2 de outubro de 2011

Tuatha de Danann: entrevista com Rodrigo Berne


Segue abaixo transcrição de entrevista realizada em agosto por Caio Bueno com o guitarrista Rodrigo Berne (Tuatha de Danann, The Last Pendragon):
Vocês tem mais 2 DVDS para serem lançados, há alguma previsão de quando será o lançamento?
Não desesperadamente, mas estamos procurando. E acontece o seguinte, um DVD desses que não foi lançado é o do Stay Heavy (Programa de TV, que a gente gravou dentro do programa, fizemos várias músicas e não chegou a ser lançado cara, porq ue o seguinte, porque a gente não gostou da qualidade da produção dele. Então não está agradando a gente essa ideia de lançar isso. Então isto é outro motivo.
O outro DVD cara é o do Martyn Walkyer (Skyclad,ex Sabbat) no Roça N' Roll com o Tuatha de Danann. Cara esse DVD, olha, ficou muito bem gravado, o show foi legal, tudo ficou bom, a imagem. Ai tem um problema nisso aí, são os direitos autorais, que é uma coisa complicada, que a gente nem viu ainda, e também tem esse problema do Tuatha que agora está parado, então não tem previsão pra lançar, mas esse é um DVD que realmente a gente daqui pra frente vai pensar como produzir ele. Mas também tem outro problema, que é que estes DVD'S antigos são com o antigo vocalista, então a gente não quer lançar nada com o antigo vocalista, a não ser que ele volte para a banda né (risos), que eu acho que é uma coisa viável de acontecer, porque a gente fez um show no Roça N' Roll foi tudo bem, e a gente não pode deixar a banda ficar parada por causa de problemas do passado né, então a gente espera que ele volte pra banda, que as coisas funcionem, e que esses DVD'S sejam lançados. Se ele não voltar, a expectativa é de outra pessoa, e, que vai fazer outro DVD daqui pra frente. Mas o Tuatha está na geladeira, o Tuatha não tem nada planejado tá. (Eu: Tem alguém em mente como um vocalista novo?), cara nínguem, nínguem mesmo... assim..
Após a saída do Bruno Maia do Tuatha, muita gente estava achando que seria o fim da anda. O que você tem a dizer sobre isto, e há planos para o futuro e a saída do Bruno foi uma surpresa?
Olha é, a banda, ela parou de tocar é... mas não é o fim. A gente fez teste com outro vocalista, que eu não quero falar o nome aqui. Deu muito certo, tava tudo muito bem. O vocalista veio aqui pra Varginha, a gente ensaiou com ele, ele é um cara muito conhecido. O que acontece é que o nosso tecladista, ele começou a causar muito problema, ele não entendeu esse negócio de ter outra pessoa na banda, ele queria que a banda parasse pro Bruno voltar depois, começou ter muita discussão interna, e isto complicou a banda mais ainda, e realmente a gente resolveu parar, sem data pra voltar. Então, essa coisa do fim da banda, é uma coisa que eu juro pra você, que eu nunca vou deixar acabar enquanto eu estiver na banda. Agora eu estou preocupado com outras coisas, mas o fim ainda não chegou.
Olha é, planos pro futuro, como eu já falei nas perguntas anteriores, é aquilo. Sobre a saída do Bruno, não foi uma surpresa, não foi uma supresa pra nenhum da banda, e não foi uma surpresa pra ninguém na verdade, acho que só pra aquelas pessoas que estão muito desiformadas sobre o Tuatha, porque quando ele começou a fazer o projeto dele é, todo mundo apoiou, todo mundo quis que ele tivesse muito sucesso com o projeto dele. O que a gente ficou surpreso, isso sim foi uma surpresa, foi o desleixo que ele ficou com a banda, não ensaiava mais, não tocava, enrolava pra lançar os CD'S e aí, realmente começou a ter muita discussão dentro da banda, ele não soube superar essa fase da discussão e saiu da banda. Então não foi uma surpresa, ele já era pra ter saído lá pra 2007 tá, a gente já tinha pensado em tirar ele da banda, e naquela época seria melhor, a gente estava mais novo, a banda estava no auge e tal, a gente iria lamentar muito tirar ele da banda mas ele mesmo saiu em 2010 né, esperou todo esse tempo, cara assim, na verdade empacou a vida da gente esse tempo todo, a chegar ao ponto da banda esfriar tanto que está conseguindo fazer mais nada.
Após ter vencido o Metal Battle, o Tuatha teve a oportunidade de assinar com a Wacken Records, mas não foi isto que aconteceu, porque não assinaram?
Olha é, realmente a gente conseguiu contrato. O cara do Wacken, eu lembro que ele mandou o contrato pra gente, e o contrato era assim: A gente tinha que ter um disco novo, a gente tinha acabado de lançar o Trova (Trova Di Danú) sabe. A banda ficou dividida, até o empresário ficou dividido, todo mundo ficou dividido assim... Cada um queria fazer uma coisa, tinha gente na banda que não queria lançar outro álbum achando que o tava muito cedo e que o Trova tinha que divulgar mais, eu juro pra você que eu fiquei na “pilha” pra lançar um outro álbum. A banda ficou dividida... eu lembro que alguns da banda falaram que não era a hora certa e tal de gravar... Eu achei que era a hora certa, até o nosso empresário também achou que não era a hora certa. Mas tudo bem. Cada um tinha um ponto de vista, mas o que eu pensei era 'a Wacken Records entendeu' 'Eu: Era uma oportunidade única...' é, uma oportunidade única que não iria acontecer duas vezes, não tinha o porque esperar. Era uma coisa, uma consequencia cara, se as coisas estavam dando certo, é porque a gente estava trabalhando bem, então esse contrato veio porque tava legal, o som tava bom, o pessoal estava gostando, então tinha que ter gravado. Aí não gravou e aconteceu o seguinte, não gravou outro disco nosso, e na verdade na época o vocalista, resolveu gravar um projeto solo... então ficou assim, um trem nada a ver, percebeu que as coisas já não estavam dando certo, e aí perdemos um grande contrato cara, que isso eu arrependo até hoje assim.
Cara olha, o lance do Wacken foi muito interessante, por que foi assim: A gente lançou o Trova (Trova Di Danú, ultimo CD lançado pelo Tuatha de Danann em 2004) em 2004. Tivemos muitos problemas com a gravadora que era a Paradoxx, e que a gente não tinha acesso a ninguém da gravadora, e a gente não conseguia que a Paradoxx divulgasse o CD entendeu, então o CD ficou ao “léu”. Aí a gente conheceu o Airton, e aí o Airton se interessou em ajudar a banda como empresário. Logo quando ele entrou, o Airton começou a ajudar a gente, a gente já estava com esses shows pela Europa, especificamente na França que era a Underclass que estava lançando o nosso disco lá. E ele vendo que estava tudo bem lá, nós fechamos essa turnê. No meio da turnê que a gente foi saber que iria rolar o negócio do Wacken, entendeu. Porque até então, não tinha nada certo. Aí o empresário falou com o cara do Wacken, e aí ele deu a resposta falando que sim, poderia estarmos tocando no 'Metal Battle' e que seria a primeira edição desse tipo de evento dentro do Wacken. E que as bandas de vários países iriam tocar nesse palco, e que iriam ganhar um prêmio ali.
Quando a gente ficou sabendo que iriamos tocar no Wacken, já era ótimo!, a gente não queria ganhar nada, só de tocar no Wacken já estava ótimo. Ó, só de ir lá assistir aos shows já estava valendo (risos) entendeu. Aí cara, eu lembro que foi complicado, porque a gente teve que viajar muito pra chegar lá em Hamburgo sabe... a gente ficou quase uma semana em Hamburgo de bobeira, não, uma semana não, mas uns 4 dias assim de bobeira, sem ter o que fazer, o empresário não tinha chegado... a gente estava perdidaço, foi até engraçado na época aí beleza, quando ele chegou que a gente viu que o Wacken iria rolar mesmo e que ele iria levar a gente pra lá.
Cara aí foi assim, no dia em que a gente foi tocar, eu acho que foi o terceiro dia do festival, e era umas onze e meia assim. Aí a gente levantou, pegamos os intrumentos, fomos pra la, estava o maior barro como sempre e tal... sem expectativa de nada, o povo aqui não conhece a direito e tal... aí subimos no palco cara, e começamos a montar as coisas, e era 15 minutos, tudo muito rápido, a hora em que a gente olhou pro povo mesmo, que estava lá cara... tinha muita gente! Aí o negócio ficou cheio, aí a gente se empolgou, pelo menos o pessoal vai assistir a gente né, é legal, tem gente pra assistir. Cara, durante o show foi chegando mais gente, mais gente, foi meia hora de show cara, e a gente foi empolgando e já na primeira música a gente viu que o galera tinha gostado, aí gente mandou uma atráz da outra e cara foi um dos melhores shows da minha vida, foi muito animal. Eu lembro quando a gente terminou cara, de tocar assim... o povo estava muito alvoroçado mesmo e tal, a gente levantou a bandeira do Brasil o pessoal começou a bater palma, é muita gente ficou emocionada assim... o empresário começou a chorar, todo mundo tinha percebido que a gente tinha dado um passo a mais ali mesmo sabe, o degrau tinha subido depois desse show. E a gente ficou superfeliz, falou nossa foi um showzaço e pronto cara, nínguem ficou pensando “ah ganhamos” nada, cara juro pra você, nada nada. Aí a gente estava lá na véspera de ir embora já... é tinha o show do Accept que a gente iria assistir, aí o cara pegou o microfone antes do show do Accept, no palco lá, tinha umas 70 mil pessoas cara, e falou que a gente tinha ganhado, que era o Tuatha de Danann do Brasil que tinha ganhado o prêmio de melhor banda estrangeira desse festival. Nossa cara, putz... aí foi muito louco mesmo... aí quando a gente voltou pro Brasil, a gente voltou com uma moral legal sabe, com contrato, tinhamos ganhado um contrato para lançar pela Wacken Records. Aí na época cara, putz... foi um sonho, aquilo lá foi demais mesmo. Então eu acho que só aquilo, ter conseguido fazer isso com o Tuatha já valeu a pena ter montado a banda assim...
Em todos esses anos de banda, com certeza deve ter boas e más histórias, você podia nos contar resumidamente uma delas?
Boas e más histórias cara, nossa essa aí é complicado... (demora a responder')... Cara olha, umas histórias legais cara da banda, é o seguinte: Quando a gente começou a tocar, a gente não tinha dinheiro pra viajar sabe... e a gente ganha quase nada pra tocar (risos), e aí a gente tinha que fazer ônibus, excursão sabe... e aí os mais pingaiados do mundo daqui de Varginha ia com a gente cara. A gente nossa, levava os caras mais cachaceiros que tinha. Até as bandas, tinha o Morbid Doom que ia junto, tocava com a gente, o Morbid Doom vivia acompanhando a gente. Cara as viagens era uma cachaçaiada assim no decorrer da viagem, todo mundo ia bêbado e voltava pior ainda, desbundado, um caído em cima do outro cara. Mas chegava em Varginha destruído, parecia que tinha voltado da guerra (risos), terrível.. Alguns shows cara, a gente tocava realmente muito chapado, tava nem aí era divertido sabe... a galera começava a falar, falava que a gente era banda de alcoólatra, que a gente bebia muito nos shows, pegamos essa fama de cachaceiro. Nossa, mas realmente no começo foi assim mesmo cara. Mas eu acho que pra aguentar cara, esse clima de sair de casa, viajar muito, ter que ficar esperando, as vezes tocar em lugar meio ruim, tinha que beber umas mesmo pra aguentar (risos).
Às vezes o underground era muito underground...
É cara, as vezes o underground a gente só aguenta ele com uma cachaça na cabeça mesmo cara.. (risos). Essa é uma história engraçada assim cara sabe, vendo hoje, era meio duro mas era engraçado.
Cara, agora umas histórias ruins cara, nossa já teve uns lances ruim. Teve uma vez, a gente voltando de BH 'Belo Horizonte' é, no meio da estrada cara, teve um cara que suicidou enfiando na frente da nossa van. O cara pulou na frente da nossa van cara, essa foi uma história ruim assim porque, o que ficou na minha cabeça, é que pelo fato da gente ter tocado, um cara suicidou. A gente não foi responsável por nada, a gente estava passando ali na hora, poderia ter sido com outro. Uma banda de black metal que gosta de matar os outros (risos).
Mayhem está tocando com restos humanos no palco...
É eu to sabendo. Os caras tem que levar um caminhão frigorífico pra acompanhar a banda.
Os caras são tudo açougueiros na verdade.
É pô, os caras devem ficar pensando aonde é que nós vamos botar isso dessa vez né. Mas cara história, história engraçada tem muita assim... muitas coisas particulares de cada músico. Eu lembro uma vez que a gente foi tocar no Camping Rock (um festival de Rock e Metal Open Air), cara o Bruno ele bebeu tanto antes de tocar, tanto, que ele não estava conseguindo afinar a guitarra dele, e o povo via que ele estava naquele estado e ia dando bebidas pra ele, e ele ia bebendo mais e acho que ele nem sabia que estava bebendo, ele foi ficando num estado cara que ele não aguentava ficar em pé, de repente ele pegou e caiu no retorno e não conseguia levantar cara, ele não conseguia levantar mesmo, e todo mundo olhando pra ele, ele olhando pra cara de todo mundo tipo assim 'cara me ajuda que eu não estou conseguindo levantar', aí eu lembro que a gente chegou no microfone e disse 'e aí galera, valeu e tal...' isso foi depois da quarta música (muitos risos).
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O que você tem feito ultimamente paralelo as atividades do Tuatha de Danann?
Olha, o que eu faço paralelamente a música é o seguinte: Eu sou coordenador da secretaria regional de ensino na parte de Geográfia aqui de Varginha né, que toma conta de várias outras cidades. Dou aula particular de guitarra ainda, dou aula particular na minha casa e em escolas públicas, eu tenho um projeto na fundação cultural de Varginha chamado 'Música na Educação Básica' e estou me formando em direito também. E agora eu comecei a gravar meu CD solo também né, e estou muito satisfeito porque agora eu consigo gravar, terminar as músicas e fazer tudo o que eu queria fazer que com o Tuatha eu não consegui. Porque é o seguinte cara, um músico que se dedica tanto a uma banda durante anos, e ver o Tuatha ficar nessa situação, a gente fica frustrado, rancoroso e cheio de mágoa sabe cara, então se você não toca a sua vida pra frente você fica remoendo essas porras sabe cara, e não dá pra gente ficar vivendo à sombra dessas coisas sabe cara, foi bom, foi massa e tal...
Se aparecer um vocalista legal, a banda vai continuar, agora se não aparecer eu vou ficar esperando? É claro que não, então eu vou tocar a minha vida musical, eu tenho um monte de músicas que eu acho que são legais, eu vou gravar, então eu estou gravando cara.. agora o CD daqui uns 3 meses eu acho que está 100% pronto. É isso que estou fazendo paralelamente.
Quando surgiu o Rodrigo Berne?
Cara olha, o Rodrigo Berne surgiu quando acabou o show do Tuatha no Roça N' Roll desse ano (2011). Quando o show acabou é, e eu não recebi resposta de nenhum músico que realmente estava afim de arrumar um outro vocalista ou que o Bruno iria tocar com a gente de novo aí eu falei assim, beleza no dia seguinte eu vou montar uma banda solo cara, e foi o que eu fiz.
Em tão pouco tempo, você já conseguiu criar músicas, compor essas coisas, como é que foi?
Não cara, essas músicas são músicas que eu tinha feito pro CD do Tuatha que iria ser lançado, já era pra ter sido lançado, foi quando o Bruno saiu a gente ia entrar em estúdio. Então essas músicas eu gravei solo, quem estiver escutando este CD solo que eu estou lançando essas músicas eram pra estar no CD do Tuatha, então é uma continuação do meu trabalho no Tuatha mas agora com meu nome. O que eu já falei, na hora em que a galera resolver juntar e tocar, ou se aparecer um vocalista, a gente continua, enquanto isto eu vou fazendo as músicas e gravando dessa forma. Sabe cara, olha, hoje em dia eu tenho filha entendeu, eu estou dando esta entrevista com duas filhas do meu lado, mulher, tenho que pagar um monte de conta cara, sabe não pode ficar com essa 'picuinha' de 'nhênhênhê', porque a banda me dava dinheiro, era um trabalho que eu ganhava entendeu, dinheiro, e era um negócio sério, então eu tenho que voltar a tocar cara sabe, não é só pelo aquele romantismo de tocar, é um lance de sobreviver também entendeu? Nínguem aqui em Varginha é rico, nínguem aqui é rockstar não velho, todo mundo aqui é um bando de proza ruim, todo mundo aqui está fodido nínguém tem seu dinheiro sobrando entendeu cara, aí assim, eu estou dando essa entrevista ou você está vendo entrevista com alguém do Tuatha aí fica falando 'ah o cara é foda, o cara é foda', foda nada entendeu cara, todo mundo aqui é um bando de miserável cara, só porque faz um show ali, faz aqui, acha que é demais cara, então é por isso que a gente tem que se unir entendeu, fazer as coisas 'virar' então por isso que eu... tentei unir a galera, como não rolou, estou fazendo esse lance assim. Mas cara, quando eu falo que é solo é o seguinte, é solo porque eu fiz as músicas, e estou pagando as coisas e tudo, mas se não fosse os músicos que tocassem comigo eu não faria merda nenhuma também entendeu? Graças ao Felipe Batiston que é tecladista, ao Giovanni Gomes, ao Rodrigo Abreu, ao Gustavo Bíscaro, Rodrigo Abreu e Gustavo Bíscaro são bateristas, Giovanni Gomes é o baixista, têm o Marcos Teixeira que é flautista, Gustavo Monsanto que está com a gente também. Graças a esses caras o negócio acontece.
Onde o Rodrigo Berne se encaixa no cenário musical?
O objetivo do Rodrigo Berne, é dar continuidade ao meu trabalho com o Tuatha. O som é idêntico, as músicas são idênticas, quem escutar este CD vai remeter diretamente as músicas do Tuatha. Então, eu encaixo aonde está o cenário de Heavy Metal cara, porque a minha paixão é o heavy metal sabe cara, as outras inflûencias músicais são coisas que vão somando um pouco ali e um pouco aqui.. mas a minha base sempre foi o heavy metal, a música pesada, o que eu mais gosto de tocar é guitarra, eu escuto metal todos os dias sabe cara, então eu quero é estar nesse meio sabe cara? Nessas bandas pesadas mesmo, fazer show pra galera que vai tudo de preto mesmo, que quer quebrar tudo, agitar, esse público é o público que eu quero. Eu não quero agradar vó, tia, intelectual sabe.. essa galera gosta se quiser entendeu? Eu faço essas músicas pra galera jovem, pra galera que está afim de se expressar atráves da música sabe, eu admiro muito quando alguém vai em show, compra ingresso, comenta um CD sabe, eu faço som é pra essa galera cara.
O som do Rodrigo Berne é, resumindo aquele Folk Metal pra tomar cerveja e curtir, o Folk Metal do jeito que tem que ser, o Metal do jeito que é.
É cara, do jeito que eu aprendi a fazer as coisas né cara, eu aprendi assim entendeu? Eu até tentei montar outras bandas, de Rock N' Roll, de Death Metal, mas o jeito que eu mais... que eu melhor me expresso na música é tocando Folk Metal cara, então é o jeito que as coisas ficam boas de verdade, assim, essa parte de letra, e eu não fiz isso antes, porque eu me dedicava só pro Tuatha né cara, minhas coisas eram nesse sentido Folk de ser Celta, era pro Tuatha. Então eu nunca fiz pensando em misturar, só agora né. É isso.
As letras serão em português?
Cara, uma letra em português. É, no caso essa música que é cantada em português, não foi eu que compus ela. É a única música do disco que eu não compus. No caso é uma música do Gustavo Bíscaro do baterista, e essa música a gente tocava ela no Coice de Mula que é uma banda de cover que eu tenho aqui em Varginha. E como é uma música que a gente gravou no estúdio, ela ficou boa, é uma música meio progressiva, lembra Rush assim... e ele que canta a música eu acho que ficou legal cara, então falei assim 'ah, vou botar no CD', aí falei assim' ó cara, essa música né que a gente gravou, vai pra esse CD tudo bem?' E ele falou tudo bem, então só essa que é em português. E eu não quero ficar preso a estilo músical sabe, eu tenho vontade de fazer esse CD bem folk assim, mas daqui pela frente eu pretendo fazer umas coisas mais pesada, mantendo as coisas folk mas fazer umas coisas tipo o Amorphis, que eu curto Amorphis cara, o Bathory assim... é eu gosto desse lance de Folk Metal mais com Death também sabe... Mas esse CD não vai ficar tanto assim não, porque eu fiz ele mais voltado para as coisas do Tuatha então, o Tuatha já não cabia tanta coisa gutural assim sabe, igual no começo. Mas agora com esta banda eu fico mais livre né, pra fazer isso. Aí pretendo deixar mais pesado, é isso.
Qual é o line-up do RB?
É, eu já até tinha falado antes né, no caso é o seguinte, eu vou tocar guitarra, vou tocar violão e vou tocar o bandolin. O Giovanni Gomes vai tocar o baixo, Felipe Batiston vai tocar teclado, Rodrigo Abreu e Gustavo Bíscaro são bateristas, tem dois bateristas no caso (risos) que eu não sei.. (risos) os dois já falaram, 'ah a gente leva duas baterias e faz o show com duas baterias', eu quero ver isto acontecer, eles que falaram isso, vai depender deles se eles vão conseguir fazer isto. É tem o Gustavo Monsanto que é um grande amigo, que falou que vai ajudar, vai participar de algumas músicas. Tem o Diníz do Nevermind lá de BH (Belo Horizonte) que também vai cantar. Eu vou cantar uma música, tem o Gustavo que vai cantar outra. Olha, na verdade tem muitas pessoas que vão participar do CD, que não são do Line-up, e pra te falar a verdade, este negócio do Line-Up assim, eu não estou pensando nisto, juro pra você cara, eu estou pensando só em gravar o CD, na hora em que for fazer shows a gente vê quem vai tocar, quem está afim, e quem tem possibilidade de tocar, porque hoje em dia cara, está todo mundo muito ocupado entendeu? As vezes o cara só pode gravar o disco, as músicas pra você, e as vezes ele não consegue ter tempo para tocar. Então o Line-Up é incerto, mas essas pessoas que eu falei, vão participar, é isto.
Sobre o entrosamento do pessoal do Rodrigo Berne e do Tuatha de Danann, qual a diferença?
Cara, olha é o seguinte é... hoje em dia eu estou respondendo pelas coisas do Tuatha. Então as coisas do Tuatha, sempre vão ter a ver com o meu projeto, porque na verdade uma coisa sempre vai ter a ver com outra né cara. Eu quero cara, que o Tuatha volte a tocar sabe, a gente achando... com o Bruno ou sem o Bruno cara sabe.. eu prefiro que o Bruno volte para a banda e toque! É... mas cara o entrosamento é da amizade mesmo com os caras que a gente tem essa amizade, de assim, de se um precisar do outro, pode contar com o outro, então isso continua igual cara, então o entrosamento continua o mesmo assim... só a vontade de fazer as coisas que são diferentes, cada um tem um motivo, uma vontade, cada um tem um tempo de fazer as coisas e isto que não está 'batendo'mais né... mas o entrosamento é a mesma coisa, uma coisa está unida na outra.
Você é o idealizador do 'Projeto Cultural Música na Educação Básica' e do projeto 'Música Sempre', quando surgiu esta ideia e como funcionam estes projetos?
Olha cara, um projeto é da Fundação Cultural aqui de Varginha, e o outro projeto é do Estado de Minas Gerais. Esse projeto de Varginha Música na Educação Básica cara, é pra dar uma força para professores e alunos que nunca tiveram conhecimento nenhum de música. Porque a música ajuda a pessoa a desenvolver como ser humano sabe, a música é importante na vida da pessoa cara, porque ela ajuda a pessoa a se expressar. Então o meu objetivo é que esses alunos, eles sigam a vida deles, sempre apreciando a música de uma forma mais conciênte, para não ficar tão vulnerável a este lixo total aí que existe aqui no Brasil e no mundo inteiro, então é isso. E o 'Música Sempre' cara, é um projeto que eu dou aula de guitarra, que eu dou aula de violão, da história da música pros alunos das escolas do estado. O mais legal desse projeto cara, é que tem uma banda cara, desse projeto, uma banda de alunos. Os alunos ajudam a fazer as músicas, a gente ensaia junto, e é legal ver essa galera compondo sabe, eu estimulo os alunos a compor, a fazer as músicas deles. Então o meu objetivo com este projeto é também, é valorizar o ser humano atravéz da música e fazer esse povo ficar mais criativo né, parar de ficar tocando só cover né cara (risos) e valorizar as ideias deles, então é isso.
Qual o seu equipamento em estúdio e ao vivo?
Eu gravo com as minhas guitarras mesmo né cara, que é uma Fender Stratocaster, uma Explorer da Epiphone, eu também tenho o meu violão da Crafter, tenho um cavaco banjo da Marx, que é o equipamento que eu uso, gosto de usar uns pedais analógicos, odeio coisa digital, gosto de usar uns pedais da Boss tipo o Chorus, o Super Distortion, e amplificador eu uso um amplificador que um cara fez pra mim aqui em Varginha, é um amplificador personalizado e tal, com timbre diferente, então é esse o equipamento que eu gosto de estar tocando ao vivo e em estúdio. As vezes eu uso um Marshall também, que é um amplificador clássico né, que sempre fica bom, e no mais que isso, não gosto de usar cara. Eu gosto de usar o meu equipamento, o Marshall e meu ampli e estes pedais da Boss, é isso aí. Não gosto de muita coisa sabe cara? Muito efeito você acaba ficado preso a isto e aí, você acaba virando um tecladista, tecladista que cuida muito desta parte de efeito, sonorização, então assim, pra mim o som da guitarra tem que soar sempre distorção ou limpo, com efeito, no tipo de som que eu faço, não cabe muita fírula em efeito sabe então é mais isso.
Quais são suas influências e como você se vẽ como guitarrista e compositor hoje comparado no início do Tuatha?
Cara, minhas influências são bandas como o Black Sabbath, ACDC, Metallica, o Iron (Maiden), são bandas que eu escuto demais cara principalmente o Black Sabbath que eu acho maravilhoso cara, gosto muito dos grandes guitarristas solo, tipo Joe Satriani, Yngwie Malmsteen sabe, Steve Morse, acho que esta galera muito boa. Gosto muito de música celta, música irlandesa, to escutando uma banda muito legal o Orthodox Celts que é demais cara, os caras tocam só música irlandesa bem 'cruzona' assimm, que vale a pena escutar. Gosto de Lorena Mckennitt também, gosto dos discos do Blackmore's Night, do Jethro Tull que têm bastante coisas folks assim... piro nesse lance cara. E como guitarrista cara, no ínicio do Tuatha eu tocava super mal cara (risos) a gente enganava bem, eu não tinha disciplina na guitarra sabe cara, queria fazer o som mais rápido, pesado, aquilo que todo mundo que começa a tocar guitarra e escuta Metal quer fazer. Depois eu fui aprendendo a entender esta coisa de volume de instrumento sabe cara (risos), porque antes eu deixava a guitarra muito alta, agora eu sei que a guitarra é possível você trabalhar ela com dinâmica entendeu? As vezes a distorção pode ser maior num pedaço, mais baixa num lugar, mais alta num outro. As vezes você realmente não tem que ficar solando sabe? As vezes são poucas notas que você tem que dar em certo lugar, então é isto o que eu me toco hoje sabe, eu não fico mais preocupado em me afirmar como guitarrista assim.. sabe. Eu já tive a felicidade de ser eleito um dos melhores guitarristas do Brasil várias vezes pela Roadie Crew sabe cara, então isso já me deixou muito satisfeito, era uma coisa que eu queria consquistar. E eu já fiz questão de ficar 'debulhando' ficar mostrando solo rápido, hoje em dia não é minha intenção sabe? Minha intenção hoje em dia é fazer música boa, só isso cara. Eu acho que o solo é uma coisa que tem que ter, eu adoro solo, solar, mas não ficar fazendo solo fritado, eu gosto de solo bonito assim cara, que tenha bastante melodia, que as pessoas entendam, minha intenção hoje em dia é mais com a beleza do solo assim mesmo sabe cara, é mais isso. E a guitarra hoje em dia eu não uso tanta distorção como eu usava antes sabe cara, porque eu aprendi que cada guitarra tem um timbre entendeu cara? E quando vocẽ 'soca' mil distorções na guitarra, você acaba com o timbre dela sabe... Então as vezes é legal, você gravar um disco e mostrar os timbres dos instrumentos sabe? Até quando você toca um Death Metal ou um Black Metal, um 'trem' mais pesado, existe essa possibilidade de se explorar o timbre das coisas sabe. Então eu me policio mais nisso sabe, tocar sempre correto, exigir o melhor de mim quando eu estou tocando, então é isto. Eu sou o cara mais chato assim comigo na guitarra cara, então é isso cara.

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