Após longo hiato, de 1984 a 2008, o OVERDRIVE lança em 2011 seu segundo disco após essa retomada. Os veteranos mostram a razão de sua volta com esse “Angelmaker” (capa um pouco impactante, não?), que certamente consegue trazer de volta o bom heavy metal clássico, mais popular no ano da data da parada da banda. A virtude dos suecos é justamente conseguir fazer um heavy metal tradicional que consegue tender ora ao thrash, ora ao power com uma leveza e uma singularidade muito interessantes. Ao mesmo tempo, percebe-se que o grupo não ficou preso ao passado, conseguindo incorporar uma boa produção e toques mais modernos sem se desviar de seu propósito.
A abertura do disco já apresenta os vocais bem marcantes que, muito intensos em todas as faixas, acabam até enjoando por esse exagero. No entanto, “Signs All Over” é uma boa apresentação, que traz ainda a boa intensidade da bateria e o refrão bem pausado. O andamento lento é introduzido por uma bela ponte de guitarra e vocais muito bem entregues à faixa. Prosseguindo com as partes elogiáveis de guitarra, tem-se a abertura de “In Gut We Trust”, que tem uma levada mais amena, flertando com um agressivo hard rock. A faixa título, “Angelmaker”, tem certa semelhança com o antigo ANTHRAX, sendo outra faixa muito bem encaixada no álbum.
“To Grow”, por sua vez, mesmo se mantendo totalmente dentro do heavy, acaba trazendo um refrão mais power, que consegue fundir bem o trabalho de guitarras com o de bateria, proporcionando finalmente um andamento diferente das demais faixas do álbum. “Mother Earth” traz um vocal mais variado, bem como um instrumental que, não intenso, expressa melhor a inventividade da banda e indica o caminho a ser trilhado. “Thriller” e a seguinte “Cold Blood Chase” conseguem focar toda a música, conseguindo na medida certa ressaltar bem os backings, os vocais principais e o instrumental. A longa “The Wavebreaker” fecha o trabalho levando ao extremo o conceito de evolução, com diversos andamentos, parafraseando um pouco o que álbum oferece como um todo.
Como se percebe na maioria das faixas, a voz é bem marcante e sempre intensa, o que acaba por prejudicar algumas canções, que ficam muito presas nessas linhas, excetuando-se as introduções. Em relação aos instrumentos, o ritmo é praticamente o mesmo nas faixas iniciais, com composições sempre muito aceleradas que não desenvolvem muito a criatividade que os guitarristas mostram nas canções finais e nos solos. Solos estes que, embora muito bem guiados, estão muito fixos entre a metade e o fim da música, como convencional. Tal sequência poderia ser quebrada, pois capacidade para variar não falta aos instrumentistas. Aliás, o baixo também soa muito presente em várias músicas, sendo outro bom destaque.
Integrantes:
Per Karlsson – Vocais
Janne Stark – Guitarra
Kjell Jacobsson – Guitarra
Kenth Ericsson – Baixo
Kenta Svensson – Bateria
Faixas:
1. Signs All Over
2. In Gut We Trust
3. Angelmaker
4. I Know There's Something Going On
5. Under The Influence
6. On With The Action
7. See The Light
8. To Grow
9. Mother Earth
10. It’s A Thriller
11. Cold Blood
12. The Wavebreaker
Gravadora: Lion Music
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