21 de junho de 2012

Resenha: Glitter Magic, Bad For Health




Glitter Magic é uma banda mineira, mais especificamente de Juiz de Fora, a banda foi formada em 2005 e em 2012 acaba de lançar seu album de estréia: Bad For Health.
A criação do album se deu em 2010, e resultou num disco que consegue mesclar bem o melódico Hair Metal oitentista com o peso do Heavy Metal e do Trash, não deixando a banda perder para nenhuma banda estrangeira. Ao escutar Bad For Health você mal pode imaginar uma banda mineira e logo pensa em uma banda de Los Angeles em pleno anos 80 com uma pegada mais moderna.
O nome da banda é uma alusão à música Black Magic, do Slayer, uma de suas influências, e logo prova que de glitter não tem nada. O quinteto mineiro prova que o cenário do Rock brasileiro ainda tem muito a oferecer, basta apenas o reconhecimento, coisa que a banda vem conquistando com seriedade. O álbum de estréia rendeu a banda um contrato com uma gravadora italiana, Heart of Steel Records, além das várias críticas favoráveis à banda, no cenário nacional e internacional, em países como: Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.

Além de Bad For Health, a banda participou de coletâneas como: “Bandas Novas: Volume IX” (2007), “Quem Toca Cover Tá Por Fora: Volume I” (2008) e “Hard Rock Mineiro: Volume I” (2009).
A banda é formada por Ree Charles (vocal), Luqui Di Falco e Mauri Moore (guitarras), Glux (baixo) e Andy Ravel (bateria). Vale falar do vocal de Ree Charles que se encaixa perfeitamente no gênero Hard/Metal,  e o lado instrumental é todo muito bem elaborado, desde a perfomance dos guitarritas, até o baixista e baterista. O disco foi gravado em Juiz de Fora mesmo, no estúdio da Ematech, com a mixagem das baladas, produção e engenharia de som feitas pelo próprio guitarrista Mauri Moore. Já a mixagem das faixas e masterização do disco foi feita por Jerry Torstensson, baterista da banda sueca Draconian e a arte de capa do album ficou por conta Marcelo Vasco, design de bandas no cenário do metal mundial, o que deixa clara a pretensão de ascender no cenário internacional.
Os destaques do álbum ficam para as faixas The Dreamers Disease, a segunda faixa do álbum, que se trata de uma balada pesada, que fala de sonhos deixados pra trás. Snake Blood é a quarta faixa do álbum, que em 2006 foi lançada na demo de mesmo nome da banda, uma canção bem pesada, assim como Bad For Health, a faixa-título, Daring the Dawn, Don´t entre outras do album. Heal Me é um destaque a parte, porque em meio o peso das outras músicas, eis que surge uma faixa melódica, mesmo sem perder o peso nas guitarras, a canção consegue encantar, no mesmo efeito se encaixa Living on Addiction, com menos peso e mais suavidade.
A banda tem tudo para conquistar o cenário Hard/Metal brasileiro e internacional,e mostrar que Minas Gerais tem muito o que mostrar para o mundo, sem falar que seus shows são tão bons quanto o conteúdo do disco.






Cinco Discos Para Conhecer: Marc Bell (Marky Ramone)



Por Micael Machado


Com sua história ligada à banda punk novaiorquina The Ramones, o baterista Marc Bell iniciou sua carreira bem antes de juntar-se àquela que é a melhor banda de todos os tempos na opinião deste redator. Além de ser o único músico a passar pelo grupo que manteve uma carreira constante depois do término do quarteto. Confira aqui cinco discos para conhecer o trabalho de uma lenda do punk rock mundial. 


 Dust – Dust [1971] 

O power trio Dust foi um grupo de vida curta, mas muito impactante. Esta sua estreia se transformou em um dos melhores discos de hard rock da década - graças a “detalhes" como a pauleira de "Love Me Hard", "Loose Goose" e "Chasin' Ladies" (que lembra o Mountain), os slides de "Stone Woman" (que parecem tirados de uma composição de southern rock) e à "balada pesada" "Often Shadows Felt" (que parece tirada de um disco do Traffic) - e conseguiu maior reconhecimento dos apreciadores do estilo depois do advento do CD. Antes era muito difícil de encontrar. Você já imaginou um Ramone tocando blues? E progressivo (com toques de hard rock, no caso)? Então ouça "Goin' Easy" e os quase dez minutos da fantástica "From a Dry Camel" e comprove que Marc também se sai bem fora do punk rock. O baterista toca aqui com um estilo completamente diferente do que faria depois nos Ramones, o que leva muita gente até hoje a dizer que ele "desaprendeu" a tocar bateria depois que juntou-se aos "brothers" de Nova Iorque. O também recomendadíssimo segundo disco do grupo, Hard Attack (1972), possui um solo de baixo na faixa "Suicide" que, dizem alguns, inspirou Lemmy Kilminster (Motörhead) a conseguir o peculiar som de seu instrumento. Não é pouco! 

Formação: Richie Wise (guitarras e vocais); Kenny Aaronson (baixo); Marc Bell (bateria) 

1. Stone Woman 
2. Chasin' Ladies 
3. Goin' Easy 
4. Love Me Hard 
5. From a Dry Camel 
6. Often Shadows Felt 
7. Loose Goose 

Richard Hell And The Voidoids - Blank Generation [1977] 

Richard Hell fez parte do Television, banda importantíssima ao punk novaiorquino. Foi o primeiro grupo da cena underground local a se apresentar no CBGB, abrindo as portas do lendário clube para bandas como Ramones, Blondie, Patti Smith Group e Talking Heads. Após deixar o grupo, e depois de uma frustrada passagem pelo The Heartbreakers (ao lado de Jerry Nolan e Johnny Thunders, ambos ex-membros do New York Dolls), Hell montou os Voidoids e gravou este confuso álbum solo. Ecos do Television aparecem em “Walking on the Water” e na essencial faixa título. A nascente New Wave dá as caras em “New Pleasure”, “Who Says (It's Good to Be Alive)” e nos mais de oito minutos de “Another World”. O também nascente estilo punk pinta em “Love Comes in Spurts” e “Liars Beware”. Até baladas tristonhas como “Betrayal Takes Two” e “All the Way” (bônus da versão em CD, que inclusive teve uma capa diferente e uma outra canção inédita, “I'm Your Man”) surgem no repertório, fazendo com que o disco não tenha uma consistência sonora que o leve a um status de “essencial”. Marc toca aqui com menos técnica do que apresentava no Dust, mas ainda assim diferente do que faria nos Ramones. Seu trabalho nos Voidoids é o de um baterista acompanhante comum. Sem muito destaque individual, como acontece também com os outros instrumentistas, serve para mostrar que consegue se sair bem. 

Formação: Richard Hell (baixo e vocais); Robert Quine (guitarras); Ivan Julian (guitarras); Marc Bell (bateria) 

01. Love Comes in Spurts 
02. Liars Beware 
03. New Pleasure 
04. Betrayal Takes Two 
05. Down at the Rock & Roll Club 
06. Who Says (It's Good to Be Alive) 
07. Blank Generation 
08. Walking on the Water 
09. The Plan 
10. Another World 
11. I'm Your Man (Bonus track da versão em CD) 
12. All the Way (Bonus track da versão em CD) 

Ramones - Road to Ruin [1978] 

Marc foi chamado para ocupar o posto de baterista após Tommy Ramone deixar o cargo para dedicar-se apenas à produção. Adotando o pseudônimo de Marky Ramone (que usaria permanentemente dali em diante), o baterista fez sua estreia no grupo neste álbum, hoje considerado um clássico da banda. Canções como "I Just Want to Have Something to Do", "I Wanna Be Sedated" e a cover para "Needles & Pins" (original de Sonny Bono e Jack Nitzsche) tornaram-se essenciais no repertório ramônico. Minhas preferidas sempre foram as “desconhecidas” "I Don't Want You", "She's the One" e a baladaça "Questioningly", além do encerramento com "It's a Long Way Back". Mais maduros em relação aos três primeiros discos, os Ramones demonstravam neste quarto álbum uma certa evolução na composição e execução de seus instrumentos. Pela primeira vez faziam músicas com mais de três minutos e incluíam um solo de guitarra em uma de suas composições, no caso "Don't Come Close" (onde o solista, curiosamente, é o baixista Dee Dee). Marky (que já declarou ter sido necessário mudar o seu estilo de tocar e aprender com Tommy o modo usado pelo antigo baterista) sem dúvidas foi parte importante desta evolução e continuaria no grupo por mais oito discos de estúdio e três ao vivo, alcançando o status de “lenda punk” que ostenta até hoje. 

Formação: Joey Ramone (vocais); Johnny Ramone (guitarras); Dee Dee Ramone (baixo); Marky Ramone (bateria) 

01. I Just Want to Have Something to Do 
02. I Wanted Everything 
03. Don't Come Close 
04. I Don't Want You 
05. Needles & Pins 
06. I'm Against It 
07. I Wanna Be Sedated 
08. Go Mental 
09. Questioningly 
10. She's the One 
11. Bad Brain 
12. It's a Long Way Back

Marky Ramone And The Intruders - Marky Ramone And The Intruders [1996] 

Depois do final dos Ramones, Marky passou a se dedicar à sua Intruders, com a qual lançou esta estreia em 1996. O disco é praticamente um registro dos Ramones com outros instrumentistas. Muito do que fez a fama da banda (e de Marky) aparece aqui. O poppy punk dos últimos discos (presente em “Can't Take It With You”, “Telephone Love”, “3 Cheers for You”, uma homenagem à América do Sul, especialmente Brasil, Argentina e Chile, e na maravilhosa “Better Things”), o lado mais rápido e agressivo mostrado nos anos 80 (“Oh, No Not Again”, “Coward With A Gun”, “Back Off” e “I Wants My Beer”, que lembra muito "I Lost My Mind", de Halfway to Sanity) e até duas músicas que chegaram a ser registradas pelos Ramones, “Anxiety” (Mondo Bizarro) e “Maybe Tomorrow” (uma nova versão para "Tomorrow Never Comes", demo que ficou de fora de Adios Amigos). O baterista se arrisca a cantar em “Man Of God” e deixa claro que seu talento é com as baquetas, não com o microfone. Um belo disco, que serviu como consolo aos fãs do Ramones pelo encerramento das atividades da banda. 

Formação: Skinny Bones (guitarras e vocais); Ratboy (guitarras); Johnny Pisano (baixo e vocais); Marky Ramone (bateria) 

1. Can't Take It With You 
2. I Wants My Beer 
3. Coward With A Gun 
4. Telephone Love 
5. Good Luck You're Gonna Need It 
6. 3 Cheers for You 
7. Oh, No Not Again 
8. Maybe Tomorrow 
9. Anxiety 
10. Holding a Grudge 
11. Man Of God 
12. Back Off 
13. Better Things 

Misfits - Project 1950 [2003] 

Marky foi convidado a juntar-se ao Misfits em 2003. Naquele ano o grupo lançou este tributo ao rock das décadas de 1950 e 1960, executando diversos clássicos da época, rearranjados para o estilo horror punk do grupo. As versões para "Diana" (Paul Anka), "Donna" (Ritchie Valens) e "Great Balls of Fire" (Jerry Lee Lewis) são certamente as que mais chamam a atenção. Os maiores atrativos, contudo, ficam com "This Magic Moment" (The Drifters), "Latest Flame" (Elvis Presley), "Monster Mash" (Bobby Pickett and the Crypt-Kickers) e "Runaway" (Del Shannon). Um belo registro na carreira do grupo de New Jersey! Marky usa aqui muito do que aprendeu com os Ramones, mas também mostra muita influência de rockabilly e do bubblegum, estilos nem sempre presentes nos discos dos “brothers” de Nova Iorque. A versão original ainda vem com um DVD com cinco faixas ao vivo e outras guloseimas. Vale a pena conferir. 

Formação: Jerry Only (baixo e vocais); Dez Cadena (guitarras); Marky Ramone (bateria) 

Participações especiais: John Cafiero (background vocals em "Dream Lover", "Monster Mash" e "Runaway"); Ronnie Spector (background vocals em "This Magic Moment" e "You Belong to Me"); Jimmy Destri (teclados em "Runaway" e "Great Balls of Fire"); Ed Manion (saxofone em "Diana" e "Runaway") 

1. This Magic Moment (The Drifters) 
2. Dream Lover (Bobby Darin) 
3. Diana (Paul Anka) 
4. Donna (Ritchie Valens) 
5. Great Balls of Fire (Jerry Lee Lewis) 
6. Latest Flame (Elvis Presley) 
7. Monster Mash (Bobby Pickett and the Crypt-Kickers) 
8. Only Make Believe (Loretta Lynn and Conway Twitty) 
9. Runaway (Del Shannon) 
10. You Belong to Me (Jo Stafford) 

                

Marky ainda tem muitos outros registros como os que fez ao lado do Estus (em 1973, ainda como Marc Bell), Joey Ramone, Dee Dee Ramone, The Speedkings, Osaka Popstar, The Ramainz e até com os brasileiros Raimundos e Tequila Baby. Um músico competente e atuante que não por acaso é reconhecido como um dos maiores bateristas do punk rock, além de manter o nome da maior banda do estilo vivo e lembrado até hoje. Long live Marky Ramone!




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