29 de agosto de 2011

Animal - Dr. Sin



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Apesar de ser uma das bandas mais respeitadas do cenário metálico nacional, o Dr. Sin nunca consegui a ascensão merecida, como bandas como ANGRA, SEPULTURA e KRISIUN. E realmente eu não entendo o porque disso, uma vez que banda possui uma discografia excelente, e seus músicos são muito talentosos.
E este “Animal”, seu décimo trabalho, não foge à regra, e desde já pode ser considerado como um dos melhores trabalhos da banda, estando fácil no mesmo nível de álbuns como “Brutal” e “Bravo”, tamanha a qualidade das composições aqui encontradas. A banda continua seguindo a linha do hard/heavy metal tradicional repleto de groove, com forte influência de música progressiva e rock setentista, mas desta vez com um pouco mais de peso e passagens trabalhadas que outrora, aliadas a melodias de fácil assimilação, o que deram um clima todo especial ao trabalho.
Falar da qualidade de Andria Busic (Vocal e Baixo), Ivan Busic (Bateria) e Edu Ardanuy (Guitarras) é chover no molhado, vez que todos são músicos muito acima da média, mas não há como não se destacar o trabalho de Edu, que possui uma técnica absurda, sendo sem dúvida um dos melhores (senão melhor) guitarristas brasileiros de todos os tempos. Seus riffs, mesclando passagens mais intrincadas e técnicas com outras mais pesadas e cavalgadas estão excelentes nesse lançamento, e seus solos cada vez mais criativos, mostrando todo seu senso musical e sua criatividade absurda. Além disso, Andria esta cantando como nunca, transmitindo muita vibração nas músicas.
Faixas como a pesada e cadenciada “Lady Lust” (que possui belíssimos arranjos climáticos, um baixo muitomarcante e riffs soberbos), a setentista “Faster Than a Bullet” (que solo de guitarra!!!), a diversificada “Train of Pain” (com riffs sujos e agressivos) e a totalmente blues “Drifter”, são apenas alguns exemplos de um álbum que prima pela qualidade homogênea de todas as suas composições.
Além disso, a banda faz duas homenagens neste disco: na faixa “The King”, os doutores homenageiam o grande DIO, em uma canção matadora, com teclados na linha “Rainbow in the Dark”, digna do mestre que infelizmente no deixou. Já em “May The Force Be With You”, o homenagem da vez é para o filme “Guerra nas Estrelas”, sendo mais uma excelente faixa, e que possui um clipe tosco mais divertido.
Merecem destaque ainda a excelente produção, realizada por Andria, que deixou o som da banda bem agressivo e “na cara”, bem como a arte gráfica, feita por Gustavo Sazes, que realmente é um artista que possui um talento incrível, sendo todas as suas capas muito belas.
“Animal”, sem dúvida nenhuma, é um dos melhores álbuns do ano, e faz jus à excelente carreira do DR. SIN. Por isso, meu amigo, não perca tempo e corra já atrás do seu.
Confiram o clipe de "May The Force Be With You":
Animal – Dr. Sin
(2011 – Laser Company - Nacional)
1. Animal
2. Lady Lust
3. U R Deleted
4. Faster Than a Bullet
5. Train of Pain
6. Seven Sins
7. Pray for Tomorrow
8. The King
9. Heroes
10. Life
11. Drifter
12. Those Days
13. Witness
14. May The Force Be With You
15. Ninja

Sounds of Violence - Onslaught



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Após seu terceiro registro, sem nunca ter conseguido grandes repercussões internacionais, a banda se separou, e, após um longo hiato, voltou em 2007, lançando o excelente “Killing Peace” (totalmente produzido e mixado pelo mago Andy Sneap), e colocando novamente seu nome em evidência no underground metálico. E agora em 2011 retornam com este espetacular “Sounds of Violence”, que tem tudo para corrigir uma injustiça histórica e colocar de vez o nome do ONSLAUGHT entre as maiores bandas do Thrash Metal.
O som da banda não é tão soturno e sujo como em seus primórdios, mas compensa tais perdas ao alinhar o thrash metal oitentista com elementos modernos de forma coesa, com forte influência de EXODUS e TESTAMENT atuais.
Sy Keller continua com suas vocalizações ásperas e agressivas, transbordando ódio em cada palavra vociferada. Mas os grandes destaques do álbum são mesmo os guitarristas Andy e Nige, com riffs pesadíssimos e muito inspirados, além de solos belíssimos, e o baterisata Steve, que possui uma técnica assustadora, e deixa o som da banda muito mais trabalhado.
Todas as músicas são muito boas, mas não há como citar as pedradas “Born for War”, “The Sound of Violence”, “Code Black” e “Suicideology”. Além destas, há ainda como bônus um cover muito bom para “Bomber”, do grande MOTORHEAD, e que conta com as participações especiais do guitarrista Phil Campbell (MOTORHEAD) e de Tom Angelriper (SODOM) em alguns vocais.
Além disso, tudo aqui é muito bem feito e executado, ao contrário dos primeiros álbuns da banda, (com gravações muito toscas), e a qualidade sonora é impecável, graças ao trabalho do produtor Jacob Hansen.
Sim, “Killing Peace” representou uma grande volta do ONSLAUGHT, mas é com este lançamento que a banda atingiu seu ápice, e tem tudo para agradar qualquer fã de thrash metal! Não irá revolucionar o gênero, mas nem por isso deixa de ser excepcional.
Confiram o clipe de "The Sound of Violence":
Sounds of Violence - Onslaught
(2011 – Die Hard Records – Nacional)
Formação:
Sy Keller - Vocals
Andy Rosser-Davies - Guitar
Nige Rockett - Guitar
Jeff Williams - Bass
Steve Grice - Drums
Track List:
1. Into the Abyss (Intro)
2. Born for War
3. The Sound of Violence
4. Code Black
5. Rest in Pieces
6. Godhead
7. Hatebox
8. Antiheist
9. Suicideology
10. End of the Storm (Outro)
11. Bomber (Motörhead cover)

In Waves - Trivium



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Assim, a partir do matador “The Crusade”, de 2006 (álbum que considero entre os melhores da década passada), a banda passou a investir mais no thrash metal, fortemente influenciado por METALLICA e TESTAMENT antigos, mas com fortes elementosmodernos, deixando seu som muito atraente. Nesta mesma linha também seguiram em “Shogun”, de 2008, deixando a banda entre os grandes expoentes do thrash metal moderno.
E agora a banda retorna com seu quinto álbum de inéditas, este “In Waves”, mais um bom registro em sua rica discografia. E logo nas primeiras ouvidas, podemos perceber que a banda buscou ampliar a sua gama de fãs, incluindo alguns elementos mais comerciais (como alguns refrões mais melódicos e acessíveis, por exemplo), mas sem perder o peso característico de seu som, voltando um pouco ao metalcore, porém sem abandonaram de vez o thrash metal e as influências de NWOBHM, apesar de seu som ser muito mais abrangente.
Todos os músicos, sem exceção, continuam espetaculares em seus instrumentos. Além disso, Matt Heafy esta variando mais seus vocais, ora mais agressivos, e ora mais melódicos e limpos, como fazia nos primeiros discos da banda, deixando um pouco de lado a linha a lá James Hetfield que segui nos trabalhos anteriores.
Faixas como “In Waves” e “Inception Of the End” (apenas para citar algumas), apesar de apresentarem momentos que transbordam agressividade, com riffs pesadíssimo, possuem refrões e passagens em que o apelo comercial é latente. Não que isso desmereça o som da banda, muito pelo contrário: tudo aqui é muito bem produzido, e as músicas são muito acima da média, mas esperava um pouco mais do TRIVIUM, que pra mim é a banda com maior potencial das atuais para se tornar uma das gigantes do estilo.
Mas o peso extremo não foi deixado de lado, como podemos conferir na soturna “Dusk Dismantled”, com riffs que beiram a perfeição, sendo a melhor do disco. A brutal “A Skyline´s Severence” também demonstra toda a agressividade da banda, que mostra o porque de todo o sucesso obtido nos últimos anos. E a versão especial digipack ainda vêem com alguns bônus, dentre as quais uma versão destruidora de “Slave New World”, do nosso SEPULTURA, além de um DVD muito atrativo.
A produção mais uma vez é digna de aplausos, e conseguiu deixar o som da banda ao mesmo tempo sujo e agressivo, nas partes mais pesadas, e polido e preciso, nas partes mais melódicas. O material gráfico e a qualidade da versão digipack também farão a alegria de qualquer colecionador.
Enfim, “In Waves” não supera a qualidade dos dois últimos lançamentos do TRIVIUM, mas esta longe de ser um disco ruim, apesar de ser um passo atrás em sua evolução musical.
Confiram o clipe de “In Waves”:
In Waves – Trivium (Special Edition)
(2011 – Roadrunner - Importado)
Formação:
Matt Heafy - Lead/Rhythm Guitar; Vocal
Corey Beaulieu - Guitar
Paolo Gregoletto - Bass
Nick Augusto - Drums
CD:
01.Capsizing The Sea
02.In Waves
03.Inception Of The End
04.Dusk Dismantled
05.Watch The World Burn
06.Black
07.A Skyline's Severance
08.Ensnare The Sun
09.Built To Fall
10.Caustic Are The Ties That Bind
11.Forsake Not The Dream
12.Drowning In Slow Motion
13.A Grey So Dark
14.Chaos Reigns
15.Of All These Yesterdays
16.Leaving This World Behind
17.Shattering The Skies Above
18.Slave New World
DVD:
01.In Waves (Live)
02.Black (Live)
03.Built To Fall (Live)
04.Watch The World Burn (Live)
05.The Deceived (Live)
06.Suffocating Sight (Live) 07.Down From The Sky (Live)
08.Ember To Inferno (Live)
09.'In Waves' (Documentary)
10.'In Waves' Music Video

Kill - Cannibal Corpse



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A banda, que começou tocando um death metal mais “podrão”, brutal e direto, evoluiu muito, atingindo um grau técnico de dar inveja a muitas bandas de metal progressivo, mas sem nunca perder toda a agressividade de suas composições. E “Kill”, seu décimo álbum de estúdio, é mais um grande álbum, e já pode ser considerado um clássico em sua discografia.
Não, não temos nada tão brutal como a clássica “Hammer Smashed Face”, ou tão técnico como “Frantic Disembowelment” neste disco. Também não é o melhor disco do CANNIBAL (álbuns como “Eaten Back to Life” e “Tomb of Mutilated” ainda continuam insuperáveis). Contudo, o grande segredo aqui é que a banda conseguiu mesclar com perfeição os elementos brutais e técnicos de sua música, atingindo um nível de qualidade excepcional.
Todos os músicos fizeram um trabalho exemplar neste CD. Pat O´Brian e Rob Barrett (que substituiu Jack Owens) criaram riffs e mais riffs ultra técnicos e agressivos, variando entre momentos mais rápidos e caóticos com outros mais cadenciados e perturbadores de forma incrível, além de realizarem solos muito bem executados. Paul Mazurkiewicz é um grande baterista, e consegue deixar toda a agressividade da banda ainda mais precisa e técnica. Já Alex Webster... bom... esse cara é um dos maiores baixistas da história, e não só do death metal, e neste trabalho mais uma vez consegue demonstrar todo o seu talento, com técnica e precisão que chegam a ser inacreditáveis. Por fim, George “Corpsegrinder” Fisher é uma verdadeira máquina de destruição, com seus urros potentes e agressivos, transmitindo toda a insanidade que este tipo de som requer.
O CD já abre quebrando tudo literalmente com a destruidora “The Time to Kill is Now”, daquelas feitas para nos deixar o ouvinte com torcicolo por semanas. Na sequência vem a melhor faixa do trabalho, “Make Them Suffer” (confiram o clipe abaixo), com riffs a lá thrash metal, e com passagens muito cativantes. Um clássico imediato. Além destas, também merecem ser mencionadas as excelentes “Murder Worship”, “Necrosadistic Warning” (com um refrão hipnotizante), “Death Walking Terror” (que também possui um clipemuito legal), “Brain Removal Device” e “Submerged in Boiling Flesh”.
Além disso, a partir de “Kill”, a banda deixou de lado capas com elementos gore/splatter, deixando-as bem mais simples, talvez para evitar os problemas de censura que todos os seus álbuns anteriores sofreram mundo afora. Contudo, a temática grotesca e repulsivas das letras continua.
Trata-se, pois, de mais um clássico deste mito do Death Metal mundial que é o CANNIBAL CORPSE, e merece estar presente em qualquer coleção. Portanto, se você ainda não conhece “Kill”, corra já atrás do seu.
Kill – Cannibal Corpse
(2006 – Metal Blade Records – Importado)
Formação:
. George "Corpsegrinder" Fisher: vocal
. Pat O’Brien: guitarra
. Rob Barrett: guitarra
. Alex Webster: baixo
. Paul Mazurkiewicz: bateria
01. The Time to Kill is Now
02. Make Them Suffer
03. Murder Worship
04. Necrosadistic Warning
05. Five Nails Through the Neck
06. Purification by Fire
07. Death Walking Terror
08. Barbaric Bludgeonings
09. The Discipline of Revenge
10. Brain Removal Device
11. Maniacal
12. Submerged in Boiling Flesh
13. Infinite Misery

Welcome to the Morbid Reich - Vader



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Quem acompanha a banda até já se familiariza com sua velha e boa fórmula de fazer death metal: riffs potentes, solos meio pirados, bateria quase que humanamente impossível de tão veloz, e o vocal inconfundível do líder.
Não apresentam nada de novo (a não ser a formação da banda, que está sempre mudando), e pensando por esse lado, não há com o que se preocupar: parece que após o estranho “The Beast”, os caras voltaram ao “normal”, e dessa zona de conforto, parece que não se arriscarão mais a sair. Continuam sabendo direitinho quando uma composição tem que ser mais ou menos brutal, através de arranjos bem trabalhados e convincentes.
A boa produção é outro fator constante no grupo, então, não é preciso me aprofundar no quesito. Mais uma vez, deram um show.
Como destaques, cito “Ultima Thule”, que dá a cara da Vader em todos os seus aspectos; “Come and See My Sacrifice” que, ao contrário da primeira, mostra um lado bastante trabalhado da banda; “Only Hell Knows”, a mais porrada doCD (é impressão minha ou essa talvez seja a mais veloz da carreira do grupo, no que se refere aos lindos blast beats?); e “Don't Rip the Beast's Heart Out”, simplesmente empolgante e muito bem acabada.
“Welcome to the Morbid Reich” mantém o bom nível dos discos anteriores, mostrando-se mais um grande trabalho na extensa discografia do grupo, mas ainda não conseguiu bater clássicos absolutos como “Black to the Blind” ou “Litany”, por exemplo. Ainda sim, uma boa constatação: o tempo passa e a Vader não amolece.
Vader – Welcome to the Morbid Reich
Nuclear Blast – 2011 – Polônia
http://www.myspace.com/vader
http://www.vader.pl
Tracklist
1. Ultima Thule
2. Return to the Morbid Reich
3. The Black Eye
4. Come and See My Sacrifice
5. Only Hell Knows
6. I Am Who Feasts Upon Your Soul
7. Don't Rip the Beast's Heart Out
8. I Had a Dream...
9. Lord of Thorns
10. Decapitated Saints
11. They Are Coming...
12. Black Velvet and Skulls of Steel

Age Of The Joker - Edguy



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"Age of the Joker" não é o álbum que os fãs estavam esperando, o que é uma boa notícia. Se fosse assim teríamos mais um disco de metal melódico, o que "Age of the Joker" está longe de ser. Pode-se classificar o som atual do Edguy como uma alquimia entre o hard rock e o metal, com forte presença de elementos do rock de arenados anos oitenta e algumas pitadas de progressivo aqui e ali. Para efeitos de comparação, e apenas para isso, uma boa referência para entender o Edguy atual é o Kansas.
Produzido por Sascha Paeth, "Age of the Joker" é um disco bastante variado, com faixas um tanto quanto longas e que trazem um Edguy mais maduro. O alto astral da banda continua presente, mas agora divide espaço com faixas mais “sérias”, digamos assim, como a ótima “Pandora's Box”, repleta de mudanças de clima e passagens que ousam aproximar o country e o blues do heavy metal.
Quem curte o Edguy dos primeiros anos encontrará conforto nas ótimas “Breathe” e “The Arcane Guild” - esta última com direito até a um teclado Hammond e ótimos solos -, onde o quinteto demonstra na prática que ainda sabe fazer power metal empolgante. Contrastando com “Breathe”, “Two Out of Seven” talvez seja a canção mais hard do disco, com um refrão feito sob medida para ser cantado a plenos pulmões por estádios lotados.
O andamento mais cadenciado e as boas guitarras pesadas se destacam em “Face in the Darkness”. Já em “Fire on the Downline” o ponto forte é o clima épico que remete ao primeiro e excelente trabalho doAvantasia, o já clássico "The Metal Opera", de 2001.
Um aspecto que deve ser mencionado em "Age of the Joker" são os arranjos vocais. Eles tornam um dos pontos fortes do Edguy, os refrões, ainda mais marcantes. Além disso, coros estão presentes durante todo o álbum, o que faz com que as canções ganhem em dramaticidade. A voz de Tobias, com aquele timbre agudo meio rouco de sempre, nunca soou tão forte, evidenciando a maturidade alcançado pelo vocalista. Basta ouvir “Behind the Gates to Midnight World”, a faixa mais progressiva do trabalho, para perceber isso.
No geral um disco muito bom, "Age of the Joker" mostra que o Edguy tem personalidade de sobra para seguir o caminho que bem entende, totalmente livre do que os fãs esperam que o grupo faça. Conte nos dedos quantas bandas, principalmente dentro do heavy metal, tem coragem de fazer isso, e você perceberá o tamanho da conquista que Tobias Sammet e suas parceiros alcançaram. Que esse espírito se mantenha, e que ele siga acompanhado de boa música como acontece aqui.
Faixas:
Robin Hood
Nobody's Hero
Rock of Cashel
Pandora's Box
Breathe
Two Out of Seven
Faces in the Darkness
The Arcane Guild
Fire on teh Downline
Behind the Gates to Midnight World
Every Night Without You

Roger The Engineer - Yardbirds



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A história da banda tem inicio em 1963, quando Keith Relf, Chris Dreja, Antony “Top” Topham, Paul Samwel-Smith e Jim MacCarty, fissionados por Blues e frequentadores de Pubs como o Crawdaddy Club (bar em que os Rolling Stones frequentemente se apresentavam antes do sucesso comercial na Inglaterra) decidem formar um grupo com nome de The Yardbirds.
Topham não permaneceria por muito como guitarrista solo e em 1964 o então ilustre desconhecido Eric Clapton  oriundo do The Roosters amigo de Keith Relf adentra ao grupo dando inicio a uma série de formações clássicas. Clapton, apaixonado por Blues desde o inicio de sua carreira, demonstrava enorme talento para com a guitarra e com sua adesão o som dos Yardbirds dá um verdadeiro salto de qualidade. Ainda em 1964 sob a tutela de Giorgio Gomelsky, dono do Crawdaddy Club (onde a banda se tornara a principal atração após a saída dos Stones) é lançado o debute do grupo o lendário “Five Live Yardbirds” um dos melhores registros ao vivo da historia do Rock repleto de covers de clássicos de mestres do Blues e Rhythm & Blues com destaque para uma versão arrasa quarteirão de “Smokestack Lightning” de Howlin’ Wolf.
Não havendo ainda um conjunto de composições próprias e com um número ainda limitado de músicas no repertório, coube a Paul a ideia de aumentar o tamanho das canções com uma improvisação no miolo do tema. O conceito desta improvisação não seria da forma jazzista, aonde cada músico vai tocando atrás de um solista, mas que a banda toda junta começa a criar um crescendo que quando em ápice, explode de volta para o refrão final. O estilo ou conceito foi batizado também por ele de "rave-up". Rapidamente The Yardbirds se tornam falados no circuito de R&B, ganhando a fama de ser eletrizantes, graças aos seus rave-up's, forma diferente com que eles apresentam seu blues, bem mais pesado e selvagem. O formato de Power trio bem comum a partir de 66/67 (Blue Cheer, Cream, Grand Funk Railroad, entre outros) nada mais é do que um aprimoramento dos rave-up's, criado pelos Yardbirds.
Gomelsky então procura dar maior apelo comercial ao grupo forçando-o a lançar o single “For You Love” no inicio de 1965 onde se exploram sonoridades mais acessíveis. Apesar de um segundo lugar nas paradas inglesas, o lançamento do compacto desagrada Clapton até então um purista do Blues forçando sua saída da banda no começo de 1965. Por sugestão de Jimmy Page, então cotado para o cargo deixado por Clapton, Jeff Beck é admitido na guitarra principal. Ainda sob a tutela de Gomelsky seria lançado no começo de 1965 o disco “For You Love”, na realidade a junção de alguns singles antigos da era Clapton com algumas novas canções de estúdio com Jeff Beck na guitarra. Apesar do forte apelo comercial, o álbum traz releituras geniais de clássicos do Blues como “Good Morning Little School Girl” e “I Wish You Would” registrada aqui em uma versão abissal, considerada por muitos a melhor já registrada em álbum.
Entre o final de 65 e começo de 66 é lançado o álbum “Having A Rave Up With The Yardbirds”, disco que marcaria uma nova fase da carreira da banda ao contar com maior numero de composições próprias e sinalizar as primeiras incursões psicodélicas como se nota na guitarra imitando uma sitar em “Heart Full Of Soul” e um trem na introdução da legendária “Train Kept A Rolling”.
Após uma participação na trilha sonora do filme “Blow Up” de 1966 com a canção “Stroll On” (uma releitura de “Train Kept A Rolling”) The Yardbirds entrou em estúdio para gravar o disco “The Yardbirds” mais conhecido como “Roger The Engineer” nome da ilustração usada como capa, cortesia de Chris Dreja (uma das capas mais legais na opinião deste que vos escreve).
“The Yardbirds” é sem dúvida o melhor trabalho do grupo e um dos álbuns definitivos dos promissores anos 60. A começar pelo fato de ser o primeiro trabalho que não se trata de compilações de singles de diferentes épocas, podendo ser considerado o verdadeiro debute da banda em estúdio. Segundo por trazer canções bem sofisticadas com arranjos mais elaborados se comparados aos primeiros lançamentos do grupo, devido em sua maior parte à genialidade de Jeff Beck que nesse período começa a usar novos amplificadores e pedais extraindo timbres até então inéditos para o instrumento. Deve-se abrir aqui um parêntese para ressaltar a genialidade de Beck, que embora permaneça a margem de outros grandes nomes da guitarra, foi talvez o que mais trouxe inovações para o instrumento (atrás apenas de Hendrix) abrindo caminho que seria explorado a exaustão por guitarristas como Alvin Lee (Ten Years After), Jerry Garcia (Grateful Dead), o próprio Jimi Hendrix e Jimmy Page (no Led Zeppelin).
Quanto as canções que compõe o disco, psicodelia pouco ortodoxa ressoa em canções como “Farewell”, “He’s Always There” e “Hot House Omagarashid” aonde a banda remete ao Ten Years After do álbum “Stonehenge” (1969), já o hit “Over, Under, Sideways, Down” baseado na linha de baixo da também clássica “Rock Around The Clock” soa psicodelicamente futurista graças ao seu ritmo quebrado (ao melhor estilo para e começa), à guitarra sinuosa de Beck e aos estimulantes gritos de “Hey”. Experimentações com canto gregoriano ecoam em “Turn Into Earth” e “Even Since The World Began”. Em “I Can’t Make Your Way” o grupo passeia por estandartes do Blues britânico a muito esquecidos e por falar no dito cujo as incendiárias “Lost Woman”, “What Do You Want”, “The Nazz Are Blue” e “Rack My Mind” refletem a maneira como a banda acrescentava fúria ao Blues tradicional (respectivamente “Someone To Love Me”, de Snooky Pryor, “Who Do You Love” de Bo Didley, “Dust My Broom”, de Elmore James, e “Baby Scratch My Back”, de Slim Harpo). Beck demonstra o porquê de ser um grande virtuose da guitarra numa tour-force instrumental sintomaticamente intitulada “Jeff’s Boogie”. Destas sessões de gravação sairia ainda o single “Shapes Of Things” a mais psicodélica canção dos Yardbirds e talvez a que teve mais regravações ao longo do tempo, inclusive de Beck em seu debute como artista solo.
Durante um turnê nos EUA Paul deixaria a banda e logo Jimmy Page assumiria o baixo, em seguida trocando de lugar com Chris Dreja tornando-se assim o segundo guitarrista do grupo. E é com essa dupla que o The Yardbirds vive sua faz mais criativa e se torna presença constante nos Tops 20. Deste período são “Happiness Ten Years Ago” (um rock arrasa quarteirão com a dupla dos sonhos de qualquer banda) e a estridente “Psycho Daisies” que constam como faixas bônus nos relançamentos em vinil de “Roger The Engineer” pela Music on Vinyl Records.
Devido a divergências internas, em especial por seu forte temperamento, Beck logo abandonaria o barco e Page se tornaria a estrela mor do grupo. Com um único guitarrista seria gravado o excelente “Little Games” (1967), mas isto já é assunto para outra discografia básica. Dessa formação sairiam ainda mais alguns single e o semipirata - porém altamente recomendado - “Live Yardbirds feat. Jimmy Page” (1971), quase um prenúncio do que seria o Led Zeppelin ao vivo, uma de suas canções mais tarde regravada como “Dazed And Confused” foi seu primeiro grande sucesso.
Após sucessivas crises e com o desinteresse geral dos demais integrantes em tocar o projeto, Page reformularia por completo o Yardbirds originando assim o Led Zeppelin.
Os Yardbirds sempre são lembrados como o grupo que apresentou ao mundo três dos melhores guitarristas de todos os tempos. O sucesso de suas carreiras solos acabam por ofuscá-lo, mas sua influência vai muito além disso e certamente podemos assinalá-lo como um dos grupos que definiram o Rock nos anos 60 e seu álbum autointitulado é até hoje um dos melhores registros dessa era mágica.
Altamente indicado para uma discografia básica.
FAIXAS
1.Happiness Ten Years Ago*
2.Lost Woman
3.Over, Under, Sideways, Down
4.The Nazz Are Blue
5.I Can’t Make Your Way
6.Rack My Mind
7.Farewell
8.Hot House Omagarashid
9.Jeff’s Boogie
10.He’s Always There
11.Turn Into Earth
12.What Do You Want
13.Even Since The World Began
14.Psycho Daisies*
*Apenas no relançamento em vinil.

Aphotic - Novembers Doom



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Não conhecia o Novembers Doom – uma vergonha, pois abanda foi formada há mais de 20 anos - mas logo percebi que era uma boa banda. Aliás, ótima. O estilo dos americanos, apesar do nome do grupo, não apresenta tantas partes doom como se esperaria. Há inclusive blast beats e um diálogo direto com o death metal.
“The Dark Host” abre o trabalho com um som meio arrastado, mas que lá pela metade, vira uma porrada infernal. Os contrapontos entre partes leves e pesadíssimas surpreende. Já a levada de “Harvest Scythe” é qualquer coisa de empolgante em seu ritmo.
A lentidão volta com “Buried”, muito bonita e hipnótica, assim como “What Could Have Been”, uma acústica comvocal feminino que arrepia. Depois vem “Of Age and Origin - Part 1: A Violent Day” trazendo riffs maravilhosos e uma estrutura fantástica.
Já a segunda parte – “Of Age and Origin - Part 2: A Day of Joy” – é doce e triste. A penúltima faixa – “Six Sides” – é mais pesadona e trabalhada, talvez a melhor do play. E fechando, temos “Shadow Play”, suave e densa.
Entre os músicos, destaque para o impactante vocal gutural e assustador de Paul Kuhr. Parece um timbre que vem lá das profundezas e realmente cria um peso absurdo às canções. Contrapondo tal espetáculo, o cara também faz uns vocais limpos que combinam com o instrumental. Aliás, posso até dizer besteira, mas combina mais os vocais limpos do que os guturais nas composições.
Quanto à qualidade sonora, é espetacular, com tudo bem cristalino. Já a capa e o encarte são um show, com fotos que dariam bons quadros. O clima meio gélido das paisagens remetem a pura melancolia.
“Aphotic” será lembrado por sua beleza, tanto pelas músicas e letras, quanto pela arte gráfica. Aposte no CD, um grande lançamento em 2011. Dá uma olhada no clipe de “What Could Have Been” aí embaixo e sinta-se envolvido na canção.
Novembers Doom – Aphotic
Shinigami Records – 2011 – Estados Unidos
http://www.myspace.com/novembersdoom
Tracklist
1. The Dark Host
2. Harvest Scythe
3. Buried
4. What Could Have Been
5. Of Age and Origin - Part 1: A Violent Day
6. Of Age and Origin - Part 2: A Day of Joy
7. Six Sides
8. Shadow Play

Summon the Beast - Abyss



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Outra coisa muito legal  de se dizer: conhecem um certo Peter Tägtgren, de uma tal Hypocrisy? Pois então, o dito cidadão é a mente poluída por trás da Abyss. Sim, esse projeto paralelo, que teve vida muito curta – de 1994 a 1996 – mostra (mais) uma peripécia do músico, a de ser um multi-instrumentista competentíssimo! Neste trabalho, gravou baixo e bateria, e a velocidade e habilidade do cara é impressionante. Simplesmente isso.
Mas é claro que se não fosse o resto do conjunto, provavelmente o resultado não seria tão bom. Então, méritos também para Lars Szöke, dono de uma das guitarras, e Mikael Hedlund, que completa a dupla das seis cordas. É dele também o vocal que se encaixou com perfeição ao instrumental. O timbre do cara lembra um pouco o de Abbath (Immortal), da época do “Battles in the North”. Mas ainda sim, é uma voz mais enxuta, mas avassaladora.
O CD começa com a melhor faixa – “Satans Majestic Empire” – praticamente um hino do extremo underground. Novo destaque, agora para “The Arrival”, a mais violenta (e põe violenta nisso) do trabalho.
Porém todas as outras músicas estão no mesmo nível, muito diretas, ultra-rápidas e cheias de riffs dotados de certa melodia. Enfim, como já falei, é daquele black metal puro, quadradão, de bandas como Marduk(mais antigo) e Dark Funeral fazem.
Produção? Bem, é só dizer que foi feita pelo próprio Tägtgren, assim como a mixagem, no seu próprio estúdio, o lendário “Abyss” (sim, o mesmo nome da banda). Detalhe: ele estava no auge da produção musical extrema mundial, e era tido como o queridinho das bandas brutais. Resumindo: qualidade de gravação excelente.
Como já foi falado, a banda durou apenas cerca de três anos, lançando dois full-length (esse aqui e o anterior - “The Other Side” - de 1995). Mas a banda foi tão marcante no cenário, que logo se tornou cult, especialmente devido a esse “Summon the Beast”. Não é para menos: o material seguramente contém um dos melhores black metal do mundo.
Se vira para arrumar o seu álbum, que esse meu aqui eu sequer deixo alguém olhar! Maravilhoso!
The Abyss – Summon the Beast
Nuclear Blast – 1996 – Suécia
Tracklist
1. Satans Majestic Empire 03:47
2. Blessed with the Wrath of Evil 04:04
3. Damned 03:39
4. Summon the Beast 03:04
5. The Hymn 03:15
6. Cursed 04:29
7. Feasting the Remains of Heaven 03:22
8. The Arrival 03:41

Total playing time 29:26

Fabulous Disaster - Exodus



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Podem dizer que o “Bounded by Blood” é excepcional, mas “Fabulous Disaster” também é dos bons, putz!
É claro que umas músicas se sobressaem às outras, como as duas primeiras – “The Last Act of Defiance” e a faixa-título – ambas com aquela pegada deliciosamente veloz que as bandas daquela época faziam. Dá para imaginar uma roda gigantesca se abrindo no show dos caras. Os riffs e solos, claro, elaborados e criativos. Mas esta última observação serve para o disco como um todo.
Já de “The Toxic Waltz” a “Verbal Razors”, o negócio é mais cadenciado, feito para bater cabeça. É verdade que o pique do CD cai um pouco, mas volta ao sobrenatural com “Open Season”, uma porrada certeira e necessária a essa altura.
Mesmo com umas coisas atípicas como um cowbell - tudo bem, faz parte do cover de “Low Rider”, da War - ou uma gaita de “Cajun Hell”, o grupo soube fazer um bom trabalho e utilizar esses instrumentos com cautela, aprnas como introdução das composições.
As músicas bônus presentes no CD – cinco ao todo, sendo uma cover da AC/DC e quatro ao vivo, todas pertencentes ao álbum aqui em questão – também não deixam a desejar. Pelo contrário, acrescentam ainda mais peso ao trabalho. Aliás, a versão de “Overdose”, do AC/DC, merece destaque por ter mantido a veia rock ‘n’ roll da música original. Muito bom!
Quanto à gravação, está muito boa, ainda mais contando que o disco foi gravado há mais de duas décadas. Ah, e o encarte - matei saudades novamente – tem aquele formato que, ao abrir, torna-se um pôster! Demais!
Para quem quer um thrash metal da era clássica, “Fabulous Disaster” é um prato cheio, para ser repetido várias vezes, sem nunca ficar satisfeito e desejar mais e mais. Tá aí embaixo o clipe da citada “The Toxic Waltz”. A festa é sua!
Exodus – Fabulous Disaster
Shinigami Records (relançamento) – 1989 – Estados Unidos
Tracklist
Reissue by Century Media in 1999 and in 2010.
1. The Last Act of Defiance 04:43
2. Fabulous Disaster 04:55
3. The Toxic Waltz 04:53
4. Low Rider (War Cover) 02:47
5. Cajun Hell 06:06
6. Like Father, Like Son 08:10
7. Corruption 05:47
8. Verbal Razors 04:06
9. Open Season 03:53
Bonustrack
10. Overdose (AC/DC Cover) 05:30
11. Fabulous Disaster (Live)
12. Toxic Waltz (Live)
13. Cajun Hell (Live)
14. Corruption (Live)
Total playing time 50:50

Brush Fires of the Mind - Sons of Liberty



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Jon sempre foi vidrado em temas históricos e politizados, principalmente de sua terra natal, os EUA, país que, por sinal, tem uma história muito bonita, principalmente em relação à luta de seu povo por independência, aliado a temas republicanos e democráticos que influenciaram a grande maioria dos demais países. Além disso, através desse projeto, Jon pretende não apenas realizar shows ou vender discos, mas conscientizar os jovens sobre a importância das decisões políticas que os países tem tomado, e como isso pode influencia a vida de todos num futuro bem próximo. Inclusive, o próprio nome da banda é o de um importante partido revolucionário de americanos patriotas das colônias britânicas na fase pré-independência dos Estados Unidos. Assim, os temas aqui tratados vão desde eventos históricos, até grandes conspirações globais que podem levar a sociedade ao caos total.
Mas falando de música, que é o que nos interessa aqui, este disco é realmente cativante. Talvez o melhor trabalho de Jon desde “Horror Show”, do ICED EARTH. Não que os trabalhos recentes de sua banda principal sejam ruins, muito pelo contrário, mas aqui a coisa é muito promissora. E o estilo da banda é bem parecido com o ICED, sendo um heavy/power metal tradicional repleto de peso e agressividade, com partes beirando ao thrash, mas que alia a tudo isso melodias belíssimas e precisas.
Apesar de conter alguns temas épicos, a grande maioria das músicas é embasada no peso das guitarras de Jon, que se encontrou em grande fase, nos brindando com riffs soberbos e passagens melódicas excepcionais. Além disso, Jon é o responsável por todos os vocais do disco, e se revela um grande cantor (como já era perceptível em músicas que canta no ICED EARTH, como “Stormrider”), impondo grande personalidade nas canções que interpreta.
Músicas como a pesadíssima abertura com “Jekyll Island”, a agressiva “Don´t Tread on Me” (com riffs incríveis), a belíssima “Felling Helpless?” (com grande interpretação vocal de Jon, e um refrão muitomarcante) e a épica “We the People” são os grandes destaques do álbum. Mas todas as demais músicas também são ótimas, e merecem ser conferidas sem moderação.
O álbum ainda conta com solos de guitarra do lendário produtor Jim Morris, e do guitarrista atual do ICED EARTH, Troy Seele, além do baixista Ruben Drake. Já a bateria foi toda programada por Jon.
Enfim, mais uma obra de arte deste músico acima da média, e que merece se apreciada por todos que gostam do bom e velho metal, repleto de peso e que transborda amor pela música. Não percam.
Brush Fires of the Mind – Sons of Liberty
(2010 – Century Media - Importado)
Jon Schaffer - Vocal, Guitarra base, solo em 01, 04, 05 e 08, backing vocal e bateria eletrônica
Participações Especiais:
Ruben Drake - Baixo
Troy Seele - Guitarra solo em 02 e 07
Howard Helm - Piano em 08 e backing vocal
Jeff Brandt - Backing vocal
Track List:
1. Jekyll Island
2. Don t Tread on Me
3. False Flag
4. Our Dying Republic
5. Indentured Servitude
6. Tree of Liberty
7. Feeling Helpless?
8. The Cleansing Wind
9. We the People

Dead Shall Dead Remain - Impaled



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Tudo bem, a Exhumed foi por determinado  período mais melódico também, mas aqui faço a comparação baseada na época em que “The Dead Shall Dead Remain” foi lançado.
Outra diferença são os vocais, que em alguns momentos, utilizam aquele efeito maravilhoso de bandas típicas gore. E no geral, como já se esperaria de uma banda com integrantes de renome, as composições são muito boas e bem trabalhadas, sempre priorizando a agressividade.
Alterações de ritmo, solos bem feitos, riffs funcionais, velocidade da bateria e vocais alternados fazem da Impaled um exemplo de death/grind/gore.
Destaques: “Fæces of Death”, perfeita para começar o massacre; “Trocar”, com riff muito bacana e um ritmo quebrado e empolgante; “Spirits of de Dead”, cuspindo violência em nossos ouvidos; “Back to the Grave”, com a levada característica gore, e vocal que realmente remeteu à Exhumed; e “All that Rots”, trazendo a veia mais brutal do quarteto – a melhor do play - juntamente com a subsequente “Gorenography”, muito foda!
Depois das 11 faixas, existe uma 12ª “escondida”, mas não se preocupem, pois não é uma música de fato e sim um barulho esquisito que pulsa constantemente. Somente aos 25 minutos depois (sim, esse som é gigante), alguém começa a engasgar, ao menos é o que parece. Por via das dúvidas, melhor nem investigar do que se trata.
A capa é tão poética! Daquelas que você deve emoldurar e pendurar na parede. Brincadeiras de mau gosto à parte, o restante do encarte é muito bem feito, e a foto central do grupo na sala de cirurgia é um show. Juntamente com as letras, existem fotos de radiografias das cabeças dos membros do grupo. Realmente, acho que eles precisam de exames, porque a insanidade dos caras pode ser contagiosa.
E na caixinha do disco, boas frases como “Music In A jugular Vein”, ou mesmo o pensamento profundo de “Here I Sit, Broken-Hearted... Tried to Shit, But Only Farted” (traduza e ria) dão o tom de humor negro dos caras.
Apesar de parecer menos pesada do que a Exhumed, a gravação é excelente, ainda mais em se tratando de uma banda barulhenta. Eu sei, talvez seja injusto ficar comparando bandas, mas aqui, isso é inevitável. No geral, a Impaled apresenta canções mais “organizadas” do que as do outro conjunto.
Complicado dizer isso, mas o fato é que a Impaled permanece à sombra da Exhumed. Mesmo assim, faz um trabalho bastante competente e honesto. Soa clichê, mas é a verdade.
Impaled’s – The Dead Shall Dead Remain
Death Vomit Records – 2000 – Estados Unidos
Tracklist
1. Introduction
2. Fæces of Death
3. Flesh and Blood
4. Trocar
5. Spirits of the Dead
6. Immaculate Defecation
7. Fæcal Rites
8. Back to the Grave
9. All That Rots
10. Gorenography
11. Blood Bath

Surtur Rising - Amon Amarth



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E logo na primeira audição, podemos constatar que este “Surtur Rising” já se coloca entre os melhores lançamentos da excelente discografia destes suecos. Tudo aqui, desde a qualidade das composições e produção/gravação, até a arte gráfica, beiram à perfeição! O trabalho todo foi muito bem planejado e executado, e merece todos os elogios.
O som da banda continua seguindo a linha do death metal com elementos melódicos (a banda apresenta muitos mais elementos de death metal para ser taxada de” death metal melódico” simplesmente), com passagens épicas sensacionais, aliados à temática viking de forma primorosa, dando grande originalidade ao som do quinteto. E os mais de 20 anos de estrada (a banda começou em 1988 sob o nome “Scum”, apenas em 1992 se tornando AMOM AMARTH) fizeram bem à banda, pois a qualidade aqui é a tona do trabalho, mesmo nos pequenos detalhes de cada composição, o que torna este trabalho tão empolgante.
Johan Söderberg e Olavi Mikkonen, tanto nos riffs soberbos como nos solos melodiosos e complexos, são os grandes destaques da bolachinha, e fazem de cada composição uma viagem agressiva e intrigante ao tempo em que os vikings dominavam os mares nórdicos. Já Ted Lundström e Fredrik Andersson seguem destruindo tudo na cozinha matadora da banda. Além disso, o gigante Johan Hegg continua sendo um dos melhores vocalistas que o estilo já teve, e mais uma vez destrói tudo literalmente neste CD, transmitindo todo o ódio e agressividade que o estilo exige.
Faixas como a poderosa e épica “War of Gods”, a agressiva “Destroyer of Universe” (com Hegg em sua melhor forma, e solos alucinantes) e a cadenciada “Wrath of the Norsemen”, com riffs bem na linha thrash metal, são apenas alguns exemplos de um álbum em que todas as músicas merecem destaque.
A arte gráfica (mais um trabalho do brilhante Tom Thiel) também é belíssima, tendo por base a temática viking sempre seguida pela banda. Além disso, a produção e gravação do material é soberba, sendo todo o trabalho realizado por Jens Bogren.
Se não bastasse toda a qualidade do disco em si, a versão nacional ainda vem com um DVD bônus com 33 (isso mesmo, trinta e três!!!!) músicas ao vivo, gravadas em shows realizados entre 28 e 31 de dezembro, na Alemanha, nos quais a banda apresenta seus 4 primeiros álbuns na íntegra, shows estes todos com gravação profissional, e qualidade excepcional.
Sem dúvida nenhuma, um dos melhores lançamentos de 2011, e um dos melhores CDs da bela discografia destes suecos. E se alguém conseguir encontrar algum defeito neste trabalho, por favor me avise, pois por mais que eu tentei, não consegui encontrar nenhum. Corra já atrás do seu antes que a versão nacional se esgote.
Surtur Rising – Amon Amarth
(2011 – Paranoid Records - Nacional)
Formação:
Johan Hegg - Vocal
Johan Söderberg - Guitarra
Olavi Mikkonen - Guitarra
Ted Lundström - Baixo
Fredrik Andersson - Bateria
Track List:
CD:
1. War of the Gods
2. Töck s Taunt - Loke s Treachery Part II
3. Destroyer of the Universe
4. Slaves of Fear
5. Live Without Regrets
6. The Last Stand of Frej
7. For Victory or Death
8. Wrath of the Norsemen
9. A Beast Am I
10. Doom Over Dead Man
DVD:
1. Ride for Vengeance
2. The Dragons Flight Across the Waves
3. Without Fear
4. Victorious March
5. Friends of the Suncross
6. Abandoned
7. Amon Amarth
8. Once Sent From the Golden Hall
9. Bleed for Ancient Gods
10. The Last With Pagan Blood
11. North Sea Storm
12. Avenger
13. God, His Son and Holy Whore
14. Metalwrath
15. Legend of a Banished Man
16. Bastards of a Lying Breed
17. Masters of War
18. The Sound of Eight Hooves
19. Risen from the Sea
20. As Long as the Raven Flies
21. A Fury Divine
22. Annihilation of Hammerfest
23. The Fall Through Ginnungagap
24. Releasing Surtur s Fire
25. Death in Fire
26. For the Stabwounds in Our Backs
27. Where Silent Gods Stand Guard
28. Versus the World
29. Across the Rainbow Bridge
30. Down the Slopes of Death
31. Thousand Years of Oppression
32. Bloodshed
33. And Soon the World Will Cease to Be

Destruction (Carioca Club, São Paulo, 27/08/11)



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Texto e fotos: Durr Campos
Agora falando da música, posso afirmar que oDESTRUCTION fez um dos melhores shows em terra brasilis. Parece pouco, mas os alemães já estiveram seis vezes em turnê por aqui, o que dá ao concerto do último sábado o status de memorável. Segundo informações que obtive pouco antes da abertura do Carioca Clube, o vocalista/baixista Schmier esteve meio irritado durante a passagem de som e não foi diferente durante algumas músicas já no show: o homem não se entendeu direito com o um dos microfones e atirou o pedestal longe por duas vezes. Em contrapartida, o guitarrista Mike Sifringer era só sorriso e riffs. Muitos riffs! Nem preciso comentar, mas o que este músico faz com as seis cordas faz corar de inveja muito marmanjo de nariz empinado, tipo bem comum na cena, diga-se.
Um show que começa com “Curse The Gods” não pode dar errado, pode? Mesmo após 25 anos, este clássico ainda soa contemporâneo e necessário. Os primeiros versos “Allah, Buddha, Jesus Christ/ Whatever Your God May Be...” são de arrepiar! Quase me esqueci de fotografar tamanho o impacto. Como se não bastasse a sequencia foi com a não menos essencial “Mad Butcher”, do clássico EP Setence of Death (1984) e regravada em outro EP (autointitulado) três anos após. As novas “Armaggedonizer” e “Hate Is My Fuel”, ambas do aclamado álbum Day of Reckoning (2011) só confirmaram o sucesso que a bolachinha tem feito no país. Inclusive esta última foi super bem recebida desde que começou a circular pelos programas de rádio especializados no início do ano.
Schmier falou algumas frases em português, finalmente abriu aquele sorriso que lhe é peculiar e conclamou os headbangers a unirem-se. Era hora do hino “Eternal Ban”, do fabuloso Eternal Devastation (1986). Perdoe-me se pareço meio empolgado demais com a apresentação, mas é humanamente impossível ficar parado ao ouvir um refrão assim: “United we stand- eternal ban/ together we are strong - eternal ban (traduzindo: “Unidos nós estamos - banimento eterno/ Junto nós somos fortes - banimento eterno)”. À época do lançamento isso causou um impacto poucas vezes visto no underground mundial. “Life Without Sense” foi precedida de Schmier se lembrando de sua primeira passagem pelo Brasil, em 1989.
“Devolution”, do disco de mesmo nome lançado em 2008, manteve o público nas mãos, bem como a poderosíssima trinca “Days of Confusion”, “Thrash Till Death” e “Nailed To The Cross”, que nos levaram direto ao absurdamente veloz e pesado The Antichrist (2001). “Metal Discharge” soou bem melhor que a versão de estúdio editada em 2003 (nota do redator: o álbum foi bastante criticado pela produção que, segundo os fãs, pareceu um tanto descuidada). A deixa foi perfeita para o solo de bateria do recém-chegado Vaaver, polonês que segura as baquetas doDESTRUCTION  desde o ano passado. Vale lembrar ainda que, de acordo o próprio Schmier, um dos finalistas para tal posto foi do brasileiro Marcelo Moreira (Almah e Burning In Hell). Sem pausa, viajamos no tempo direto ao indefectível Infernal Overkill (1985) com “Tormentor” e “Invincible Force”. O impacto causado não pode ser descrito em palavras, quem esteve lá sabe do que estou falando e podem compartilhar suas impressões no fórum logo abaixo. “The Butcher Strikes Back” encerrou o set regular da noite e provocou os berros dos fãs chamando pelo nome da banda assim que puseram os pés fora do palco.
Assim que a frase “The End Is Near” foi ouvida nos PA’s, indicando os primeiros versos da introdução do já mencionado EP Sentence of Death, a euforia tomou conta do Carioca Clube. O mosh-pit que se abriu em “Total Desaster” dividiu, literalmente, o local em dois. Da primeira a última nota o que se seguiu foi uma mistura de suor, lágrimas e headbangin’. Só de observar já era de tirar o fôlego! A emoção contagiou o trio que em retribuição deixou que a plateia indicasse a derradeira. Como era de se esperar, tendo em vista a dinâmica do repertório, “Bestial Invasion” foi a escolhida e nenhuma outra poderia finalizar tão bem quanto. Saíram ovacionados, merecidamente.
Antes do DESTRUCTION, o pessoal do Red Front aqueceu de forma bastante convincente com seu Thrash Core. A banda foi a vencedora da etapa paulista do Metal Battle, concurso promovido pela revista Roadie Crew no intuito de selecionar um nome do cenário metálico brasileiro para nos representar na eliminatória, que acontece sempre durante o famoso festival alemão Wacken Open Air. Apesar de não concordar com alguns pontos de vista dos caras nos inflamados discursos durante sua apresentação, é inegável o talento do quinteto.
Set-list do Destruction:
1. Curse the Gods
2. Mad Butcher
3. Armaggedonizer
4. Hate Is My Fuel
5. Eternal Ban
6. Life Without Sense
7. Devolution
8. Days of Confusion
9. Thrash Till Death
10. Nailed to the Cross
11. Metal Discharge
12. Drum Solo
13. Tormentor
14. Invincible Force
15. The Butcher Strikes Back
Encore
16. Total Desaster
17. Bestial Invasion

Testament (Carioca Club, São Paulo, 20/08/11)



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A produtora Liberation merece todo e qualquer elogio por ter levado adiante um concerto que muitos já haviam perdido a esperança de conferir e esperar. E toda essa ânsia em ver os veteranos ao vivo estava explícita já na fila do evento. Debaixo da fina garoa, muitas horas antes do show, já estavam presentes muitos fãs, que, como habitualmente fiéis ao estilo, não se intimidaram com o mau tempo. Mais uma vez, foi impressionante ver a velha e a nova guarda do metal, ali, reunidas, trocando expectativas sobre o show que se aproximava.
Uma pena a banda Test, já famosa com sua Kombi e shows a céu aberto nas filas de shows, não ter comparecido. Seria uma boa opção para aquecer os bangers, além, de é claro, um pouco de álcool e o tradicionalcachorro quente do outro lado da rua!
A abertura do evento ficou por conta dos paulistanos do Chaosfear, que tocam um thrash metal rápido, técnico, mas com algumas levadas diferenciadas e mais melodiosas vez ou outra. Há pouco mais de um mês, pude conferir uma apresentação desse grupo e me impressionei com tanta potência ao vivo. Portanto, não há como negar que a escolha deles para receber os fãs naquela noite foi muito adequada e agradável. Cumpriram seu papel frente a uma casa já bem cheia, e a vivacidade do grupo, mesclada à presença de palco bem enérgica conquistou o gosto de quem estava presente.
Bem próximo ao horário previsto, o Testamentdeu as caras com “More Than Meets the Eye”, música de trabalho de seu último disco, que causou gritos altíssimos de excitação no público, que praticamente lotava o Carioca Club, e desespero para as dezenas que ainda ficaram de fora alimentando uma última esperança de conferir o quinteto. Sem pausa para respirar, veio a clássica “The New Order” para manter os ânimos no topo.
Aliás, não posso deixar de comentar algo. Que escolha de repertório! Da primeira à décima música, não houve um momento sequer em que houvesse ocorrido aquela esfriada típica de meio de set list no show. Eu particularmente não acreditava na saraivada de clássicos um após o outro, e vocês me entenderão conforme acompanharem o resto do relato.
Após um breve diálogo com a platéria – e o vocalista Chuck Billy sabe ser bem direto – uma tríade para deleitar qualquer bom fã da banda. “The Preacher”, “Practice What You Preach” e “Over the Wall” vieram para mostrar o porquê de a banda ser tão querida e tão aguardada por aqui. O thrash metal de qualidade do Testament  é indiscutível e ao vivo são tão fiéis à sua tradicional pegada, que mosh pits eram constantes, devido à grande energia sentida pelo público. Pena que nesta última, a brilhante vibe daquele solo marcante e ímpar foi ofuscada por um problema que perdurou por toda a noite. A qualidade do som parecia totalmente inversa à potência geralmente apresentada pelo grupo: apesar do bom peso da bateria, as guitarras estavam muito apagadas e por vezes mal se ouvia os backing vocals. Isso, sem dúvidas, foi percebido por todo mundo que estava ali e foi talvez o único ponto negativo da apresentação, junto com a iluminação escura, ótima pra criar uma vibe diferente, mas péssima para os fotógrafos. Porém, ambos passaram praticamente imperceptíveis em meio a tanta empolgação, tamanha era a satisfação do público e a presença de palco e performance cativante dos integrantes da banda.
Outra seqüência matadora se iniciou com “Electric Crown”, a trilha sonora para bate-cabeças “Into the Pit” e “Souls of Black”, na qual fiquei feliz de ver uma grande massa de pessoas pulando juntas, bem como nos vídeos que sempre vi dessa música. Senti falta de “The Haunting”, mas, pelo menos para mim, expectadora de primeira viagem doTestament ao vivo, esse repertório afiado era como a realização de um sonho.
Durante essas todas, e as três próximas, “Burnt Offerings”, “D.N.R.” e “3 Days in the Dark”, o público desempenhou um papel fundamental para todo bom show. Não só as letras eram cantadas, como também diversos dos solos executados pelos excelentes Alex Skolnick e Eric Peterson. As melodias foram todas acompanhadas por um coro incansável dos felizardos ali no Carioca. Nem mesmo Paul Bostaph, que foi substituído na turnê latino-americana pelo baterista John Allen, do Sadus, foi esquecido pela galera. Na pausa antes do bis, os fãs gritaram por seu nome, mostrando que sentiram sua falta, apesar da ótima performance de Allen.
“Alone in the Dark” e o hino “Disciples of the Watch” foram executadas para fechar a noite que, apesar do curto set list, valeu muito à pena.