23 de setembro de 2011

Dirty Jewels - Pink Dolls



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gravação e produção merecem (e muito) destaque pelo trabalho realizado, levando em conta a dificuldade para lançar um material independente de um estilo musical pouco reconhecido no país.
Mesmo sem um baixista fixo na época das gravações, Welder Shane (vocal), Ti Glam (guitarra) e T-Bone (bateria) tiraram proveito do fato para deixarem a banda mais coesa até o término deste primeiro registro de estúdio. O resultado foi um EP contendo seis faixas - uma introdução e cinco músicas - que, além do Hard/Sleaze com notável ênfase ao ¨rock n’ roll cru¨, traz algumas injeções de Punk, Thrash, Gótico e até Industrial.
A mistura de gêneros é percebida logo de cara em ¨Substances¨, com uma bateria rápida e pesada - aliada à riffs sujos e vocais rasgados. Ponto positivo para uma banda que busca versatilidade e não se conforta no simples rótulo ¨Sleaze¨. Contudo, é inegável a elevada dose de Glam 80´s nas canções. Isso pode ser notado facilmente durante ¨Black Jack¨, feita em homenagem ao tradicional e saudoso bar de rock paulistano. Refrões grudentos e um ótimo solo de guitarra colocam o ouvinte nos tempos de Sunset Strip no final dos anos oitenta.
Seguindo uma linha contemporânea, ¨Samantha¨ traz passagens cadenciadas sem perder o peso e ¨felling¨. Essa mudança, porém, não surpreende tanto quanto na próxima faixa, ¨Horror Show¨ (The Monster Is You), que, como o próprio título sugere, trata-se de uma composição mais sombria - destacada pela criativa alternância de vocais que remetem sua sonoridade a um filme de terror. A música teve a participação de Nat Reed (ex-BASTARDZ). Musicalmente é o grande destaque do disco.
Para fechar ´Dirty Jewels´ em alto e bom nível, a festeira ¨Sleaze, Drunk and Rock N’ Roll¨ - primeira demo e considerada o hino da banda - concentra elementos primordiais de uma canção típica de Hard/Glam Rock, finalizada com um criativo e empolgante solo de teclado. Por se tratar de um registro curto, prepare-se para ficar perto do aparelho de som e apertar várias vezes a tecla ¨play¨ ao final do EP.
PINK DOLLS - Dirty Jewels (2009)
1. The Psycho Dolls In The RRR Department
2. Substances
3. Black Jack
4. Samantha
5. Horror Show (The Monster Is You)
6. Sleaze, Drunk and Rock N’ Roll
Vocal: Welder Shane
Guitarra and Backing Vocals: Ti Glam
Bateria and Backing Vocals: T-Bone
Produção: Henrique Baboom and PINK DOLLS
Engenheiro de som: Pardal Chimello
Mixagem and Masterização: Henrique Baboom
Logo: Ti Glam
Baixo: Kexo
Teclado: Eliana Shirabayashi
Website:
http://www.pinkdollsweb.com/
MySpace:
http://www.myspace.com/pinkdolls
E-mail: contato@pinkdollsweb.com

#1 Record - Big Star



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A história do grupo se inicia quando Alex Chilton (então com 16 anos) adentra em um grupo de soul (ao melhor estilo Righteous Brothers) denominado Box Tops em 1967 que alcançou relativo sucesso na época, mas divergências internas provocariam sua saída durante umshow no fim 1969. Alex tentou carreira solo como cantor Folk em Nova York (a compilação “Lost Decades” contém algumas demos gravadas neste período), porém não obtendo o sucesso esperado ele resolve abandonar tudo e retornar para Memphis sua cidade natal.
É por esta época que ele conhece Chris Bell, guitarrista, compositor e antigo colega de escola que tinha um grupo chamado Ice Water junto com Andy Hummel (baixista) e Jody Stephens (baterista). Com a adesão de Bell o grupo muda seu nome para Big Star, nome de um supermercado próximo ao estúdio da Stax onde seria gravado o disco “#1 Record” em 1972.
Sua singular capa nada mais é do que o letreiro luminoso do referido estabelecimento comercial, mas é quando botamos o disquinho para rodar que percebemos a revolução promovida pelo grupo. Mesclando arranjos vocais influenciados abertamente pelos Beach Boys, o requinte instrumental dos Beatles e o peso dos riffs dos Kinks, o Big Star estava bem longe das sofisticações de grupos como Pink Floyd ou Led Zeppelin. E era justamente aí que residia o seu grande mérito, pois pouquíssimos grupos conseguiram encontrar o ponto certo entre a fusão da crueza/complexidade do Rock e a sofisticação/simplicidade inerente a melhor música pop.
A dupla Bell/Chilton era realmente imbatível no início dos anos 70, seja disparando riffs nervosos em canções como “Feel”, “Don’t Lie To Me”, “In The Street”, seja nos Rocks mais melódicos como em “When The Baby’s Beside Me” e “My Life Is Right”. O grupo (em especial Bell) tinha faro apurado para escrever baladas como atesta a sequência arrebatadora “Give Another Chance”, “Try Again” (com sua maravilhosa guitarra slide que em nada deve ao Buffalo Springfield) e “Watch The Sunrise”. Já “The Indian Song” (de Andy Hummel) com seu belo arranjo de flautas com certeza figura entre os pontos altos do disco.
A singela despedida “ST100/6” fecha o disco com maestria, mas é a dupla matadora formadas pelas baladas “The Ballad Of El Goodo”/ “Thirteen” que nos faz querer ouvir o disco um número infindável de vezes. A primeira tem simplesmente um dos melhores refrãos já gravados por uma banda de Rock, enquanto a segunda é de um lirismo cativante como atesta o trecho "Won't you let me walk you home from school. ... Won't you tell your dad, ‘Get off my back’. Tell him what we said about 'Paint It Black'. Rock 'n Roll is here to stay", Cat Stevens deve ter roído as unhas de inveja ao ouvir esta canção.
Longe de ser apenas flores, a estória do Big Star foi marcada por uma série de problemas em especial a rivalidade entre Bell e Chilton e o respectivo envolvimentos de ambos com drogas pesadas, além das baixas vendas de “#1 Record” graças a má distribuição da Stax mais chegada em artistas de R&B. O álbum marca o início e fim de uma das mais prodigiosas parcerias no Rock, pois Bell logo pularia fora do barco e se lançaria em carreira solo deixando o maravilhoso disco “I Am The Cosmos” lançado postumamente em 1992.
O segundo disco da banda de 1974 “Radio City” também é igualmente genial, porém soa mais pesado e bem menos polido do que seu debute. Um terceiro e obscuro álbum foi gravado em 1975 (embora lançado em 1978) com o nome de “Third/Sisters Lovers” e apesar de soar menos inspirado que os trabalhos anteriores trazia uma das melhores canções já gravadas nos anos 70 a comovente “Stroke It Noel”.
Em resumo: “#1 Record” bem como os outros discos do Big Star são discografia básica não apenas para fãs de Rock, mas de música em geral. Recomendadíssimos.

Taboo - City Weezle



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“Taboo” marca a estreia do City Weezle em disco – um disco MUITO esquisito, diga-se. Os caras primam pela mais absoluta experimentação em composições completamente anti-convencionais que misturam muito funk, metal, jazz, blues ou qualquer outra coisa que aparecer pela frente – esse pedacinho é música celta?!? – em um resultado que certamente gerará aquele curioso sentimento de amor / ódio entre o público.
São malucos hiperativos e cheios de ideias, mas também se revelam talentosos. E, além de tudo ser incoerente e da mais difícil digestão, a cereja em cima deste bolo é um vocalista que somente colabora para desestabilizar ainda mais as canções. Tudo, desde a abertura “Hot Potato” (título perfeito!) até “Farmhouse Love”, se mostra um verdadeiro exercício de paciência para o ouvinte se manter focado e (tentar) compreender aonde o City Weezle quer chegar com essa quantidade gigantesca de arranjos caóticos.
Visionários ou pretensiosos irritantes? Sei lá... O City Weezle é um grupo que parece levar na mais alta conta o fator ‘arte’ em sua música; e “Taboo”, com todas as suas esquisitices, será muito apreciado pelosfãs incondicionais de Primus, Faith No More ou do falecido Frank Zappa. Se o caro leitor se encaixa neste perfil, não deixe de conferir, pois poderá se transformar em um ferrenho defensor deste grupo!
Formação:
Simon Fleury - voz, guitarra e banjo
Rudy Blas - guitarra
Maxime Gibon - baixo e clarinete
Raphaël Chevet - bateria
City Weezle – Taboo
(2011 / independente – importado)
01. Hot Potato
02. Cunning Linguistics
03. Welcome to Hicksville
04. Taboo
05. Mary Jane
06. El Mutador
07. Fair Game
08. Abuse
09. Nimformation
10. The Leprechaun
11. The Creeps
12. Farmhouse Love
Nota: boa pergunta!!!!

Hell Soundtrack - Strip No Altar



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Agora a Alternative Music está disponibilizando a estreia do grupo com “The Hell Soundtrack”. Ainda que a proposta do Strip No Altar flerte com várias vertentes e gere um híbrido bastante consistente, seus esforços se concentram no Punk Rock e o repertório revela um trio com disposição e muito bom no que faz, inclusive oferecendo uma sonoridade relativamente atualizada ao longo dos pouco mais de 25 minutos de audição.
Para quem não possui intimidade com a proposta da banda, a abertura “Piece Of Doom” certamente enganará muita gente pela densidade de seu andamento e veia mais metálica. Mas são composições como “The Best For You Again” ou as matadoras “Shoots And Revenge” e “Boomerang” alguns dos exemplos que representam o melhor do Strip No Altar, que é energia bruta em toda sua simplicidade e alto-astral.
O pessoal já declarou que bandas como Bad Religion, System Of A Down, Green DayMetallicaRaimundos, Matanza, Elvis, Johnny Cash e Sepultura  exercem influência direta em sua sonoridade. Pode até ser, mas algumas delas estão muito, mas muito bem camufladas. É o público punk que encontrará os maiores momentos de prazer por aqui – talvez não tanto quanto as garotas safadinhas da capa do CD, mas tá valendo!
Formação:
Plinio Scambora - voz e guitarra
Kadu Victor - baixo
Hud Souza - bateria
Strip no Altar - The Hell Soundtrack
(2011 / Alternative Music – nacional)
01. Piece Of Doom
02. I will Go To Hell
03. When You Are gone
04. The Best For You Again
05. The Hell Song
06. S.A.V.A.G.E.
07. What I Have To Say
08. Shoots And Revenge
09. Boomerang
10. Strip In The Altar

Chapter Of Hate - Chapter Of Hate



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Auto-intitulado, “Chapter Of Hate” honra seu nome... O quarteto simplesmente destila um ódio e inconformismo tão palpáveis que chega a ser incômodo. Ainda que tenha como núcleo o Thrash Metal, o pessoal mistura muitos dos elementos que o Heavy Metal começou a apresentar a partir da década de 1990, priorizando o groove e linhas vocais gritadas, e nem mesmo as inúmeras melodias conseguem minimizar toda a fúria.
O Chapter Of Hate não possui muitas afinidades com solos de guitarras (pena!), mas construíram um repertório que abrirá muitas rodas durante as apresentações ao vivo. A faixa-título; “Broken Parade”, com uma rápida exibição de metal extremo; e a cadenciada “No Redemption” podem ser consideradas como os melhores exemplos da anarquia sonora oferecida nos pouco mais de 30 minutos de audição. É pouco, mas que fique claro que estes noruegueses optam pela qualidade, e não quantidade.
E ponto positivo para a eficiência do projeto gráfico. Tudo é muito simples, mas de bom gosto, em especial pela inserção de ilustrações renascentistas e ultra-realistas de corpos dissecados. “Chapter Of Hate” é um trabalho independente de alta qualidade e que merece ser conferido cuidadosamente por aqueles que apreciam as mais variadas vertentes do Heavy Metal, em especial o Thrash, Death Melódico e até mesmo o Metalcore.
Formação:
Maurice Adams - voz
Roger Lyso - guitarra
Ken Lyngvaer - baixo
Espen Pedersen - bateria
Chapter Of Hate - Chapter Of Hate
(2010 / independente – importado)
01. Chapter Of Hate
02. Faltered Justice
03. Sick Of It All
04. Broken Parade
05. Corruption
06. Selfish Sacrifice
07. No Redemption
08. Any Given Day
09. Suffer

Route 69 - Devildust



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E, apesar de todo o profissionalismo que permeia “Route 69”, em termos musicais sua proposta não consegue emplacar. Focado no Heavy Metal Tradicional, com pitadas do que foi feito na década de 90 e revelando algumas influências do Hard Rock, o Devildust não só tem grande dificuldade em se desvencilhar dos clichês desses estilos, mas também não injeta e nem deixa transparecer de forma convincente aquela energia selvagem e fundamental para segurar a atenção do ouvinte.
Além da simplicidade das composições, um dos grandes problemas está na atuação do vocalista Leo Garibaldi, que, apesar dos esforços, infelizmente não consegue se soltar – atentem para o início de “The Last Dragon”, para citar apenas um exemplo. O resultado geral é uma audição monótona que parece se estender para muito além dos 35minutos reais oferecidos pelo EP.
Ainda que o Devildust tenha tomado muitos cuidados para com o visual de cada um de seus integrantes e a apresentação gráfica (muito bonita!), este “Route 69” é um primeiro registro que revela uma banda com muito para explorar em termos de composição e execução. Canções como a faixa-título e “(We Are) Devildust” revelam potencial, então vamos ver o que a persistência oferecerá no futuro!
Formação:
Leo Garibaldi - voz
Conrado Salazar - guitarra
Brankko Siqueira - guitarra
Saulo Gonntijo - baixo
Leonardo M. Rolla - baterista de estúdio
Devildust - Route 69
(2011 / EP independente – nacional)
01. Roverture
02. By Fire
03. Anger
04. Route 69
05. Dancers In The Dark
06. (We Are) Devildust
07. The Last Dragon

Interstitial Lung Diseases - Pulmonary Fibrosis



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Esse pode ser o resumo do som da Pulmonary Fibrosis, uma digna (e põe digna nisso) representante da cena underground francesa. O material de “Interstitial Lung Diseases” é muito porrada e deliciosamente doentio, trazendo 19 desgraças para nós, felizes fãs de bom barulho.
É preciso prevenir que a banda não faz aquele estilo old school como uma Impetigo, por exemplo. Não. A banda toca um som bem tradicional, mas atual, e mais extremo, numa linha meio Neuro-Visceral Exhumation.
Isso aqui é para arregaçar ouvidos, especialmente os não preparados para tanta brutalidade. É pesado, visceral e impossível de ser ignorado. Destaques? Na-na-ni-na-não! Todas aqui são legítimos esporros com igual poder de obliteração, coisa mais feiamente linda!
Como dito no começo, a produção é bem suja, típica mesmo do gênero. E é aí que o bom senso deve falar mais alto: ainda bem que a coisa toda saiu assim, porque essa sujeira ajuda o álbum a ficar mais putridamente belo. E podem se acalmar, se pensam que isso é noise. NÃO É! Todos os instrumentos  são audíveis, e as músicas apresentam boas estruturas. Isso é interessante, porque com a facilidade de se gravar algo bonitinho e limpo hoje em dia, o grupo permaneceu fiel ao estilo e caprichou na crueza do CD. Demais!
Para uma banda nascida em 1999, os franceses têm uma discografia de respeito. Esse disco aqui vem coroar a trajetória da banda em grande estilo. Apesar de pouco conhecida no Brasil, a Pulmonary Fibrosis figura entre as maiores representantes mundiais do goregrind. E ao analisar a destruição de “Interstitial Lung Diseases”, é certo que ninguém tira essa posição deles. Bandeira da nojeira erguida (com a base do mastro empalada em algum corpo inerte)!
PS: a banda provavelmente estará fazendo um dos vários shows no Brasil enquanto você lê essas linhas. Confira a agenda no http://www.myspace.com/pulmonaryfibrosis/shows e programe-se.
Pulmonary Fibrosis - Interstitial Lung Diseases
Cataleptic Remains Production – 2011 – França
http://www.myspace.com/pulmonaryfibrosis
Tracklist
1. Emanatcs From your Erored Skin
2. Entombed Relics of Malicious Art
3. Emaciated Intraspinal Carnivorous Encyst
4. Pyogenic Eroded Slaughtering
5. Rancid Coprophagus Blits
6. Lying on My Pits
7. Rectal Spining Boiling Slaughter
8. Excoriate Obscure Red Aflicctions
9. In The Clubbing Clots
10. Empathologic Rash
11. Calcinating Burts
12. Scrologic the Illiac Crest
13. Slimy Liquid Enema Erupts & Cleams
14. Consumed Cnawing Entrails
15. Endoparasities in Placentic Fibras Wounded
16. Asphyxiating Venipunctured Mess
17. Cortex Beholds the Midian Flaps
18. Torsion of the Severed Pro Lapse
19. Interstitial Lung Diseases

Murderer - Deus Otiosus



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Antes deste petardo o Deus Otiosus lançou uma demo intitulada Death Lives Again, em 2007, que posteriormente foi lançado em um split com a banda Hideous Invasion, além de um EP ao vivo chamado Too Maimed to Use - Live in Svendborg, em 2010.
Não há dúvidas que esta banda é desconhecida do público brasileiro, inclusive deste redator, que recebeu o material e se deparou com uma grata surpresa.
O som feito pela banda tem a veia Hardcore de bandasoriundas da escandinávia. Mas o som praticado pelo grupo é um Death Metal que mescla influências de ‘old school’ com algumas pitadas de Thrash.
“I Have Seen Him Slay” abre o disco e mostra todas as características citadas e conta com uma cozinha cheia de pegada e feeling. Os riffs de guitarras são diretos, muito bem executados, como fazia o Cannibal Corpse em início de carreira, portanto menos técnicos. Os vocais de Anders se encaixam perfeitamente ao estilo da banda, sendo urrado e na maioria das vezes monocórdico. “Thousand Arms Of The Dead” é uma faixa que possui uma excelente levada e que deixará deathbangers mais saudosistas em estase. Os solos são simples, sem muito exagero e casam perfeitamente com a proposta da banda.
Fãs de Six Feet Under irão se deleitar ao ouvirem “Wall Of Violence” que possui um show de bateria e riffs mais bem elaborados. A batida nem rápida, nem lenta, típica do Death Metal ‘old school’, só melhora a qualidade desta grande composição. “Ye Pigs Of Little Faith” possui um pouco mais de melodia, mas nada que fuja da proposta da banda. Os riffs desta composição possuem um peso absurdo, maravilhoso.
Falando em peso “Whore Limbs” mantém a pegada e com um pouco mais de velocidade, e um clima bem maléfico, a faixa detona com mais e mais riffs. A veloz “No Life” não deixa a peteca cair e possui uma pegada a lá Possessed, principalmente pelas quebradas e solos durante sua execução. Um tecladinho sinistro, bem de leve ao fundo, deixou a faixa demoníaca e com cara de hino aos criadores do Metal extremo da década de 80.
Com mais um show da cozinha, “Ash World” tem uma levada mais cadenciada e envolve uma técnica mais apurada da banda. Os riffs mantêm o peso do álbum e os solos estão muito bem encaixados. A composição prova que Death Metal não precisa ser feito na velocidade da luz pra ser bom. A faixa título fecha o petardo e muito bem. A composição mantém toda a essência do álbum e foi a escolha certa para encerrar o trabalho.
Esta banda prova que o Metal extremo pode ser executado de maneira simples, porém eficiente e que o peso independe somente de velocidade e brutalidade. Um trabalho homogêneo, como o Death Metal deve ser, ou seja, sem abrir muitos espaços para outras influências e/ou estilos.

Day Of Reckoning - Destruction



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Esse thrash metal executado pelo trio tem um quê de resgate dos antigos clássicos da banda, mas ao mesmo tempo, apresenta uma pegada moderna e cheia de vigor, mostrando que a Destruction não perderá o fôlego tão cedo. Essa mistura de sonoridades caiu muito bem, e deve atrair novos fãs e recuperar aqueles que só curtem a fase inicial do conjunto.
O vocal rasgado e raivoso de Schmier imprime mais potência a “Day of Reckoning”. Confira, por exemplo, o refrão viciante da excelente “Hate is My Fuel” (confiraclipe logo abaixo) para sentir a fúria do vocalista/baixista. Mas além dessa, a faixa de abertura é outro destaque e vem atropelando tudo com sua alta velocidade. E a música que dá título ao álbum também é um show de melodia aliada a agressividade.
O baterista Vaaver também brilha e dá peso extremo aodisco com seus bumbos duplos infernais. O cara tem uma técnica muito boa, e quase sempre prioriza a correria em suas batidas. Por fim, Mike continua inspirado, fazendo riffs contagiantes e criativos para dentro do thrash característico da banda.
A produção é nota 10 e o encarte, como sempre, lindo e de alto nível, com papel luxuoso. De verdade, uma das artes gráficas mais belas que já vi. Vou além e quase afirmo que já vale comprar o disco só pela obra de arte do encarte.
Bom, uma coisa que sempre pensei sobre a Destruction, e tenho certeza de que todos os fãs irão concordar: é uma banda intensa, que realmente dá o sangue nas músicas. “Day of Reckoning” pode não atingir o patamar de um “Infernal Overkill” (1985) ou um “Eternal Devastation” (1986), mas certamente merece destaque na discografia do grupo.
Destruction – Day of Reckoning
Laser Company – 2011 – Alemanha
http://www.myspace.com/destruction
1. The Price
2. Hate Is My Fuel
3. Armageddonizer
4. Devil’s Advocate
5. Day of Reckoning
6. Sorcerer of Black Magic
7. Misfit
8. The Demon Is God
9. Church of Disgust
10. Destroyer or Creator
11. Sheep of the Regime
12. Stand up and Shout (Dio cover - Bonus Track)

My Blood - Artillery



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Depois de uma pequena parada, a banda acabou voltando com outra formação, desta vez trazendo um novo vocalista, Søren Nico Adamsen, mais conhecido por ter integrado o Crystal Eyes, fazendo sua estréia no CD/DVD ao vivo “One Foot in the Grave, The Other One in the Trash”, de 2008. Søren se integrou tão bem com os irmãos Michael e Morten Stützer (guitarras), Peter Thorslund (baixo) e Carsten Nielsen (bateria), que os fãs mais antigos nem sentiram falta das antigas formações.
“My Blood” é a continuação perfeita de “When Death Comes”, de 2009, trazendo aqueles riffs matadores em profusão, além de uma cozinha que não deixa buracos. No geral, o disco está bem variado, apostando em faixas rápidas, totalmente Thrash Metal, como “Thrasher”, já candidata a clássica, em contraste com “Ain't Giving In”, mostrando toda a potência da voz de Søren e grandes melodias criadas pelos irmãos Stützer, numa variedade vocal e instrumental de cair o queixo. A capa também se destaca, possuindo conexão direta com a arte de “B.A.C.K.”. Nem é preciso comentar faixa por faixa, mas desde já garanto que a qualidade está garantida em cada segundo deste excitante petardo.
Formação:
Søren Adamsen - vocal
Michael Stützer - guitarra
Morten Stützer - guitarra
Peter Thorslund - baixo
Carston Nielson - bateria
Artillery - My Blood
(2011 - Voice Music - Nacional)
Track list:
1. Mi Sangre (The Blood Song)
2. Monster
3. Dark Days
4. Death Is An Illusion
5. Ain't Giving In
6. Prelude To Madness
7. Thrasher
8. Warrior Blood
9. Concealed In The Dark
10. End Of Eternity
11. The Great

Sound of Perseverance - Death



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Para quem não conhece o DEATH, se é que existe alguém, trata-se de uma das mais influentes bandas da história do metal, sendo uma das responsáveis pela criação do death metal, e possuindo na figura de seu falecido líder, Chuck Schuldiner, um dos maiores gênios do metal extremo.
A banda, que começou tocando um death metal mais podrão e tratando de temas doentios no início de sua carreira, passou, a partir do seu quarto álbum, “Human” (1991), a deixar seu som mais intrincado e complexo, realçado-o com mais melodias, além de passar a tratar de temas mais introspectivos, e daí em diante, lançaram clássicos atrás de clássicos (“Human”, “Individual Thought Patterns”, “Symbolic” e este “The Sound of Perseverance”). Não que os álbuns anteriores fossem ruins, muito pelo contrário, mas foi nestes lançamentos que a banda encontrou seu estilo próprio de criar death metal, tornando-se uma das maiores referências do estilo.
E este "The Sound of Perseverance" não foge à regra. Chuck sempre foi um músico talentosíssimo, tanto nas guitarras, com riffs e solos muito criativos, como nos vocais. Alias, no quesito vocal, este lançamento segue a linha dos dois álbuns que o antecederam, sendo que Chuck passou a utilizar vozes mais rasgadas do que guturais, como no começo de carreira. Além disso, as melodias, vezes mais soturnas, vezes mais belas, criadas pelo músico são de arrepiar, daquelas que se ouve uma vez e não se esquece jamais.
Além disso, neste trabalho, Chuck está muito bem acompanhado. Embora esta não seja a melhor formação que a banda já teve (a formação de “Individual Thought Patterns”, que contava, além de Chuck, com Andy LaRocque – guitarra, Steve DiGiorgio – baixo e Gene Hoglan – bateria, chega até a ser covardia), os músicos que fazem parte das gravações são muito competentes, e fizeram um trabalho muito marcante.
O álbum conta com alguns clássicos absolutos da banda, como a maravilhosa faixa de abertura “Scavenger of Human Sorrow”, com muita técnica e um peso absurdo, em que todos os instrumentos se destacam pela precisão, e Chuck não deixa pedra sobre pedra com seus vocais destruidores, e possui um dos refrões mais legais da história da banda. Além destas, temos outros clássicos como a complexa “Bite The Pain”, com solos com melodias soturnas impressionantes, além de uma bateria avassaladora e um baixo muito técnico; e as quebrada “Spirit Crusher” e “Flesh and the Power It Holds”.
E todas as demais faixas do trabalho são excelentes, destacando-se um dos melhores covers de que se tem notícia para a clássica “Painkiller”, do JUDAS PRIEST, em que o destaque absoluto é Chuck, com seus vocais ultra rasgados, e solos precisos. As letras das faixas também tratam de temas muito profundos, e apenas ressaltam ainda mais toda a genialidade de Chuck.
Acerca da nova arte, em meu ponto de vista ficou melhor que a original, mas sem muitas inovações, mas o digipack realmente ficou belíssimo. Já sobre a nova mixagem, poucas foram as mudanças, tendo em vista que a original já era bem satisfatória.
Trata-se, portanto, de um disco clássico, essencial para qualquer apreciador do death metal e do heavy metal em geral.
Como dito, infelizmente, este foi o último trabalho do DEATH, tendo em vista a trágica morte de seu líder e idealizador Chuck Schuldiner, em 13 de dezembro de 2001, devido a um tumor cerebral. Mas sua obra e sua genialidade serão lembradas para sempre com sua música, que foi capaz de transcender sua própria existência.
The Sound of Perseverance - Death
(2011 – Relapse Records – Importado)
Formacão:
Chuck Schuldiner - Guitar, Vocals
Richard Christy - Drums
Scott Clendenin - Bass
Shannon Hamm - Guitar
Track List:
CD 1: The Sound of Perseverance
1. Scavenger of Human Sorrow
2. Bite the Pain
3. Spirit Crusher
4. Story to Tell
5. Flesh and the Power It Holds
6. Voice of the Soul
7. To Forgive Is to Suffer
8. A Moment of Clarity
9. Painkiller (Judas Priest cover)
CD 2:
1. Spirit Crusher (1998 Demos - No Bass)
2. Flesh and the Power it Holds (1998 Demos - No Bass)
3. Voice of the Soul (1998 Demos - No Bass)
4. Bite the Pain (1998 Demos)
5. A Moment of Clarity (1998 Demos)
6. Story to Tell (1998 Demos)
7. Scavenger of Human Sorrow (1998 Demos)
8. Bite the Pain (1997 Demos)
9. Story to Tell (1997 Demos)
CD 3:
1. "Bite the Pain" (from 1996 demos)
2. "Story to Tell" (from 1996 demos)
3. "A Moment of Clarity" (from 1996 demos)
4. "Bite the Pain" (from 1996 demos, Paul Payne on vocals)
5. "A Moment of Clarity" (from 1996 demos, Paul Payne on vocals)
6. "A Moment of Clarity" (from 1996 demos, Chuck on vocals)
7. "Story to Tell" (from 1996 demos, Chuck on vocals)
8. "Bite the Pain" (from 1996 demos, Shannon Hamm on vocals)
9. "A Moment of Clarity" (from 1996 demos, instrumental)
10. "Bite the Pain" (from 1996 demos, instrumental)
11. "Story to Tell" (from 1996 demos, instrumental)
12. "Voice of the Soul" (from 1996 demos, instrumental)
13. "A Moment of Clarity" (from 1996 demos, instrumental)

Liber Zar Zax - Centurian



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“Liber Zar Zax” é uma porrada no baço tão bem dada, que você leva horas para se recuperar. Uma música devastadora e insana, quase sem descanso nenhum. O mais impressionante é que são raros os momentos menos brutais ao longo do disco. Considero isso um descanso para o pescoço, como é o caso da lenta instrumental “Feeding Flesh to the Vortex”. Mas a folga é curta!
Os vocais guturais de Jerry Brouwer parecem sufocados, e ele tenta de todo jeito extrapolar seu ódio. Apesar de assustador, seu canto é até inteligível. A bateria de Wim van der Valk é uma britadeira destruidora. Mas o cara não fica só na pressa não, e mostra muita técnica e precisão nas batidas.
E os riffs e solos são um show de técnica e velocidade, perfeitamente audíveis graças à excelente produção do material, que deixou como resultado um belo peso no CD. O encarte é bastante simples e objetivo, mas apresenta uma bonita estética.
Músicas como “The Reading (Zarzax Unto Zax)”, que abre o play; “Ritually Slaughtered for Satan” e suas paradinhas fenomenais; “Conjuration for Choronzon”, com riffs fabulosos; “Speech of the Serpent”, com um berro ensandecido de Brouwer e um solo final bem revoltado; e “Fornicating the Nazarene”, também trazendo um riff furioso, putz! – todas elas traduzem as palavras CAOS e BRUTALIDADE na humanidade.
Curiosidades: após esse álbum, a banda se separou e voltou em 2003 sob o nome “Nox”. No começo desse ano, voltaram a se chamar Centurian. Além disso, o vocalista Seth Van De Loo, da Severe Torture, já passou pela banda.
“Liber Zar Zax” pode ser considerado um clássico do brutal death. Mesmo sendo mais underground, o álbum na certa está devidamente guardado nas prateleiras de fãs, daquelas que armazenam seus melhores discos do estilo.
Centurian – Liber Zar Zax
Listenable Records / Century Media / Perverted Taste – 2002 – Holanda
http://www.myspace.com/centurianholocaust
1. The Reading (Zarzax Unto Zax) 04:08
2. Heading for Holocaust 04:58
3. Colosseum of Blood 03:49
4. Hell at Last 03:54
5. Ritually Slaughtered for Satan 05:09
6. Feeding Flesh to the Vortex 02:39
7. Conjuration for Choronzon 04:07
8. Speech of the Serpent 04:14
9. Committed to Hell 02:57
10. Fornicating the Nazarene 04:33
11. Dead Black Nucleus 05:00
Total playing time 45:28


Blackness Doctrine - Ad Baculum



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Ad Baculum, o nome, se origina do apelo à força (da expressão latina: argumentum ad baculum) ou argumento do porrete. É uma falácia em que força e coerção são apresentadas como justificativa para uma conclusão falsa. É um modo de apelo à consequencia e ao medo.
Meugninousoan honra seu passado e sua importância na cena neste trabalho, pois trata-se de um grande álbum. Composto por diversos elementos do Metal extremo, Blackness Doctrine impõe características únicas do Death/Black Metal nacional.
Com uma boa produção o disco mantém ótima qualidade entre as nove faixas que o compõe. “Apocalyptical Christians Armageddom” é um belo cartão de visitas, trazendo um pouco de influência da própria ex-banda de Meugninousoan, mas com uma sonoridade mais suja e direta. A faixa título remete às raízes do Black Metal, com uma levada um pouco cadenciada, na linha de uma verdadeira marcha infernal.
som da banda não procura apenas soar rápido e brutal e, muitas vezes, prioriza peso e certa cadência. Isso se confirma em “Nihilistic Magnum”, que tem uma introdução quase Doom Metal, para depois emanar ódio e brutalidade, com riffs muito bem elaborados.
A temática das letras se baseia em niilismo, morte, guerra, genocídio, entre outros elementos que casam perfeitamente com o clima obscuro que as músicas emitem. “Templarian Kingdom of Terror” comprova isso e é mais um destaque do álbum, com seu arranjo inicial que nos remete à Celtic Frost, mas com características próprias, principalmente em termos de peso.
A capa, apesar de simples, ficou muito interessante e atende à proposta do estilo da banda. Um trabalho honesto, feito por quem sabe do assunto e que trouxe de volta à cena extrema do Metal nacional um excelente vocalista.

Call To Arms - Saxon



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Não há dúvidas, e é unanimidade entre os fãs de Saxon que "Call To Arms" está presente na lista de melhores de 2011, e de melhores da banda. O álbum mostra uma pegada impressionante para uma banda em seu 19º álbum de estúdio.
Essa pegada pode ser sentida de cara, na ótima faixa de abertura "Hammer Of The Gods", e na que vem em seguida "Back In 79'", músicas que destilam riffs matadores, ótima cozinha e um vocal que impressiona.
Há músicas executadas com uma levada mais calma, mas sem perder o peso essencial do álbum, como as canções "Misty Of Avalon" e "Call In To Arms'", destaque para o solo da primeira música que é executado de forma fenomenal.
Há outros momentos que dão uma leve flertada com o hard rock, como nas canções "Surviving Against the Odds" e "Chasing The Bullets".
O trabalho encerra com dignidade com a faixa "Call In To Arms" em versão orquestral. Ao final da audição você tem aquela ótima sensação de ter ouvido um grande álbum de metal. Compre sem medo de ser feliz.
Título
01. Hammer of the Gods
02. Back in '79
03. Surviving Against the Odds
04. Mists of Avalon
05. Call to Arms
06. Chasing the Bullet
07. Afterburner
08. When Doomsday Comes (Hybrid Theory)
09. No Rest for the Wicked
10. Ballad of the Working Man
11. Call to Arms (versão orquestral)

Macabre Eternal - Autopsy



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Após o retorno da banda em 2010, para alguns shows, em que em 2011 soltam este que é seu quinto lançamento.
E já posso afirmar em letras garrafais que estamos diante de um dos melhores (senão o melhor) disco da história da banda, que possui em sua discografia clássicos do quilate de “Mental Funeral”. Acham exagero? Então coloquem esta bolachinha para rolar e preparem-se para a destruição sonora que irão presenciar.
Realmente parece que a banda parou no tempo, batendo aquela nostalgia desde os primeiros acordes que nos são apresentados, pois tudo aqui remete aos primórdios do death metal tradicional, mas há um grande diferencial: a excelente produção do álbum, que deixou na cara toda a qualidade musical do conjunto, mas mantendo a sujeira necessária ao estilo (ou seja, esqueçam os excessos de modernidade). Quem conhece os trabalhos anteriores da banda sabe que, apesar de excelentes, pecavam um pouco na qualidade da gravação.
Demais disso, tudo aquilo que os fãs da banda esperam está presente neste lançamento: death metal tradicional de primeira, que prima mais pelo peso do que pela velocidade excessiva, e sem muitas firulas, com riffs e mais riffs absurdamente bem construídos, obscuros e precisos, além de solos doentios, bateria trigada, baixo martelado e vocalizações ultra soturas e desesperadoras, aliados à temática gore (e doentia) da banda, expelindo sangue e vísceras para todos os lados, daquelas que embrulham até os estômagos mais resistentes.
Impossível não se emocionar com faixas como a poderosa abertura “Hand of Doom”, e seus riffs sujos e destruidores, que remetem direto ao começo da carreira do OBITUARY; “Dirty Gore Whore” (título mais sugestivo que esse impossível), em que o destaque é o vocalista Chris Reifert; “Macabre Eternal”, com riffs e solos estupendos; e a épica “Sadistic Gratification”, um verdadeiro hino da desgraceira sonora, e cujos mais de 10 minutos passavam voando, aliando muita brutalidade com passagens mais melancólicas e carregadas (e perturbadoras, vide os gritos agonizantes no final). E todas as faixas seguem essa linha do death metal “old school”, mantendo o nível do trabalho muito elevado.
Destaque também para a belíssima capa do trabalho, a cargo do mestre Wes Benscoter.
Infelizmente, mesmo nesta época de MP3 e afins, o disco não tem alcançado vendas expressivas ao redor do planeta, o que pode ocasionar um novo encerramento das atividades da banda. Torçamos para que isso não acontece, pois a banda tem tudo para continuar sua carreira, e este “Macabre Eternal” é um dos melhores registros de retorno de uma banda de que se tem notícia, e tem tudo para cativar os antigos fãs da banda, bem como para lhes trazer novos. Confira sem dó!
Macabre Eternal - Autopsy
(2011 – Peaceville Records – Importado)
Formação:
Chris Reifert – bateria/vocais
Danny Coralles – guitarra
Eric Cutler – guitarra
Joe Trevisano – baixo
Tracklist:
1. Hand of Darkness
2. Dirty Gore Whore
3. Always About to Die
4. Macabre Eternal
5. Deliver Me From Sanity
6. Seeds of the Doomed
7. Bridge of Bones
8. Born Undead
9. Sewn Into One
10. Bludgeoned and Brained
11. Sadistic Gratification
12. Spill My Blood

Twisted into Form - Forbidden



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A energia aqui é contagiante, com músicas maravilhosas e requintadas. Mesmo a introdução elaborada da instrumental “Parting of the Ways”, acústica, é lindíssima, mas não prepara o ouvinte para a pedrada “Infinite”, que já entra furiosa na caixa de som, seguida da não menos furiosa “Out of Body (Out of Mind)”, cujo refrão é simplesmente é hipnótico. Mas a melhor é “R.I.P.”, destruidora, no melhor estilo Exodus/Metallica do começo de carreira.
É nessa levada que a Forbidden conduz seu trabalho, alternando momentos mais e menos esporrentos. No entanto, no EP anterior a este trabalho - “Raw Evil 1989 – Live at Dynamo” – que veio como bônus, a veia era menos thrash e mais heavy até. Nem por isso, deixaram de soar violentos. Inclusive há um cover da Judas Priest – “Victim of Changes” – muito bem executada por sinal.
Um aspecto aqui que talvez diferencie um pouco a Forbidden de outras bandas do estilo, especialmente nos anos 80/90, é o vocal de Russ Anderson, limpo e melódico, mas ao mesmo tempo muito forte e irado. Os guitarristas Craig Locicero e Tim Calvert tocam suas cordas com primor, tocando riffs caprichados e encaixando os solos de forma perfeita nas faixas.
No entanto, talvez o maior astro da banda aqui seja o baterista... alguém adivinha quem era na gravação? Dica: passou por SlayerExodus e atualmente está no Testament... SIM, PAUL BOSTAPH!!! O mago das baquetas manda muito bem, embora num aspecto geral, sua habilidade não seja completamente usada em “Twisted into Form”. Mas também nem precisava, pois o modo como estão estruturadas as canções dispensaria tal artifício. Vejam bem, não estou falando que as músicas são fracas ou fáceis de tocar, MUITO pelo contrário! Apenas a proposta do trabalho não exige toda a potência de Bostaph, talvez uns 80% eheh. Mas para não ser injusto, ouçam “”Tossed Away”, essa deu trabalho para o músico.
E novamente, um CD com uma produção impecável, limpa, pesada, irresistível. E conta aqui que o disco foi lançado há 21 anos. Mesmo as faixas bônus ao vivo causam espanto pela ótima gravação. Parabéns!
O encarte, por sua vez, é bastante simples, com uma bonita arte, mas nada de excepcional. Apenas funcional, redondo. Isso aqui é alegria pura para fãs de thrash mais técnico. Garanto que a raiva transmitida por “Twisted into Form” não perde nada para clássicos do estilo.
Forbidden – Twisted into Form
Shinigami Records (relançamento) – 1990 – Estados Unidos
http://www.myspace.com/forbiddenofficial
Tracklist
1. Parting of the Ways 01:03
2. Infinite 05:46
3. Out of Body (Out of Mind) 04:39
4. Step by Step 04:49
5. Twisted into Form 04:23
6. R.I.P. 07:33
7. Spiral Depression 01:47
8. Tossed Away 04:34
9. One Foot in Hell 06:13
10. Victim of Changes (Judas Priest cover) 08:24
11. Forbidden Evil 05:37
12. Chalice of Blood 05:48
13. Through Eyes of Glass 6:22

Sessão Descarrego - Hutt



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Bom, e “Sessão Descarrego” o é, sem sombra de dúvida. São 29 podreiras com cerca de meia hora de duração. Mas osom da Hutt é mais do que isso, é desolador. O baterista é muito agressivo (vejam vídeo abaixo), descendo a mão nos tambores mesmo, algo espantoso em se tratando da velocidade do grindcore.
Aliás, a raiva que o trio transmite nesse disco é tanta que chega a incomodar. E o melhor é que tudo isso é feito através de composições excepcionais, muito bem elaboradas e lotadas de bons riffs.
Difícil falar de uma ou outra música, já que a barulheira de cada uma tem uma potência impressionante. A guitarra em baixa afinação também contribui com o peso insano. Aliás, vou além: poucas vezes pude ouvir de fato um trabalho tão absurdamente pesado. Também, a gravação, mixagem e masterização ficaram a cargo de quem? Mr. Ciero (Da Tribo Studio). Extremismo e sujeira nas medidas corretas, alcançando perfeição sonora. Acho que dispensa mais comentários, certo?
Bom, e tanto a capa quanto o encarte merecem um destaque pela beleza e criatividade. A estética escolhida envolve histórias em quadrinho de terror e suspense, tudo em preto, cinza e branco. E as letras são um bizarro show de sarcasmo e humor negro – confiram “Diante do Trono”, por exemplo. Os caras conseguiram fazer poesia sobre o ato de defecar, que proeza!
A Hutt é brilhante, e não somente em “Sessão Descarrego”, mas em toda a sua discografia: na demo “Miserável” e no 3 way split “Crushing The Grindcore Trademark”. Lembrando que o grupo lançou recentemente o novo ruído – “Mostruário” - fiquem espertos! Mas voltando ao “Sessão Descarrego”, está entre os cinco melhores álbuns grind do Brasil, vão por mim.
Hutt – Sessão Descarrego
2+2=5 Records – 2005 – Brasil
http://www.myspace.com/huttgrind
1. Intro
2. Diante Do Trono
3. Golden Shower
4. Só Pessoas
5. Pra Que Paz, Se Tenho A Guerra?
6. Sala 6..
7. Dia Normal
8. Parasita
9. Burduga
10. Harakiri
11. Cablo De Jabú (Nem Deus Nem Belzebu)
12. Smells Like Teen Shit
13. 13
14. KKK
15. Nova
16. João Cutelo
17. Gang Das Bonecas
18. Quem Ama Espanca
19. Asco
20. Nair
21. Morto
22. Bub 2 (A Revolta Dos Miseráveis)
23. Mirtão
24. Bronson
25. Venom
26. Extermínio
27. A Ultima Esperança É A Que Morre
28. Pai, Filho, Estuprou O Santo Amém
29. Tóxico É Lógico

Long Live The Loud - Exciter



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“Long Live The Loud” é o terceiro álbum do grupo canadense, lançado originalmente em 1985 e relançado em 2005, com algumas faixas adicionais. Como o próprio título já diz, é uma verdadeira ode ao som pesado e alto, sendo essa a característica que sempre marcou os trabalhos da banda.
Some-se a isso a velocidade com que os músicos tocam seusinstrumentos, o que resulta na fórmula “peso + velocidade”, claramente identificada em faixas como “Victims Of Sacrifice" e "Beyond The Gates Of Doom”, sem contar a canção que dá título ao álbum.
Embora o EXCITER não tenha alcançado o mesmo sucesso comercial de outras bandas do gênero, o grupo é destaque como um dos principais nomes do Thrash e do Speed Metal, sendo sempre lembrado por sua contribuição ao Rock e ao Metal, inclusive em listas de “maiores e melhores”, como a recentemente divulgada pelo site BraveWords.com.
“Long Live The Loud”, ao lado dos dois primeiros álbuns do EXCITER, é item obrigatório para os fãs de Thrash e Speed Metal e traz a formação clássica e original da banda, valendo o investimento, ainda mais nessa versão relançada pela Megaforce Records, que traz algumas faixas bônus e ainda a música “Death Revenge”, extraída da coletânea “From The Megavault”, de 1985, nunca antes lançada em CD.
Nacional – Megaforce Records
Dan Beehler − vocal, bateria
John Ricci − guitarra
Alan Johnson - baixo
Track List:
1."Fall Out"
2."Long Live The Loud"
3."I Am The Beast"
4."Victims Of Sacrifice"
5."Beyond The Gates Of Doom"
6."Sudden Impact"
7."Born To Die"
8."Wake Up Screaming"
9."Feel the Knife" (gravada no estúdio Britannia Row, em Fev/85)
10."Violence and Force" (Ao vivo – Ottawa Jun/84)
11."Pounding Metal" (Ao vivo – Ottawa Jun/84)
12. "Death Revenge" (From The Megavault – 85)

O Galope do Tempo - Marcelo Nova



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Nos anos 90, Marcelo abandona sua banda, e começa uma carreira solo. Carreira que o deixa no total ostracismo. Há alguns pontos de sua carreira, durante os anos 90, a serem destacados: são o álbum Blackout, de 1991, sendo o primeiro disco de rock nacional totalmente acústico. E algumas parcerias com Eric Burdon, sim amiguinhos, o mesmo vocalista do The Animals. Porém seus outros trabalhos não mostram nada de inovador, e sim, um artista vivendo na sombra de si mesmo.
Em 2005 isso muda completamente, e Marcelo Nova lança o álbum de inéditas, O Galope do Tempo. Álbum que demorou 13 anos para ser concluído. Aborda temas de cunho existencialista, que faria Jean-Paul Sartre criar um livro sobre o álbum, e Johnny Cash e Dylan ficariam totalmente maravilhados com as letras e a sonoridade do disco.
Durante o álbum há grandes rocks como a faixa-título, "Outubro de 65", "Ninguém Vai Sair Vivo Daqui" e "Algumas Vezes". Letras densas despejadas em um instrumental carregado de um peso peculiar estão presentes em canções como "A Balada Do Perdedor" e "A Torre Escura". O baixo faz presença em canções como "Poeira No Chão".
O disco encerra com a belissíma balada "A Canção Da Morte", fazendo uma síntese da vida do compositor. Enfim, um ótimo álbum esquecido por muitos, mas que sem dúvidas consegue ser um grande clássico dorock nacional.
Faixas:
01. Fecundado
02. O Galope do Tempo
03. Outubro de 65
04. Ninguém Vai Sair Vivo daqui
05. Um Passo pra frente Dois pra trás
06. A Balada do Perdedor
07. Angel
08. Algumas Vezes
09. Poeira no Chão
10. Inêz Dorme
11. O Fantasma de Luis Buñuel
12. A Torre Escura
13. O Deus de Deus
14. O Sonho
15. Fim de Festa
16. A Canção da Morte (A. G. Blues)

Live Excecution Party San 2008 - Obituary



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Sem mais delongas – eles dispensam comentários – vamos direto ao assunto. A capa é linda, como é o padrão dabanda, com arte gráfica que segue o mesmo nível de beleza. Há inclusive um livrinho bem simples, mas eficaz. Passa o que precisa e boa. E já antecipo que a estética provavelmente segue os efeitos de iluminação do palco.
O show foi filmado em fullscreen, que pena. Mas não é isso que vai tirar o brilho do vídeo. A edição também está tranquila, com bonitos GCs trazendo os títulos das canções. A qualidade das imagens e do som está maravilhosa. Esse último está pesadão, mas os bumbos ficaram levemente encobertos. Detalhes, apenas detalhes. E falando na qualidade do áudio, o vocal em especial está tão bem tratado que nem parece feito ao vivo, e sim no estúdio.
Bem, nunca tinha visto qualquer vídeo da banda ao vivo e a primeira coisa que constatei no vídeo foi o frustrante fato da banda tocar as músicas de forma mais lenta do que nas versões de estúdio. Talvez alguns nem percebam, talvez eu seja muito cri cri, mas fiquei meio aborrecido com isso. Parece um jeito preguiçoso de executar as canções, principalmente o baterista Donald Tardy! Eheh
Os clássicos, novos e antigos, estão aqui, embora o set list priorize o álbum então recém-lançado “Xecutioner's Return” (2007) – vale reforçar (já está no título) que a apresentação em questão foi em 2008.
No palco, os cinco integrantes até agitam, especialmente o guitarrista Trevor Peres, mas faltou um pouco mais de energia dos caras. Talvez seja pela lentidão das faixas, mas enfim, é o jeitão “Bitu” de ser, né? De qualquer forma, você percebe a ira nas expressões de cada um enquanto tocam, e isso é bem recebido pelo público.
Não poderia deixar de falar do guitarrista Ralph Santola. O cara simplesmente domina e tira os solos com tanta facilidade que por várias vezes nem precisa olhar suas cordas. Ele é frio no olhar e encara o público enquanto esmerilha no instrumento.
Aliás, uma das coisas mais apreciadas pelos fãs da Obituary é a rifferama que o grupo cria, uma mais inteligente e bela do que a outra. Isso, reproduzido ao vivo, é lindo, minha gente!
Quanto ao vocalista John Tardy, com seu timbre inigualável, é também fantástico vê-lo se esgoelar como louco no palco. O cabelão fica quase sempre na frente do rosto do cara, sendo difícil até mesmo observá-lo cantar.
Enfim, depois de muita agressividade ao longo do DVD, vem “Stand Alone” que, ao ser encerrada, parece que tudo está terminado. Engano: é hora do solo de bateria de Tardy (Donald, relembrando). Ele não faz feio não, e a plateia vai ao delírio assistindo ao cara mandando ver. Santola reaparece e também mostra o que sabe nas seis cordas. É um momento breve, mas certamente marcante.
O restante do grupo volta ao palco para executar a penúltima da noite – “Slow Death” – que vem com tudo. O vocalista brinca com o seu irmão ao fazer umas batucadas no surdo do kit de bateria. Irmandade até nisso!
E como tinha que ser, fecham o show com “Slowly We Rot”, talvez o maior clássico do grupo. Um show direto e reto. Mas quer saber? Os caras são foda, fazem o som sem se importar com a opinião alheia, o que sem dúvida é mais importante do que as críticas aqui descritas. Não fazem death metal, como já afirmaram, mas ainda sim, é um som extremo e contagiante.
Após o show, hora do extra. Sim, no singular, só tem uma opção e sem legendas em português. Mas o conteúdo aqui, no fundo, nem precisaria mesmo. Simplesmente aparecem as duas primeiras músicas da apresentação por outro ângulo, ao lado do palco, feito por um cinegrafista amador. O som estoura várias vezes. Não entendi o objetivo disso, se já existe a própria apresentação “oficial”. Depois, uma zoeira em que o baixista coloca chocolate dentro de uma cueca, simulando ser fezes, e a arremessa no público. A reação do banger, pelo menos, é divertida. Na sequência, tem imagens de um ensaio do pessoal que, se por um lado é apenas um ensaio, por outro, é da Obituary. Nesse aspecto, é muito legal ver como funciona o motorzinho da banda, e até quando erram as músicas, mostrando que são seres humanos, é curioso.
Bom, num aspecto geral, vale a pena adquirir o DVD, o segundo registro oficial de um show da Obituary, mas não vá com tanta sede ao pote. Por se tratar de uma das maiores bandas que o underground já conheceu, é sempre bom ter um material dessa importância guardado. E no fundo, esse talvez seja o principal motivo dessa compra.
DVD Obituary – Live Excecution – Party San 2008
Shinigami Records – 2009 – Estados Unidos
http://www.myspace.com/obituary
http://www.obituary.cc
1. Find The Arise 02:33
2. On The Floor 03:25
3. Chopped In Half 04:03
4. Turned Inside Out 02:08
5. Forces Realign 05:26
6. Insane 03:39
7. Face Your God 03:12
8. Dethroned Emperor 05:15
9. Evil Ways 03:27
10. Drop Dead 03:36
11. Contrast The Dead 06:47
12. Second Chance 03:40
13. Stand Alone 10:00
14. Slow Death 03:08
15. Slowly We Rot 06:16
Total: 01:06:35