, embora muito bem guiados, estão muito fixos entre a metade e o fim da música, como convencional. Tal sequência poderia ser quebrada, pois capacidade para variar não falta aos instrumentistas. Aliás, o baixo também soa muito presente em várias músicas, sendo outro bom destaque.
Dessa forma, mesmo experientes e com os diversos elogios tecidos, os suecos ainda têm alguns detalhes a serem melhorados em suas composições, ainda que a segunda metade do disco já mostre uma evolução. No geral, pode-se afirmar que conseguem produzir um ótimo disco, o qual sai de um heavy tradicional e evolui durante a audição para o som que mais espero do OVERDRIVE, mais trabalhado, inesperado e que o diferencia das demais bandas do gênero. E com essa viagem causada por “Angelmaker”, o álbum com certeza abre muito bem 2011 para o heavy metal!
Integrantes:
Per Karlsson – Vocais
Janne Stark – Guitarra
Kjell Jacobsson – Guitarra
Kenth Ericsson – Baixo
Kenta Svensson – Bateria

Faixas:
1. Signs All Over
2. In Gut We Trust
3. Angelmaker 
4. I Know There's Something Going On
5. Under The Influence
6. On With The Action
7. See The Light
8. To Grow
9. Mother Earth
10. It’s A Thriller
11. Cold Blood
12. The Wavebreaker

Gravadora: Lion Music

The Who at Kilburn 1977 - The Who

Você leitor, fã de The Who, com certeza já deve ter assistido pelo menos uma vez ao fantástico filme da banda, “The Kids Are Alright”, documentário com várias cenas ao vivo acompanhando sua carreira, por uma coincidência infeliz lançado mais ou menos na época da morte do baterista Keith Moon. Um dos grandes destaques daquele registro era a inclusão das clássicas “Baba O’Riley” e “Won’t Get Fooled Again” gravadas em um show aparentemente espetacular. Durante muito tempo estas imagens ficaram engavetadas, pois conforme o próprio encarte nos conta, a banda (Pete Townshend, em especial) não ficou muito feliz com a performance como um todo. Mas, enfim, o tal show foi colocado no mercado, dando título a este mais recente lançamento dos lendários arruaceiros britânicos.



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Temos em mãos um DVD duplo no mínimo histórico, capturando duas fases distintas do quarteto: o primeiro disco traz a apresentação de 1977, como o próprio título já diz; o segundo, uma preciosidade de 1969, gravada no Coliseum de Londres, casa tradicional de ópera da capital inglesa. Só por essa descrição já se tem uma idéia do que pode ser conferido e do valor deste lançamento, dada a raridade das gravações, até então pirateadas com qualidades bem aquém do merecido.
show de Kilburn traz uma performance de uma banda já madura, segura de si mesma no palco, tocando bem como nunca. Temos um verdadeiro desfile de clássicos: além dos dois hinos já citados acima, podemos conferir “Can’t Explain”, “Behind Blue Eyes”, “Shakin’ All Over”, a hoje esquecida “Dreaming From The Waist”, a sempre divertida “My Wife”, de John Entwistle, as obrigatórias “Pinball Wizard” e “My Generation”, além de versões diferentes, mas muito boas, de “Join Together” e “Who Are You”. Pena que acabe tão rápido (tem pouco mais de uma hora de duração).
No segundo disco, a verdadeira preciosidade. Um raríssimo concerto de 1969, que funciona muito bem como um complemento ao excepcional “Live At Leeds”, para muitos o melhor disco ao vivo da história. Já começa com “Heaven and Hell” e a banda numa performance alucinada, especialmente o saudoso lunático, Keith Moon. Tem ainda a ótima “Young Man Blues”, a singela “Tattoo” (pérola extraída do grande “The Who Sell Out”), os clássicos de sempre (“My Generation”, “Can’t Explain”) e uma das primeiras performances na íntegra de “Tommy” registradas em filme, que aparece separado como extra.
A banda havia chegado ao topo do estrelato e parecia estar curtindo ao máximo cada momento, como pode ser observado no beijo dado por Moon em Entwistle no começo da maravilhosa “A Quick One While He’s Away”. A qualidade da filmagem não está grandes coisas, pois conforme explicado por legendas logo no começo da exibição, apenas a câmera central (distante, por sinal) registrou todo o show, e as demais tinham que ter seus rolos de filmes trocados o tempo todo. Sem falar no desgaste gerado pelo tempo. Mas tudo acaba servindo para dar um charme ainda maior e acrescentar o valor de relíquia.

Classifiquemos assim então: nota 9,5 e item obrigatório na coleção de qualquer fã. E que venham mais boas surpresas...

Apart of the World - Abske Fides

Segundo eles mesmos, com o intuito de mesclar uma sonoridade soturna, densa e doentia a um lirismo introspectivo, misantropo e absolutamente desiludida dos valores humanos, o Abske Fides surgiu. Complexo? Sim... bastante complexo, mas não tanto quando o som dos rapazes que é um Doom Metal pesadíssimo e objetivo.



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Contando com Nihil (guitarra), F. Cury (guitarra) e K. (baixo, bateria e vocal), esse trio apresenta em sua segunda demo, intitulada “...Apart of the World”, três composições, sendo uma delas a introdução “Post Morttum”. Com vocal gutural no nível máximo e pra lá de sombrio, a banda faz um Doom extremamente assustador. “Hopeless Drowned in Silence” de pouco mais de seis minutos apresenta o estilo mórbido do grupo. A impressão é de estar ouvindo alguma trilha sonora de filme de terror, no momento mais crítico. As guitarras são melancólicas, o vocal de K. não tem exagero, é dosado na medida certa. Em “Creep of the Last Human”, é impossível não notar algumas semelhanças com o hino “Black Sabbath”, do Black Sabbath. O instrumental lembra muito o hit da banda de Tony Iommi. São 12 minutos de arrepiar, mesclando levadas mais cadenciadas com partes mais rápidas.
Grande trabalho desse trio de São Paulo. Para os fãs do estilo, vale muito a pena conferir e apoiar essa demo. Os rapazes sabem muito bem o que fazem!
Contatos: Rua Amintas de Barros, 540 ap. 142.
CEP: 80060-200 – Centro – Curitiba / PR

E-mail: abske_fides@hotmail.com

How Black Was Our Sabbath: An Unauthorized View from the Crew

Biografias não escritas pelos próprios artistas, e pior ainda, “não autorizadas” por eles, têm boas chances de se tornarem colchas de retalhos desesperadamente buscando polêmicas e histórias que possam justificar sua leitura. A não ser que o autor tenha protagonizado várias das histórias constantes do livro. Neste caso específico é exatamente isso que ocorre, só que são dois os autores: David Tangye, assistente pessoal de Ozzy Osbourne em seus tempos de Black Sabbath, bem como na parte inicial de sua carreira solo; e Graham Wright, assistente pessoal do baterista Bill Ward no Sabbath dos anos 70.


Nota: 9 
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Em adição, algumas biografias são extremamente chatas de serem lidas, ou por conterem detalhes em demasia, ou pelo fato do narrador não possuir o dom de escrita aprimorada, acabando por tornar a leitura cansativa. No caso deste “How Black Was Our Sabbath”, esse balanço está muito bem feito, sendo portanto a leitura muito fácil. Várias histórias até então inéditas aos fãs são narradas de forma muito espirituosa, nunca com o objetivo de invadir a privacidade de Ozzy, Iommi, Butler e Ward, mas sim para mostrar quão diversa e divertidaera essa época da banda. Tangye e Wright nitidamente se divertiram um bocado nos anos 70, e fica claro que esse livro é um tributo a esse período.
Tal período vai especificamente dos anos pré-Sabbath (final dos anos 60), quando ainda eram conhecidos como Polka Tulk e posteriormente Earth, indo até a virada dos anos 70 para os 80, com a saída de Ozzy, a entrada de Dio, e a saída de Ward. Nessa época, tanto Wright quanto Tangye pararam de trabalhar com a banda e se voltaram a outros objetivos profissionais. Claramente, para eles, a química da formação original nunca poderia ser, e não foi, igualada ou mesmo suplantada.
Histórias envolvendo grupos anti-satanistas se manifestando contra a banda, que invariavelmente tirava um sarro de tais extremistas, não faltam. Há também histórias de grupos satanistas pleiteando a participação da banda em rituais (o que foi, obviamente, recusado). Por exemplo, os integrantes do Sabbath passando por um grupo numa procissão com velas acesas e soprando-as, para em seguida cantar “Parabéns pra você”, são hilárias. Outras histórias presentes envolvem questões completamente distintas, como por exemplo as que mencionam o fato de Bill Ward ter medo de avião e ter chegado a dirigir 800km nos desertos australianos somente para evitar uma viagem aérea. Ou as que narram episódios que terminaram com carros indo parar dentro de piscinas, entre outras. “Spinal Tap”?
Alguns mistérios (e antigos boatos) são finalmente desvendados. Para dar apenas um exemplo, e não estragar as surpresas de quem for ler o livro, posso citar as várias menções a Spock Wall. Durante muito tempo correram boatos  fortes (que acabaram se transformando em “verdade”) de que esse seria um pseudônimo do tecladista Rick Wakeman (Yes), que por questões contratuais não poderia aparecer com seu nome verdadeiro nos créditos dos discos do Sabbath dos quais participou (“Volume 4” e “Sabbath Bloody Sabbath”). Segundo a lenda, Ozzy teria criado o apelido em virtude das orelhas de abano de Rick (daí a comparação com Mr. Spock, da série “Jornada nas Estrelas”), que ficariam de fora de sua longa e lisa cabeleira loura (daí o “wall”, parede). Tudo balela. Spock Wall existe, e foi membro da equipe técnica do Sabbath por vários anos, sendo que várias fotos suas estão presentes neste livro, bem como várias histórias o envolvendo.
E por falar em fotos, há várias interessantes no livro, da coleção particular dos autores, mostrando várias épocas do grupo. Desde o início, tocando em clubes pequenos, passando por grandes shows como o Califórnia Jam de 1974, e até mesmo em anos mais recentes, quando Wright e Tangye reencontraram o reformado Sabbath no backstage de alguns shows.
Resumindo, um livro altamente recomendável, indicado tanto aos fãs do Black Sabbath quanto aos fãs de rock em geral. Uma leitura descompromissada e prazerosa, e um exemplo de como se escrever uma biografia de uma banda. O livro não é oficial e nem tampouco autorizado pelos integrantes originais da banda (conforme mencionado acima), mas extra-oficialmente tanto Ozzy quanto Ward já afirmaram ter adorado o livro, e deram seu aval de que as histórias são todas verídicas.
Um único porém: o livro não foi lançado no Brasil, e portanto só pode ser encontrado em inglês...
Website:

Eluveitie (Estúdio EMME, São Paulo, 29/01/2011)

Pela primeira vez no Brasil, os suiços da banda Eluveitie desembarcaram para quatro apresentações em solo Brasileiro, sendo uma delas em São Paulo, no estúdio Emme. Trazendo toda sua musicalidade Folk para terras tupiniquins, os suíços mostraram que Folk Metal pode ser pouco difundido comparado ao Heavy Metal, mas é um som de muita qualidade.



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show previsto para começar às 21:00 horas teve um pequeno atraso, começando 20 minutos mais tarde, mas nada que deixasse o público presente impaciente, pois a montagem dos instrumentos  foi feita com a cortina aberta e, enquanto isso, a banda ficou interagindo com o público. Misturando elementos Celtas em sua música, abriram o show com "Nil". Logo após, tocaram "Bloodstained" e "Gray Sublime Archon" e como sempre, o público brasileiro mostrou que é singular, fazendo danças celtas e bate-cabeças e até mesmo acompanhando e cantando as músicas no que parecia ser o resultado: algo muito próximo da língua Gaulesa que é a interpretada pela banda. Em
"Thousand Fold" o entrosamento e animação da banda estavam tão perfeitos, que até pulavam junto com opúblico.

Em "Inis Mona" o destaque foi pra Gaita de Foles que, nesta canção, o público até cantava em uníssono o refrão da música; já em "Slanias Song" as integrantes Meri e Anna tomaram a frente do palco e deram uma aula ao público: ensinaram a cantar o refrão da música palavra por palavra o que deixou o público em fervoroso para a próxima canção, "Omnos", que também foi assumida pelas vocalistas. Após o término desta música, com o público praticamente subindo ao palco, os seguranças do local entraram em ação e passaram a ficar na lateral, o que prejudicou um pouco a visão do show para o público que estava naqueles lados. Depois prosseguiram com "Song of Life", "Kingdom Come Undone", "(Do)minion" e "AnDro" que é uma música instrumental. Terminada a canção a banda saiu do palco e deixou todo o público agitado, pedindo uma música a mais.
Minutos após o grupo voltou para o famoso bis, tocando "Primordial Breath" e anunciando o final que todos queriam, seu single "Tagernako", que era uma das mais esperadas da noite. Mesmo o tamanho sendo pequeno para os 8 integrantes da banda, eles souberam percorrer e aproveitar todo o palco, mostrando desenvoltura e apreço pelos fãs. Sem dúvidas, foi um momento memorável para o todo publico que estava ali, um espetáculo que deixaria boquiabertos até mesmo os que não são fãs de músicas celtas.
Set List:
1. Nil
2. Bloodstained
3. Gray Sublime Archon
4. Your Gaulish War
5. Thousandfold
6. Inis Mona
7. Slanias Song
8. Omnos
9. Isara
10. Quoth the raven
11. Song of life
12. Kingdom Come Undone
13. (Do)minion
14. AnDro

Bis:
15. Primordial Breath
16. Tegernako