13 de setembro de 2011

Aequilibrium - Torture Squad



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Mas, vamos ao disco. De início, temos “Generation Dead”, destacando os efeitos dos riffs, que parecem navalhas cortantes, e que ao longo da faixa vão ganhando velocidade, sendo a força motriz por trás de tanta porradaria. “Raise Your Horns” surpreende pela união dinâmica da “cozinha”, muitíssimo bem trabalhada, destacando as linhas criadas pelo baixista Castor, simples e eficientes, mas que completam a música com o vigor necessário, sem deixar furos. Buscando um lado ainda mais extremo e veloz, “Holiday in Abu Ghraib” é aquela típica faixa estonteante, talvez a mais rápida do álbum, ao lado de “Azazel”. Agora, o grande clássico, “174”, certamente não pode ficar fora de nenhum show dessa tour, e porque não, do repertório fixo da banda, já que é animalesca do primeiro ao último segundo! Para os mais atentos, pode lembrar um pouco “Chaos Corporation”, do último álbum, pelo fato de ser mais grudenta e com riffs exemplares.
Conforme o disco vai rolando, algumas novidades são sentidas, como por exemplo, as influências de uma sonoridade mais contida, presente em “Storms”, de levada mais cadenciada, porém, mantendo o peso em primeiro plano. Seguindo a linha Blues, temos “Last Tune Blues”, infelizmente de curtíssima duração, mas que poderia ter sido mais bem aproveitada, já que muitos fãs de Metal gostam do estilo que deu origem a tudo o que existe hoje em dia. Afora as cançõescitadas, o álbum conta ainda com “Black Sun” e “The Spirit Never Dies”, além da regravação de “The Unholy Spell”.
Formação:
Vitor Rodrigues – vocal
Augusto Lopes – guitarra
Castor - baixo
Amilcar Christófaro - bateria
"Aequilibrium”
(Laser Company - Nacional)
Track list:
1. Generation Dead
2. Raise Your Horns
3. Holiday in Abu Ghraib
4. 174
5. Storms
6. Azazel
7. Black Sun
8. The Spirit Never Dies
9. Last Tunes Blues (Instrumental)
10. The Unholy Spell 2010 (Bonus Track)

Walpurgis Rites – Hexenwahn - Belphegor



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E isso só com a faixa de abertura, que leva o nome do CD. Realmente avassaladora! E tão impressionante quanto, é o fato de conseguirem distribuir uma boa dose de belas melodias em um som que a princípio jamais aceitaria tal mistura. Ouçam “Veneratio Diaboli - I Am Sin” para entenderem exatamente o que digo.
Agora, menos atordoado com a violência do disco, afirmo que o grupo faz uma rica mescla de death e black metal, com inspirados riffs velozes e uma bateria destruidora. O vocal consegue um feito incrível ao ficar exatamente entre um estilo e outro. É muito interessante, porque dentro de cada música, dá para perceber quando algo soa mais death ou mais black, quase uma divisão visível nas composições da Belphegor. E isso de maneira alguma é ruim, longe disso! A versatilidade do trio é fora do normal. Transitam entre picos e abismos de violência com uma facilidade quase inacreditável. Banda completa!
Aqui e ali, você nota principalmente um quê de Dark Funeral – chequem “Reichswehr in Blood” para admirar o espetáculo que é a canção. E até em experiências mais cadenciadas como “Der Geistertreiber”, que pode ser vista no clipe abaixo, eles mostram que entendem da coisa. Um show!
E exemplificando tudo o que escrevi acima, vem a faixa de encerramento – “Hexenwahn – Totenkult” – a que mais gera contraste entre partes brutais e cadenciadas, mostrando todo o potencial da banda. Simplesmente perfeita.
Com esse nível de qualidade, a parte gráfica tinha que manter o padrão. A arte do encarte é qualquer coisa de espetacular, detalhada e linda. Os caras investem pesado na imagem do produto, e merecem nota máxima por isso. Bom, e o papel luxuoso também ajuda ainda mais nessa boa impressão.
No geral, mesmo tendo conhecido a Belphegor através desse trabalho aqui, posso afirmar categoricamente que a banda está tranquilamente entre as maiores do underground mundial. Duvido que alguém discorde. Este hipnótico “Walpurgis Rites – Rexenwahn” é só uma prova disso.
Belphegor – Walpurgis Rites – Hexenwahn
Laser Company – 2009 - Áustria
http://www.myspace.com/belphegor
Tracklist
1. Walpurgis Rites
2. Veneratio Diaboli - I Am Sin
3. Hail the New Flesh
4. Reichswehr in Blood
5. The Crosses Made of Bone
6. Der Geistertreiber
7. Destroyer Hekate
8. Enthralled Toxic Sabbath
9. Hexenwahn - Totenkult

I'm With You - Red Hot Chili Peppers



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O grupo não abandonou o seu som único, característico, nem deixou de usar alguns elementos presentes no álbum anterior, mas a troca de guitarristas é perceptível. JOSH deixou sua marca no som da banda, sem piorar nem melhorar o que JOHN vinha fazendo. Simplesmente cumpriu o seu papel e tranquilizou milhares de fãs exaltados com a saída de JOHN. A cobrança do público provavelmente deve ter sido uma pressão e tanto para o caçula do grupo (JOSH é quase 20 anos mais jovem que seus colegas de banda), mas o músico passou pelo teste, pelo menos até agora.
Apesar da diferença marcante na guitarra, o som em geral da banda não sofreu nenhuma mudança extrema com relação ao Stadium Arcadium. A maturidade e as melodias estão de volta, mas percebe-se mesmo assim uma certa evolução, que vai além da substituição de JOHN. Em faixas como "Factory of Faith", "Ethiopia" e "Dance, Dance, Dance" é possível ouvir alguns toques de JOSH, enquanto que em outras, como "Even You Brutus" e "Meet Me at the Corner", percebe-se um som novo, trabalhado.
O álbum é diverso e ao mesmo tempo constante. Sem surpresas e com pouca repetição. Há faixas Red Hot Chili Pepperianas como "Ethiopia", emotivas como "Brendan's Death Song" e inovadoras como "Look Around", "Goodbye Hooray" e "Happiness Loves Company" (na qual o piano tem destaque, algo raro no repertório do grupo).
O álbum não foi de menor qualidade que o Stadium Arcadium, como previam alguns, e a mudança das guitarras não estragou o som deles como temiam outros. Não é uma super produção nem nada que seja lembrado no futuro como um dos melhores álbuns da banda, mas atendeu às expectativas daqueles que fizeram o RED HOT CHILI PEPPERS atingir a respeitável marca de 65 milhões de cópias vendidas.
Tracklist:
1. Monarchy of Roses
2. Factory of Faith
3. Brendan's Death Song
4. Ethiopia
5. Annie Wants a Baby
6. Look Around
7. The Adventures of Rain Dance Maggie
8. Did I Let You Know
9. Goodbye Hooray
10. Happiness Loves Company
11. Police Station
12. Even You Brutus?
13. Meet Me at the Corner
14. Dance, Dance, Dance

O Inevitável - Tomada



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O terceiro disco do Tomada é também o seu mais maduro registro. Muito disso se deve à entrada do excelente Marcião Gonçalves, um dos melhores guitarristas em atividade no Brasil. Explorando timbres e texturas com a curiosidade de uma criança em uma loja de brinquedos, Marcião colocou o som do Tomada em outro nível, tornando ótimo o que já era muito bom. As cores brilham, fortes e espessas, em arranjos repletos de detalhes. Das levadas de bateria ao groove do baixo, passando pelo tempero especial proporcionado pelo criativo trabalho de Lennon Fernandes, a parte instrumental segue na trilha do rock dos anos 60 e 70, mas inserindo algumas pitadas que fazem toda a diferença.
Ricardo Alpendre, inegavelmente um grande intérprete, mostra a segurança de sempre, mas surpreende de forma positiva nas canções mais calmas, como “Entro em Órbita” e “DC-3”, essa última com enorme influência de Guilherme Arantes.
O legal é que a banda não se limita a um estilo específico, navegando com a classe característica por vários caminhos. Cada faixa tem uma cara própria, o que torna o álbum uma surpresa constante. Do peso de “(Quero Ter) Uma Música Forte” à psicodelia sutil de “Ela Não Tem Medo”, passando pelo rock puro de “Catarina” e “Blá Blá Blá, Blá Blá Blá”, o que salta aos ouvidos é um trabalho redondo, requintado na medida certa, com tudo no lugar.
Mas, sem dúvida, o principal destaque vai para a excelente “O Calor de Abril”. Com uma letra que tem um lirismo inteligente, o arranjo leva o ouvinte por uma espécie de Jovem Guarda banhada em certeiras doses de lisergia. Grudenta e empolgante, é daquelas faixas que se tornam companheiras para os dias frios, aconchegando corações e confortando sentimentos. O encerramento com “Hoje Eu Não Tenho Muito a Dizer” é outro momento iluminado, com a banda carregando no soul e sendo acompanhada por um esperto naipe de metais.
Fechando o pacote, destaque para a produção, limpa e sem exageros, e para a parte gráfica, com um simples e belo digipak e capa feita por Tiago Almeida.
"O Inevitável" precisa chegar até você. Talvez você não encontre o disco em sua cidade, mas não tem problema. Basta entrar na loja da gravadora Pisces Records para garantir a sua cópia. Faça isso e tenha em sua coleção um álbum que, sem esforço, vai se tornar um dos seus favoritos em pouco tempo.
Faixas:
1.(Quero Ter) Uma Música Forte
2.Ela Não Tem Medo
3.Catarina
4.Entro em Órbita
5.Blá Blá Blá, Blá Blá Blá
6.À Sombra do Trem
7.Luzes
8.O Calor de Abril
9.99 Centavos
10.DC-3
11.Rock de Aventura
12.Hoje Eu Não Tenho Muito a Dizer

Inner Monster Out - Shadowside



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Os fãs mais tradicionais irão cair de amores pelas guitarras que despejam peso, pelos vocais agressivos de Dani Nolden e pela cozinha afiadíssima. Já quem curte o lado maismoderno  e atual do estilo irá curtir os sutis efeitos adicionados às músicas, o timbre e os riffs extremamente atuais e a grande habilidade com que a banda transita pelos diversos caminhos do heavy metal, inserindo elementos dos mais variados estilos da música pesada em sua música.
Há algo raro em "Inner Monster Out", e é justamente essa dicotomia amigável entre lados tão opostos. Parte desse mérito deve-se à produção de Fredrik Nordstrom (produtor de nomes como Evergrey, Arch Enemy e Dimmu Borgir, e também guitarrista do Dream Evil), mas a banda é a principal responsável pelo ótimo resultado final. As guitarras de Raphael Mattos, por exemplo, vão do thrash ao new metal sem maiores cerimônias, derramando riffs pesadíssimos e solos banhados em melodia. O baixista Ricardo Piccoli e o baterista Fabio Buitvidas formam uma dupla entrosadíssima, responsável por fazer a música do Shadowside pulsar como um terremoto avassalador.
Mas o maior destaque, como não poderia deixar de ser, é Dani Nolden. O ponto principal da vocalista não é apenas cantar bem, mas sim construir linhas vocais que conduzem as composições por dinâmicas variadas, sempre surpreendendo o ouvinte. Ainda que em alguns momentos tenha-se a impressão de que o volume do vocal ficou muito acima dos outros instrumentos, isso não depõe em nada em relação ao resultado final.
Não há um estilo predominante em "Inner Monster Out". A banda não soa mais power metal, o que temos aqui é outra coisa. Há uma clara influência da sonoridade sueca, principalmente de nomes como Soilwork, o que dá uma agressividade muito bem-vinda ao som do grupo.
Entre as faixas, destaque para “Gag Order”, “Angel with Horns” (grudenta como um bom heavy metal deve ser), “Habitchual” e “In the Name of Love”, além da espetacular faixa-título, com as participações especiais de Björn Strid (Soilwork), Mikael Stanne (Dark Tranquillity) e Niklas Isfeldt (Dream Evil).
Com "Inner Monster Out" o Shadowside prova que é possível fazer heavy metal agressivo, repleto de peso e com vocais femininos, ao contrário do que milhares de bandas com vozes femininas chorosas e melosas tentam nos fazer acreditar.
"Inner Monster Out" marca um novo capítulo no heavy metal brasileiro. Com ele, o Shadowside assume o posto de um dos principais nomes do estilo em nosso país, e torna-se automaticamente referência em todo o planeta ao mostrar que é possível fazer o heavy metal soar atual e moderno sem perder as suas raízes. Além disso, o disco sinaliza uma mudança de comando na nossa politizada cena, dominada por bandas que sobrevivem muito mais do nome do que da qualidade de seus trabalhos atuais. "Inner Monster Out" é um chute na porta do cenário metal brasileiro, que em grande parte vive como se ainda estivesse preso aos anos oitenta e início da década de noventa. O Shadowside mostra o que anda acontecendo lá fora com o seu novo álbum, e puxa consigo uma parcela considerável de fãs que já não se contenta com fórmulas requentadas de nomes até então intocáveis.
Um dos discos do ano, sem dúvida alguma!
Faixas:
Gag Order
Angel with Horns
Habitchual
In the Name of Love
Inner Monster Out
I'm Your Mind
My Disrupted Reality
A Smile Upon Death
Whatever Our Fortune
A.D.D.
Waste of Life

Worship Music - Anthrax



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Produzido pelo guitarrista Rob Caggiano, "Worship Music", décimo álbum do grupo, é o disco que os fãs estavam esperando. Essa é a melhor definição para as trezes faixas do trabalho. A banda soube unir a agressividade thrash dos primeiros álbuns com o caminho mais melódico que seguiu a partir de "Persistence of Time" (1990), indo de um extremo a outro de sua sonoridade.
Joey Belladonna é o principal destaque. Cantando maravilhosamente bem, o vocalista retoma o posto de onde nunca deveria ter saído e faz com que esqueçamos completamente John Bush, o seu antecessor e, inegavelmente, um grande cantor. O nem sempre lembrado Charlie Benante, um dos melhores bateristas do thrash metal, é outro que brilha intensamente no disco.
Apontar "Worship Music" como o melhor álbum da carreira doAnthrax não é um exagero. O disco está lado a lado com a trinca de clássicos "Among the Living" (1987), "State of Euphoria" (1988) e "Persistence of Time" como o ponto mais alto da discografia do quinteto. Isso, levando-se em conta o quão bom era o último disco do grupo – "We've Come for You All" (2003), ainda com Bush -, apenas atesta a altíssima qualidade alcançada por Scott Ian e sua turma.
Há momentos sublimes em "Worship Music". O primeiro single, “Fight 'Em Til You Can't”, é um deles. O mesmo acontece com “I'm Alive”, “The Giant” e na épica “Judas Priest” - um tributo à lendária banda inglesa. Mas nada se compara à excepcional “In the End”, onde a banda homenageia os falecidos Ronnie James Dio e Dimebag Darrell. Sem dúvida alguma, uma das melhores composições da história do Anthrax.
O melhor álbum da banda em vinte anos, "Worship Music" já é presença garantida na lista de melhores de 2011. Agora é esperar que o disco seja o início de um período de estabilidade para o Anthrax, e que o grupo engrene uma sequência de trabalhos com esse line-up. Não apenas os fãs querem isso, mas, principalmente, a banda merece algo assim, afinal estamos falando de um dos nomes mais originais e influentes não apenas do thrash metal, mas da música pesada como um todo.
Faixas:
Worship
Earth on Hell
The Devil You Know
Fight 'Em Til You Can't
I'm Alive
Hymn 1
In the End
The Giant
Hymn 2
Judas Priest
Crawl
The Constant
Revolution Screams

A Dramatic Turn of Events - Dream Theater



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Estilisticamente, há uma aproximação maior com o rock progressivo em "A Dramatic Turn of Events", ao contrário dos últimos álbuns. Produzido pelo próprio Petrucci, o disco é longo, com quatro de suas nove faixas durando mais de dez minutos. Ou seja: se você não é fã do Dream Theater, não é com esse álbum que você passará a ser. Agora, se você curte o som da banda, prepare-se paraouvir um de seus melhores trabalhos.
Algumas características são bem marcantes em "A Dramatic Turn of Events". Em primeiro lugar, nunca houve tanta melodia em um disco do Dream Theater como aqui. Há uma presença maior do teclado de Jordan Rudess, que emerge como a principal força criativa do grupo, ao lado de John Petrucci. O peso dos riffs da guitarra de Petrucci também se destaca. E, fechando, um surpreendente e até então inédito clima épico surge em algumas composições, levando a música do grupo para terrenos inesperados.
Mas o ponto que todos querem saber é como Mike Mangini se integrou ao grupo, certo? A resposta é simples e direta: da melhor forma possível. Dono de uma técnica absurda, o novo baterista do Dream Theater parece fazer parte da banda há tempos, não deixando a falta de Mike Portnoy ser sentida. Se havia alguma dúvida sobre a capacidade de Mangini em substituir o antigo dono da banda, ela se desfaz ao final da audição.
"A Dramatic Turn of Events" é um álbum feito sob medida para aqueles fãs que curtem as composições mais instrincadas da carreira do Dream Theater, pródigas em longas passagens instrumentais elaboradíssimas. Faixas como “Lost Not Forgotten”, “Bridges in the Sky”, “Outcry” e “Breaking All Illusions” estão repletas de momentos assim. O que se ouve é uma espécie de mistura do que a banda fez nos álbuns "Awake" e "Scenes from a Memory", dois dos pontos mais altos da discografia do quinteto.
Entre as faixas, o maior destaque é a sensacional “Breaking All Illusions”, com status de novo clássico. “Build Me Up, Break Me Down”, com seu início com elementos eletrônicos e uma clara influência do Muse, também chama a atenção. Mas é quando o grupo resolve focar naquilo que sabe e faz como ninguém que o disco cresce assustadoramente. O prog metal puro e do mais alto gabarito é a marca principal de “Lost Not Forgotten”, “Bridges in the Sky” e “Outcry”, além da já citada “Breaking All Illusions”, a melhor do disco. Entre as mais calmas, “This is the Life” é uma prima próxima de “The Spirit Carries On”, e a bela “Beneath the Surface” fecha o álbum com classe e bom gosto.
A saída de Portnoy e a entrada de Mangini mexeram positivamente com o Dream Theater, tirando a banda de sua zona de conforto e levando os músicos a se desafiarem mutuamente. O som do grupo surge renovado em "A Dramatic Turn of Events", refrescante como há tempos não soava.
Ao lado de "Images and Words" (1992), "Awake" (1994) e "Scenes from a Memory" (1999), o melhor disco do grupo.
Faixas:
On the Back of Angels
Build Me Up, Break Me Down
Lost Not Forgotten
This is the Life
Bridges in the Sky
Outcry
Far From Heaven
Breaking All Illusions
Beneath the Surface

Out of My Mind / Holy Water - Who Cares



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Na verdade, o Who Cares é uma espécie de continuação doRock Aid Armenia, iniciativa levada a cabo por Iommi e Gillan nos anos oitenta para levantar fundos em benefício deste país localizado entre a Europa e a Ásia. Dessa vez, parte das vendas do single serão revertidas para a reconstrução de uma escola destruída por um terremoto.
O single foi lançado no Brasil pela Hellion Records em embalagem digipak de alta qualidade, com papel diferenciado e plastificado (aliás, um padrão que a Hellion adotou em seus lançamentos recentes e que merece elogios, já que torna os belos digipaks mais resistentes).
São apenas duas músicas, “Out of My Mind” e “Holy Water”. O destaque principal é Tony Iommi, mais que um guitarrista um verdadeiro artista, um escultor, um artesão na arte de tocar guitarra. O peso que emana de “Out of My Mind” já demonstra isso, e a faixa é puro Black Sabbath com, como não poderia deixar de ser, um que de Deep Purple devido aos vocais de Ian Gillan e ao teclado de Jon Lord, e um clima meio Iron Maiden devido à bateria única de Nicko McBrain. A alcunha 'Black Purple Maiden' utilizada por alguns para definir a banda é totalmente apropriada.
Já “Holy Water” é uma faixa mais cadenciada e climática, que explora um caminho bem diferente de “Out of My Mind”. Nela, Gillan surge majestoso e cantando como nunca, provando o porque de ser considerado um dos maiores vocalista da história do rock.
Fechando o pacote, o single conta com o clipe de “Out of My Mind” e um documentário de quase 30 minutos sobre a gravação das faixas.
O que temos aqui é um item de colecionador. Esse single se esgotará rapidamente e não irá ser relançado, então, em um futuro próximo, quem o adquirir terá um CD raro em suas mãos e, o que é melhor, com música da mais alta qualidade. Afinal, com os nomes envolvidos o resultado não poderia ser diferente, não é mesmo?

Black and White America - Lenny Kravitz



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Produzido, como sempre, pelo próprio Lenny, "Black and White America" é uma deliciosa viagem aos anos setenta, cujo ingrediente principal é o groove, o embalo, o balanço. Orgânico como há tempos um disco do cantor e guitarrista não soava, o nono álbum de Kravitz inicialmente iria se chamar "Negrophilia", atestando o retorno às raízes black music de seu som.
Estreia do cantor pela Roadrunner Records, "Black and White America" pode ser encarado como uma espécie de trabalho conceitual, com suas dezesseis faixas levando o ouvinte por uma agradável jornada pela rica história da música negra norte-americana. Há aqui elementos do já citado soul, além de funk, rhythm and blues e o sempre bem-vindo clima Motown.
O início com a autobiográfica faixa-título e seus bem encaixados metais sacanas já deixa o ouvinte com uma ótima impressão, que apenas vai se solidificando no decorrer da audição. Fazia muito tempo que Lenny Kravitz não surgia tão interessante quanto aqui. “Liquid Jesus” e seu clima 'chill out' remetem a Marvin Gaye. “Rock Star City Life” irá agradar quem curte a faceta mais rocker de Kravitz, enquanto “Stand” é um pop perfeito para começar o dia.
Há momentos muito cativantes em "Black and White America". Um dos principais é “Superlove”, uma composição que navega naquela linha tênue entre o soul e o funk e conforta o ouvinte com sua atmosfera acolhedora. “I Can't Be Without You” é outra que se destaca, baixando as luzes do ambiente com uma sexualidade tangível.
Apenas duas faixas lembram os trabalhos recentes de Lenny. A parceria com Jay-Z e DJ Military em “Boongie Drop” é apenas mediana, enquanto “Sunflower”, com a participação de Drake, tem uma batida nascida em uma roda de samba e é até passável.
"Black and White America" é um disco muito bom, com uma sonoridade orgânica, viva, pulsante, que não tem nada a ver com o que Lenny Kravitz estava fazendo em seus últimos álbuns. Se você curtiu os primeiros discos desse norte-americano mas perdeu o interesse pelo seu trabalho devido ao direcionanento exageradamente pop que ele seguiu, "Black and White America" é o disco que vai trazer você de volta.
Faixas:
Black and White America
Come On Get It
In the Black
Liquid Jesus
Rock Star City Life
Boongie Drop
Stand
Superlove
Everything
I Can't Be Without You
Looking Back On Love
Life Ain't Ever Been Better Than It is Now
Tha Faith of a Child
Sunflower
Dream
Push

Generation Why? - Diamond Plate



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E a banda, formada por músicos muito jovens (na média de 19 anos) tem causado furor no underground metálico, com shows muito energéticos, e já tendo aberto shows parabandas do cacife de BEHEMOTH, GOJIRA, EXODUS, D.R.I., OVERKILL, JOEY BELLADONNA e DESTRUCTION, sendo considerada por alguns como a maior revelações dessa nova safra de bandas de thrash metal. E após dois EPs (“At The Mountains of Madness” -2008 e “Relativity” – 2009), a banda chega a seu debut, que tem tudo para cair nas graças dos thrashers mundo afora.
Apesar da capa mais “moderninha” do trabalho, que pode enganar os desavisados, o som da banda é bem sujo e agressivo, remetendo-nos direto aos anos 80, tendo momentos mais diretos e pesados, e outros mais técnicos e brutais, mas sempre recheado de riffs marcantes, dignos das melhores bandas do estilo, o que é imprescindível para o sucesso de bandas que se aventuram nos meandros do thrash metal. O único senão fica para os vocais de Jon Macak (que também é o responsável pelo baixo), que soam muito forçados e agonizantes, sendo pouco variados ao longo do play, tornando algumas passagens mais enjoativas, e é algo a ser repensado para oslançamentos futuros da banda.
Mas mesmo assim, o álbum é realmente muito bom, e possui músicas matadoras, como a brutal faixa título, a eletrizante “Pull the Trigger” (totalmente influenciada por EXODUS), além das já conhecidas “Relativity” (com destaque para os riffs de guitarra) e “At the Mountais of Madness”, a melhor de todas, com suas variações de tempo espetaculares, e um refrão no melhor estilo ANTHRAX.
O DIAMOND PLATE, como a maioria destas novas bandas deste revival do thrash metal, não traz nada de novo ao estilo, mas faz um som saudosista e de muita qualidade, com amor ao estilo, e merece ser conferido. Mas daí a ser a maior revelações da nova safra, que tem, dentre outras, bandas excepcionais como HAVOK, LICH KING, GAMA BOMB, MUNICIPAL WASTE e VIOLATOR, é um grande exagero...
Generation Why? – Diamond Plate
(2011 – Erache Records - Importado)
Formação:
Jim Nicademus - Drums
Jon Macak - Vocals and Bass Guitar
Mario Cianci - Rhythm Guitars
Konrad Kupiec - Lead and Rhythm Guitars
Tracklist:
01. Entertainment Today
02. Generation Why?
03. Pull The Trigger
04. Tomb With A View
05. Fool's Paradise
06. Relativity
07. Waste Of Life
08. Casualty Of War
09. More Than Words
10. At The Mountains Of Madness
11. Empire Tomorrow

Enterrado Vivo - Incinerador



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São 10 músicas em 34 minutos - sendo uma introdução e uma faixa bônus - de um som brutal e extremamentecompetente. É evidente que o trio bebeu das melhores fontes, como Cannibal Corpse, Morbid Angel, Incantation e até do brasileiro Subtera, e trouxe à vida um excelente registro.
Mas antes de me aprofundar nisso, vale o destaque do material que envolve o CD. Ele não veio em caixinha, mas em um envelope de papel luxuoso, mostrando que é possível ser profissional mesmo sem muita grana. Dentro vem uma folha com as letras, ficha técnica e contatos da Incinerador.
E falando em letras, outra banda ousada que as escreve em nossa língua. Isso sempre me causa estranheza, mas de modo algum é ruim. Pelo contrário, é uma ousadia, como escrevi antes. Além disso, para quem não é de acompanhar no encarte o que o vocalista está cantando, não fará muita diferença, pois o gutural formidável de Domingos Prestes, também guitarrista, é quase ininteligível. Uma maravilha! Mas só para registro, a Incinerador fala de dor e podridão da raça humana.
Apesar de tocarem um death tradicional, eles conseguem ser criativos em composições não muito curtas, algo admirável para uma banda desse estilo. Tanto é que no meio de tanta violência, inserem um pouco, repito, UM POQUINHO de melodia, que se encaixa muito bem nas músicas.
E o poder das canções é tanto, que fica mais fácil dizer quais são as MENOS potentes do disco – a própria introdução e “Outro”, uma instrumental acústica à lá Morbid Angel em “In Remembrance” (álbum “Blessed are the Sick”), mas que ainda sim são boas.
A gravação um tanto abafada peca um pouco, além de a bateria estar mais alta do que o restante do instrumental, mas acalmem-se, que é pouca coisa. Isso não chega de fato a prejudicar “Enterrado Vivo”, garanto!
O trabalho merece muita consideração no cenário nacional pela grande capacidade de se sobressair em relação a outras bandas death tradicionais.
Incinerador – Enterrado Vivo
Lux Ferre Prod & Distro – 2011 – Brasil
http://www.myspace.com/incineradordeath
01. Intro (Fogo, Morte e Destruição)
02. Guerra Suja
03. Vitimas do Terror
04. Enterrado Vivo
05. Pilhas de Corpos
06. Designado para Matar
07. Decapitado
08. Outro
09. Invisíveis Forças do Mal
10. Vomitando Vermes Vivos (bonus track)

Opus Eponymous - Ghost



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O caso mais recente é dos suecos do Ghost, verdadeira sensação na cena metálica mundial. Não é à toa que James Hetfield (Metallica) e Tomi Joutsen (Amorphis), entre outros, andam circulando por aí com camisetas da banda, dizendo-se abertamente fãs de seu trabalho. O que o Ghost faz é umheavy metal clássico, com ares setentistas. Mas o faz tão bem, de maneira tão natural e orgânica, que acaba conquistando os bangers (principalmente, aqueles das antigas) logo na primeira audição.
Há quem goste de comparar o Ghost a outra banda-fenômeno relativamente recente, os finlandeses do Lordi. As semelhanças param na teatralidade e no mistério em torno de quem são seus integrantes mascarados, além da vontade de buscar referências diretas em clássicos do passado. Enquanto o Lordi dialoga diretamente com a estética dos filmes de terror B e com as performances de Alice Cooper e do Kiss, gerando um hard ‘n heavy divertido e festivo, o Ghost bebe na fonte de nomes como Mercyful Fate e Blue Oyster Cult. Liderada por uma espécie de líder religioso das trevas, o Papa Emeritus I, a banda faz um som climático e soturno, que ecoa um quê de Black Sabbath da era Ozzy, sempre com letras de teor satânico, de evocação e celebração a Lúcifer e suas hordas infernais. John Milton ficaria orgulhoso.
Dentre muitas teorias sobre quem se esconde por baixo das vestes de Emeritus, a mais forte aposta no cantor Tobias Forge, frontman da banda sueca de death metal Repugnant. Se este for mesmo o caso, o que ele faz cantando à frente do Ghost é muitíssimo diferente. O tema pode ser diabólico, mas o som está longe de ser um black metal extremo e berrado, de maneira gutural. Emeritus é uma figura sombria, mas que interpreta suas canções de maneira bastante melódica e limpa, com ares quase sussurrados. Isso não quer dizer que o som do Ghost não seja pesado, é preciso ressaltar. Mas é peso das antigas.
Depois do teclado religioso que abre o disco na introdução instrumental “Deus Culpa”, o baixo encorpado que inicia a faixa “Com Clave Dio” já é a senha para o que deve se seguir ao longo das nove canções que compõem “Opus Eponymous”. Um verdadeiro desfile de riffs e refrãos contagiantes, para ninguém botar defeito. Que o diga o dueto formado pela grudenta “Ritual” e pela tétrica “Elizabeth” (que, em dado momento, pela sutileza dos vocais, quase se torna uma balada), composições que formam o verdadeiro coração do álbum. Mas é claro que as qualidades deste debut do Ghost vão muito além, desde a quase lisérgica “Prime Mover” à ‘sabbathica’ “Satan Prayer”, na qual é claramente possível imaginar Emeritus cantando ao lado de Ozzy Osbourne e com Tony Iommi sentando a mão na guitarra.
“Opus Eponymous” é um disco delicioso, no qual vale a pena apostar. E que o cramulhão permita que estes malucos do Ghost continuem na atividade por um bom tempo. Amém.
Line-up:
Papa Emeritus I – Voz
Nameless Ghoul 1 – Guitarra
Nameless Ghoul 2 – Guitarra
Nameless Ghoul 3 – Baixo
Nameless Ghoul 4 – Teclado
Nameless Ghoul 5 – Bateria
Tracklist:
1. Deus Culpa
2. Con Clave Dio
3. Ritual
4. Elizabeth
5. Stand By Him
6. Satan Prayer
7. Death Knell
8. Prime Mover
9. Genesis

Descent Into Chaos - Legion of the Damned



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Pra quem não conhece a história da banda, ela foi primeiramente formada com o nome de OCCULT, e, por problemas com sua antiga gravadora, acabou mudando o nome para LEGION OF THE DAMNED, tendo debutado com este novo nome no excelente “Malevolent Rapture”, de 2006. E após alguns ótimos álbuns, dentre os quais se destacam “Sons of Jackal”, de 2007 e “Feel the Blade”, de 2008 (que na verdade é uma regravação na íntegra do clássico “Elegy for the Weak”, do OCCULT, com mais três músicas inéditas), a banda chega a seu quinto lançamento, este excelente “Descent Into Chaos”, que mantém intacta todas as características principais da banda, mas traz um dinamismo ainda maior em suas composições.
A banda, mais uma vez, pratica um thrash metal muito pesado, rápido, direto e agressivo, com alguma influência de death metal tradicional. E como sempre, o destaque fica para os riffs cortantes e insanamente precisos de Richard Ebisch, que cativam logo nas primeiras audições, e dão a qualidade que o estilo exige ao som do LOTD. Além dele, Maurice Swinkels esta cantando como nunca, mostrando o porque de ser considerado um dos melhores vocalistas do estilo. Já a cozinha, formada por Erik Fleuren (bateria) e Harold Giellen (baixo) se destaca pelo peso absurdo (além da técnica) que impõem às composições.
E como sempre, o peso e a agressividade nas composições são a marca registrada da banda, e vão além do normal para o thrash metal, e estão presentes fartamente em todas as faixas do CD. Após a apocalíptica faixa título, temos as rapidíssimas “Night of the Sabbath” e “War Is In My Blood”, que exalam ódio e agressividade, feitas para serem tocadas ao vivo. A cadenciada “Shrapnel Rain” é a melhor do disco, e possui um apanhado de riffs de guitarra e baixo destruidores, e já pode ser considerada um clássico da banda.
A porradaria volta à tona com as ultra rápidas “Holy Blood, Holy War” e “Killzone”, que não dão tempo nem para respirar, com seus riffs tocados à velocidade da luz. A introdução acústica de “Lord of the Flies” pode enganar, mas após alguns poucos segundos surgem os riffs cavalgados e andamento mais cadenciados, que levam ao ouvinte de volta aos bons tempos do surgimento do thrash metal na bay área, sendo outra faixa que tem tudo para se tornar clássica.
A trinca final, formada pelas faixas “Desolation Empire”, “The Hand Of Darkness” e “Repossessed” mantém o pique agressivo do álbum, mas sem maiores destaques.
A qualidade de gravação também é excelente, sendo que o material foi todo produzido e mixado pela banda e pelo mestre Peter Tagtgren (HYPOCRISY e PAIN), e deixou o material muito pesado, do jeito que o estilo exige. A capa também é muito bonita, sendo que a da versão deluxe foi feita pelo brasileiro Gustavo Sazes.
Trata-se, portanto, de um dos melhores registros do LEGION OF THE DAMNED, uma das melhores bandas de thrash metal da atualidade, e merece ser conferido sem moderação! Enjoy.
Descent Into Chaos – Legion of the Damned
(2011 – Massacre Records - Importado)
Track List:
1. Intro (Descent Into Chaos)
2. Night Of The Sabbath
3. War Is In My Blood
4. Shrapnel Rain
5. Holy Blood, Holy War
6. Killzone
7. Lord Of The Files
8. Desolation Empire
9. The Hand Of Darkness
10. Repossessed

Forever Changes - Love



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Entretanto destes o melhor e mais respeitado grupo era o Love formado (originalmente em Memphis 1964) por Arthur Lee (Guitarrista e compositor) que tinha Bryan McLean e John Echols nas guitarras, o baixista Ken Forssi e o baterista Don Conka (logo substituído por Alban "Snoopy" Pfisterer). Com esta formação debuta pela Elektra Records com LP homônimo, uma viagem sonora com pouco mais de meia hora que trazia pelo menos duas canções inesquecíveis: a lisérgica "Signed D.C." e uma cover da clássica "Hey Joe". Com acréscimo de Tjay Cantarelli nos sopros e Snoopy (substituído na bateria por Michael Stuart) comandando os teclados a banda lança ainda em 1966 o segundo trabalho “Da Capo”, cujas seis primeiras canções (lado A do LP) formam um dos mais perfeitos medleys já gravados (ideia copiada pelos Beatles em “Abbey Road”) com destaque para as etéreas "Stephanie Knows Who" e "Seven & Seven Is".
Os dois primeiros discos venderam cerca de 100 mil cópias, número expressivo para a época. Entretanto por seu forte temperamento Lee se recusava a excursionar com banda muito longe de Los Angeles, cidade onde então haviam se estabelecido, o que de certo modo tornava o Love um grupo cult fora destas cercanias. De nada adiantou a insistência da gravadora por uma excursão e um hit single como “Light My Fire” dos Doors. Nas palavras de Jac Holzman, presidente do selo: "Arthur era e provavelmente é um das pessoas mais espertas que conheci do meio. Apesar do talento, ele preferia ficar isolado mais do que o necessário e isso prejudicou muito sua carreira. Ele foi um dos maiores gênios que conheci, mas apesar de tanta genialidade, recusava a aparecer em público."
A partir daí a banda viveria então uma seria crise interna com os integrantes se afastando um dos outros, cada vez menos interessados em tocar em conjunto e uma vez mais interessados em obter lucros. Parecia quase uma tarefa impossível um terceiro disco do grupo, entretanto quase no fim de 1967 após 4 exaustivos meses de trabalho dava as caras ao mundo o excepcional "Forever Changes" o melhor disco já gravado pelo Love e um dos melhores discos de todos os tempos comparável mesmo ao “Sgt. Peppers” dosBeatles em termos de excelência musical.
Bruce Botnick (junto com Neil Young que tão logo pularia fora do projeto) foi então cooptado pela gravadora para produzir o projeto e havia encontrado o grupo em um estado lastimável, durante uma única sessão o grupo gravara duas canções “Andmoreagain” e “The Daily Planet”. Botnick então deu período de “férias” para a banda que esporadicamente se reunia em estúdio para trabalhar as novas canções. Como bem lembra Lee: "Nós tínhamos o costume de trabalhar toda a noite. Depois que começamos a ganhar dinheiro paramos de produzir. Quanto mais dinheiro entrava, menos produzíamos e isso deteriorou o Love. Cada um queria seu carro, sua casa e não precisavam mais de mim, que escrevia 90% das canções.”
Neste ritmo e com pouco entusiasmo por parte dos seus integrantes dificilmente seria gravado um trabalho decente, foi aí que apareceu David Angel - figura central para a concepção deste álbum. Com o insucesso das gravações de junho de 67 a banda retornaria ao estúdio durante quase três meses por períodos descontinuados de um ou dois dias para terminar o que havia começado.
A esta altura Arthur e Lee já estava ciente de que sua banda não possuía membros tão técnicos como oJimi Hendrix Experience e o The Doors. Sua ideia era então fazer um disco bem menos enérgico e mais calcados nas canções que então teriam um maior requinte instrumental e de fato as canções que compõe “Forever Changes” são de uma sofisticação poucas vezes (ou talvez nunca mais) alcançada na historia do Rock. Angel cooptou músicos da Filarmônica de Los Angeles e Lee então lhes explicava em quais partes desejava ter o som mais elaborado.
“Forever Changes” é um disco que marca uma ruptura com os padrões musicais vigentes na época seja pela inclusão de elaborados arranjos de cordas e sopros ou pelas complexas estruturas que permeiam os arranjos de suas singulares canções. Além disso é o grande disco que marca em definitivo a sonoridade do Love uma das inovadoras mesmo em pleno desbunde psicodélico e que se delineava mais intensamente a partir de “Da Capo” (1966): uma psicodelia pouco ortodoxa que condensava num grande caldeirão musical idiossincráticos elementos de música Folk, com turvas passagens de Rhythm & Blues aliada a tons de balada e claras inspirações de música erudita.
O álbum abre com uma sensacional balada a incrivelmente Folk “Alone Again Or” de autoria de Brian McLean com direito a uma excepcional sessão de metais em dado trecho da canção, curiosamente é a canção mais conhecida do Love. A psicodélica “A House Is Not A Motel” mostra a diversidade de arranjos do disco, orapasseando calmamente pelo Folk ora golpeando o cérebro do ouvinte com intervenções instrumentais ao melhor estilo Jimi Hendrix Experience.
O disco prossegue com “Andmoreagain” romântica balada com belíssimo trabalho nas cordas, uma canção digna de elogios por Sir MacCartney. Já “The Daily Planet” recortada por abruptas interrupções e com a guitarra fazendo contraponto ao violão é um dos melhores rock feitos pelo grupo. O destaque aqui fica por conta da bateria de Stuart que literalmente “surra” seu kit com extrema precisão.
O bucolismo Folk de “Old Man” carrega nas passagens mais dramáticas, onde se sobressaem a nada sutis intervenções da filarmônica de Los Angeles e a emocionada interpretação de Lee nos vocais.
Complexas texturas psicoclássicas se fazem presentes na etérea “The Red Telephone” uma composição de rara beleza que divaga a situação do homem comum perante a existência, indubitavelmente se trata duma das maiores canções de todos o tempos com arranjos simplesmente geniais. Segundo reza a misteriosa letra da canção teria sido escrita por Lee após uma viagem regada a muito ácido em que teria assistido pessoas sendo mortas à margem de um enorme rio como atesta os primeiros versos da canção: “Sitting on a riverside/Watching Others people die/ I feel much better on the other side….”.
“Maybe The People Would Be Times Or Between Clark And Hilldale” é uma balada flamenco-orquestral mesclando claras influencias latinas com as inspirações mais eruditas de Arthur Lee. Já em “Live And Let Live” a banda arrisca um Folk aos moldes britânicos de Donovan entremeado por solos de guitarra ao melhor estilo Jerry Garcia.
“The Good Humor Man See Everything Like This” apresenta-se no melhor estilo balada classuda, entrecortada por abruptas interrupções (com direito a final falso no meio da canção) aqui são as cordas e os instrumentos de sopros que dão a tônica da canção. A esta altura do disco o inesperado semi rap dylanesco “Bummer In The Summer” certamente pega o ouvinte de surpresa. E realmente é impressionante a riqueza de arranjos das canções que compõe este disco como atesta a monstruosa (no bom sentido do termo) “You Set The Scene” que se inicia ao melhor estilo Pop Rock e gradualmente atinge o contorno de balada épica, encerrando com chave de ouro esta obra prima do Rock.
Arthur Lee na época com 26 anos acreditava loucamente que iria morrer e “Forever Changes” seriam as suas últimas palavras em vida e como a morte estava envolto em torno de sua pessoa essa seria sua “mudança para sempre”.
Bem, no fim das contas Arthur Lee viveu por muito tempo ainda (morreria apenas em 2006), continuando com o nome do grupo por alguns discos irregulares, mas felizmente deixou em “Forever Changes” uma herança para toda a humanidade para quem quiser matar saudades desse amor derretido por excesso de ácido e criatividade.
FAIXAS
1. Alone Again Or
2. A House Is Not A Motel
3. Andmoreagain
4. The Daily Planet
5. Old Man
6. The Red Telephone
7. Maybe The People Would Be Times Or Between Clark And Hilldale
8. Live And Let Live
9. The Good Humor Man See Everything Like This
10. Bummer In The Summer
11. You Set The Scene

Judas Priest e Whitesnake (Anhembi, São Paulo, 10/09/11)



Fotos: Matheus Obst
David Coverdale põe fogo na idéia de quem diz que, com a idade avançada, suas cordas vocais não são mais as mesmas. É claro que ele sabe disso, mas, ao deixar sua voz soar mais grave, como nos dois últimos discos da banda, o vocalista deixa os críticos imaginar outra forma de o criticar. E o que dizer da atual formação da banda? Quem presenciou sabe, a qualidade dos integrantes é inigualável e leva a crer que, somente agora, com quase 40 anos de existência, o grupo encontrou uma das mais sólidas e fincadas no blues e rock de suas formações. Doug Aldrich e Reb Beach, nas seis cordas, deram um show à parte.
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Mas então, as quase 30 mil pessoas que estavam no Anhembi viram o Whitesnake  dar adeus e um outro pano de fundo tomar conta do palco onde os dois grupos se apresentaram. No horário marcado, às 22 horas – o que é raro -, o Priest subiu ao palco logo com uma porrada. “Rapid Fire” foi a primeira música do setlist que trouxe somente clássicos da banda.
Tudo bem, em termos musicais, a apresentação do Whitesnake foi, sim, a que mais se destacou, já que a banda possui uma fusão de ritmos bem maior que os britânicos do Priest. Mas a maior parte dos presentes queria mesmo é saber do heavy metal de Rob Halford & Cia.
E não faltaram as motocicletas no palco nem mesmo o tridente característico da banda para aterrissar os fãs em uma espécie de culto à nostalgia do Priest. Não demorou para que o público se agitasse mais e potencializasse a energia em gritos de apoio e músicas cantadas ao pé da letra.
Para se valer de alguns exemplos, “Breaking the Law”, “Victim of Changes” e “Painkiller” foram as mais animadas. Na primeira, Halford sequer cantou. Optou por deixar a platéia ocupar seu lugar. Escolha mais do que sábia. O coro metálico tomou conta do Anhembi.
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Por último, o performático Rob Halford, destaque ao lado de Scott Travis, nas baquetas, fez com que a noite terminasse ao melhor estilo. “Living after midnight” fechou o repertório da noite, dando boas-vindas à madrugada paulistana que já havia chegado – o show terminou por volta das 00h15. Duas grandes bandas que fizeram mais um bom show no Brasil. Resta a esperança que voltem mais vezes.
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Blind Guardian (Via Funchal, SP, 09/09/2011)



Texto: Durr Campos/ Fotos: Fernanda Lira
Por volta das 20:30h o Brotherhood de Franca (SP) iniciou seu curto, porém eficientíssimo set. Para quem não sabe, a banda surgiu após a dissolução do Savior e nesta noite praticaram um power metal que em muitos momentos lembrou a atração principal em sua fase inicial. As músicas do seu debut Where The Gods Collide tiveram uma calorosa receptividade, sem contar na ótima participação do tecladista Fábio Laguna (Hangar). Bom nome do cenário nacional, apesar de não trazerem nada de inédito musicalmente falando.
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Pontualmente às 22h os filhos de Tolkkien entraram em cena com “Sacred Worlds”, canção que também abre seu mais recente disco, At The Edge of Time (2010). Mal se podia escutar a voz de Hansi Kürsch tamanha euforia dos fãs. Eles receberam bem a reação e mandaram a clássica “Welcome to Dying”. O peso absurdo da bateria de Frederik Ehmke abrilhantou algo que já era perfeito, sem contar o trabalho de guitarras da dupla infalível André Olbrich e Marcus Siepen. “Nightfall”, do aclamado Nightfall in Middle-Earth (1998), realçou a técnica de ambos, em especial de Olbrich, responsável pela maioria das composições e de todos os solos. A estrutura desta canção é salutar e pode-se afirmar que mesmo não sendo apreciador de música pesada não há como ficar imune à sua beleza. O Via Funchal naquele instante tornou-se um cenário de antigos guerreiros lamentando o destino de sua terra devastada pela escuridão. Quem conhece a estória contada no livro O Senhor dos Anéis (por isso a brincadeira no início deste parágrafo) sabe melhor do que ninguém que o BLIND GUARDIAN é um dos maiores conhecedores do assunto. Brilhante!
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A Twist in the Myth (2006) foi lembrado através de sua faixa mais conhecida, “Fly”, também lançada mundialmente no formato single. Belas harmonias e letras que mantiveram a ótima vibração e conectaram o público ao hino “Time Stands Still (at the Iron Hill)”. Hansi procurava explicar um pouco das canções antes de anunciá-las, o que é bem interessante, pois o mostra preocupado também com aqueles que, por ventura, os estão assistindo/ouvindo pela primeira vez ou, no mínimo, recentemente. A seguinte é um show a parte. Porque “Bright Eyes” não só é uma de suas músicas mais importantes como de todo um estilo copiado pelos quatro cantos do Planeta. Lembro-me que quando o álbum Imaginations From the Other Side – de onde provém a supracitada pérola – fora lançado há mais de 15 anos as reações eram quase unânimes de que estávamos ali diante de um disco a prova do tempo. A “profecia” se confirmou e, apesar do vocalista não conseguir alcançar as notas originais com tanta facilidade, este foi o destaque da noite.
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Outro grande momento vem na sequência, com a estonteante “Traveler In Time”, do magnífico Tales From the Twilight World. Impressionante o fato de uma composição lançada há mais de duas décadas ainda soar tão atual e superior a centenas de coisas que chegaram ao mercado musical nos últimos anos. Retornaram ao disco mais recente com “Tanelorn (In the Void)”, para então viajarem no tempo e emendarem a trinca mais funcional que poderiam imaginar. Senão vejamos. “Lord of the Rings” quase causou um dano às estruturas do local devido seu impacto nos fãs. Logicamente estamos falando de um modo figurado, mas o impulso gerado foi impressionante! Assim também ocorreu quando Hansi convidou o público a “abrirem os portões da Valhalla”, entoando a única (infelizmente!) canção do Follow The Blind (1989) presente no repertório. Por fim, mas definitivamente não menos importante, a imponente “Majesty”, do debut Battalions of Fear (1988) que, para muitos, ainda continua sendo o mais importante álbum da banda. Confesso que por algum tempo pensei o mesmo. Cabe revelar que esta música não estava prevista para o show de São Paulo, algo que confirmei ao fotografar o set-list após o fim do espetáculo. A longa e um tanto maçante “And Then There Was Silence”, do A Night At the Opera (2002), encerrou ali a parte regular da apresentação.
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Sem muita enrola, a introdução pré-gravada denunciou mais uma das novas: “Wheel of Time”. Sua letra e melodia enigmáticas deixaram a parte final do concerto bem legal. Pessoalmente adoro a influência de música árabe nela. O clima de fantasia veio com tudo ao anunciarem em seguida uma das mais cantadas, “The Bard’s Song – In The Forest”. Um show do BLIND GUARDIAN sem ela é fora de cogitação. Parecia não haver ali uma pessoa sequer que ficara de fora do coro. Mal a banda finalizou esta e os fãs gritaram a seguinte. No palco eles se entreolhavam sem acreditar no que viam. Lógico que estamos falando da escolha perfeita para o encerramento em ótimo estilo: “Mirror Mirror”, do já mencionado Nightfall in Middle-Earth. Noite memorável.
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Set-list do Blind Guardian:
1. Sacred Worlds
2. Welcome to Dying
3. Nightfall
4. Fly
5. Time Stands Still (at the Iron Hill)
6. Bright Eyes
7. Traveler In Time
8. Tanelorn (Into the Void)
9. Lord of the Rings
10. Valhalla
11. Majesty
12. And Then There Was Silence
Encore
13. Wheel of Time
14. The Bard's Song - In the Forest
15. Mirror Mirror
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