Immortal (Carioca Club, São Paulo, 18/10/11)



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Fotos: Pierre Cortes
O Carioca Club, local do show, já é uma casa bastante familiar aos headbangers devido ao intenso número de bandas tocando por lá. Nenhuma novidade, mas a quantidade de fãs na porta desde cedo chocou até os menos céticos quanto à realização desse evento histórico em plena terça-feira. Fico imaginando se o momento ocorresse em um sábado. Enfim, o que interessa é a sensação de que o estilo musical que mais amamos é tão apaixonante ao ponto de, por exemplo, trazer público do Acre, Roraima e Pará exclusivamente por causa de uma única atração. Não que o Immortal – ou diversos outros nomes – não mereça, mas que o sentimento é gratificante, isso é.
Pontualmente às 21h30 Horgh sentou-se ao seu kit de bateria e gerou uma euforia intensa. O grandalhão, que já emprestou suas habilidades ao Hypocrisy, tem presença e muito talento no que faz. Em seguida foram chegando o baixista Apollyon (Aura Noir) e ele, Olve Eikemo, mundialmente conhecido como Abbath. A breve introdução pré-gravada emendou com a faixa que dá nome ao mais recente trabalho de estúdio, All Shall Fall, lançado em 2009. Podia-se ouvir tudo com clareza. OUVIR, porque VER já eram outros quinhentos. Particularmente nunca tive tanta dificuldade em enxergar uma banda no palco como ali. Além da fumaça, o técnico trazido pelo Immortal só jogava luz branca no público, ofuscando quase que totalmente os músicos. E o que dizer do nosso fotógrafo Pierre Cortes, desesperado em capturar boas imagens? Sei que a dificuldade era geral, pois tive a oportunidade de conversar com diversos durante e após o espetáculo. Faço questão de colocar esse fato por conta das fotos que o caro leitor encontra nesta resenha. Saiba que elas saíram com a qualidade máxima que a falta de iluminação proporcionou. Em tempo, a produção brasileira do show nada teve a ver com isso. A decisão de ter pouca (ou quase nenhuma) luz foi da própria banda e sua equipe.
Voltando ao set, Abbath agradeceu a presença dos fãs e bradou: “Finalmente o Immortal  chegou!”, anunciando uma das mais celebradas, “Sons of the Northern Darkness”, do disco homônimo de 2002. Retornaram ao novo com a poderosa “The Rise of Darkness” e atacaram na sequência com uma das que mais causou impacto na plateia, a perfeita “Damned in Black”, hino perfeito para se cantar/berrar ao vivo. Interessante observar o esforço de alguns bangers mais empolgados em tentar abrir um mosh-pit em meio à multidão, o que conseguiram. Com o álbum Damned in Black (2000) em foco, mandaram uma das mais importantes dele: “Triumph”. Ótima escolha, assim como “In My Kingdom Cold”, certamente uma música forjada para quebrar pescoços.
As duas seguintes foram de arrepiar. Primeiro por conta do hino “Tyrants”, faixa mais cadenciada doSons of the Northern Darkness e obrigatória no repertório do Immortal. A letra é daquelas de cantar empunhando uma espada e trajando uma armadura. Veja: “Deep within the mind/ Thoughts roam free and endless/ Remembering the tyrants time” (em tradução livre: Fundo dentro da mente/ Pensamentos vagam livres e sem fim/ Relembrando o tempo dos tiranos). A outra razão do arrepio que mencionei acima foi a execução irretocável de “The Call of the Wintermoon”, única do lendário debut Diabolical Fullmoon presente no set-list. Por mim poderiam ter tocado ainda “Unholy Forces of Evil”, “Cryptic Winterstomrs”, “Cold Winds of Funeral Dust”, “Blackerthan Darkness” e “A Perfect Vision of the Rising Nothland”, isto é, o registro de estreia na íntegra, mas me contentei em perceber que a banda não ignora seu passado.
Abbath estava em noite inspirada, fazendo suas caretas, botando a língua pra fora no melhor estilo Gene Simmons e realizando a típica “dancinha de carangueijo” tão amada e igualmente odiada. Apollyon também não deixou por menos e fez das suas firulas. Caso o prezado leitor não tenha ido ao evento descrito neste texto, peço que pegue o DVD do grupo gravado no festival Wacken Open Air. Pois é, foi aquilo ali, logicamente com palco e público menores. Para encerrar o set regular da noite, “Beyond the North Waves” e duas do fabuloso álbum Battles in the North (1995): a faixa-título, maravilhosa do início ao fim, e a obrigatória “Blashyrkh (Mighty Ravendark)”, uma das que mais escutei deles na vida!
Com o Immortal não tem frescura com o tal do bis, que antigamente indicava total suspense com relação ao retorno ou não de uma banda ao palco. Sendo assim, só foi o tempo de tomar uma birita e ali estavam eles de volta para nos brindar com mais três hinos definitivos, o que não é difícil ao observarmos sua discografia. Com os instrumentos afiados (e afinados!), punhos erguidos, emoção à flor da pele e muito calor, era hora das imponentes “Withstand the Fall of Time”, do nem sempre lembrado At Heart of Winter (1999), a soberba “One by One” e aquela que talvez defina o lema “Fuck the Sun” perpetuado pela banda, a sensacional “The Sun No Longer Rises”, do meu favorito Pure Holocaust (1993). Horgh ergueu-se em meio à fumaça, veio perto do público e jogou algumas baquetas. Já os outros dois desceram e apertaram as mãos dos mais próximos à grade de proteção. Ainda houve tempo para um “We will return...” do Abbath. Se me permitem a repetição: Histórico!
Set-list do Immortal
1. All Shall Fall
2. Sons of Northern Darkness
3. The Rise of Darkness
4. Damned in Black
5. Triumph
6. In My Kingdom Cold
7. Tyrants
8. The Call of the Wintermoon
9. Beyond the North Waves
10. Battles in the North
11. Blashyrkh (Mighty Ravendark)
Encore:
12. Withstand the Fall of Time
13. One by One
14. The Sun No Longer Rises
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Sepultura e Machine Head (Via Funchal, São Paulo, 14/10/11)



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Fotos por Leandro Anhelli (www.anhelli.com.br)
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Infelizmente não cheguei a tempo de curtir o som dos paulistas do THREAT, que foram os responsáveis pela abertura da noite. Mas ouvi ótimas referências da apresentação do grupo, que já vem há tempos se tornando figura carimbada em shows e eventos de Metal pelo Brasil e pelo mundo.
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Às 21:20h, foi a vez do SEPULTURA começar a “botar a Via Funchal abaixo”, com o peso e a qualidade de sua música. Divulgando seu mais recente lançamento, o CD “Kairos”, Andreas, Derrick, Paulo e Jean já subiram ao palco com “o jogo ganho”.
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Falar do SEPULTURA é fácil, afinal é o maior representante brasileiro no gênero Metal e responsável por levar o nome do país mundo afora. Alternando sucessos de seus álbuns mais antigos, como “Troops Of Doom”, do CD “Morbid Visions”, de 1986, com músicas mais recentes, incluindo ainda covers de bandas como MINISTRY e PRODIGY, o grupo tocou por quase 1 hora e meia e foi muito aplaudido, como era de se esperar.
Coube ainda no set list uma versão de “Polícia”, dos TITÃS, até o fechamento com “Territory” e “Inner Self”, dois verdadeiros clássicos que fizeram todo o público agitar, seja batendo cabeça, pulando, cantando ou ainda formando grandes rodas de mosh na pista.
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Após poucos segundos, o SEPULTURA ainda retornou ao palco para aquela música que sempre encerra as apresentações da banda: “Roots Bloody Roots”.
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Era então a vez do MACHINE HEAD e, às 23:15h, as luzes se apagaram e o grupo californiano começou a “pagar a dívida” que tinha com seus fãs brasileiros. Pela primeira vez, todos estavam em um show da banda no país.
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Logo de cara, o MACHINE HEAD já desceu a porrada e fez a Via Funchal tremer, com as clássicas “Imperium” e “Beautiful Mourning”, com pedidos do vocalista Robb Flynn para que todos levantassem os punhos no ar.
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Se dois dias antes, em 12/10/2011, Robb postou uma mensagem no site oficial da banda dizendo que naquela data se comemorava 20 anos da criação do MACHINE HEAD, o grupo não podia ter escolhido maneira melhor de brindar esse aniversário de duas décadas, senão com um show inédito para o público brasileiro.
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Não faltaram ainda músicas do disco “Unto The Locust”, lançado recentemente, no fim de setembro. A canção “Locust” foi uma delas, que a banda já tinha tocando no Mayhem Festival, nos EUA e Canadá, com seu começo mais cadenciado até acelerar de vez. As outras duas, “I Am Hell (Sonata In #C)” e “Darkness Within”, foram executadas ao vivo pela primeira vez, conforme anunciado pelo vocalista.
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Apesar de tocar ao menos uma música de cada álbum lançado pela banda, para este redator que vos escreve e acredito que para muitos dos fãs presentes, ficou a sensação de que cabia mais, principalmente por se tratar da primeira visita da banda ao país.
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O show do MACHINE HEAD durou exatamente 1 hora e 25 minutos, apesar do baterista Dave McClain ter adiantado em entrevista à UOL algumas horas antes que seriam duas horas de apresentação.
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É claro que não faltaram clássicos, como “Bulldozer”, que durante a sua execução fez com que fosse aberta uma enorme roda de mosh no meio da pista, além de “Halo” e “Davidian” que fecharam a noite, mas sem dúvida o show poderia ter sido um pouco mais longo.
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Machine Head (Via Funchal, São Paulo, 14/10/11)


Eis que depois de longos 20 anos de espera, o Machine Head vem para o Brasil para uma seqüência de aguardadasapresentações que começaram por São Paulo na última sexta-feira, no Via Funchal.
Falando em Via Funchal, a casa mostra um total despreparo e descaso ao lidar com seus clientes, mas isso fica para uma outra hora.
Confesso que não entrei a tempo de ver as duas bandas de abertura (uma delas o Threat) e quando me vi nas dependências do Via Funchal o Sepultura iniciava sua apresentação. Depois de muitos shows do Sepultura  presenciados, uma coisa é fato; os caras nunca decepcionam. No entanto, mesmo partindo desta premissa, este foi o mais fraco que vi. Abrindo maravilhosamente com “Arise” e seguindo com “Refuse Resist”, o som da casa se mostrava bom e a banda enérgica. No entanto, depois de destilar algumas músicas do novo álbum (o bom Kairos), a qualidade do som caiu vertiginosamente e o show acompanhou tal queda. Começar “Altered State” e parar para uma do novo álbum não dá! O som foi piorando minuto a minuto até o fim com “Roots Bloody Roots” que, como sempre, levantou o público. No geral, mais uma vez, sem decepções e com um set que agradou.
Minha expectativa era de que a casa fosse encher até o início do show do Machine Head. Bem, isso não aconteceu. Com diversos espaços, inclusive muito próximos ao palco, era extremamente tranqüilo transitar pela casa. Arrisco dizer que a banda poderia ter sido alocada numa casa de shows menor.
Rapidamente, estava tudo pronto para a entrada do Machine Head no palco. Luzes apagadas e eles entram com a clássica “Imperium”, levando os fãs ao êxtase. Seguida da maravilhosa “Beautiful Morning”, uma coisa já era clara; o som estava horrível e talvez até pior que o Sepultura. O pior; o mesmo não melhorou durante toda a apresentação. Completamente embolado, não era possível entender cem por cento das palavras dirigidas pelo frontman Robb Flynn ao público. A caixa da bateria também se mostrava inaudível. Tentei caminhar pelo Via Funchal para ver se o problema era a localização, mas isso não se confirmou. Mesmo estando quase a frente do palco, o som ainda estava sofrível.
Depois de algumas faixas do novo álbum, “Locust”, a banda apresenta a clássica “Old” do esplêndido “Burn My Eyes”, um marco do gênero. A excelente “Aesthetics of Hate”, do também esplêndido “The Blackening” continua o show. Uma pena que o som estragasse a tal ponto uma apresentação coesa dos norte-americanos. Depois da porrada “Ten Ton Hammer”, a banda sai do palco por aproximadamente 10 minutos. A meu ver, isso mostrava uma tentativa de melhorar o som.
Porém, o inesperado ocorreu. A banda volta ao palco com a linda “Halo” e na seqüência emenda seu maior clássico “Davidian”. Arrisco dizer que o som estava ainda pior! No entanto, pior mesmo foi uma pergunta que me fiz: “Davidian agora? Eles fecham os shows com Davidian!”. Depois de uma hora e vinte minutos de apresentação (considerando os 10 minutos de intervalo), e sem uma despedida coerente, o Machine Head deixa o palco e em poucos segundos a luzes estavam acesas e o roadies estavam desmontando todo o equipamento.
Depois de vinte anos de espera, o Machine Head vem ao Brasil. Com um som pífio e um show burocrático, a banda se despede do palco não fazendo jus ao nome que tem e, principalmente, os fãs que lá estavam. A expectativa que fica, é para que nos próximos shows da turnê brasileira Robb Flynn caia na real e faça um show que possa ao menos comprovar que eles são uma boa banda de Thrash Metal.
Set list Sepultura:
1. Intro
2. Arise
3. Refuse/Resist
4. Kairos
5. Just one Fix (Ministry Cover)
6. Dead Embyonic Cells
7. Convicted in Life
8. Attiude
9. Choke
10. What I Do!
11. Relentless
12. Firestarter (Prodigy Cover)
13. Troops of Doom
14. Septic Schizo / Escape to the Void
15. Meaningless Movements
16. Seethe
17. Polícia (Titãs Cover)
18. Teritorry
19. Inerself
Encore:
20. Roots Bloody Roots
Set list Machine Head:
1. Imperium
2. Beautiful Morning
3. Locust
4. The Blood, The Sweat, The Tears
5. I am Hell (Sonata in #C) (primeira vez tocada ao vivo)
6. Bulldozer
7. Old
8. Aesthetics of Hate
9. Darkness Within (primeira vez tocada ao vivo)
10. Ten Ton Hammer
11. Halo
12. Davidian


Bad Religion (Via Funchal, São Paulo, 13/10/11)



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Texto: Durr Campos/ Fotos: Leandro Anhelli (www.anhelli.com.br)
Estranhei o pouco público quando cheguei, mas em questão de minutos a casa já estava quase lotada. Nada mal para uma noite chuvosa em meio de semana. Não houve banda de abertura, mas a atração principal só iniciou seu show cerca de duas horas após a abertura dos portões. Assim que os músicos foram surgindo a euforia tomava proporções inacreditáveis. Os gringos mal acreditavam mesmo esta tendo sido sua sétima visita ao Brasil (nota do redator: A primeira aconteceu em 1996, quando se apresentaram no extinto Close-Up Festival junto aos Sex Pistols). Atualmente, estão na banda três integrantes da formação original: o antropólogo, geólogo, Ph.D. e, logicamente, vocalista Greg Graffin, o guitarrista Brett Gurewitz e o baixista Jay Bentley. Mas é interessante destacar também o guitarrista Greg Hetson, que ingressou na banda em 1984 e lá permanece.
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O set-list abrangeu praticamente toda a discografia e até mesmo as canções do recente The Dissent of Man (2010), a exemplo das ótimas “The Resist Stance”, que iniciou a noite, e “Wrong Way Kids”, caíram nas graças do povo e foram cantadas letra a letra. Greg, simpático como sempre, teve a plateia nas mãos durantes os aproximadamente 90 minutos de concerto. O Bad Religion possui tantos coringas que poderia ter feito um show com o dobro do tempo e mesmo assim ainda faltaria uma imensa lista de hits. “Social Suicide”, “21st Century Boy”, “Los Angeles is Burning” e “Sinister Rouge” estão aí para comprovar o que vos escrevi logo acima.
Com mais de 15 álbuns de estúdio lançados em sua carreira, selecionar o repertório não deve ser das tarefas mais fáceis para o Bad Religion. Felizmente, este grande nome do punk mundial entendeu que em nosso país o “bicho pega” pra valer e rechearam sua apresentação de canções super especiais. A belíssima “Before You Die” e uma de minhas favoritas deles, a poderosa “Do What You Want”, deram continuidade e podia-se ouvir o Via Funchal cantando em uníssono.
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Em seguida, um fato muito interessante: um rapaz trajando uma camiseta com os dizeres “por favor, me deixem cantar ‘Modern Man’ com vocês” (ou algo assim), o que foi prontamente atendido. Resultado, o sortudo soltou o gogó em frente a milhares de fãs, fez bonito e impressionou a banda, que não conseguia esconder sua satisfação. A dileta pessoa ainda realizou um stage diving para então retornar aos seus amigos no meio da multidão. “Fuck Armageddon... This is Hell”, única do debut, How Could Hell Be Any Worse (1982), encerrou o set regular.
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O bis não demorou a acontecer e não trouxe surpresas em relação aos shows já relizados nesta “perna” da tour. “American Jesus”, talvez sua obra mais conhecida, passando pelas não menos importantes “Infected” e “Sorrow”, as quais encerraram com maestria uma apresentação para jamais ser esquecida.
Set-list:
1. The Resist Stance
2. Social Suicide
3. 21st Century (Digital Boy)
4. Los Angeles Is Burning
5. Wrong Way Kids
6. Overture
7. Sinister Rouge
8. I Want to Conquer the World
9. Come Join Us
10. Atomic Garden
11. I Want To Conquer The World
12. Before You Die
13. Recipe For Hate
14. Do What You Want
15. You
16. Modern Man
17. Generator
18. The Defense
19. Let Them Eat War
20. No Control
21. Anesthesia
22. Along the Way
23. Fuck Armageddon... This Is Hell
Encore:
24. American Jesus
25. Infected
26. Sorrow
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