22 de outubro de 2011

Faces of Bayon: prosseguindo em memória a baterista


Há pouco tempo atrás entrei em contato com esse simpático guitarrista/vocalista, que nos esclareceu sobre o passado recente da banda, a perda do baterista para sua doença bipolar, os planos para o futuro e até sobre o interesse dele pela língua portuguesa.
Gostaria que nos desse uma pequena intro de como surgiu a banda, até a gravação do debut Heart of the Fire?
Matt Smith: Nós começamos a banda no Outono de 2008, com Ron Miles e eu sendo os primeiros a iniciar a banda com ex-membro Nate Westerlind, que nos deixou em abril de 2009, então recrutamos Matt Davis e lentamente começamos a escrever e ensaiar as músicas que estão em “Heart of the Fire”.
Qual foi o primeiro pensamento após receberem a fatídica noticia sobre Matt Davis?
Matt Smith: Nós estávamos em choque completo, nos atingiu duramente, ele era o único que registrou o “Heart of The Fire” todo em seu gravador de CD 18-Track, e para ser honesto com você, se não fosse por Matt, “Heart of the Fire” nem sequer existiria! Foi algo que nunca esperei, mas ele lutou com sua doença bipolar e você conhece alguém que gosta de sofrer dessa doença, então você sabe que não é fácil viver dia a dia. Mas penso nele todos os dias e cada vez que tocamos é em sua homenagem.
Recentemente foi lançado Heart of the Fire e serve como um tributo ao Matt. Vocês chegaram a temer que este álbum não fosse lançado e a banda acabasse mesmo antes de estrear?
Matt Smith: Nós realmente não tínhamos certeza se iríamos continuar com a banda, mas uma vez tivemos o apoio e incentivo de nossos fãs e decidimos continuar em nome de Matt. Não havia motivo pelo qual não devêssemos lançar o CD, porque Matt teve uma influência tão grande sobre como esse CD soaria, e ele tocando nele é muito inspirador e original.
E como está a aceitação desse trabalho?
Matt Smith: As pessoas realmente amam o que ele fez com Faces de Bayon, a gravação de bateria e o CD tem recebido ótimas críticas.
Brimstoned e Ethereality tem um toque sinistro, tanto no instrumental quanto nas vocalizações. Como surgiu a idéia para essas músicas até a concepção final?
Matt Smith: “Brimstoned” e “Ethereality” eram músicas antigas que eu tinha escrito anos atrás com meu projeto solo, St. Hubbins (https://www.facebook.com/pages/St-Hubbins/111853194092) e quando chegou a hora de começar a criar músicas com Faces de Bayon, estas duas foram escolhas lógicas, como eu sempre quis vê-las sendo tocada com uma banda completa e muito pesada.
Mike Brown é o novo baterista, e o que ele tem acrescentado para o som o Faces of Bayon?
Matt Smith: Mike adicionou uma energia totalmente nova e positiva para o som do Faces of Bayon, e ele também tem um ‘jazz background’ e ele traz esse elemento para o nosso som e que deixa bem reforçado.
Sei que ainda é cedo, mas vocês já têm músicas novas, e quando pretendem entrar em estúdio para a gravação de seu segundo álbum?
Matt Smith: Bem, agora só temos duas músicas novas, e provavelmente será lançado como um split 12″ com outra banda ainda este ano, mas como um segundo álbum, provavelmente não acontecerá até o próximo ano.
Quando postei o comentário na pagina no facebook de vocês sobre a resenha que eu fiz, li seu comentário sobre “o pouco que sei de português”, você já esteve no Brasil? Como foi o seu contato com essa língua?
Matt Smith: Eu nunca fui ao Brasil, mas eu trabalhava em uma empresa de tradução e de alguns dos livros que eu trabalhava eram em Português, então eu aprendi um pouco, e também as minhas habilidades de língua espanhola ajudaram com isso também.
Você tem um projeto de Psychedelic Folk chamado St. Hubbins, como anda esse projeto, planos para um novo fulo lenght?
Matt Smith: Agora o meu foco está em Faces de Bayon e o reencontro de minha velha banda Death Metal Engorged (https://www.facebook.com/pages/Engorged/100214686746744?sk=wall), mas estou sempre escrevendo novas canções que são realmente voltadas para St. Hubbins, mas eu gostaria de lançar um novo CD em algum momento do próximo ano ou dois. Esse projeto é uma saída para minhas composições mais tradicionais, ‘não-metal’.


Megadeth: cada música deste álbum é diferente uma da outra


Dana Feldman, da Revista Beatweek, recentemente conduziu uma entrevista com o guitarrista doMEGADETH Chris Broderick. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.
Beatweek: Li que você começou a tocar guitarra aos 11 anos e que praticava por quatorze horas em um dia durante o verão. É uma rotina diária bastante rigorosa para uma criança. Você sempre soube que a guitarra era o que você queria fazer para sua carreira?
Broderick: Sim. Assim que eu encontrei a guitarra eu sabia que era isso que eu queria fazer. Não fazia idéia do potencial de se estudar guitarra e eu realmente quase abandonei a escola para estudá-la em tempo integral. Então percebi que poderia estudá-la na faculdade, também.
Beatweek: Li também que você se formou em Guitarra Clássica na Escola de Música  de Lamont, da Univerdidade de Denver. Executar música tem sido verdadeiramente o trabalho de sua vida. Já houve um tempo em que pensou que teria que fazer outra coisa?
Broderick: Sim. Ao longo da minha carreira de guitarrista houve momentos em que ela simplesmente não estava pagando as contas e pensei que teria que voltar à escola para estudar outra coisa. Eu tinha na verdade, apenas me matriculado para ir e obter um diploma em Psicologia, quando recebi a chamada para me unir ao JAG PANZER. Acredite ou não, eu quase recusei, mas depois pensei que faculdade estará sempre aqui, se não der certo.
Beatweek: Você tem sido creditado por tocar guitarra, teclados, baixo, fazer vocais, bem como tocar violino e piano. Você diria que é melhor na guitarra porque fez uma carreira dela, ou você escolheu esse caminho porque sempre foi o seu favorito?
Broderick: Escolhi a guitarra porque estava sempre no metal crescendo e a adorei; ela pode ser bem raivosa ou bonita. Há tantas personalidades diferentes para ela e isso foi o que realmente me atraiu. Há algo de amor sobre todos esses instrumentos, adoro música. Mas, eu diria que a guitarra é a mais diversa.
Beatweek: Dave Mustaine comentou recentemente, em uma entrevista online com a Rolling Stone sobre o novo álbum, "TH1RT3EN", que é incrível, a propósito, que o título veio em parte porque ele nasceu em 13 de setembro, bem como o fato de que este é 13 album da banda. Será que o título significa algo para você pessoalmente? Qual é a mensagem principal do álbum, como você o vê?
Broderick: Não, quer dizer, eu acho que o número 13 é legal, tanto quanto a mística por trás disso, mas na verdade, eu não atribuo qualquer significado pessoal para ele. Quanto ao álbum, é muito diversificado. Cada música é diferente e cada um está dizendo suas próprias coisas. Vejo este álbum como uma compilação, como se puxássemos uma música de cada um dos álbuns anteriores do MEGADETH. É por isso que eu realmente gosto deste.
Beatweek: Eu pessoalmente gosto das faixas 6 e 11, "Never Dead" e "Millennium Of The Blind", respectivamente. Você tem uma favorita?
Broderick: "Sudden Death" é a minha favorita. Os solos foram desafios agradáveis para ficarem legais. Quando você escreve uma música, você tem que se tornar uma parte dela, então eu me sinto forte com o álbum como um todo.


Thulcandra: em entrevista para o Polêmico Rock

O Polêmico Rock realizou recentemente uma entrevista com Steffen Kummerer (Obscura, Thulcandra, Dehydrated). Confira a entrevista abaixo.
Polêmico Rock – Olá rapazes! É um prazer enorme estar aqui entrevistando uma banda tão promissora como o Thulcandra. Então me diga, nós temos aqui um elemento do Obscura, o Steffen Kummerer, uma banda o qual possui uma legião de fãsao redor do mundo. E temos o Sebastian e o Tobias, que têm trabalhado juntos em outros projetos. Eu diria que o Thulcandra é um projeto totalmente diferente do Obscura e dos demais projetos. Como aconteceu esta idéia de formar o Thulcandra?
Steffen Kummerer  – Nós formamos a banda em 2003, Jürgen Zintz e eu, Steffen Kummerer, na guitarra e como compositor principal. Somente um ano após já tínhamos uma demo, que tinha sido gravada em um pequeno estúdio em Landshut (Alemanha), intitulada “Perishness Around Us”. Infelizmente nós nunca a lançamos, pois não estávamos satisfeito com a qualidade e com a mixagem final que obtivemos. Alguns meses depois, Jürgen decidiu passar desta vida para uma melhor. Depois de sua morte, a banda esteve parada por um bom tempo. Na verdade, também não havia possibilidade de continuar com o Thulcandra. Até eu me mudar para outra cidade, quando (algum tempo depois) eu tropecei em algumas demos e ensaios antigos gravados, e a demo de “Perishness Around Us”. Quando eu escutei aquilo, todas aquelas canções, eu senti que toda aquela coisa não deveria ficar guardada (Na verdade Steffen diz “toda aquela coisa não teve o final que mereceu”). Em 2008, finalmente comecei a trabalhar em um novo material, e rearranjei alguns riffs e canções antigas para tornar base do que hoje é o álbum “Fallen Angel`s Dominion”. Quando os insanos irmãos gêmeos Tobias & Sebastian Ludwig juntaram-se, Thulcandra teve seu renascimento, e o seu álbum de estréia foi então finalizado.
Polêmico Rock – Nós temos dois grandes álbuns gravados: o “Fallen Angel`s Dominion”(2010) e o “Under a Frozen Sun” (2011). Então, poderemos esperar outro lançamento em 2012? (risos) Eu pergunto isso apenas de curiosidade, pois quando eu ainda estava apreciando o primeiro álbum, o segundo veio de repente.
Steffen Kummerer – Nós estamos sempre trabalhando em novos materiais, então neste momento nós temos algumas idéias, ainda que rudimentares, para um próximo álbum, mas nós não devemos lançar um álbum por ano. As canções estarão terminadas quando sentirmos que é o que temos o melhor a oferecer. Assim que estivermos satisfeitos com nós mesmos, então a canção estará pronta, e não antes disso. Dito isso, acho que você poderá esperar um álbum nosso dentro de dois anos.
Polêmico Rock – O que significa exatamente a palavra Thulcandra?
Steffen Kummerer – “Thulcandra” na verdade é o nome da segunda demo tape do Darkthrone, Noruega. Muito rudimentar, mas com charme. Logo, este conceito se encaixa perfeitamente a nós, esse lance de chegar com materiais relativamente antigos.
Polêmico Rock – Vocês pretendem fazer alguma turnê mundial? Ou essa seria a intenção em um futuro próximo?
Steffen Kummerer – O Thulcandra nunca será aquela banda de fazer mais de cem shows ao ano. Nós só fazemos os shows que nós queremos, e nada mais. Talvez possamos realizar outra turnê Européia para a divulgação de “Under a Frozen Sun” se a recompensa for razoável. No geral mantemos as razões bem específicas.
Polêmico Rock – Thulcandra possui influências diretas do Dissection, ou talvez Watain. Letras, timbre de guitarras e a própria atmosfera, são alguns elementos que podemos associar diretamente ao Dissection. Como um fã de Metal Extremo reconheço que o Thucandra está trilhando seu próprio caminho, mas as influências são algo bem relevante. Sempre foi a intenção da banda, preservar uma parte do legado de Jon Nödtveidt (Guitarrista/Vocalista do Dissection - R.I.P)?
Steffen Kummerer – Bom, o Dissection é uma enorme influência para nós. Mas, Watain? Não. Nós escrevemos as canções na veia dos anos 90, por exemplo, bandas como Vinterland, The Moaning, Abigor, Eucharist, os quais foram grande influência. Bandas que eram capazes de tocar seus instrumentos  e fazer boas canções. Eu aprecio muito as músicas criadas por Nödtveit, mas o absurdo ideológico criado por ele, eu pouco me identifico. A música é importante, e não determinadas imagens.
Polêmico Rock – Há alguma outra banda que você gostaria de destacar como importante influência para o Thulcandra?
Steffen Kummerer – Vinterland, The Moaning, Unanimated, Abigor, Eucharist, Dissection, Mörk Gryning – Todas essas bandas estão quase que esquecidas. Triste, mas é verdade.
Polêmico Rock – Assim como o Dissection, você considera o Thulcandra uma banda satanista?
Steffen Kummerer – Eu considero Thulcandra como uma banda tributo à cena do começo dos anos 90.
Polêmico Rock – Como funciona o processo de composição das músicas?
Steffen Kummerer – As músicas são classicamente embasadas em alguns riffs criados a partir de várias sessões. Trabalhamos sob essas raízes, e assim adicionamos bateria, linhas de guitarra, outras camadas de melodia e baixo. Finalmente depois de tudo arranjado pela banda, as linhas de vocal serão escritas. Eu sou o maior ou principal compositor, enquanto Sebastian & Tobias Ludwig contribuem com suas idéias e trazem o que tem em mente. Por fim, as letras são todas escritas por Sebastian Ludwig, exceto o título “Under a Frozen Sun”, que se trata de um convidado especial, Morean do Dark Fortress.
Polêmico Rock – Sobre a arte de capa, ambas se tratam de uma espécie de anjo caído, e pintado em tons de preto e azul. Eu realmente aprecio muito essas capas, porque elas proporcionam uma atmosfera realmente obscura. Qual a verdadeira intenção por trás destas capas? Eu sei que elas se adaptam às canções, com esta atmosfera bem obscura, mas gostaria de saber se há algum significado especial por trás delas.
Steffen Kummerer – Arte, produção, as fotos e as canções emergem exatamente da visão que temos quando começamos a compor “Under a Frozen Sun”. Kristian Wahlin teve a idéia de fazer esta capa quando estava escutando algumas músicas da pré-produção de “Under a Frozen Sun”, então a idéia é toda dele. Nós apenas enviamos algumas idéias a ele, e o resultado final é o que você esta vendo em ambas as capas.
Polêmico Rock - Posso dizer, absolutamente, que há muitos fãs de Thulcandra aqui no Brasil. Gostaria que você deixasse uma mensagem para eles.
Steffen Kummerer – Nós nos sentiríamos muito honrados em tocar no Brasil pela primeira vez, então se vocês estiverem interessados, entrem em contato. Muito obrigado por todo este suporte, e continuem arrebentando!
Polêmico Rock – Muito obrigado por esta oportunidade, de estar aqui entrevistando uma banda que eu aprecio muito, e ter a oportunidade através desta entrevista, dar maior amplitude ao Thulcandra e ao Metal Extremo. Espero que vocês possam conquistar cada vez mais fãs ao redor do mundo. Muito obrigado!
Steffen Kummerer – Muito obrigado pela sua entrevista e pelo seu suporte ao old school Black Death Metal. Curta “Under a Frozen Sun”, e dedique-se às suas bandas underground! (O verbo “listen” aqui, considerar algo como ”dar atenção”).
Agradecimentos especiais à Ben (Napalm Records) e Steffen Kummerer (Obscura, Thulcandra) por tornar esta entrevista possível.


Morten Veland: os shows no Brasil e a saída do Tristania


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Vamos começar falando do novo álbum, ”The Enigma of Life”. Este é o segundo trabalho trazendo Ailyn nos vocais. Confesso que fiquei surpreso por todas as mudanças no passado (nota do entrevistador: Os três primeiros álbuns possuem, cada qual, uma cantora diferente). O que resultou na continuação dessa parceria?
Morten Veland – A cooperação com as cantoras anteriores não funcionou por diversas razões. Com Ailyn, no entanto, tudo se encaixou desde o início. Trabalhamos muito bem juntos, compartilhamos os mesmos gostos musicais e temos objetivos iguais. Além do mais, somos ambos dedicados ao Sirenia e nos disponibilizamos integralmente à banda.
Whiplash! - "The Enigma of Life" é uma continuação bem consistente em relação aos dois discos anteriores, obviamente estamos falando de "Nine Destinies And A Downfall" (2007) e "The 13th Floor" (2009). Como as ideias que formaram este novo registro surgiram?
Morten  – O processo criativo foi mais ou menos o tradicional, isto é, sempre chego com toneladas de material, apresento aos músicos que me acompanham e a partir daí selecionamos o que mais nos identificamos coletivamente. Para o novo álbum em particular dedicamos um imenso tempo trabalhando nas melodias e harmonias vocais. Definitivamente este é nosso disco mais melódico até agora.
Whiplash! – Por quê você decidiu produzir o novo álbum?
Morten – Eu quis tentar algo diferente e me desafiar. Senti que este era o momento ideal e as canções certas para isso, mas se me saí bem ou não já não sou quem vai julgar (risos).
Whiplash! – Uma pergunta mais complicada para você, Morten. Qual o enigma de SUA vida (nota: alusão ao título do disco)?
Morten – O título não é exatamente direcionado a mim como artista ou músico, sabe? Penso ser melhor deixar cada um decidir por si só o que ele significa.
Whiplash! – O guitarrista Michael S. Krumins deixou a banda há alguns meses. Li no site de vocês que o motivo foi a vontade dele em dedicar-se mais aos seus projetos pessoais. Michael tocou de 2008 até agora, em 2011, mas curiosamente nunca apareceu nos créditos dos álbuns lançados neste período. Alguma razão especial?
Morten - Eu sempre compus e gravei todas as guitarras nos discos do Sirenia, inclusive enquanto Michael esteve na banda. Ele saiu para tocar algo bem diferente do heavy metal que praticamos. Desejo boa sorte.
Whiplash! – Encerrando esse papo sobre membros da banda, quais os músicos que virão contigo para a turnê na América do Sul?
Morten – A formação será exatamente a mesma da turnê anterior que fizemos por aí, à exceção do Michael que foi substituído por Jan Erik Soltvedt, que já está conosco desde o último verão europeu e já realizou alguns shows ao nosso lado por aqui.
Whiplash! – Bem, esta é sua segunda visita ao nosso país. Quais as maiores diferenças que os fãs irão notar entre as duas excursões?
Morten – Acho que a maior diferença é o novo guitarrista. Além disso preparamos um set bem maior desta vez, talvez o maior que já tocamos em nossa carreira! O repertório terá canções de todos os nossos discos, então creio que irá agradar tanto os apreciadores do material mais antigo quanto o da fase atual.
Whiplash! – Após cinco álbuns, há planos para um DVD?
Morten – Não há nada concreto sobre isso no momento, mas confesso que é algo sobre o qual pensamos com certeza. Talvez daremos vida à esta ideia no ano que vem, espero.
Whiplash! – Desde que você saiu do Tristania em 2001 houve algum dia em que se arrependesse dessa decisão? Há alguma amizade entre você e os membros que estavam contigo há 10 anos?
Morten – Como a maioria deve saber, eu não saí. Fui chutado da banda! Sendo assim não há muito do que me arrepender (risos). Olhando para trás, hoje penso que foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. No último ano em que toquei com o Tristania  eu não estava realmente feliz, então o Sirenia surgiu e, assim, um novo e grande recomeço em minha vida.
Whiplash! – Aproveite para convocar seus fãs brasileiros.
Morten  – O Sirenia estará de volta a São Paulo (nota: onde fará dois shows no Blackmore Rock Bar nos dias 29 e 30 de outubro) e Rio de Janeiro agora no final do mês e comecinho de novembro. Não vemos a hora de chegarmos aí para encontrar todos vocês. Estejam lá conosco. Abraços.
Agradecimentos ao Costábile Salzano Jr. e toda a equipe do The Ultimate Music Press pelo suporte.

Jesse Jane: o excelente gosto - musical - da atriz pornô


De qual fase do AC/DC será que ela gosta mais? A do Bon Scott ou a do Brian Johnson? Se você pensou nisso enquanto via a foto, você provavelmente é gay.
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Bizarro & Absurdo: 12 Tristes Realidades da Música


1. O CREED vendeu mais discos nos EUA do que JIMI HENDRIX.
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2. LED ZEPPELIN, R.E.M e DEPECHE MODE nunca tiveram um single em #1 nas paradas, e RIHANNA teve 10.
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3. ‘Tik Tok’ da KE$HA já vendeu mais do que qualquer compacto dos BEATLES.
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4. ‘Low’ de FLO RIDA vendeu 8 milhões de cópias, mesma quantidade de ‘Hey Jude’, dos BEATLES.
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5. ‘I Got a Feeling’ do BLACK EYED PEAS é mais popular entre os jovens do que qualquer música de ELVIS PRESLEY ou SIMON & GARFUNKEL.
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6. ‘Falling Into You’ de CELINE DION vendeu mais do que qualquer disco do QUEENNIRVANA ou de BRUCE SPRINGSTEEN.
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7. A mesma coisa pode ser dita sobre ‘Come On Over’ de SHANIA TWAIN.
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8. KATY PERRY tem a mesma quantidade de singles do mesmo disco que chegaram a #1 das paradas que MICHAEL JACKSON.
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9. BARBRA STREISAND já vendeu mais discos no total (140 milhões) do que JOHNNY CASH, PEARL JAM e TOM PETTY – juntos!!!
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10. 20 milhões de pessoas tiveram estômago para comprar ‘Some Gave All’ de BILLY RAY CYRUS. Mais do que qualquer disco de BOB MARLEY.
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11. O elenco de ‘GLEE’ já emplacou mais músicas do que os BEATLES.
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12. Esse desgraçado existe.
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O Metaleiro: Cia do Pagode, Justin Bieber e Michel Teló


Como alguém consegue juntar Cia do Pagode, Justin Bieber e Michel Teló em uma única música, e ainda em versão Metal?

Rock in Rio 2011: um balanço desta edição do festival

Depois de dez anos fazendo biquinho ao público brasileiro, e como todo bom filho a casa retorna, o festival, que hoje se gaba de ser intercontinental, Rock in Rio foi oficializado novamente no município do Rio de Janeiro. Como todo bom projeto, as variáveis e os desafios de tirar do papel aquele que já foi um sonho - todavia, hoje se conforta sendo mais do que uma real conquista - não estavam listadas no hall das tarefas mais simples. Afinal, não é só armar uma tendinha com som meia-boca e duas garrafas de cerveja quente e, voilá!, está pronto o festival. A coisa é mais embaixo, amigo. Eventos desse porte requerem estudos elaborados, planejamentos, estratégias para as mais diferentes situações, que vão desde o transporte público à hora que você, camarada, for fazer seu xixi nas dependências do festival. Enfim, são muitas as variáveis e muito trabalho duro para fazer a festa acontecer.



Economia
Como foi oficializado há bom tempo antes de todo arrasta pé acontecer, organizadores e produtores, aliado ao poder público do Estado, fizeram o dever de casa, tentando diminuir a zero todos os problemas que eram certos de acontecer, quando as engrenagens do festival começassem a rodar. Escalado para o mês de setembro e começo de outubro, onde o setor hoteleiro do município do Rio fica quase às moscas, o Rock in Rio veio com a ‘responsa’ de suprir essa lacuna, além disso, alavancar a economia do Estado que não está lá essas coisas e, lógico, entreter o público.
Pelo o que foi apurado até o momento, segundo nota apresentada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, o festival foi mais que benigno à economia carioca, estimando a injeção de um número superior a quatrocentos milhões de dólares à economia do estado. E que contou também com uma taxa de ocupação média de 98% do sistema hoteleiro, segundo levantamento realizado pela ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) a pedido da Riotur.
Sem dúvida são estatísticas a serem comemoradas, mas ainda é um olhar pequeno, talvez até romântico, perto dos problemas sentidos na pele pelas centenas de pessoas que visitaram a Cidade do Rock, e, sem dúvida, pela grande parcela de cidadãos que queria na melhor das hipóteses prestigiar o festival de bem longe - de preferência no aconchego do lar -, mas, infelizmente, se viram no meio do furacão. E esse furacão veio na forma de grandes congestionamentos; policiamento pouco informado e menos ainda educado; transporte público insuficiente diante do volume de pessoas, o que foi prato cheio ao transporte irregular com preços que atravessavam, fácil, fácil, a estratosfera. E a cereja desse indigesto bolo foram os gatunos de plantão que se aproveitaram da ocasião e fizeram sua festinha, digamos, particular.
Isso dá uma breve noção do quanto o governo do Estado do Rio de Janeiro - isso se aplica para os outros Estados também - precisa investir em infra-estrutura. Se o país está imbuído da idéia de deixar de ser colônia investindo na área cultural. O que é excelente e já passou mais que da hora. Ações enérgicas devem ser tomadas para ontem, anteontem... E se os jogos Olímpicos e Copa do Mundo estão “certos” de terem o Brasil como sede é mais que necessário os Estados, aliados ao poder Federal, se debruçarem sobre os projetos com total entrega. A melhora das infra-estruturas dos municípios é uma necessidade que não pode ser deixada para qualquer dia ou para o dia que pintar vontade, a menos que a pretensão do poder público seja retroceder na corrida pelo desenvolvimento, onde o Brasil não é o lanterna, mas, tampouco, deixou de ser retardatário.
Rock in Rio
O ano de 1985 pode ser considerado decisivo para a composição da história do Brasil. Algum desinformado olharia com desdém e perguntaria por que. A resposta mais simples e direta seria o processo que o país atravessava com a redemocratização. Junto a isso, e até alicerçando esse processo, o festival Rock in Rio foi decisivo em carimbar o país como rota dos grandes concertos internacionais. O Brasil já tinha sentido gostinho de hospedar apresentações internacionais como GenesisAlice Cooper Group, Carlos Santana,QueenVan HalenKiss, etc. Mas era algo que acontecia uma vez na vida e outra na morte, como é expresso no ditado popular, tendo em vista a tamanha carência do povo em relação a shows internacionais, e se bobear à cultura em geral.
Filho do produtor carioca Abraão Medina - idealizador das noites de gala, paradas de Natal - o publicitário Roberto Medina trouxe o conceito de festival musical de grande porte ao país, algo até então inédito, levando em conta a infra-estrutura que a festa demandou e a quantidade de pessoas que o evento comportava e atingia direta e indiretamente. Não adianta uma ou outra viúva chorona bater o pé dizendo que o Brasil tinha esse ou aquele festival. É fato que as coisas começaram ganhar moldes profissionais - ou se preferir, começou a melhorar - com o Rock in Rio 1.
Na primeira edição do festival, entre os dias 11 e 20 de Janeiro de 1985, dispôs, como ressaltado anteriormente, de uma infra-estrutura inédita aos parâmetros brasileiros até aquele momento, com shoppings, lojas de fast-foods, centros médicos, etc, o que, junto às atrações da festa, foi algo determinante ao alcance do sucesso. Se o primeiro festival foi para abrir os caminhos do Brasil aos grandes shows, a segunda edição, no ano de 1991, veio numa versão mais reduzida realizada no Estádio do Maracanã com a bandeira de enaltecer o Brasil no circuito mundial dos principais shows. As edições de 2001 e 2011, com o país mais que consolidado na rota dos principais artistas, o Rock in Rio teve o trabalho de administrar o jogo ganho e não cometer nenhuma insensatez.
Não chega ser insensatez ou um ultraje, mas as bolas chutadas acima do gol na atual edição do festival ficaram por conta das cansativas filas para alimentação; a má comunicação do festival em veicular em seu site oficial a informação que era proibida a entrada de qualquer tipo de alimento, quando na realidade não era - o mal entendido foi desfeito para segunda semana do festival; os banheiros, pelo menos o masculino, não comportaram o volume de xixi da moçada, entupindo, e para piorar, com inúmeras poças se formando pela área do banheiro, era quase como pisar num terreno minado; o fraco policiamento dentro da área do festival, o que possibilitou um número elevado de furtos na primeira semana de shows e, por fim, os preços de alimentos e bebidas um pouco acima da realidade econômica do país.
Artistas
Comentei que o banheiro masculino parecia campo minado, certo? Mas campo minado mesmo, caro leitor, é meter o bedelho no delicado assunto: cast do festival. Mas o bom é cutucar a fera com vara curta. O assunto é cheio de nove horas por um erro de interpretação, o festival se chama Rock in Rio, sendo essa sua marca, e não deve ser veiculado diretamente ao estilo. Parece bobagem comentar sobre isso, entretanto, há uma parcela de pessoas que não entendem, ou se fazem de desentendidas, o que é o estopim para a guerra começar onde as afiadas armas são as palavras.
Desde sua primeira edição o festival acobertou atrações fora da “jurisdição” do estilo rock ‘n roll, artistas como George Benson, James Taylor, Ivan Lins, Gilberto Gil, The Go-Go’s e B’52’s destoam do pessoal que é mais chegado no peso das guitarras. O mesmo conceito estava presente na segunda edição do festival, prova disso fora as escalações de grupos/ artistas como A-Ha, Information Society, Debbie Gibson, Jimmy Cliff e Colin Hay. As outras duas edições seguiram o roteiro. E novamente a mesma indagação sobre as atrações em comparação direta ao nome do festival aconteceu, com alguns radicais fazendo birra porque atrações como Katy Perry, Ke$ha, Ivete Sangalo, etc, fizeram parte do cast do festival.
Cabe a uma boba, mas válida analogia a restaurante: ninguém é obrigado comer o que não quer ou o que não gosta, ou seja, cada pessoa analisa o cardápio e julga o melhor para si. Em festivais de música cabe a mesma ideia e analise: consuma aquilo que for do seu agrado. Simples assim. E a melhor parte é que todo mundo se diverte sem precisar pisar num terreno que não fale sua língua.
O bacana que a festa voltou para seu endereço de origem, e é muito bem vindo, diga-se. Afinal, foi com o pontapé dado pelo festival que o Brasil começou a ser enxergado na área do entretenimento pelo pessoal gringo. Então, que venha outras edições do festival alicerçado em uma infra-estrutura ainda melhor e com menu recheado de rock, metal, pop, blues...

VMB 2011: focando na comédia segregada e mutilando a música


Acreditem: foi um martírio manter os olhos abertos e assistir o talentoso MARCELO ADNET fazer piada de tudo – em uma velocidade impressionante – e confessar, de forma quase que objetiva, que músicano canal paulista, hoje, é apenas uma desculpa e que a “festa mais importante da música brasileira” transformou-se em um stand-up comedy de 2 horas.
A preocupação em consolidar os novos ídolos da molecada (este mesmo ADNET, RAFINHA BASTOS, RAFAEL CORTES, CARIOCA-PÂNICO) no âmbito humorístico, enterra de vez as chances de que a emissora em algum momento, realmente se preocupe em lançar novas tendências e seja mais democrática possível.
Quando CRIOLO vence várias categorias indicadas e faz um discurso político correto mas com uma feição antipática, não dá para crer nos herois ideológicos ‘por estação’, porque é mais ou menos assim que a emissora trata suas revelações: pelo canal, artistas novos serão “sempre” novos enquanto novidade. Depois disso são substituídos – sem cerimônia e degustação – por outras bandas e artistas iniciantes. Algumas vingam e outros continuam promessas.
Um evento deste porte só cria falsas ilusões em quem concorda com as indicações do canal. Parece que no momento a tendência é deixar o rock choroso e colorido de lado para se dedicar aos artistas do hip hop e do rap. Sem dúvida, uma pá de gente (especialmente de São Paulo) produz trabalhos interessantes e que merecem audições cuidadosas, mas fica difícil acreditar que não tem nada novo no mundo da MPB, do rock nacional e de outros estilos tão menosprezados pela emissora, além de Mallu Magalhães, Marcelo Camelo e Marcelo Jeneci.
Em um ano estelar para quem teve oportunidade de curtir Rock in Rio e ainda vai curtir SWU, a emissora perdeu uma ótima oportunidade de prestar tributo ao maldito estilo. Prefere venerar Caetano, que vive de passado há no mínimo 15 anos ou mesmo apostar na figura imponente e insossa de Malu Magalhães, ancorada por Marcelo Camelo, apostando em um estilo riponga e descolado mas sem a ingenuidade refrescante dos tempos de hermano.
E o que dizer de Marina Lima, que subiu ao palco para entoar um dos seus clássicos (“Prá Começar”) em um dos desempenhos que mais cabem na expressão cunhada pelos novos falantes; a tal da VERGONHA ALHEIA fez a festa antes da festa começar nos bastidores. Sem contar que Wanessa (assim, sem Camargo), ainda teve que ouvir o público gritar “Rafinha, Rafinha”, manter a pose e dar continuidade aos discursos de palco que lembram muito os feitos por mestres de cerimônias na entrega do Oscar…
…só que de Oscar o VMB não tem nada. Ver o “Tremendão” Erasmo Carlos subir ao palco, aparentemente debilitado, faz a gente pensar se convidá-lo para show deste tipo agrega algum valor a sua intensa e importante carreira ou vale apenas para o ex-parceiro de Roberto Carlos ir até o camarim e pedir seu whisky preferido…
Emicida – o queridinho da vez – tem talento mas sua retórica moralista fica tão embaçada mediante aquele público com olhar blasè, que perde toda a eficácia e legitimidade. Coragem é nem aparecer para premiação, mas, quando no seu curtíssimo curriculum vitae o músico já acumula função na potente Intel e é figura fácil nos eventos da playboyzada, é muito bom pensar antes de falar…
Enquanto isso, Marcelo, Bento Ribeiro, Dani Calabresa, Paulinho Serra e Tata Werneck se empenhavam em ser o que são: bons humoristas mas não sumidades. O deboche, o pastelão, a ironia e a presença de espírito, quando aplicadas em doses industriais na veia do telespectador pode causar efeitos colaterais impressionantes. Um deles é transformar gente talentosa em verdadeiros pagadores de mico, porque afinal de contas estão no lugar errado e na hora errada.
Até Marcelo (desse vez o D2) estava meio perdidão lá no meio dos habitantes do Rap. A ideia de trabalhar com vários palcos, ao mesmo tempo que traz dinâmica para um programa ao vivo configurou uma certa confusão… As atrações ficaram tão diluídas de tão misturadas que o lance de convidados juntos – de forma inusitada – não trouxe nenhuma resposta positiva, ao menos de quem estava lá.
O evento tem um caráter “party”, embora seja repercutido como um apontador de novas tendências. No entanto de tão ‘engraçado’ é chato e não deixa nenhuma vontade de assistir de novo. Agora o ano pode terminar em paz.
twitter: @aliterasom

Collector's Room: os vícios da crítica musical brasileira


Duas características chamam a atenção em grande parte da crítica musical brasileira. Enquanto uma parcela cultua o passado e não tem ouvidos para o que está sendo produzido agora, outra escuta apenas o novo e despreza os clássicos. A primeira turma é facilmente encontrada no heavy metal, enquanto a segunda bate ponto no mundinho indie.
Duas publicações exemplificam bem esses opostos. A Rock Brigade, revista brasileira dedicada ao heavy metal surgida na primeira metade dos anos oitenta, sempre trouxe resenhas construídas a partir de um ponto de vista extremamente conservador. Nos seus primeiros anos, em uma época em que o rock e o heavy metal não tinham a exposição que têm hoje, os textos da Brigade vinham carregados de um preconceito que acabou se tornando folclórico. Ler as resenhas de álbuns publicadas nos primeiros números da revista é diversão garantida, já que o que não faltava para os redatores era senso de humor, ainda que, na maioria das vezes, involuntário. Isso fez surgir pérolas antológicas, como as listadas abaixo:
"Paice mostra uma feroz sequência de hipnotizantes estrondos tirados de sua Ludwig rústica, mas resistente aos seus golpes certeiros. O baterista trata seus pratos como um escravo fugitivo, enquanto Gillan solta um verdejante grito como um leão em seu mais duradouro período de cio."
"Ronnie James Dio encarou o demônio de frente, galopou no cavalo da morte e dançou na propriedade do sobrenatural. A amarga gota de fel que é nódoa nos corações humanos e o desespero pelo poder da força que arrasta todos às profundezas do inferno foram por ele galhardamente cantadas em um heavy metal que Satanás não ensinaria nas escolas do inferno."
"Joey De Maio lança maldições em cada nota executada, despedaça seu baixo em agonia mutiladora. Ross the Boss arrepia os recônditos mais profanos do corpo. Eric Adams vocifera tão afiado que choca-se em contato com a nossa era. A bateria parece ser tocada pelo próprio Lúcifer em êxtase, Scott Columbus detona a estrutura espaço-tempo com suas porradas sônicas."
"Misericórdia não existe! Não cabe na filosofia do heavy metal, por isso que Dave Lombardo pulveriza as moléculas do ar com suas patadas letais na mesma medida em que o terremoto provocado pelo baixo de Tom Araya invoca Satanás para a destruição. Não tem música melosa! A mais lenta faz qualquer um sair por aí chamando urubu de meu louro e Jesus de Genésio."
Poesia e romantismo puros, certo? Entretanto, esses textos, que soam hilários hoje em dia, eram a principal fonte de informação para toda uma geração de ouvintes. A Rock Brigade era, ao lado da Metal, a única revista especializada em heavy metal no Brasil. E, enquanto a segunda durou poucas edições, continua na ativa até hoje, ainda que de forma cambaleante.
Esses textos, mais tarde, evoluíram para resenhas que, invariavelmente, elogiavam as bandas que executavam o “verdadeiro” metal e malhavam impiedosamente qualquer grupo que ousasse soar diferente. Assim, um álbum do Slayer, do Helloween ou de qualquer outra banda considerada “clássica” era sempre idolatrado, por pior que pudesse ser. O melhor exemplo ocorria com o Iron Maiden, cujas críticas dos álbuns na Rock Brigade invariavelmente começavam com a frase “Em se tratando do Iron Maiden, é impossível ser imparcial” ou algo do gênero. Essa postura levou a revista, por exemplo, a classificar o álbum "Virtual XI", um disco que, com muita boa vontade, podemos considerar apenas ruim, com um trabalho muito bom. Isso sem falar das críticas dos álbuns lançados pela gravadora Rock Brigade Records, todos muito bons e que nunca ganharam uma nota inferior a 7, mas isso é papo para outro dia.
Essa postura foi a principal responsável por formar uma geração de ouvintes conservadores, e perdura, em menor grau, até hoje. Basta ler a grande maioria dos sites e publicações direcionadas ao público headbanger para identificar claramente uma visão conservadora e um culto exagerado ao passado. Isso faz, por exemplo, que uma banda inovadora como o System of a Down recebe muito menos destaque e aval da crítica brasileira especializada em metal do que o Manowar, que há anos repete fórmulas e não lança nada relevante.
Mais tarde, em uma tentativa de se atualizar com o que estava rolando, a Rock Brigade ampliou a sua linha editorial, abrindo espaço para nomes vindos do grunge e do rock alternativo. Isso, naturalmente, desagradou os leitores, que foram educados pela própria revista, durante vários anos, a acreditar que nada era melhor do que o “verdadeiro” heavy metal. É claro que a abertura demasiada da linha editorial, colocando nas páginas de uma publicação especializada em heavy metal bandas como Red Hot Chili PeppersNirvana, foi uma decisão arriscada, e essa postura acabou alcançando o efeito contrário ao que almejava: ao invés de aumentar o número de leitores, a Rock Brigade foi rejeitada pelo seu próprio público e teve a sua reputação e credibilidade arranhadas de forma profunda, em um processo que, somado a outros fatores, arrasta-se até hoje.
No outro extremo havia a Bizz, na minha opinião a melhor revista de música que o Brasil já teve. Fonte de informação do mais alto nível e matérias antológicas em suas mais de 200 edições, em uma época pré-internet a revista assumiu o posto de plataforma de lançamento, apresentando novas bandas e artistas para o público brasileiro. Entretanto, a revista sempre teve um certo preconceito com as bandas clássicas, notadamente em relação ao rock progressivo, visto com uma evidente má vontade.
Isso fica claro ao darmos uma olhada na Discoteca Básica Bizz, sessão que trazia, em cada edição, um texto sobre um álbum considerado clássico. Das 215 edições, apenas cinco foram dedicadas ao prog - King Crimson - "In the Court of the Crimson King" (1969) – edição 6, Pink Floyd – "The Dark Side of the Moon" (1973) – edição 21, Soft Machine – "Third" (1970) – edição 45, Genesis – "The Lamb Lies Down on Broadway" (1974) – edição 67 e Yes – "Fragile" (1971) – edição 128. Desses álbuns, um extrapola totalmente o público prog e é figura certa em qualquer lista de melhores de todos os tempos – "Dark Side of the Moon" – e outro, ainda que alinhado à Canterbury Scene, é muito mais um disco de jazz rock do que um álbum progressivo – "Third". Restam, portanto, 3 discos em um universo de 215 – pouco mais de 1%.
Para você não pensar que eu estou enxergando coisas onde não devo, veja só como começa o texto dedicado a "The Lamb Lies Down on Broadway", do Genesis, publicado em fevereiro de 1991 – ou seja, poucos meses antes do estouro planetário de "Nevermind", que causou uma revolução semelhante à ocorrida quase 15 anos antes, quando o Sex Pistols lançou o seu primeiro disco e varreu os excessos dos grupos prog: “Esta é a terceira vez que um grupo progressivo clássico chega à Discoteca Básica Bizz. Por mais controversa que seja a posição deste movimento dentro da história do rock, ele marcou seus tentos, e esse disco faz parte do escore favorável aos dinossauros”. De cara, a própria revista desconsidera o Soft Machine como uma banda de “progressivo clássico”, alusão feita ao King Crimson e ao Pink Floyd. O uso do termo “dinossauro”, de forma claramente depreciativa, comprova o preconceito, exemplificado em uma passagem do texto sobre o álbum "Fragile", do Yes, publicado em março de 1996: “Se o progressivo tinha algo de bom era a liberdade de ousar misturar qualquer tipo de informação musical”. Detalhe: o autor de ambos os textos era o mesmo, Marcos Smirkoff.
Não reconhecer a importância de um estilo como o rock progressivo é uma estupidez. É claro que, em determinado momento, as bandas do gênero se perderam em excessos desnecessários, mas isso aconteceu com praticamente todos os grupos em todos os estilos musicais – do punk ao heavy metal, do pop ao rap. Mas, antes desse declínio, o prog revelou ao mundo não somente músicos excepcionais, mas também álbuns que fizeram história e que, por uma escolha que parece muito mais focada no gosto pessoal de uma equipe editorial do que qualquer outra coisa, passaram batido pelo “reconhecimento” da Discoteca Básica Bizz. Exemplos não faltam: "Wish You Were Here" do Pink Floyd, "Red" do King Crimson, "Close to the Edge" do Yes, "Selling England by the Pound" do Genesis, "Thick as a Brick" do Jethro Tull, "Pawn Hearts" do Van der Graaf Generator, "Mirage" do Camel, "In the Land of Grey and Pink" do Caravan e diversos outros discos dessas e de outras bandas foram solenemente ignorados, vendendo a ideia de que o rock progressivo era um estilo formado por bandas jurássicas e auto-indulgentes que gravavam álbuns conceituais com canções de 20 minutos – o que não deixa de ser verdade, mas também não significa que essas canções eram ruins, muito pelo contrário. Eu, por exemplo, prefiro mil vezes o Pink Floyd arrogante de "The Wall" do que o Sex Pistols barulhento de "Nevermind the Bollocks", apesar de reconhecer a importância e influência de ambos. Isso fez com que grande parte dos leitores da Bizz acreditasse que não havia nada de bom no prog, e que o que importava era apenas o que vinha da capital musical do momento, fosse ela Manchester ou Seattle.
É possível haver um meio termo entre essas duas visões tão antagônicas? Sim, é possível. Vou contar uma historinha para vocês: no final de 2010 convidei diversos amigos para listarem para a Collector´s Room quais foram os seus discos favoritos lançados naquele ano. Recebi listas maravilhosas e repletas de bons sons, mas uma delas me chamou a atenção. O autor era o brother Bento Araújo, editor da poeira Zine, uma publicação dedicada exclusivamente ao rock dos anos 60 e 70. Porém, ao contrário do que se poderia esperar, a lista do Bento veio repleta de novas bandas e não de trabalhos recentes de ícones do período. Ou seja, um cara que é referência em rock clássico para todo o Brasil, e que todos imaginavam que só ouvia isso, mostrou que se mantém atualizado com o que está acontecendo atualmente na música, atestando a qualidade dos grupos atuais.
É difícil encontrar esse equilíbrio. Para falar a verdade, não consigo enxergar isso em nenhuma publicação brasileira. Independente da linha editorial, todas elas pendem para um desses dois lados. Talvez isso aconteça pelo fato de os públicos serem diferente entre si. O cara que ouve rock clássico e se contenta em escutar sempre os mesmos álbuns do Deep PurpleBlack Sabbath e Led Zeppelin está pouco interessado no que o Machine Head está fazendo, enquanto quem ouve Strokes, White Lies e The Vaccines não tem nenhum interesse em Rainbow, Clash e Yes. Entretanto, um lado não vive sem o outro. Enquanto as bandas novas se alimentam das influências do passado, os grupos antigos se reinventam em busca de novos ouvintes, em um círculo infinito onde quem ganha, sempre, é o ouvinte.
Na hora de ouvir um som desconhecido, vá despido de qualquer preconceito. Se você não curtir, pelo menos terá escutado e saberá porque, evitando o estúpido “não ouvi e não gostei”. E, se gostar, trará para o seu universo musical um novo integrante, desenvolvendo-se como ouvinte e tendo contato com um novo mundo sonoro que lhe reservará momentos surpreendentes.
Afinal, acima de tudo, parafraseando o crítico e escritor norte-americano Alex Ross, a música é algo que vale a pena amar.
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Fail!: algumas das releituras de rock mais bizarras


Se as grandes bandas do rock tivessem a idéia do quanto suas canções um dia seriam massacradas em versões covers executadas pelos "artistas" abaixo, elas não precisariam passar tanto tempo em estúdio. Sejam se apresentando em pequenos clubes locais, ou em até na rádio/televisão, essas bandas dramaticamente falham em tentar capturar a magia do original, mas acima de tudo, eles conseguiram entrar no Top 10 dos covers mais bizarros na história da música:
10. "Let It Be", artista original - BEATLES:
09. "Don't Stop Believin", artista original - JOURNEY:
08. "Highway To Hell", artista original - AC/DC:
07. "Dust In The Wind", artista original - KANSAS:
06. "I Can't Dance", artista original - GENESIS:
05. "Poison", artista original - ALICE COOPER:
04. "Sharp Dressed Man", artista original - ZZ TOP:
03. "Enter Sandman", artista original - METALLICA:
02. "Comfortably Numb", artista original - PINK FLOYD:
01. "Smoke On The Water", artista original - DEEP PURPLE:

Dia das Bruxas: músicos elegem filme de terror preferido


Com a proximidade do Dia das Bruxas nos EUA, que será comemorado  dia 31/10, o site NoiseCreep reuniu uma seleção de músicos do punk/metal para elegerem seu filme de terror preferido. Alguns filmes são mencionados mais de uma vez, mas há outros menos conhecidos na lista.
Confira alguns dos filmes citados:
Cristina Scabbia, vocalista do LACUNA COIL: Profundo Rosso, de Dario Argento.
Mark Hunter, vocalista do CHIMAIRA: Halloween de John Carpenter.
Charlie Benate, baterista do Anthrax: Tubarão, de Steven Spielberg.
Tony Sannicandro, guitarrista do JOB FOR A COWBOY: Halloween de John Carpenter.
Dez Fafara, vocalist do DEVILDRIVER: Dracula, de Tod Browing.
Scott Ian, guitarrista do Anthrax: Noite dos Mortos Vivos de George Romero.

Stage Dive: os saltos mais épicos e insanos do rock


O "Stage Dive" (ato de saltar do palco em direção a platéia, simulando um mergulho) é uma marca registrada de qualquer show  de rock pesado. É a representação perfeita do efeito que o rock 'n' roll tem sobre aqueles que dedicam suas vidas a ele, esses caras não estão nem aí com sua segurança, também não estão nem aí se vão dar com a cara no chão, apenas querem ter a sançação de voar por alguns segundos. Existem Stage Dives incríveis, que até ficam marcados na história. Em homenagem a esses roqueiros que criaram essa arte, o Loudwire criou uma lista com os 10 Stage Dives mais épicos da história do rock:
10. Eddie Vedder pulando de cima do suporte do câmeraman:
09. Vocalista do Cage the Elephant saltando de cima das caixas de som:
08. Pulo não muito espetacular de Iggy Pop:
07. Mergulho muito louco de Sid Wilson do Slipknot:
06. Um verdadeiro mergulho de Jacoby Shaddix do Papa Roach:
05. "Ginasta" do Blessthefall dando um flip na galera:
04. Pouyan Afkary do Scary Kids Scaring Kids em salto magnífico:
03. Será que sobreviveu? :)
02. Mergulho suicída de Fred Durst do Limp Biskit:
01. Realmente o salto mais insano, este do vocalista Craig Rondell do Boy Hits Car: