8 de outubro de 2011

War is Not Over - Mortage



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O trabalho foi lançado pela Kill Again Records (www.killagainrec.com), que só tem acertado a mão em seus investimentos. E muito legal constatar que não é só o death metal brasileiro, por exemplo, que está bem representado. Pois esse pessoal, oriundo de Campinas/SP, prova que o país tem uma força impressionante também no thrash metal.
O apocalipse começa com a porradaça “Storm of Fire” (confiram clipe no final), sendo que essa raiva atravessa o disco todo, com músicas relativamente longas, mas sem soarem enjoativas, muito pelo contrário. “The War is Not Over” é um vício!
Outra grande composição é “Violent Hatred”, também avassaladora. Aliás, vale dizer que a maior parte do play tem um pé fundo no acelerador. Mas a melhor mesmo é “Kill Human to Clean The World”, com uma estrutura muito bem criada, e bumbos duplos infernais no meio da canção. E a faixa-título, assim como “Victims of Faith”, contam até com blast beats! BRUTAIS!
Nessa violência emanada pela Mortage, os caras capricham nas guitarras. Putz, é um número imensurável de riffs excelentes. Sim, a parte mais criativa do grupo está depositada nas cordas, de longe o maior destaque do CD. Em alguns momentos, por exemplo, eles lembram o não menos brilhante Defleshed (ler resenha) nesse aspecto, talvez não no estilo de tocar, mas na competência em criar boas rifferamas.
O material gráfico é bem produzido, com uma capa bem legal, e uma estética bem bem trabalhada. A qualidade da gravação também é de qualidade muito boa, tornando o trabalho realmente empolgante.
Uma pena a Mortage ainda ser pouco conhecida no Brasil, já que o álbum pode ser considerado um dos melhores já lançados na história do thrash metal tupiniquim. É um som tradicional, mas feito por quem entende do assunto. Além do referido clipe de “Storm of Fire”, assistam também a “The War is Not Over” aí embaixo.
Mortage – The War is Not Over
Kill Again Records – 2011 - Brasil
http://www.myspace.com/mortage
Tracklist
1. Storm of Fire
2. Prisoners of Lies
3. Violent Hatred
4. Soldier Remains
5. Kill Human to Clean The World
6. The War is Not Over
7. Slave of Hypocrisy
8. Victims of Faith

Obey - No Sense



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O negócio aqui, cuja duração mal passa dos 15 minutos, é realmente um trabalho típico do gênero, mas bem feito, coisa de quem já é veterano no underground.
As músicas não trazem nenhuma novidade, e nem precisa, já que a proposta da banda é ser a mais infernal possível. Para quem não sabe, nessa gravação, a banda conta, além de Paulo (bateria), Morto (guitarra) e Angelo (baixo), com os vocais poderosos de Marly, uma mulher que consegue fazer Angela Gossow (Arch Enemy) ficar sem graça diante de seus berreiros.
“Obey” possui apenas sete sons novos, violentos o suficiente para derrubar paredes. Depois da agressão sonora, vejam vocês, mais agressão sonora!!! É que o CD traz como bônus o EP “Out of Reality” (com uma bela capa, aliás), de 1991. Fantástica a ideia do resgate. Interessante também comparar as músicas, separadas por 20 anos. É evidente que a qualidade da gravação é inferior, mas mesmo assim, o trabalho não deixa de ser empolgante.
Comparando os dois trabalhos, é legal notar que o estilo pouco mudou, exceto pelo vocal de Marly, que está mais brutal e rebelde em “Obey”. Ainda sim, o ódio transmitido por suas cordas vocais permaneceu intacto.
Curiosidade: a foto da parte de trás da caixinha traz a banda posada da mesma forma que o fizeram para o EP, sentados em uma escada e com um detalhe importante: com a mesma formação! Muito jóia!
Quem quer saber de onde se originaram tantas bandas grind tupiniquins deve adquirir o disco com urgência. Isso aqui, meus amigos, é história da música extrema nacional. O que estão fazendo, que ainda não arrumaram suas cópias do disco? E por favor, senhores da No Sense, nunca mais pensem em parar com as atividades novamente, combinado?
No Sense – Obey
Violent Records – 2011 – Brasil
http://www.myspace.com/nosensegrindcore
Tracklist
1. No More Hope
2. Border Line
3. Obey
4. Iconoclastas
5. Never Surrender
6. Vendetta
7. Guided by Voices
8. Confused Mind
9. T.V. Alienation
10. Just Say No
11. Darnkness
12. Leprous Lovers
13. Devastation and Massacre
14. Consuming till Death
15. Dying

Apocaliptic Terror - Corpse Grinder



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Com mais de duas décadas de estrada, o mais impressionante é notar o verdadeiro amor que a banda tem pelo underground. Sim, o grupo é um dos mais fiéis ao death metal de que tenho conhecimento, e “Apocaliptic Terror” reforça isso de maneira definitiva.
Os caras nunca amaciaram o som, aliás, sempre fizeram algo tradicionalíssimo e verdadeiro. Nesse lançamento, a coisa não foi diferente. E sua proposta se mantém firme até mesmo na qualidade de gravação do álbum, sujona e um tanto reverberada, principalmente nos vocais, que remetem demais aos sons extremos do final dos anos 80/começo dos anos 90, época em que Minas Gerais, estado de origem desse pessoal, estava no auge da música thrash/death no país.
Um dos responsáveis pelo resultado sonoro, claro, foi Ciero (Da Tribo Studio), que masterizou o material. E como falei no vocal, é bom registrar aqui o trabalho de Junior, responsável por guturais inconfundíveis, bem característicos do conjunto. Ah, sim, e ele é também um dos guitarristas da banda, completada pelo outro guitarrista Hellio, pelo baterista Kleber e pelo baixista Flavio.
Pois é isso, meus amigos, a Corpse Grinder continua martelando da mesma forma, com músicas diretas, sem frescuras.
Entre os destaques, estão “Sanctuary in Flames”, a mais fodida, com um riff maravilhoso e impregnante; “Death Under the Feet” também tem uma grande pegada e peso nas guitarras. A que vem a seguir, “Prepared to Autopsy”, é bastante agressiva, mas não supera a fúria de “Hidden Cemetery”.
Para quem procura um grupo autêntico e apaixonado pelo death metal tradicional, não há melhor recomendação do que “Apocaliptic Terror”. E mais: se você é fanático por esse estilo de som, bem, é obrigatório que adquira toda a discografia da Corpse Grinder. Fato.
Corpse Grinder – Apocaliptic Terror
Kill Again Records – 2011 – Brasil
http://www.myspace.com/corpsegrinderdeathmetal
Track List:
1.Apocalyptic Terror
2.Sanctuary in Flames
3.The Evil Behind False Promises
4.Death Under the Feet
5.Prepared to Autopsy
6.Hidden Cemetery
7.Alcoholic Lust
8.Carbonized Saint
NOTA 8

Dead Again - Suicidal Angels



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E no final de 2010, e de gravadora nova, a banda retorna com outro grande registro, este excelente “Dead Again”, que tem tudo para fincar de vez o nome da banda dentre as grandes promessas do thrash metal mundial.
O thrash metal executado pelo grupo é muito bem feito, e apesar de bastante clichê, tem todos os elementos que o estilo exige: riffs e mais riffs cavalares e agressivos, repletos de palhetadas precisas, solos insanos, bateria técnica mas sem muitas firulas, baixo pesado e marcante, e um vocal agressivo e cativante. Alias, a quantidade de riffs espetaculares presentes no som destes gregos é realmente de impressionar!
Todas as músicas seguem o mesmo esquema, com muito peso e agressividade, sendo algumas mais rápidas e agressivas e outras mais pesadas e soturnas. Como destaques, cito a rápida “Reborn in Violence”, repleta de riffs no melhor estilo da escola alemã do thrash; “Violent Abuse”, também bem rápida e agressiva, no melhor estilo SLAYER; e a melhor de todas, “Beggar of Scorn”, um pouco mais cadenciada, mas repleta de riffs cavalgados maravilhosos, além de uma linha de voz muito boa, tendo tudo para se tornar clássica.
A qualidade de gravação também é excelente, assim como a arte gráfica, que, como se percebe de longe, é obra do mestre Ed Repka.
Se você é fã do estilo e ainda não conhece o trabalho do SUICIDAL ANGELS, não perca mais tempo e prepare-se para ser feliz. Não tem nada de novo, mas mesmo assim é muito bem feito, e merece ser conferido.
Confiram o clipe da maravilhosa “Beggar of Scorn”.
Dead Again – Suicidal Angels
(2010 – Noiseart Records - Importado)
Formação:
Nick - vocal, guitarra
Panos - guitarra
Angel - baixo
Orfeas – bateria
Tracklist:
01. Damnation | 01:21
02. Reborn in Violence | 04:18
03. Bleeding Holocaust | 02:54
04. The Trial | 03:36
05. Suicide Solution | 02:34
06. Beggar of Scorn | 05:21
07. Victimized | 04:13
08. Violent Abuse | 02:35
09. The Lies of Resurrection | 04:18
10. Search for Recreation | 02:52
11. Dead Again | 03:02
12. Final Dawn | 02:58

Process of Elimination - Leng Tch’e



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A Leng Tch’e faz uma ótima mistura de estilosmusicais bem violentos: temos lá thrash, hardcore, crust e death metal basicamente, o que deu ao trabalho não exatamente originalidade, mas um destaque em relação a bandas underground em geral.
E é interessante que essa salada de gêneros parece ter selecionado somente seus lados mais agressivos. Com essa diversidade, as músicas ganharam mais vigor e riqueza no que se refere às suas estruturas. Não existem partes melódicas, e os trechos menos velozes ainda sim são insanos.
Nessa parede sonora de brutalidade, não há lá uma que de fato se destaque, mas entre as 24 porradas, vale citar as excelentes “Patriotic Pleasure” e “Ingest/Dissent”, que empolgam até quem não curte coisas são ruidosas. “The Plastic Motive” também é fantástica, com um trecho muito legal em que o vocal apresenta “melodia” quando grita do mais gutural ao mais rasgado, mostrando que, com criatividade, é possível sair do lugar comum até para estilos tão diretos como esses que a banda executa, principalmente no vocal supostamente limitado.
A gravação deixou os instrumentos bem metalizados, diferentes, sujos, mas não ruins. Pode ser isso inclusive que tenha dado mais peso ao disco.
A Leng Tch’e na certa irá agradar fãs de música barulhenta de qualidade. O grupo conseguiu reunir vários bons estilos musicais e usá-los com maestria como poucos. Aí embaixo, o divertidíssimo clipe de “Derisive Conscience”, mostrando mais uma vez a face criativa da banda.
Leng Tch’e – The Process of Elimination
Relapse Records – 2005 – Bélgica
http://www.myspace.com/lengtche
Tracklist
1. The Fist of the Leng Tch'e
2. Don't Touch my Spandex
3. Overkill Bill
4. Another Hit Single
5. Bobby-Joe's Slumber Party
6. Remote Controlled
7. Glamourgirl Concubine
8. Ingest/Dissent
9. Schematic
10. Man's Inhumanity to Man
11. Motorgrinding
12. Fat Camp
13. Icon Resizer
14. Derisive Conscience
15. Patriotic Pleasure
16. The Plastic Motive
17. Testosterone Cpllar
18. Scene Scenery
19. Clarity Denied
20. Mediocrity Contest
21. P.I.M.P
22. Reality? TV
23. Alliance of Blockheads
24. Terminal Excess Patient

Age of Hell - Chimaira



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Contudo, a banda sempre manteve o alto nível em seus lançamentos, inclusive tendo na sua discografia o magistral “Resurrection”, de 2007. E como é constante nacarreira da banda, mais uma vez diversas mudanças ocorreram em sua formação: saíram o baterista Andols Herrick, o baixista Jim Lamarca e o tecladista Chris Spicuzza, criando grandes dificuldades e atrasos no processo de criação deste seu novo disco, “The Age of Hell”, fruto do trabalho de composição dos integrantes remanescentes, Mark Hunter (voz) e Rob Arnold (guitarras), juntamente com o produtor Bem Schigel (que também tocou bateria no álbum), além do guitarrista Matt Drevies.
Contudo, para a alegria dos fãs, nenhuma mudança drástica foi perpetrada no tocante ao som da banda em relação a seus últimos lançamentos. Assim, as músicas continuam pesadas, agressivas e matadoras como sempre, com aquele thrash metal moderno, repleto de groove e, como dito, elementos mais modernos, inclusive de metal industrial, que dão uma característica toda peculiar ao som da banda. Além disso, as canções não são mais tão rápidas ou extremas como outrora, mas mesmo assim não perderam a agressividade que os fãs tanto prezam.
O disco já abre quebrando tudo com a excelente faixa título, que nos remete aos melhores momentos da banda, com riffs matadores, linha vocal ultra agressiva e cozinha correta. Além desta, destacam-se a pesada e cadenciada “Losing my Mind”; a arrasa quarteirão “Year of the Snake”, com riffs cavalgados muito legais; a mais pesada de todas, “Born in Blood”, repleta de influências de SLAYER  e de death metal; e “Trigger Finger”, mais moderna e cheia de groove e peso.
Merece também destaque a excelente produção do disco, que deixou o som muito agressivo e sujo, como necessário. Apenas faço uma ressalva para algumas incursões com vocais limpos e alguns efeitoseletrônicos que não ficaram muito bons, e precisam ser revistas pela banda. Além disso, a bateria esta um pouco mais modesta do que o de costume para banda, mas nada tão relevante.
Não é tão bom como os primeiros registros da banda, em especial o já mencionado “Resurrection”, mas ainda assim é um grande trabalho, e mantém o nome da banda em evidência. Mas se você nunca gostou da banda, não será dessa vez que mudará de idéia.
The Age of Hell - Chimaira
(2011 - Entertainment One Music – Importado)
Track List:
1. The Age of Hell
2. Clockwork
3. Losing My Mind
4. Time Is Running Out
5. Year of the Snake
6. Beyond the Grave
7. Born in Blood
8. Stoma
9. Powerless
10. Trigger Finger
11. Scapegoat
12. Samsara

Only Safe Place - Abattoir



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Apesar da boa recepção da estreia, ocorreram algumas mudanças na sonoridade de “The Only Safe Place”. Contando então com o versátil vocalista Mike Towers (Heretic), o Abattoir preparou um registro mais diversificado, explorando arranjos com mais cuidado e optando por uma produção relativamente polida no Westlake Áudio de Los Angeles. O resultado foi um disco bastante pesado, porém com melodias que foram interpretadas como ‘apelo comercial’ – ô exagero! – e gerou repercussões mistas que duram até hoje.
Independente de o Abattoir ter amadurecido e dividido tanto as opiniões, o repertório se revelou bastante significante ao longo dos 40 minutos de audição. “Nothing Sacred” é certamente a mais grudenta e provavelmente funcionou muito bem ao vivo, mas é a força de canções como a faixa-título, “Hammer Of The Gods”, “Bring On The Damned” e “Night Of The Knife” que ajudou a conquistar uma considerável parcela dos fãs de Speed e Power Metal.
Infelizmente alguns dos músicos do próprio Abattoir também ficaram descontentes com a linha mais acessível do disco, partindo para outros projetos e gerando constantes de trocas de músicos até a banda encerrar as atividades alguns anos depois. O ostracismo durou até o final da década de 1990 e, acredite se quiser, ainda que tenha anunciado o retorno à ativa com o vocalista original Steve Gaines, a coisa ainda permanece tão instável que nunca mais vingou algum disco de estúdio.
De qualquer forma, a Century Media adquiriu os direitos de todo o catálogo da Combat Records e relançou “The Only Safe Place” em 1999. Este é um disco que está longe de ser um clássico, mas é sólido o suficiente para ser adquirido pelos devotos da estética oitentista tão bem representada por nomes como Iron Angel, Savage Grace, Agent Steel, Metal Church, Exciter e afins. Dêem uma conferida, há muita coisa boa por aqui!
Contato: www.myspace.com/abattoirca
Formação:
Mike Towers - voz
Danny Oliverio - guitarra
Mark Caro - guitarra
Mel Sanchez - baixo
Danny Anaya - bateria
Abattoir - The Only Safe Place
(1986 / Combat Records – 2011 / Heavy Metal Rock – nacional)
01. Intro: Beyond The Altar
02. Bring On The Damned
03. The Only Safe Place
04. Nothing Sacred
05. Hammer Of The Gods
06. Back To Hell
07. Temptations Of The Flesh
08. Under My Skin
09. S.B.D. (Feel The Fire)
10. Night Of The Knife

Hornsup Attack Vol. 2 - Various Artists



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Todas as bandas são muito legais, e possuem estilos diversificados, sendo que predomina a vertente mais extrema do metal. Além disso, em alguns casos, o profissionalismo e a qualidade das gravações saltam aos olhos, parecendo que estamos ouvindo bandas já velhas de estrada.
O disco já abre quebrando tudo com a banda portuguesa OATH OF PUTREFACTION, com a faixa “Battle of Dream”, que nos apresenta um death metal muito pesado e brutal, com alguns elementos mais modernos, variando entre momentos mais rápidos (com vocais ultra guturais) e outro mais cadenciados (com vocais mais rasgados e extremos). A banda é realmente muito boa, lembrando IMMOLATION, mas com alguns elementos mais modernos.
Na sequência, os brasileiros do DILÚVIO apresentam a faixa “One Shot For New Times”, seguindo também o death metal mais técnico, melódico e com elementos modernos. Os riffs são muito bons, e o baterista é um monstro, mas alguns vocais mais agudos e rasgados soam forçados. A qualidade da gravação também não ajuda muito, mas a banda tem muito potencial.
Os portugueses do CONCEALMENT seguem com a faixa “Deluge”, numa mistura de metal extremo com passagens bem progressivas, numa quebradeira muito técnica e brutal, e com algumas incursões até em Jazz e Fusion.
Já o ASTAFIX é uma das bandas mais conhecidas da compilação, e nos apresenta e excelente “Red Streets”, faixa de abertura de seu álbum de estréia, “End Ever”, lançado em 2009. A banda é muito boa, e toca um thrash metal moderno, repleto de peso, riffs criativos e belas melodias, com muita qualidade.
Em seguida, os portugueses do THE FALL OF MAN demonstram todo seu potencial com a música “By Your Hands”, um vigoroso death/thrash metal que transborda agressividade, na linha do que o LEGION OF THE DAMNED vem fazendo ultimamente. Um dos destaques do trabalho, guardem este nome!
O DEVICE é mais uma grande banda do underground nacional, e nos apresenta a excelente “Welcome”, com riffs na linha do thrash metal e do heavy metal tradicional, com um vocal mais gutural, dando um que todo especial ao som da banda. A qualidade de gravação não é das melhores, mas a música é realmente excepcional, lembrando bandas como OBITUARY e AUTOPSY. Outro grande destaque da coletânea.
Por sua vez, o DECEIVERS, na faixa “Welcome”, investe numa linha mais moderna, o que tem se chamado de metalcore, mas sem muitos excessos, prezando pelo peso e agressividade na composição, com algumas passagens lembrando bastante o SUICIDAL TENDENCIES, com vocais falados e em coro. Muito legal!
A próxima banda, o NOALA, nos traz a faixa “Senil”, toda climática e cheia de melodias carregadas, variando entre o doom metal e o black metal (em sua vertente mais depressiva e melancólica), com um vocal totalmente agonizante e desesperador. Pra quem curte o estilo, é um prato cheio.
O HASTA CUANDO apresenta a faixa “Imperativo”, mostrando um thrash/death repleto de peso e agressividade, sem deixar pedra sobre pedra. Nesta faixa, a velocidade impera, e os riffs são muito bem construídos, assim como o andamento da bateria. E o vocal lembra bastante Chuck Billy, do TESTAMENT, em sua fase mais agressiva. Grande banda!
O UTOPIUM, última banda portuguesa do coletânea, nos traz a faixa “Pressure Points”, sendo sem dúvida a mais brutal, rápida e insana da coletânea, com um minuto de pura destruição.
Votando com as bandas brasileiras, o PRÓLOGO segue com a faixa “Tarde Demais”, cantada em português, e que segue a linha do metalcore, repleta de peso, com riffs cavalares e vocais que variam entre o ultra agressivo e o melódico.
A próxima faixa é “Cessar Fogo”, do MOANA, que também apresenta diversos elementos de metal extremo, e variação de vocais entre o ultra gutural e o rasgado e agudo, com um pouco de exagero na minha opinião, tornando a audição um pouco cansativa, apesar de a maioria das idéias apresentadas serem boas.
Na faixa “Você ainda não ouviu nada”, do UNLIFE, quando você coloca o som pra rolar, imagina que algo deve estar errado, que colocaram um faixa de POP ou MPB no meio de uma coletânea de metal, mas logo em seguida temos uma grande surpresa, com a mudança total do clima, com vocais e riffs ultra agressivos e pesados, sendo mais uma grande destaque do trabalho, seguindo o thrash metal e incluindo alguns elementos de punk, com muita criatividade. Muito bom mesmo.
O LOCKFI ST 669 vem na sequência com “F.U.D.”, que possuiu uma qualidade de gravação excepcional. Além disso, a música é muito boa, com elementos de thrahs metal e hardcore, numa pegada bastante agressiva e pesada. Tem tudo para se tornar grande!
Já o THIS GRACE FOUND (bela sacada este nome!!!) nos brinda com a excelente “Your Life Remains the Same”, que apesar de ter uma gravação menos apurada, mais crua e com cara de “ao vivo”, apresenta muita qualidade, seguindo também o thrash metal, e com alguns elementos de crossover. Apenas o solo é um pouco estranho, mas nada que comprometa. Grande trabalho.
O CHAOSFEAR é outro velho de guerra nesta coletânea, e traz a faixa “The Hand That Wrecks the World”, que segue a linha de seus trabalhos anteriores, com um thrash metal bastante pesado e diversificado.
O TOKSIX vem com a faixa “Lost Inside Me”, e apresenta um heavy tradicional com pitadas de hard rock muito interessante, com riffs marcantes, e uma bela linha de voz.
Por fim, temos de volta a porradaria com o MEANT TO SUFFER, com a música “Lovely Chainsaw Incident”, mostrando um death/thrahs metal ultra agressivo, direto e de qualidade, mas a qualidade da gravação deixa um pouco a desejar;
Enfim, palmas para a Hornsup, pelo apoio ao metal nacional, e por nos apresentar tantas bandas novas legais!
HORNSUP Attack Vol. 2 – Various Artists
(2011 - Hornsup - Nacional)
Bandas participantes/tracklist:
01. Oath of Putrefaction - “Battle of Dreams”
02. Dilúvio - “One Shot For New Times”
03. Concealment - “Deluge”
04. Astafi x - “Red Streets”
05. The Fall of Man - “By Your Hands”
06. Device - “Welcome”
07. Deceivers - “Hemoglobin”
08. Noala - “Senil”
09. Hasta Cuando - “Imperativo”
10. Utopium - “Pressure Points”
11. Prólogo - “Tarde Demais”
12. Moana - “Cessar Fogo”
13. Unlife - “Você ainda não ouviu nada”
14. Lockfi st 669 - “F.U.D.”
15. This Grace Found - “Your Life Remains the Same”
16. Chaosfear - “The Hand That Wrecks the World”
17. Toksix - “Lost Inside Me”
18. Meant To Suffer - “Lovely Chainsaw Incident”

Live Dead - Grateful Dead



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Ao vivo a banda era eletrizante. Contando com um repertorio muito limitado, o grupo estendia as músicas em longuíssimas improvisações psicodélicas, sempre comandadas pela guitarra de seu genial líder Jerry Garcia que parecia nutrida de um fluxo criativo incessante e inesgotável. Reza a lenda que em certos shows a orgia sonora promovida pelo Grateful Dead era tamanha que se levava mais de uma hora para decidir qual a próxima música a ser tocada. Por conta de seus lendários concertos o grupo arrebatava uma legião de fãs fidelíssima pelos locais onde se apresentava (na realidade, uns hippies doidões de pedra vidrados em maconha e LSD que atendiam pelo nome de Deadheads).
Já em estúdio a situação era completamente diferente. Não se sabe por que razões, sob quatro paredes o grupo se tornava uma parodia de si mesmo e não conseguia imprimir em seus discos o virtuosismo de suas lendárias apresentações ao vivo. Seu álbum de estreia o autointitulado “Grateful Dead” de 1967 é no mínimo decepcionante, já “Aoxomoxoa” de 1969 consegue se sair um pouco melhor, pois além de trazer arranjos mais bem acabados, marca as primeiras incursões da banda com a música Folk ianque tendo algumas canções caráter predominantemente acústico. Exceção honrosa seja feita a “Anthem Of The Sun” de 1968, este certamente o melhor disco de estúdio da fase psicodélica do grupo que se utiliza de colagens sonoras, distorção, microfonia, escalas modais e o que mais for possível para forjar uma muralha sonora bizarra e assustadora, que ao mesmo tempo soa incrivelmente bela, o disco como um todo se assemelha a enorme Jam-session com seus quase 40 minutos de duração.
Fato era que os primeiros lançamentos do grupo venderam muito pouco apesar do enorme acolhimento do Grateful Dead pelo grande público. E eis que numa das mais ousadas apostas da música pop mundial o Grateful Dead apresenta ao mundo um dos mais importantes discos ao vivo da história “Live Dead” que na realidade é uma junção de canções de diversas apresentações ao vivo durante a turnê de 1969 no lendário teatro Fillmore East e no Ballroom D’ Avalon.
Nem o grupo, nem a gravadora ao qual estavam vinculados na época (Warner Bros) esperavam altas vendagens do disco, mas o fato é que as gravações de “Aoxomoxoa” tinham sido bem dispendiosas e como o grupo dispunha de algumas demos de shows gravados, a Warner decide então compilar as melhores gravações para um álbum duplo ao vivo (três pelo preço de um). Ironia do destino ou não “Live Dead” acabou se tornando o primeiro sucesso de vendas do Grateful Dead.
O pioneirismo do Grateful Dead já fica evidente pelo formato inusitado do disco que apesar de ser um álbum duplo contém somente sete longas canções, totalmente fora do formato pop padrão. A capa do LP cortesia R. D. Thomas é de uma beleza singular, poucas vezes igualada, mas são as canções presentes no disco que o tornam tão especial.
A começar pela abertura com “Dark Star”, registrada aqui em uma versão jamais superada. Num rompante psicodélico jamais presenciado até então, a música segue com uma melodia hipnótica abrindo espaços para Garcia e Cia. se lançarem em digressões jazzísticas alucinógenas que causariam arrepios em John Coltrane. Viagem pura!!! Não a toa a versão de “Dark Star” aqui presente é considerada o melhor momento do grupo já registrado em disco.
“St. Stephen” com um dos mais geniais riffs de guitarra já concebidas pela mente humana é apresentada em uma versão abissal muito superior a de “Aoxomoxoa”, as complexas mudanças de tempos na música; ora um 4:4, ora 11:8, soam tão naturais que parece coisa simples. Um milhão de apresentações tivessem feito dificilmente a banda conseguiria repetir uma façanha dessas. Colada na faixa anterior temos o Grateful Dead caindo pelas tabelas em “Eleven” um instrumental dominado pela guitarra genial de Jerry Garcia. Seus quase10 minutos de duração, demonstram a versatilidade de Garcia em cima dos palcos e confirmam de uma vez por todas sua posição de líder dentro da banda.
“Turn On Our Love Light” que abre o segundo disco se apresenta no melhor estilo Free-Jazz, dando oportunidades ao grupo alçar voos maiores com solos de guitarra e bateria muito criativos. Figura entre os pontos do disco. Uma ótima releitura da já tradicional “Death Don’t Have No Mercy” de Gary Davis dá sequência ao play, embora desta vez em uma roupagem mais psicodélica. Já “Feedback” com o uso proeminente de distorção e microfonia, leva o experimentalismo a níveis inimagináveis. A singela despedida da banda em “And We Bid You Goodnight”, encerra com maestria o disco.
Em 2001 “Live Dead” foi relançando em vinil duplo, trazendo como atrativo uma versão de “Dark Star” gravada em estúdio e lançada como single, além de uma promo utilizada para divulgação do álbum na época. Em 2005 foi a vez do bootleg “Fillmore East”, um disco triplo ao vivo que contém a integra das gravações realizadas no teatro do Fillmore East em 1969. Estes lançamentos juntamente com os discos Rockin’ the Rheine with The Grateful Dead (1972)/ Europe 72/ Steppin’ Out with the Grateful Dead: England ’72/ Hundred Year Hall 4-26-72; gravados durante a turnê europeia de 1972 registram o auge desta verdadeira instituição californiana e demonstram o poder da música de improviso, abrindo caminhos que seriam explorados a exaustão pelas “Jam Bands” como o Phish, mas que jamais alcançaram a força dos modelos originais.
Essencial!!!
Disco 1
1.Dark Star (Fillmore East – 27/02/1969)
2.St. Stephen ( Fillmore East – 27/02/1969)
3.The Eleven (Ballroom D’ Avalon – 26/01/1969)
Disco 2
1.Turn On Your Love Light (Ballroom D’ Avalon – 26/01/1969)
2.Death Don’t Have No Mercy (Fillmore East – 02/03/1969)
3.Feedback (Fillmore East– 02/03/1969)
4.And We Bid You Goodnight (Fillmore East – 02/03/1969)

Acoustic, But Plugged In! - Hangar



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É verdade que em alguns casos algumas musicas são realmente “assassinadas” nas versões acústicas, mas este não é o que acontece aqui, muito pelo contrário: tudo foi muito bem idealizado, programado e executado, sendo que a beleza das composições e a criatividade (e, porque não, sensibilidade) dos novos arranjos, são dignas de aplausos.
Ficar enaltecendo o trabalho dos músicos do HANGAR é ficar chovendo no molhado, tendo em vista que todos são músicos muito acima da média, e mesmo em um trabalho digamos, mais “light”, é possível notar a qualidade de todos, em especial do monstro das baquetas Aquiles Priester, que mesmo sem muito espaços para suas famosas quebradeiras, fez um trabalho muito marcante e criativo, mostrando que realmente é um músico diferenciado. Os arranjos de cordas e teclado também ficaram maravilhosos, e merecem o reconhecimento.
Outro grande destaque é o novo vocalista, André Leite, que substitui Humberto Sobrinho, que teve que deixar a banda por problemas pessoais. E André realmente surpreende neste trabalho, com uma voz suave e ao mesmo tempo marcante e poderosa, interpretando os temas com muita competência e qualidade, conseguindo transmitir muitos sentimentos com seus vocais, e mostrando que tem tudo para fazer história com a banda. Torçamos para que se fixe no posto frontman da banda.
Todas as versões ficaram realmente excelentes, e o legal é que mesmo estando em formato acústico, não perderam as características do heavy metal que as consagraram, merecendo destaque, dentre outras, as versões para as clássicas “Call me in the Name of Death” (com André mostrando o porque ter sido o escolhido para o posto de vocalista, com uma interpretação incrível), “Infalible Emperor” (com arranjos fantásticos) e “Inside Your Soul”.
Além destas, a banda nos brinda com a nova “Haunted by your Ghosts”, uma excelente e marcante canção, e que tem tudo para entrar para o rol de clássicos da banda, com arranjos e melodias de um bom gosto de impressionar, e com André novamente fazendo um trabalho de cair o queixo.
O disco também tem uma qualidade de gravação excelente, sendo que foi todo produzido pelo baterista Aquiles Priester, coproduzido e mixado por Theo Vieira e masterizado por Heros Trench (Mr. Som). Além disso, a arte gráfica também é bem legal, sendo a arte concebido por Aquiles e produzidos pela designer Vanessa Döi.
O fato é que depois que Aquiles saiu do ANGRA  e passou a dedicar-se exclusivamente ao HANGAR, a banda tem crescido assustadoramente, ampliando muito seu horizonte musical e conseguindo cada vez mais fãs, merecidamente.
Por isso, meu amigo, deixe os preconceitos de lado e aprecie mais esta obra de arte do HANGAR, que já pode ser considerada uma das melhores bandas brasileiras de todos os tempos.
Acoustic, But Plugged In! - Hangar
(2011 – Nacional)
Formação:
André Leite - Vocals
Eduardo Martinez - Guitars
Fábio Laguna - Keyboards
Nando Mello - Bass
Aquiles Priester - Drums
Track List:
1. One More Chance
2. Solitary Mind
3. Haunted by your Ghosts
4. Based on a True Story
5. Infallible Emperor (1956)
6. Angel of the Stereo
7. Your Skin and Bones
8. The Reason of your Conviction
9. Time to Forget
10. Call me in the Name of Death
11. To Tame a Land
12. Dreaming of Black Waves
13. Colorblind
14. Forgive the Pain
15. Inside your Soul

Unto The Locust - Machine Head



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Mas em 2007 a banda lançou o excelente “The Blackening”, cuja excelência foi reconhecida por quase a totalidade dos fãs da música pesada, tamanha a qualidade daquele registro, com músicas pesadas e vigorosas, exalando agressividade e bom gosto musical. E desde então estamos esperando por um novo disco deles, e eis que esta espera termina agora, com o lançamento deste “Unto the Locust”. E para ser sincero, não esperava me surpreender novamente com um disco do MACHINE HEAD, mas estava enganado.
Como no disco anterior, a banda não deixou de lado os elementos modernos em seu som, mas alguns exageros foram cortados, e tudo aqui é de tanto bom gosto, que fica difícil não se empolgar com o material apresentado.
Como sempre, o grande destaque do álbum é Robb Flynn , com riffs ultra agressivos e marcantes, além de solos precisos (estando muito bem acompanhado por Phil Demmel neste ponto) , além de estar cantando e urrando como nunca. A cozinha formada por Adam Duce (baixo) e Dave McClain também esta sensacional, com muita pegada, e deixando as músicas bem técnicas e progressivas, mas sem muita frescura.
O disco já abre quebrando tudo com a trica “I Am Hell (Sonata In C )”, que inicial com uma temática toda climática, com coros de vozes sublimes e macabros ao mesmo tempo, e depois cai numa porradaria de deixar o queixo caído, tamanha a agressividade apresentada, com a bateria a mil e riffs e mais riffs pessadíssimos, além de linhas vocais muito legais. Tem tudo para se tornar um grande clássico da banda, e seus mais de oito minutos passam voando. Puro thrash metal!
Na sequência, “Be Still and Know” continua com a pegada agressiva do disco, novamente com riffs espetaculares, mas é um pouco mais moderna e melódica, mas sem exageros. O refrão é muito cativante, daqueles que você já sai cantando logo após a primeira audição, e os solos de guitarra são muito diversificados e criativos.
“Locust”, a faixa seguinte, que já havia sido disponibilizada pela banda para audições, é mais cadenciada e carregada, mas nem por isso menos pesada, com belas melodias vocais e riffs cavalgados de cair o queixo, além de paradas certeiras, com mudanças de climas muito bem encaixadas, lembrando o saudoso tempo de clássicos como “Master of Puppets”, do METALLICA.
“This is the End” é a faixa mais experimental do trabalho, e começa com um suave dedilhado de violão, mas não se enganem: após alguns minutos o negócio volta para o puro thrash metal, com a agressividade e violência sonora rolando soltas, com até alguns “blast beats”! Robb também despeja fartamente seus riffs precisos, e varia muito bem seus vocais, apesar de o refrão ter um “toque” de metalcore, mas nada que tire o brilhantismo da canção.
Já “The Darkness Within” é uma semi “balada”, repleta de passagens variadas e alguns elementos que lembram o Stoner Metal, e bastante peso (na medida do possível para uma balada). O grande destaque são os solos, realmente excelentes e o final da canção, quando partes mais agressivas e outras mais melódicas são apresentadas em um contraste muito interessante e bem arranjado.
Em “Pearls Before the Swine” o disco retoma o caminho mais agressivo, em uma canção puramente thrash metal, que alia partes cadenciadas com outras mais rápidas com grande competência, e como sempre, tendo Robb como destaque, tanto nos vocais, muito bem variados, como nas guitarras (reparem o absurdo de qualidade nos riffs do meio para o final da música). A cozinha também esta destruidora. Outro grande destaque da bolachinha.
Encerrando o disco com chave de ouro, segue a estupenda “Who We Are”, que começa com um surpreendente coro de crianças, e passa novamente ao mais puro e espetacular thrash metal, sendo mais direta que as anteriores e também repleta de peso e agressividade, e com um refrão simplesmente perfeito. Tente, apenas tente ouvir esse refrão uma vez e não sair cantarolando-o por ai. Sem dúvida uma das melhores músicas do disco e da carreira da banda.
A qualidade de gravação também deve ser ressaltada, pois como sempre, está soberba, deixando o som sujo e moderno ao mesmo tempo, tendo sido feita por JingleTown Studios em Oakland, com Robb Flynn como produtor.
Mais um grande clássico destes americanos, podendo ser considerado desde já um dos melhores registros de sua carreira, estando fácil no mesmo nível de “Burn my Eyes” e “The Blackening”, se não for melhor que estes (isso só o tempo dirá). Na minha opinião, o melhor disco de 2011 até o momento. Corram já atrás do seu, e aproveitem que em breve o disco estará sendo liberado no mercado nacional.
Unto the Locust – Machine Head
(2011 – Roadrunner - Importado)
Formação:
Robb Flynn - Vocals, Guitars
Adam Duce - Bass
Phil Demmel - Guitars
Dave McClain - Drums
Track List:
1. I Am Hell (Sonata In C )
I: Sangre Sani (Blood Saint)
II: I Am Hell
III: Ashes to the Sky
2. Be Still and Know
3. Locust
4. This Is the End
5. The Darkness Within
6. Pearls Before the Swine
7. Who We Are

Originators Of The Nothern Darkness - A Tribute to Mayhem



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Não querendo me alongar, melhor já partir para a ignorância. Abrindo o play, a melhor cover do trabalho – “From the Dark Past”, executada de maneira magistral pela grandiosa Immortal, e que ficou pau a pau com a versão original, podem acreditar.
Depois tem “Pagan Fears”, com a Dark Funeral. Essa música é a mesma do EP dos suecos – “Teach Children to Worship Satan”, e convenhamos, ficou meio sem sal, mas beleza, vale pela homenagem.
Hora de “Freezing Moon”, clássico  absoluto, e aqui interpretado pela Vader. Empolgante e mais extrema do que a versão dos noruegueses. Mas o solo deixou um pouco a desejar.
Outro grande momento do disco vem com a Emperor destruindo com “Funeral Fog”. Excepcional! O cover, a não ser pelo discreto teclado ao fundo, ficou fiel à versão original, mas no final, uma boa surpresa: eles emendam a introdução de “Freezing Moon” e deixam nós, meros fãs com uma baita vontade de ouvir a música completa.
E o Behemoth traz uma versão estupidamente brutal de “Carnage”. Essa sim, ficou melhor do que a da demo. E os poloneses também fazem uma boa emenda para um trecho da excepcional “Buried by Time and Dust”, seguida do solo de “Freezing Moon” sob uma pancadaria de blast beats, e fechando com o riff inicial de “Deathcrush”. Simplesmente sensacional!
Outra que ficou só na média foi “De Mysteriis Dom Sathanas” (a canção), feita pela Limbonic Art. Nada demais, mas longe de ser ruim. Apenas a qualidade de gravação, que ficou inferior à do álbum da Mayhem.
As menos potentes do disco vêm a seguir. “Buried by Time and Dust”, interpretada pela desconhecida Keep of Klessin, possui qualidade de gravação muito fraca. Bom, alguns poderão até dizer que foi proposital ficar assim, mal gravado, para preservar o espírito true e tal, mas sinceramente, não combinou com o nível das composições desse tributo. Mas que fique clara uma coisa: é a qualidade que incomodou, pois a música em si ficou legalzinha.
Depois, a Gorgoroth, que também adotou essa estética da produção ruim, toca “Life Eternal”. Para um tributo dessa grandeza, e com uma banda de tanto renome interpretando, a versão deixou a desejar, mas ainda sim, passa.
E a Carpathian Forest traz “Ghoul”, cuja versão ficou bastante convincente, muito boa mesmo.
Já a Seth também faz bonito e executa “Into Thy Labyrinth” (reparem na leve mudança do título em relação à original), tão extrema quanto a do EP. Tudo bem, a sonoridade é meio tosquinha (a do EP também, mas menos), só que essa conseguiu superar isso e não ficou devendo nada nessa homenagem.
A penúltima canção é feita pela Gehenna – “Cursed in Eternity” – e é legalzinha. Faltou também um pouco mais de qualidade, mas está muito longe de ter ficado ruim!
Finalizando esse petardo, vem a Absu com “Deathcrush”, outra composição que nunca fica de fora do repertório da Mayhem. E putz, termina muito bem o tributo com a violência que a música precisa ter! Entretanto, ouçam tudo até o final, já que após alguns minutos de silêncio, eis que surge "Silvester Anfang", aquela clássica introdução dos shows da banda.
Como curiosidades, o CD só conta com músicas do “De Mysteriis Dom Sathanas” e das demos “Pure Fucking Armageddon” e “Deathcrush”, além de um sonzinho só do EP “Wolf’s Lir Abyss”. Além disso,a capa do trabalho remete ao maior clássico do grupo – o supracitado “De Mysteriis Dom Sathanas”, e convenhamos, ficou igualmente sombria.
Esse tributo a indispensável para todos chegados no estilo de música mais obscuro que existe, o black metal. Nada mais a dizer, corre atrás do seu logo, se vira!
A Tribute to Mayhem – Originators of the Nothern Darkness
Avantgarde Music – 2001 – vários países
http://www.myspace.com/officialmayhem
01 - Immortal - From The Dark Past
02 - Dark Funeral - Pagan Fears
03 - Vader - Freezing Moon
04 - Emperor - Funeral Fog
05 - Behemoth - Carnage
06 - Limbonic Art - De Mysteriis Dom Sathanas
07 - Keep Of Kalessin - Buried By Time And Dust
08 - Gorgoroth - Life Eternal
09 - Carpathian Forest - Ghoul
10 - Seth - Into The Labyrinth
11 - Gehenna - Cursed By Eternity
12 - Absu - Deathcrush

Dystopia - Beneath the Massacre



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Brutalidade, diversidade de riffs (muitos melódicos) e mudanças de ritmo repentinas com prevalência da alta velocidade trazem boas surpresas na audição do álbum.
O vocal, para dizer a verdade, não assusta tanto, mas convence. Falta uma variação, por exemplo, entre berros guturais, rasgados (não existem), e até mesmo dobrados.
Na parte instrumental, como já se espera de uma banda desse estilo, que aliás, cresce rapidamente no underground, a preocupação com a perfeição sonora é um dos elementos básicos do trabalho. Logo, nada será ouvido fora de seu lugar.
A gravação também é limpinha, bonitinha, redondinha.
Um elemento que pode não agradar muito são os breakdowns nas canções. Eles não são muito numerosos no disco, mas quando começam, permanecem por longos trechos nas composições. Nisso, o álbum perde um pouco de punch.
Quem admira virtuosismo dentro do metal extremo na certa vai gostar do som da Beneath the Massacre. O grupo, apesar de pouco conhecido e relativamente novo (formou-se em 2004), já deixa claro que estão na saudável briga pela melhor posição entre as grandes bandas de technical death metal. E eles têm chance de ficar entre as primeiras, meus amigos, eles têm chance.
Beneath the Massacre – Dystopia
Prosthetic Records – 2008 - Canadá
http://www.myspace.com/btm
Tracklist
1. Condemned 04:20
2. Reign of Terror 03:33
3. Our Common Grave 03:43
4. Skit 1 00:10
5. Harvest of Hate 03:15
6. The Wasteland 03:38
7. Bitter 02:45
8. No Future 00:52
9. Lithium Overdose 03:41
10. Never More 03:43
11. Procreating the Infection 02:44
Total playing time 32:24

Excrements of Torture - Antropofagia



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A demo mal começa, e você já sente um clima de desespero e fúria invadindo o corpo. Impressionante! A primeira música é “Gonorréia”, seguida da faixa-título, “I’m Single” (com um começo meio estranho, cheio de batucadas) e a bônus “Matar ou Morrer”. Bom, pelos títulos, já sacaram que a coisa aqui é pesada, né? Humor negro até não poder mais.
Mas falando das composições, lembram grandes referências mundiais, como Disgorge americano, Deeds of Flesh (embora sem a mesma complexidade e técnica) e Hutt. Sim, esse pessoal consegue ser igualmente violento, podem apostar. E a qualidade das músicas também surpreende. Os caras parecem veteranos, sabendo explorar sua capacidade de criação com inquestionávelcompetência.
A qualidade da gravação é boa, pesada e bem suja. Apesar de não ser excelente, é sem dúvida muito prazerosa de se ouvir. E os caras disponibilizaram o trabalho para download, com direito a encarte, letras e tudo mais! Vamos fazer a festança, minha gente!
Outra banda que tem tudo para despontar como uma das grandes do grind/gore nacional. Xi, já acabou o disco? Corre lá para começar de novo, que a demo é boa demais! Abaixo, um vídeo do habilidoso baterista do grupo.
Antropofagia - Excrements of Torture
Arena Metal – 2011 – Brasil
Tracklist
1 - Gonorréia
2 - Excrements of Torture
3 - I’m Alive
4 - Matar ou Morrer (bônus)

Demo - Before Christ



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O conjunto é formado pelo Holocausto (vocal), Abyssus (guitarra), Blasphemer (baixo – engraçado, acho que já conheço alguém com mesmo pseudônimo e mesma função numa tal de Mayhem) e Necrolord (bateria).
É um black metal cru, direto, sujo, feito com garra e honestidade. A sonoridade se aproxima de bandas européias do início dos anos 90, embora sem o mesmo brilho que marca o movimento daqueles países. Bem, mas levando em consideração que é uma banda bem nova, isso se releva.
A primeira faixa – “Hunger of Death” – vem numa pegada veloz (não ao extremo), e em seu desenvolvimento, usa vários elementos do black tradicional. As guitarras são meio agudas e os riffs, quase sempre melódicos, ajudam a reforçar a ideia esteriotipada doestilo.
“Iscarioth” começa mais suave, mas já emenda na porradaria parecida com a música anterior. Ficou um pouco repetitivo, portanto. Mas para registro: bem legal a distorção do baixo.
Fechando a trinca, vem “Blood on Fire”, a única a apresentar blast beats. Poderiam aproveitar mais esse lado brutal, hein? Afinal, só aparecem no início da canção. Enfim, é a melhor composição, com maior variação, e bons riffs em sua estrutura.
A qualidade da gravação é bem crua, abafada, mas passa o recado. Evidentemente que a banda precisa dar uma aperfeiçoada no instrumental, trazendo mais variações de ritmo, por exemplo, ou até mesmo diminuindo o tempo das canções (duas delas têm cerca de seis minutos), mas o que alegra é que esses alagoanos estão no caminho certo, mostrando grande potencial para carregar a bandeira do metal negro nacional. Duvidam? Pois baixem esse material, que VALE A PENA.
Before Christ – DEMO
Independente – 2011 – Brasil
http://www.myspace.com/567869043
Before Christ - DEMO
1 - Hunger of Death
2 - Iscarioth
3 - Blood in Fire
Banda:
Holocausto - Vocal
Abyssus - Guitarra
Blasphemer - Baixo
Necrolord - Bateria
Contatos:
82 8832-9408 - Djalma Alves
82 9999-9928 - Roberto

Zero - Ashes



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A Ashes expele um deathcore muito bem acabado, abusando da criatividade e das boas estruturas musicais. Tem um pouco de tudo lá, dentro do som extremo, evidentemente: bons riffs, mesclando coisas mais potentes com melodias, solos inspirados e bateria com momentos mais brutais (blast beats não tãããão velozes assim) e outros mais cadenciados. Tudo completo.
Mas o destaque fica para o vocalista Mayer, bastante versátil, e que conseguiu abrir um leque poderoso no gogó: tem gutural, rasgado e até aquele “pig” vocal, que particularmente gosto demais. Só faltou algo com efeitos, típicos do goregrind, mas para o estilo do pessoal, não fez falta.
A faixa “After Death” é a que apresenta maior variação de sonoridades, inclusive com discretos teclados ao fundo em momentos de menos fúria, o que gerou uma atmosfera interessante na canção. Depois, “Evil is Back” surge rápida e violenta, mas priorizando o peso absurdo das guitarras. É aqui que entram os supracitados “pig” vocals. Outra boa composição da Ashes.
A terceira música é “Choices”, mais no clima do breakdown, por assim dizer, mas nem por isso deixa de ter qualidade. Apenas nessa, talvez tenha faltado um pouco mais de correria. Por fim, “I’ve Been Angry” fecha o material em grande estilo, calcada nos bons riffs e na levada empolgante. O solo também saiu caprichado.
Apesar da capa ser bastante simples, no geral, o material gráfico é bem feitinho também. Só faltou um capricho na hora de completar o encarte com as letras, que vieram digitadas em um bloco de notas no linkpara download que a banda disponibilizou. SIM, no final da resenha, você pode, e deve puxar esse ótimo EP.
Uma banda que merece destaque no Brasil. Agora, esse pessoal tem que batalhar na divulgação de “Zero” e ter seu merecido reconhecimento. Ashes: um deathcore bastante recomendado.
Ashes – Zero
Independente – 2011 – Brasil
http://www.myspace.com/officialashes
1- After Death
2- Evil is Back
3- Choices
4- I’ve Been Angry

Road Warrior - Final Scream



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O Final Scream não apresenta absolutamente nada de novo. Heavy Metal Tradicional é uma das vertentes que mais gera frutos por aí, mas são poucos os grupos que soltam uma primeira demo com a garra de “Road Warrior”. Com sutis pinceladas de Thrash e contando com um vocalista insano e muito competente, o pessoal trabalha suas composições de forma que cada instrumentista tenha o devido espaço para enriquecer as canções – o baixo na faixa-título arregaçou! – e obtém resultados que convencerão quaisquer headbanger.
Os caras dão o sangue ao longo dos cerca de 15 minutos empolgantes e fico imaginando como deve ser a reação do público em suas apresentações. Um ótimo registro, pesado e brutal como tem que ser! “Road Warrior” é indicadíssimo a quem curte veteranos como Iron Maiden, Grim Reaper, Judas Priest e Iced Earth, e está disponível para download em seu site oficial. Confiram sem falta!
Formação:
Andre Domingues - voz
Raphael Bueno - guitarra
Kaue Miranda - guitarra
Humberto César - baixo
Alan McBrain - bateria
Final Scream – Road Warrior
(2011 / CD-Demo – nacional)
01. Road Warrior
02. The Reaper Is Back
03. Warhammer
04. Serial Killer