21 de agosto de 2011

Imelda May - Azkena Festival 2010








01 - (gaztea live)
02 - Train Kept a Rollin'
03 - Sneaky Freak
04 - Don't Tell the Devil
05 - Big Bad Handsome Man
06 - Proud and Humble
07 - Pulling the Rug
08 - Watcha Gonna Do
09 - Psycho
10 - Mayhem
11 - Johnny Got a Boom Boom
12 - Tainted Love


Those Whom the Gods Detest - Nile



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E os quase vinte anos de estrada (a banda foi formada em 1993, na Carolina do Norte) fizeram bem ao power trio, sendo que neste novo lançamento conseguiram chegar ao ápice de sua musicalidade, tanto em termos de composições como na técnica dos músicos.
O som do conjunto continua o mesmo: death metal brutal e técnico ao extremo, com forte influência de música e temas egípcios, sendo bastante original. Mas neste lançamento a qualidade das composições salto aos olhos, e é o grande diferencial, com temas encorpados e muito bem construídos, aliando técnica e brutalidade de maneira poucas vezes vista anteriormente.
Nas cordas, Karl Sanders (guitarra) e Dallas Toler-Wade (baixo) nos apresentam toda a técnica e agressividade que o estilo exige, com passagens intrincadas e precisas. Além disso, intercalam vocalizações soturnas e desesperadas de forma brilhante, dando um clima todo especial ao trabalho. Já George Kollias, bom, este continua um monstro, destruindo seu kit de bateria sem piedade. Alias, o death metal sempre foi um estilo que revelou grandes bateristas, mas Geroge esta um passo a frente de qualquer outro que ouse entrar em seu caminho. Neste álbum, em especial, seu trabalho é espetacular, tanto nos blast beats como nas passagens mais cadenciadas e técnicas.
Todas as músicas merecem destaque, mas duas em especial merecem maiores comentários: a abertura e a faixa título. “Kafir!” é daquelas música que grudam na cabeça do ouvinte de primeira, com coros de vozes memoráveis, riffs absurdamente complexos e cativantes, e uma cozinha que beira ao inacreditável. Já “Those Whom the Gods Detest” alia passagens ultra rápidas com outras mais cadenciadas e brutais com perfeição, além de representar todas as características egípcias que fizeram o som do NILE famoso mundo afora. O refrão desta música também é fantástico. Ambas podem ser consideradas clássicos imediatos da banda.
O brutal death metal é um estilo cuja grande qualidade poucos conseguem apreciar, e este é um disco que nos faz sentir privilegiados por curtirmos esse tipo de som. Altamente recomendado.
Those Whom the Gods Detest – Nile
(2009 – Nacional)
Formação:
Karl Sanders - Vocal, Guitarras
Dallas Toler-Wade - Guitarras, Baixo, Vocal
George Kollias - Bateria, Percussão
01. Kafir!
02. Hittite Dung Incantation
03. Utterances Of The Crawling Dead
04. Those Whom The Gods Detest
05. 4th Arra Of Dagon
06. Permitting The Noble Dead To Descend To The Underworld
07. Yezd Desert Ghul Ritual In The Abandoned Towers Of Silence
08. Kem Khefa Kheshef
09. The Eye Of Ra
10. Iskander D'hul Karnon

Breaking the Wheels - Eliminator



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Você, meu amigo leitor, procura por modernidade ou inovações musicais? Então passe bem longe do ELIMINATOR, pois a banda não irá satisfazer seus anseios. Mas se o seu negócio é música pesada da mais alta qualidade, feita de fã para fã, e que remete totalmente aos primórdios do estilo, então encontrará aqui momentos de muita diversão.
Tudo neste lançamento remete aos anos 80, desde a músicatocada, a qualidade da gravação e toda a arte gráfica envolvendo o trabalho. Inclusive, a capa do CD (bem perturbadora para quem não gosta de palhaços) é mais um trabalho do mestre Ed Repka, famoso por este estilo de arte.
E o som da banda é um thrash/speed metal “old school” ultra rápido e agressivo, na linha da escola alemã, tendo como influências principais SODOM e KREATOR, com riffs cortantes, cozinha veloz e um vocal agonizante que parece vir direto das profundezas, com forte influência de black metal. Lembram um pouco o que os noruegueses do NOCTURNAL BREED e os americanos do MERCILESS DEATH tem feito ultimamente, mas sem perderem sua personalidade.
Os caras já começam quebrando tudo com a destruidora “World Obliteration”, com riffs rapidíssimos, feitos para destroçar os pescoços mais resistentes. Na sequência, a faixa título, melhor música do trabalho, mostra todo o potencial do grupo, sendo difícil não se empolgar com tamanha agressividade. A épica “Prescription for Extinction... Time Enough at Last”, que encerra o trabalho, também é matadora, com riffs e solos muito consistentes, e com um clima muito obscuro, com quase 10 minutos de pura brutalidade musical. E todas as demais faixas mantém este pique rápido e agressivo, sem espaços para concessões ou qualquer elemento, por menor que seja, de modernidade.
E a versão européia do disco ainda vem com um CD-R com uma demo da banda, com duas faixas que parecem ter sido gravadas ao vivo, e não há qualquer informação adicional no encarte sobre estas gravações.
Se você é fã da velha escola do metal, principalmente da sua linha mais extrema, pode ir atrás deste álbum, e aprecie sem moderação.
Breaking the Wheels - Eliminator
(2008 – Ukragh Productions and Suffering Jesus Productions - Importado)
Track List:
1. World Obliteration
2. Breaking the Wheel
3. Holocaust War Metal
4. The Punisher
5. Disgust (Instrumental)
6. Service Your Leader
7. Prescription for Extinction... Time Enough at Last

Splattered Manifestation - Maggots/Evokers (split CD)



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A holandesa Maggots executa um grindcore puxado para o gore com umas pitadas de death, lotado de criatividade, bons riffs, peso, velocidade, enfim, uma banda que é exemplo a ser seguido. E o mais fantástico: com uma qualidade de gravação excelente (mas um pouco baixa), suja na medida correta.
São apenas oito músicas que enchem os olhos de sangue. Luc e seus “vocais termo-nucleares”* são excepcionais. O cara tem realmente o dom de fazer grandiosos guturais e rasgados com uma facilidade poucas vezes vistas no cenário. Suas alterações de voz dão um complemento e tanto ao instrumental. E mais: o cara parece saber encaixar os berros nas estruturas das composições com perfeição.
E ele não está sozinho nessa bestialidade: Laury comanda a “radiação mutante do baixo”* com intimidade, enquanto Alex domina sua “guitarra radioativa”* com riffs simples, mas realmente ferozes, e Laup destrói a “bateria de lixo tóxico”*. Em outras palavras, o quarteto sabe o que faz, e manda ver no mais violento dos sons.
Entre as mais deliciosas, estão “Mean Green Gore Machine” (FODEROSA), “Gotta Admit, Smells Like Shit” (belo arranjo e vocal insano), “Die!!... You Slime” (um dos melhores riffs que já ouvi no grind) e “Guts for Sale” (mudanças de batidas cativantes). Um massacre atrás do outro.
E calma, que esse foi só o primeiro round. Tente sobreviver ao segundo, com a Evokers, outra banda nacional que nos enche de orgulho. O estilão do trio é um brutal death metal misturado com um splatter/gore. Resultado: ótima combinação de uma banda que entende do assunto.
O grupo apresenta somente quatro músicas no split, mas acreditem, elas deixam cicatrizes. É como acionar os explosivos de uma implosão. Guitarras audíveis, embora um pouco confusas nos riffs devido à baixíssima afinação, um baixo até que comportado para o estilo, e uma bateria movida a blast beats.
E como se não bastasse, o destaque mesmo fica para o vocal de Bruno Dias. O cara tem um dos mais brutais gogós que já escutei, e remete muito (muito mesmo) ao de Matte Way, que cantou no Disgorge americano, o melhor vocalista do universo em minha humilde opinião.
A gravação aqui tem volume mais alta do que a do Maggots, mas não é tão boa quanto a dos holandeses. Ainda sim, é um show. E por serem poucas faixas, é difícil escolher qual ou quais as melhores. São todas fodas e ponto final!
A capa e o restante da arte não são lá tão belos, mas passam perfeitamente a mensagem de ambas as bandas. O encarte não vem com letras, o que deixa aquela curiosidade no ouvinte, principalmente ao ler títulos engraçadíssimos e doentios como as supracitadas “Gotta Admit, Smells Like Shit” e “Guts for Sale”, além de “The Horned One (Gives Great Milk)” ou “Self Disembowelment Atrocity”. Quanta imaginação!
Outro split que quase atinge a perfeição, com bandas extraordinárias que conseguem equilibrar vários elementos característicos da música extrema. Torçam para esse material ainda existir em algum catálogo, ou vocês irão se lamentar pela eternidade.
*Estes termos hilários foram tirados do próprio encarte do disco.
Maggots/Evokers – Splattered Manifestation (split CD)
Bloodshed Records – 2002 – Holanda/Brasil
Tracklist
MAGGOTS
1. Mean Green Gore Machine
2. Gotta Admit, Smells Like Shit
3. Die !!! You Slime
4. Weak Humans Fall
5. Guts for Sale
6. The Horned One (Gives Great Milk)
7. Ghoul Nation
8. To Serve and Infect
EVOKERS
9. Impaling the Falsehood
10. Extermination of Homosexual Puberty
11. Unforsaken the Abnormality
12. Self Disembowelment Atrocity

Alive and Rotting - Necrobiotic



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Antes mesmo de colocar o CD para rolar, já se percebe o cuidado que o grupo teve na apresentação do disco. É um lindo e cuidado trabalho gráfico, realmente de dar orgulho, com cores que combinam muito bem entre si, e detalhes que enriquecem a montagem da (doentia) capa e encarte. Ótimas impressões iniciais.
Assim que dei o play, o primeiro pensamento que me veio à mente foi “Carcass”. Tudo devido ao timbre de guitarras, que remete muito à banda de Jeff Walker e cia, da época do “Symphony of Sickness”. Mas as coincidências param por aí.
A Necrobiotic aposta em um death/splatter cru, ríspido e direto, menos criativo do que a lenda inglesa do death/grind/splatter mundial. Um som para quem gosta mesmo daquela sujeira tradicional dos gêneros e nada mais.
A melhor do CD é “Viruses of Your Sickness”, bastante intensa e brutal. Mas outros sons também têm lá seus méritos, como “Never Will” e a boa “Sweet Slow Death”.
Uma coisa bacana das músicas são os solos que, embora um tanto primitivos, surgem de maneirasurpreendente e dão mais vida às composições. O restante do instrumental é básico, com vocais dobrados que também empolgam o ouvinte.
As letras abordam temas de praxe como mutilações, loucuras, estupro, doenças, epidemias, fim da humanidade e também encontram espaço para deixar seu protesto contra religiões.
O momento delicado fica por conta da qualidade da gravação, crua e sem peso. O disco ficou meio sem punch. Mas se o ouvinte relevar esse fato, estará diante de um trabalho típico do death/splatter, sem ousadias ou momentos de complexidade nas composições.
É essa a sua praia? Então, corra para arrumar o seu “Alive and Rotting”, que pode ser encontrado na Mutilation, na Rotten Foetus e na Cogumelo, para citar algumas. Uma banda que merece ser conferida.
Tracklist
1. Into Necrobiotic
2. Foie Gras
3. Shame
4. Metal Hell
5. Alive and Rotting
6. Calamitous Epidemic
7. Viruses of Your Sicknness
8. Never Will
9. Sweet Slow Death
10. Regn of Him

Submarine - Alex Turner



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Embora muitos considerem valiosa a sonoridade própria de “Submarine”, praticamente em uma vertente oposta às características mais cruas da banda de referência, o jovem músico inglês pouco consegue empolgar os ouvintes em cerca de vinte minutos de música. O álbum, escrito para funcionar como trilha sonora do filme de mesmo nome assinado por Richard Ayoade (que dirigiu vários dos videoclipes do ARTIC MONKEYS), simplesmente não funciona como deveria, apesar ser estar recheado por boas ideias. O andamento claramente intimista, com músicas acústicas e/ou cadenciadas, abdica das melhores referências do indie rock de outrora para dar às composições de ALEX TURNER uma cara que realmente não possui. De qualquer modo, o disco conquistou críticas extremamente positivas no Reino Unido, mesmo diante dessa controvérsia palpitante.
Porém, pelo menos um recado interessante “Submarine” deixa para os fãs do ARCTIC MONKEYS. O prestigiado vocalista/guitarrista da banda – que sempre foi apontado como a referência criativa dentro do grupo – não só escreveu as cinco músicas que compõem o disco como ainda executou absolutamente todos os instrumentos presentes na obra. Pode até ser que o guitarrista Bill Ryder-Jones (ex-THE CORAL) acompanhe ALEX TURNER em duas das faixas, mas a sua posição é de coadjuvante aqui. Depois da curtíssima faixa introdutória “Stuck on the Puzzle” (que vai ser retomada mais adiante), apenas voz e violão contornam “Hiding Tonight”, que não ultrapassa a marca de três minutos de extensão (como todas as outras composições). Por mais que não soe problemática, o clima cadenciado – praticamente arrastado – em nada parece capaz de empolgar os que admiram os discos nervosos do ARCTIC MONKEYS. Por outro lado, “Glass in the Park” possui arranjos rapidamente mais complexos e satisfatórios se comparados na ponta do lápis com a proposta anterior.
Embora extremamente eficiente como trilha sonora para o filme homônimo, falta fôlego e ambição para “Submarine” despontar como uma estreia coesa e impactante. No entanto, o resultado apenas mediano atingido pelo disco é uma consequência direta do que ALEX TURNER proporciona na acústica “It’s Hard to Get Around the Wind”: a música destaca a ausência de um contorno verdadeiramente vibrante. Porém, “Stuck on the Puzzle” pode ser mencionada como a grande faixa do EP, justamente por caminhar por um caminho diferenciado se comparado com a anterior. As guitarras – mesmo que cadenciadas – evidenciam um rumo muito mais interessante e melhor arranjado.
Do mesmo modo, o encerramento com “Piledriver Waltz” mostra como o debut de ALEX TURNER poderiaencontrar consequências mais agradáveis, justamente pela tentativa de incluir poucas – mas marcantes – referências do rock/folk. Por ser muito homogêneo na sua tentativa de soar intimista, “Submarine” fica em cima do muro entre o bom e o ruim. Os (poucos) momentos de destaque do disco aparecem ofuscados pela ausência da ousadia extremamente marcante do ARCTIC MONKEYS – e impossível de ser dissociada da carreira solo do seu vocalista/guitarrista. O resultado é mediano e deve dividir inclusive a opinião dos fãs mais fervorosos da banda inglesa.
Track-list:
01. Stuck on the Puzzle (Intro)
02. Hiding Tonight
03. Glass in the Park
04. It’s Hard to Get Around the Wind
05. Stuck on the Puzzle
06. Piledriver Waltz

4 Way Street - Crosby, Stills, Nash & Young



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A realidade é que tudo começou com um trio debutando com o auto-intitulado “Crosby, Stills & Nash” em 1969, pela Atlantic Records, e que vingou os hits "Marrakesh Express" e "Suite: Judy Blue Eyes", fazendo com que o disco atingisse a marca de quatro milhões de cópias vendidas e empurrasse a banda ao estrelato. Mas, para que uma turnê realmente desse certo, eles precisavam de mais um músico, e é aí que entra o temperamental Neil Young, que aceitou participar do grupo se este não entrasse em conflito com sua carreira solo, que já contava com a simpatia de muitos na ocasião.
Assim, com quatro guitarristas que também eram cantores (ou vice-versa?), o agora rebatizado Crosby, Stills, Nash & Young lançou “Déjà Vu” em 1970. E, diante do talento e energia criativa do quarteto, emplacaram canções do porte de "Our House", "Teach Your Children" e "Woodstock" (cover de Joni Mitchell), fazendo com que o disco vendesse 7 milhões de cópias e saltasse para o topo das paradas de sucesso, onde permaneceu por vários anos.
Com toda essa repercussão positiva, foi natural que a Atlantic organizasse uma turnê para atender aodesejo do público em ver estas feras tocando pelos EUA. E foi desta série de apresentações que surgiu o álbum “4 Way Street”, cujas canções foram captadas dos shows que aconteceram entre os meses junho e julho de 1970, no The Fillmore East (New York), no The Chicago Auditorium (Chicago) e no The Forum (Los Angeles).
Chegando às lojas em 1971 no formato vinil duplo, “4 Way Street” apresentava como novidade o fato de um disco ser acústico e o outro, elétrico. Todo o espaço interno do projeto gráfico foi preenchido com uma foto preto e branco, gigantesca, onde Crosby, Stills, Nash e Young aparecem sentados em um vestiário, e dois deles curiosamente emoldurados por um cabide de arame. As tradicionais informações foram banidas da contracapa, concentrando-se nos encartes internos que embalavam os discos, inclusive com as letras das canções, algo relativamente raro em se tratando de discos ao vivo.
O repertório, como era de se esperar, não trazia apenas as músicas dos já citados dois álbuns de estúdio. Mais da metade do material veio das bandas anteriores ou dos trabalhos solo do quarteto, e incluíram também composições até então inéditas como “Chicago” e "Right Between The Eyes", de Graham Nash; além de “The Lee Shore” e a polêmica "Triad", composta em 1967 por David Crosby e destinada ao The Birds, que a recusou pela temática hedonista e claramente hippie: ‘ménage à trois’ – quem a acabou gravando o Jefferson Airplane no disco “Crown Of Creation”, de 1968.
Apesar da decisão em mutilar tão grotescamente a abertura “Suite: Judy Blue Eyes”, deduzindo-a a meros 30 segundos (o argumento foi que a banda não queria outra versão deste single invadindo novamente as rádios dos EUA), a audição flui de forma maravilhosa. Não há como não ser atraído para as versões de “Southern Man" e "Carry On", com Neil Young e Stephen Stills alimentando-se um do outro e proporcionando longos devaneios que se estendem por até treze minutos, uma prática comum na época.
E, quer admitam ou não, tudo é executado de forma um tanto quanto áspera e, porque não dizer, quase desleixada, características mais evidentes no disco 02, o elétrico. Mas, por outro lado, é exatamente essa carência de artifícios de estúdio que permite a apreciação dos vários erros que aparecem regularmente. Ou seja, um real disco ao vivo, como tem que ser.
Já em um contexto histórico um pouco mais profundo, vale lembrar que este disco surgiu na conturbada esteira do final da década de 60 e início da 70, em meio aos tumultos raciais que assolavam alguns estados norte-americanos, os famosos distúrbios em inúmeras universidades, Guerra do Vietnã e outras agruras em que os EUA estavam atolados... Parte da geração hippie, que tanto ansiava por uma real filosofia voltada à paz e amor no cotidiano dos povos, simplesmente renegou este disco, pois, com exceção de algumas faixas como “Chicago”, “America's Children” e “Ohio”, o fato é que não há grande interesse por temas políticos por aqui.
De qualquer forma, esses fissurados pela Era de Aquário eram a minoria entre o público. Tanto que, além da abrangência dos temas, é inegável que foi a inspiração e, principalmente, todo o alto astral e empatia entre banda e público presentes neste registro que ajudaram a elevar os nomes Crosby, Stills, Nash e Young ao status de ícones, permanecendo na memória não só dos norte-americanos, mas também dos amantes do gênero em inúmeras outras nações. Um exemplo? Atentem para o comecinho de “Right Between The Eyes”, onde a brincadeira faz com que a platéia gargalhe entusiasmadamente e contagie até mesmo quem está escutando o disco.
Infelizmente, por trás de toda a genialidade residia uma insistente tensão, em especial entre Stephen Stills e Neil Young, a tal ponto de os músicos perderem toda a compostura e ‘saírem no braço’ por vários dos vestiários em que iam parando. Esses atritos já começaram antes mesmo da excursão e somente aumentaram com o passar dos meses; os egos que não cediam espaço acumulavam cada vez mais atritos e a alternativa mais saudável foi a dissolução do Crosby, Stills, Nash & Young, logo após “4 Way Street” ter sido lançado.
Ainda que cada um desses músicos tivesse mantido uma trajetória relevante pelos anos seguintes, uma nova reunião envolvendo Crosby, Stills e Nash aconteceu em 1977, onde liberaram o “CSN” – mas o recluso Neil Youg optou por não fazer parte desta segunda tentativa de tocar com os ex-companheiros. Mas essas são histórias para outra ocasião...
Como complemento, “4 Way Street” ganhou uma nova versão em meados de 1992, onde cada músico acrescentou outra faixa de sua autoria ao repertório. Nash revisitou o The Hollies com o single "King Midas In Reverse", de 1967; Crosby ofereceu "Laughing"; Stills veio com "Black Queen" e Young destilou um medley de “The Loner”, “Cinnamon Girl” e “Down By The River". Mas nada de a tal “Suite: Judy Blue Eyes” aparecer na íntegra…
E, para finalizar estas linhas, vale mencionar que “4 Way Street” também chegou ao primeiro posto das paradas de sucesso norte-americanas, vendendo nada menos do que meras quatro milhões de cópias. Multiplatinado! Permanece firme e forte após quarenta anos de seu lançamento e é uma essencial declaração musical aos colecionadores, independente das subdivisões em que o Rock´n´Roll se espalhou nas últimas décadas.
Formação:
David Crosby - voz e guitarra
Stephen Stills - voz, guitarra e teclado
Graham Nash - voz, guitarra e teclado
Neil Young - voz, guitarra, harmônica e teclado
Calvin ‘Fuzzy’ Samuels - baixo
Johnny Barbata - bateria
Crosby, Stills, Nash & Young - 4 Way Street
(1971 / Atlantic Records)
Side 01 (acústico)
01. Suite: Judy Blue Eyes (Stephen Stills)
02. On The Way Home (Neil Young)
03. Teach Your Children (Graham Nash)
04. Triad (David Crosby)
05. The Lee Shore (Crosby)
06. Chicago (Nash)
Side 02 (acústico)
07. Right Between The Eyes (Nash)
08. Cowgirl In The Sand (Young)
09. Don't Let It Bring You Down (Young)
10. 49 Bye-Byes / For What It's Worth / America's Children (Stills)
11. Love The One You're With (Stills)
Side 03 (elétrico)
12. Pre-Road Downs (Nash)
13. Long Time Gone (Crosby)
14. Southern Man (Young)
Side 04 (elétrico)
15. Ohio (Young)
16. Carry On (Stills)
17. Find The Cost Of Freedom (Stills)

Submandible Linphatic Muscles - Rotting Flesh



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A banda do interior de São Paulo manda ver na mais violenta putrefação auditiva, suja e doentia, recheada de blast beats, guitarras com baixa afinação, vocais guturais e cheios de efeito, e o baixo fazendo aquela deliciosa serra elétrica. Basicamente é o seguinte: ao apertar o “play”, você automaticamente aciona o botão de autodestrição do seu aparelho de som.
Bom, e as letras, claro, não poderiam falar de outro assunto que não fossem doenças, deformidades e tragédias em geral. Tá, isso foi chover no molhado, mas é sempre bom dar uma reforçada na ideia anormal.
O álbum já abre com uma das melhores do disco, “Suppurated Inflammation of Fecal Excretor”, muito podrona, violenta e – que raridade – com um solo! Depois da avalanche, vem a calmaria... ok, mentira, quem estou querendo enganar? Aqui só tem porrada, sem nenhum instante de sossego. Outros destaques? “Unincinerated Inner - Crematorium Furnace”, “Blood Carnage (Human Flesh Exposed)” (coverizada pela não menos fenomenal Neuro-Visceral Exhumation), “Encephalic Difuse Enema”, “Decomposition of Fetid Limbs”, “Intestinal Virulency” (riff bacana) e “Manifestation of Chronic Disease”, todos títulos bastante… patológicos e inspirados, vamos dizer.
A capa de “Submandible Linphatic Muscles”, assim como as partes de dentro e de trás da caixinha do CD trazem aquelas fotos indigestas típicas do estilo. O encarte é bastante simples, resumido às letras em fundo preto, o que talvez até seja bom. Afinal, o material aqui já choca o suficiente, né? Para que precisaria de mais agressões aos olhos?
A qualidade da gravação não é lá essas coisas, mas se considerarmos que o registro ocorreu há mais de 15 anos, então, temos um produto excelente! E o melhor: o disco traz o 7’’ EP “Infanticious Monstrosities”, de 1993, como bônus, mas com uma mixagem diferente da versão original. O resultado deixou a sonoridade próxima à das músicas que compõem “Submandible Linphatic Muscles”.
E pensar que todo esse barulho foi efetuado por apenas 2 seres vivos! É um trabalho curto, é verdade, com pouco mais de 20 minutos de duração, mas a força e o extremismo das composições valem mais do que inúmeros full lengths de bandas consagradas do underground mundial.
Quem tiver a sorte de achar esse álbum para vender, pode se considerar uma pessoa realizada. Rotting Flesh: essencial para a história do goregrind global.
Rotting Flesh – Submandible Linphatic Muscles
Lofty Storm Records – 1995 – Brasil
Tracklist
1. Suppurated Inflammation of Fecal Excretor
2. Unincinerated Inner - Crematorium Furnace
3. Phlebothrombosis (Intensive Bloodsoacked on Arterial Ducts)
4. Blood Carnage (Human Flesh Exposed)
5. Encephalic Difuse Enema
6. Consumed By Neo - Cannibalistic Worms
7. Thoraco - Abdominal Traumatism 8. Embryonic Fecundation (Maceration Part II)
9. Bizarre Anti - Putrefaction Embalming
10. Mucouteral Maceration
11. Truculent (Cortuse - Cut) Diembowel
Bonustracks (Infanticious Monstrosities Single):
12. Manifestation of Chronic Disease
13. Consumed by Neo - Cannibalistic Worms
14. Decomposition of Fetid Limbs
15. Intestinal Virulency
16. Mucouteral Maceration
17. Cerebral Hemorrhage
18. Malignant Pulmonarcy Cancer

Spread the Fire - Fueled by Fire



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E não se espantem com capa tosca (apesar de engraçada) do disco, pois o som da banda é da mais alta qualidade, mantendo-se na proposta de praticar o mais sujo e agressivo thrash metal, fortemente influenciado por metal tradicional (em especial do NWOBHM), sem espaços paramodernidades.
Os riffs de Rick e Gio são muito inspirados, remetendo-nos aos grandes momentos de DESTRUCTIONTESTAMENT eANTHRAX. Além disso, seus solos são muito cativantes, repletos de melodias marcantes. Já a cozinha formada por Carlos (Bateria) e Anthony (Baixo) não traz nenhumainovação ou grande apuração técnica, mas é muito competente no que se propõe a fazer. E os vocais de Gio também são muito agressivos e diversificados, sendo um diferencial no som da banda.
Após a introdução, o disco já começa com a excelente “Thrash is Back”, muito rápida, com riffs cavalgados e solos dobrados que lembram os bons tempos da dupla Adrian Smith e Dave Murray, do MAIDEN. Já “Striking Death” é a melhor música do trabalho, com um refrão muito cativante, que é difícl se esquecer. Além destas, a faixa título, “Massive Execution” e “Command of the Beast” ainda merecem destaque, apesar de que todo o trabalho é muito legal, e merece ser apreciado sem moderação.
Se você é fã de thrash metal das antigas, e de heavy metal tradicional, não deixe de conferir este primeiro trabalho do FUELED BY FIRE.
Spread the Fire – Fueled by Fire
(2007 – Metal Blade - Importado)
Formação:
Gio: Voz e Guitarra
Carlos: Bateria
Anthony: Baixo
Rick: Guitarra
Tracklist:
1. Intro: Ernest Goes to Hell
2. Thrash Is Back
3. Striking Death
4. Spread the Fire!!!
5. Betrayal
6. Massive Execution
7. Metal Forever
8. Dreams of Terror
9. Command of the Beast
Bonus Tracks:
10. Chaotic Punishment
11. Put to Death

Doa a Quem Doer - Project46



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Rapaz, e que disco sensacional este “Doa a Quem Doer”, lançado de forma totalmente independente pela banda, que toca um thrash metal moderno muito pesado e cheio de groove, com forte influência de hardcore, e até alguns elementos de death metal melódico em algumas passagens de suas excelentes composições. Lembram um pouco os melhores momentos do grande HATEBREED, mas mantendo um estilo próprio em suas composições.
Após ter lançado um EP com 4 faixas em 2009, com letras em inglês, a banda resolveu mudar todo seu foco, passando a escrever letras em português, e chega a seu debut, produzido pela banda e por Adair Daufembach, que já produziu bandas como HANGAR, PONTO NULO NO CÉU, ACE4TRAYS e HOLINESS. Alias, a produção do trabalho esta perfeita, tanto em relação à qualidade musical cristalina e pesada, como a arte gráfica, muito bem feita.
O álbum foi primeiramente disponibilizado para audição integralmente no site da banda, sendo que agora a versão física esta chegando ao mercado.
Conforme dito, o álbum é todo cantado em português, o que da um toque especial ao som do conjunto. As letras são todas muito fortes e violentas, retratando temas atuais, exarados pelas vocalizações ferozes de Caio MacBeserra. O instrumental também é excelente, com riffs pesadíssimos e solos muito inspirados de Vinícios Castellari e Jean Patton, aliados a uma cozinha muito técnica e matadora, formada pelo baixo pesadíssimo de Rafael Yamada (também responsável por alguns vocais) e pela bateria destruidora de Guilherme Figueiredo.
O disco é todo excelente, sendo que o peso e a agressividade das composições são a chave do sucesso do conjunto. As pesadas e cheias de groove “Atrás das Linhas Inimigas” e “Impunidade” já abrem o disco mostrando toda a qualidade da banda. Além destas, destacam-se “Se Quiser”, cheia de grooves a lá PANTERA; a ultra agressiva “Violência Gratuita”; “Amanhã Negro”, que lembra em alguns momentos ARCH ENEMY; e a melhor de todas, “No Rastro do Medo”, uma obra prima da porradaria musical, cujos riffs beiram a perfeição.
Enfim, a banda lançou um debut matador, que esbanja atitude e determinação, parecendo que já estão na estrada há décadas, e tem tudo para trilhar o caminho do sucesso. Até agora, na minha opinião, a grande revelação de 2011, e este “Doa a Quem Doer” já está na minha lista de melhores lançamentos do ano.
Doa a Quem Doer – Project46
(2011 – Independente - Nacional)
Formação
Caio MacBeserra – Voz
Vinicius Castellari – Guitarra
Jean Patton – Guitarra
Rafael Yamada – Baixo e voz
Guilherme Figueiredo – Bateria
Tracklist
01. 809072
02. Atrás das Linhas inimigas
03. Impunidade
04. Capa de Jornal
05. Se Quiser
06. Violência Gratuita
07. Amanhã Negro
08. #46
09. Dor
10. No Rastro do Medo
11. Acorda pra Vida

Everybody Dies - Hate Plow



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Além dessas duas belezuras, outros destaques (e não é só modo de dizer não) são “$20.00 Blow Job”, “Ante Up”, “Anally Annie”, “Denial” e “Born with Both”, todas realmente empolgantes a ponto de você erguer o volume no talo e esquecer do mundo.
E o disco tem direito a um ótimo e surpreendente cover, e uma zoeirinha no final. Falo de “Sunshine of Your Love” (Cream) - sim, aquela maravilha do game “Guitar Hero III” - e “Pepe Lopez Song”, respectivamente. Portanto fiquem espertos após “Born with Both”, porque a faixa não termina lá não!
Gravação muito boa, peso ideal nos instrumentos de corda, um vocalista competente e um baterista técnico e desenfreado. Não precisa de mais nada, né?
Curiosidades sobre a banda: o disco é dedicado ao ex-baterista do conjunto que gravou “Everybody Dies”, Larry Halke, falecido em 1997 em consequência de inalação de fumaça após um incêndio em sua casa; as letras com muito humor negro são histórias reais, segundo o encarte do CD, que não revela quem foi o (ir)responsável pelas loucuras. E tem muita baixaria aí no meio, podem apostar; a história do grupo está ligada diretamente ao fabuloso Malevolent Creation: Kyle Simons (assumiu o vocal da Malevolent mais tarde), Rob Barret (passou pelo Malevolent e voltou ao Cannibal Corpse) e Phil Fasciana (guitarra da banda). No álbum posterior, “The Only Law is Survival”, a Hate Plow contou com o inigualável Dave Culross, baterista que também está à frente do Malevolent Creation. Interessante, não?
Dê o play, e aposto que vocês farão isso novamente assim que o disco acabar. Viciante e irresistível, uma pena terem soltado somente o citado “The Only Law is Survival” (com pegada mais death/grind - lindo!) e o ao vivo “Moshpit Murder” (mediano) após esse CD. Hate Plow, um nome mais do que apropriado para uma banda tão extrema e diabólica.
Hate Plow – Everybody Dies
Pavement Music – 1998 – Estados Unidos
http://www.myspace.com/hateplowband
Tracklist
1. Everybody Dies 3.28
2. Stalker 4.16
3. Prison Bitch 2.41
4. $20.00 Blow Job 1.55
5. Challenged 3.02
6. The Gift Giver 0.46
7. Crackdown 3.10
8. In the Ditch 4.34
9. Ass to Mouth Resuscitation 3.04
10. Compound 2.04
11. Ante Up 2.30
12. Anally Annie 0.28
13. Denial 1.39
14. Born With Both/Sunshine of Your Love/Pepe Lopez Song 10.58
Total playing time 44.39

Alive - Ed Kowalczyk



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De modo bastante claro, ED KOWALCZYK mantém cada uma das referências sonoras do LIVE – do pop/rock ao rock alternativo – em sua primeira empreitada solo. O cantor norte-americano, que sempre foi a mente criativa por trás da sua ex-banda, construiu o repertório de “Alive” com muita naturalidade, deixando à parte qualquer novidade e/ou característica inusitiada. No entanto, a ausência de uma personalidade marcante e diferenciada não comprometeu em nada o resultado final de “Alive”. Pelo contrário. O álbum reproduziu cada uma das características que fizeram do LIVE uma das bandas mais queridas do publico norte-americano durante os anos dourados da MTV no país. Da mesma forma, não há dúvidas de que os fãs brasileiros não se decepcionarão com o debut de ED KOWALCZYK.
Com a produção assinada pelo renomado CJ Eiriksson – o mesmo cara que está por trás dos principais discos da ex-banda do cantor e até mesmo da mixagem de “No Line on the Horizon” (U2) – o primeiro registro solo de ED KOWALCZYK chama a atenção de imeditado pelo nível altissimo de suas composições. O vocalista, que é acompanhado por James Gabbie (guitarra), Chris Heerlein (baixo), Andy Dollerson (teclado) e Ramy Antoun (bacteria), mostra sua incrível capacidade de construir músicas tranquilas, mas com passagens verdadeiramente marcantes, desde a abertura do álbum com a excelente “Drive”. A fórmula adotada pelo ex-LIVE é extremamente simples, mas funciona porque tudo está encaixado de maneira eficiente e sem nenhum tipo de exagero ou pretensão demasiada. A honestidade do repertório é o principal ponto do trabalho de ED KOWALCZYK.
De certo modo, os dois anos que o vocalist esteve preparando as faixas de “Alive” contribuiram em grande medida ao sucesso que o álbum conquistou – inclusive com um posto de destaque nas paradas da Billboard norte-americana. O rock certeiro de “The Great Beyond” funciona como um interessante contraponto às baladas “Grace” e “Drink (Everlasting Love)”- provavelmente dois dos maiores hits do disco. A voz de Kowalczyk, mesmo após vinte anos de carreira, ainda desfila perfeitamente durante os quarenta minutos do seu primeiro registro solo. Outras músicas – como “Stand” e “Zion” – evidenciam o caminho alternativo por qual o LIVE sempre andou sem nenhum tipo de constrangimento e/ou ineficiência técnica.
O sucesso controverso de nomes como Scott Stapp (CREED) mostram o quanto ED KOWALCZYK corre injustamente por fora no famigerado Mercado norte-americano. Não há nenhuma sombra de dúvida que o cantor carequinha merece uma série de elogios sinceros ao invés do ostracismo que a sua carreira parece ser envolvida desde a sua despedida do LIVE, sobretudo aqui em nosso país. Pode até ser que “Alive” aparente um ar modesto e sem o contorno de uma grande ambição, mas não perceber a qualidade de músicas emotivas e certeiras como “In Your Light” e “Just in Time” parece ser um pouco equivocado.
Com a baladinha “Fire on the Mountain”, a primeira investida individual de ED KOWALCZYK encerra de modo certeiro e com a certeza de que muitas das músicas desse repertório possuem um imenso potencial, sobretudo para serem executadas nas rádios de nosso país. De certo modo, os fãs do LIVE não se sentirão mais sozinhos após confirmarem em quarenta minutos de música que a alma da banda permanence viva e em plena atividade. Não há dúvidas de “Alive” é um álbum extremamente eficiente – e com qualidades mais do que visíveis – dentro da sua proposta pop/rock pré-estabelecida.
Track-list:
01. Drive
02. The Great Beyond
03. Grace
04. Stand
05. Drink (Everlasting Love)
06. Zion
07. In Your Light
08. Just in Time
09. Rome
10. Soul Whispers
11. Fire on the Mountain

Heart of the Fire - Faces of Bayon



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Brimstoned, a faixa de abertura meio que resume o disco todo, com a afinação dos instrumentos lá em baixo, passagens psicodélicas em meio às batidas tribais da bateria. A seguinte Ethereality é uma das mais “amedrontadoras” se for assim dizer, os vocais de Matt Smith são tão hipnotizantes e assustadores que se você estiver ouvindo em seu iPod, com certeza você ficará na expectativa de ver alguns vultos passando em sua frente.
Godmaker é a mais psicodélica, onde Ron Miles toma a frente e leva a música em suas linhas de baixo e vocais limpos vão te levando para um lado mais transcendental. The Original Sin e Where the Golden Road Ends seguem numa linha mais sludge mas sem perder o pique das primeiras faixas do disco.
A Fire Burns at Dawn é a mais calma e dá a última pazada de terra no cidadão que se matou ou enlouqueceu ouvindo esse álbum. Mas se conseguiu chegar ao fim, com certeza irá querer mais e mais.
Recomendado para fãs de Electric Wizard, Cathedral e afins, e como eles mesmos dizem em seu press-release: “Prepare-se para ser esmagado até a morte sob o enorme peso deste aflição profana!“
Faces of Bayon – Heart of the Fire (Ragnarok Records - importado)
1. Brimstoned
2. Etheriality
3. Godmaker
4. The Original Sin
5. Where The Golden Road Ends
6. The Fire Burns At Dawn

Sacos Plásticos - Titã



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Com a produção assinada por Rick Bonadio (CPM 22 e FRESNO), “Sacos Plásticos” marca, acima de qualquer outra coisa, a despedida de Charles Gavin da banda. O baterista foi acompanhado em estúdio por Paulo Miklos (vocal e guitarra), Branco Mello (vocal e baixo), Sérgio Britto (vocal e teclado) e Tony Bellotto (guitarra), que dispensaram pela primeira vez os instrumentistas contratados para construir o vigésimo título da sua extensa carreira, iniciada na primeira metade da década de oitenta. As influências encontradas em “Sacos Plásticos” se desenrolam sobre a agressividade de “Cabeça Dinossauro” (1986) e os elementos eletrônicos de “Õ Blésq Blom” (1989), mas sem abrir mão dos registros mais pop e atuais do conjunto. As características sonoras, aparentemente díspares e/ou controversas, foram trabalhadas de maneira eficiente pelas mãos pelo renomado diretor. O resultado é um disco relativamente curto – de cerca de quarenta minutos – e curiosamente uniforme.
A abertura com “Amor Por Dinheiro” – cantada pelo tecladista Sérgio Britto – mostra os TITÃS preocupados mais com a simplicidade do rock n’ roll do que com a promessa de certa complexidade sonora. Os elementos eletrônicos, que ainda aparecem em muitos outros momentos do disco, permitiram uma roupagem modernaa esse que é um dos primeiros destaques da obra. Na contramão dessa tendência, “Antes de Você” é uma balada forte, em que Paulo Miklos assume a dianteira – e com condições claríssimas de ser o carro-chefe do restante do álbum. Para muitos, a melhor faixa do álbum inteiro.
No entanto, o passado do quinteto paulista reaparece com certo destaque durante o disco, sobretudo na faixa “Sacos Plásticos”, que mistura aquela estranheza sonora típica dos TITÃS ao pop/rock direto e contagiante do grupo. Por mais que Branco Mello não possa ser considerado um vocalista excepcional – muito longe disso, aliás – o agora baixista permanente da banda não compromete demasiadamente o resultado final da faixa-título, assim como da música intitulada “A Estrada”, provavelmente uma das mais rockeiras e vibrantes do repertório. De certo modo, a ambição modesta de “Sacos Plásticos” é surpreendente diante da qualidade do material, que ainda possui em “Por que Eu Sei que é Amor” outra bela balada e outro hit radiofônico em potencial.
Com a dianteira de Sérgio Britto, “Agora Eu Vou Sonhar” não é capaz de chamar a mesma atenção dos principais destaques da obra. Do mesmo modo, “Quanto Tempo” não se compara à cadenciada “Deixa Eu Sangrar”, que novamente evidencia o lado comercial (mas não por isso menos eficiente) dos TITÃS. A postura mais eletrônico do álbum reaparece em “Problema”, que chega a soar muito diferente do que a banda escreveu nos seus dois últimos antecessores. No entanto, é importante perceber como a riqueza de influências é uma carta na manga de Paulo Miklos & Cia. em “Sacos Plásticos”: impossível se sentir cansado e entediado diante das quatorze faixas tão distintas entre si do disco. Os diferentes gostos e as diferentes opiniões certamente se entrecruzam em diversos momentos do repertório.
A prova disso provavelmente pode ser “Deixa Eu Entrar”, quem sabe a música mais intensa e bacana do novo disco dos TITÃS. Com a participação de Andreas Kisser (SEPULTURA), essa faixa reassume boa parte da agressividade que contornou o conceituado “Cabeça Dinossauro” (1986). Porém, a rockeira “Não Espere Perfeição” e a balada “Quem Vai Salvar Você do Mundo” evidenciam a naturalidade com que as diferentes influências aparecem e desaparecem ao longo da obra. Para quem não esperava um disco consistente dos TITÃS após a instabilidade da última década, “Sacos Plásticos” passa a ser um item essencial e importante para ser conferido atentamente. A nova versão do álbum – que vem com o DVD bônus com os cinco videoclipes retirados daqui – desponta como a opção mais interessante para os fãs do conjunto.
Track-list:
01. Amor Por Dinheiro
02. Antes de Você
03. Sacos Plásticos
04. Por que Eu Sei que é Amor
05. A Estrada
06. Agora Eu Vou Sonhar
07. Quanto Tempo
08. Deixa Eu Sangrar
09. Problema
10. Não Espere Perfeição
11. Quem Vai Salvar Você do Mundo
12. Múmias
13. Deixa Eu Entrar
14. Nem Mais uma Palavra

DVD Attera Orbis Terrarum – Part II - Dark Funeral



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Já o segundo disco conta com um show em São Paulo, e como extras, outras filmagens feitas por fãs durante a turnê que o Dark Funeral fez pela América Latina, além de um trailer de divulgação da primeira parte da obra. Bem, e não é sempre que um dos maiores expoentes do black metal mundial lançam material com um show no país. Algumas bandas extremas já haviam lançado CDs, como o Monstrosity, o Incantation e o Malevolent Creation – são as que me recordo no momento - mas nunca um DVD com um show em nossa terra.
E claro, como brasileiro orgulhoso e fã da banda, decidi começar pelo DVD 2. Acho que me arrependi. Para começar, as imagens estão em tela cheia (fullscreen), um pecado (ops), dada a grandiosidade do projeto. Pois bem, e assim que de fato começa a rolar o show, outra decepção, essa um pouco maior: as imagens ficaram meio escuras, e o que dá a impressão é que, para compensar isso, tentaram clareá-las digitalmente, o que provocou um granulado desagradável na textura. E ainda utilizaram filtros que simulam películas antigas, com vários riscos na “projeção”. Mais um ponto negativo, pois o visual ficou forçado e deselegante. Se a ideia era criar um clima dark por ser uma banda black metal, não deu certo.
E quando começam as músicas, a coisa continua desandando. O áudio, ao menos no início, está insatisfatório, e na maior parte do show, a bateria parece estar com volume mais baixo do que os outros intrumentos.
Falando na bateria, a máquina por trás das baquetas, Matte Modin, mal aparece no início das filmagens. Só recebe um pouco de destaque após mais de ¼ de show, a partir da música “Open the Gates”, para ser mais exato.
E não posso deixar de citar, ainda em relação às imagens em si, um outro recurso infeliz e amador utilizado na edição: foram feitas fusões longuíssimas entre um plano e outro, tornando o resultado desastroso. Isso sem contar que no intervalo entre as músicas (e em alguns momentos, durante), eram colocadas imagens dos integrantes tocando, ou do vocalista cantando, tudo sem nenhuma ligação, sem o menor sentido. Lamentável.
O que mais espanta é que quem dirigiu a coisa toda foi o pessoal da Tribe Magazine (Estúdio Da Tribo), especializado em lidar com música extrema. Bem, ao menos foram essas informações que encontrei na web, visto que NÃO HÁ CRÉDITOS desse show no DVD, ou se existem, peço por favor e já agradeço a algum leitor que me diga onde estão.
Bem, e agora falando da apresentação em si, os integrantes da banda começaram com uma performance fraca e fria, mas depois, a coisa melhorou. E é incrível a capacidade desse pessoal em acelerar ainda mais suas músicas ao vivo, sendo que nas versões de estúdio, já são ultra-velozes. Tire suas conclusões assistindo à impressionante “The Arrival of Satan’s Empire”, por exemplo. É rápido demais!
Os grandes clássicos como a supracitada música, juntamente com os hinos “Ravenna Strigoi Mortii”, “Vobiscum Satanas”, “The Secrets of the Black Arts”, “My Dark Desire”, e “An Apprentice of Satan”, entre tantos outros, fizeram a festa (negra) dos fãs. Ah, e deve-se lembrar que ao menos no show de SP tocaram uma música a mais do que no show da Argentina – “Godhate”. No resto, o repertório foi o mesmo, apenas com alteração na ordem de algumas músicas.
Quanto aos extras, valem a pena assistir. Em uma das imagens, um raro momento, quando a banda chega ao local da apresentação, e passa sem maquilagem por alguns fãs. É curto, mal dá para ver, mas está registrado.
E agora, vamos ao DVD 1. Logo de cara, percebe-se a qualidade de imagem e de som muito superiores, mantendo o mesmo nível de “Attera Orbis Terrarum – Part I”, e com um detalhe: filmado em widescreen. Impressionante o quanto o áudio está cristalino nessa gravação. Aliado a isso, aparecem os gcs com os nomes das músicas (o que não acontece no DVD 2) em uma belíssima arte que mais uma vez remete à primeira parte de “Attera Orbis...”.
Além disso, bem opostamente ao show de SP, existem fusões de imagem muito bonitas e bem feitas, assim como um efeito de envelhecimento que as enriquecem. A iluminação também é superior.
E tem mais: o show já começa fervendo, com os integrantes dando o sangue e realmente empolgados com a platéia. Uma pontada (mais uma, na verdade) de inveja acontece em dois momentos, primeiramente quando o vocalista Emperor Magus Caligula pega uma das câmeras e filma o público de Buenos Aires, tamanha sua satisfação. E em um segundo momento, quando mostra-lhes orgulhoso uma bandeira argentina. Ah, sim, e no final do show, aparecem os créditos finais.
Quanto aos extras, nada excepcional, mas vale a pena dar uma conferida em imagens do Dark Funeral como quarteto, por exemplo.
Mas como não podia deixar de ser, o DVD 1 não é perfeito: em determinado momento, imagem e som ficam levemente fora de sincronismo. Além disso, os espectadores argentinos chegam a gritar “olê, olé, olé, olêêêêêê, Dark Fuuuuuneraaaaaaal...”. Para a banda, deve ter sido bastante interessante, por talvez não conhecerem esse tipo de grito de guerra, mas para nós, convenhamos, nada a ver com show de metal esse tipo de manifestação.
Por fim, é com pesar que digo que o DVD dos hermanos superou o nosso com folga. O show de SP deixou consideravelmente a desejar, mas resta o orgulho de ter sido gravado aqui no país. Por aí, apenas reforça-se a ideia de que o Brasil definitivamente é referência em grandes shows internacionais, em todos os estilos de rock, dos mais mainstream ao mais underground.
Dark Funeral – Attera Orbis Terrarum – Part II
Shinigami Records – 2011 - Suécia
DISC 1 (1/2)
LIVE IN BUENOS AIRES/ARGENTINA
OCT 06, 2006
01. Intro
02. King Antichrist
03. Diabolis Interium
04. Ravenna Strigoi Mortii
05. The Arrival of Satans Empire
06. Open the Gates
07. Vobiscum Satanas
08. 666 Voices Inside
09. The Secrets of the Black Arts
10. Attera Totus Sanctus
11. Hail Murder
12. Atrum Regina
13. My Dark Desires
14. An Apprentice of Satan
Professionally filmed with 5 cameras
Directed by Octavio Lovisolo
Editing & Online by Magnus Gillberg (Gillberg Films, Sweden)
Sound Engineering by Markus Miljand
Sound Recording by Erik Sjolander & Markus Miljand
Mixed by Erik “Candyrock” Sjolander & Orjan Ornkloo in Studio Wasteland (Uppsala, Sweden)
BONUS MATERIAL
01. The Dawn No More Rises (Chicago, IL 1997)
02. Satans Mayhem (Manhattan, NY 1997)
03. The Secrets of the Black Arts (Westland, MI 1999)
04. Shadows of Transylvania (San Bernadino, CA 2000)
05. Bloodfrozen (New York City, NY 2000)
06. An Apprentice of Satan (Hollywood, CA 2004)
07. King Antichrist (Los Angeles, CA 2007)
08. Diabolis Interium (Montreal, Canada 2007)
Previously unreleased amateur footage shot during Dark Funeral’s enormously successful tours throughout North America (1997-2007)
DISC 2 (2/2)
LIVE IN SAO PAULO/BRAZIL
SEP 23, 2006
01. King Antichrist
02. Diablois Interium
03. Ravenna Strigoi Mortii
04. The Arrival of Satans Empire
05. Open the Gates
06. Vobiscum Satanas
07. 666 Voices Inside
08. Attera Totus Sanctus
09. The Secrets of the Black Arts
10. Godhate
11. Hail Murder
12. Atrum Regina
13. My Dark Desire
14. An Apprentice of Satan
Professionally filmed with 6 cameras
Directed by Tribe Magazine (Ciero, Trek & Crew)
Editing & Online by Tommy Persson (Trendkill Productions)
Sound Engineering by Markus Miljand
Sound Recording by Erik Sjolander & Markus Miljand
Mixed by Erik “Candyrock” Sjolander & Orjan Ornkloo in Studio Wasteland (Uppsala, Sweden)
BONUS MATERIAL
01. My Dark Desires (Porto Alegro)
02. The Arrival of Satans Empire (Santiago)
03. Vobiscum Satanas (Guatemala)
04. Open the Gates (Mexico City)
05. Godhate (Campinas)
Previously unreleased amateur footage shot during Dark Funeral’s enormously successful tours throughout South America (2003-2006)

Tuff (Inferno Club, São Paulo, 13/08/11)



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Fotos por Ingrid Simmons
Mas nesse dia 13 de agosto, a Glamnation era mais especial ainda: a atração internacional convidada era a banda americana TUFF! Pela segunda vez no país, o vocalista Stevie Rachelle aterrizou por aqui acompanhado do baixista Todd “Chase” Chaisson, integrante da banda TUFF no álbum “What Comes Around Goes Around”, disco de maior sucesso do grupo, lançado em 1991.
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A casa abriu às 23hs e quem chegava já era recepcionado logo de cara tanto Rachelle quanto Todd, que ficaram no balcão de venda de camisetas e CDs, distribuindo autógrafos e tirando fotos. Como fez em 2006, Stevie trouxe bastante material para venda, não só do TUFF, mas também de seus outros projetos e fez questão de tratar diretamente com os fãs na hora de vender os diversos itens.
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Show mesmo só foi rolar por volta de 1 da manhã, com abertura da noite ficando por conta do SCARY VICE, grupo montado recentemente pelo guitarrista Chris Tailz (ex-SLEAZE VICE). Em quase uma hora de apresentação, o grupo serviu de aperitivo para a principal atração da festa, trazendo além de músicas próprias, alguns covers, do W.A.S.P. e JUDAS PRIEST.
Somente às 2:30h da madrugada Stevie apareceu no palco, acompanhado do baixista Todd, hoje muito longe da imagem que ostenta na capa do álbum “What Comes Around Goes Around”: os longos cabelos e as calças coladas foram trocados por um visual que se assemelha mais ao de um punk rocker. A dupla ainda escalou músicos locais para completar o line-up: Caio Gaona (bateria), Arthur Concer e Julio Mendoza (guitarras).
“God Bless This Mess” foi a música escolhida para dar início ao esperado show e “abençoar” todos os presentes, mostrando que Rachelle continua em plena forma e com gás de sobra, parecendo aquele menino que em 1987 assumiu os vocais do TUFF. Todd também não ficou atrás e assim como Stevie, esbanjou simpatia e talento ao tocar pela primeira vez para o público paulistano, trajando uma camiseta amarela com o nome do país escrito na frente.
Apesar do bom preço do ingresso por se tratar de uma banda internacional, o Inferno Club não estava cheio, o que permitiu imenso conforto para os presentes, que podiam se deslocar à vontade pelo local. O set list foi todo baseado em músicas dos álbuns “What Comes Around Goes Around” e “Fist First”, além da canção “American Hair Band”, uma grande homenagem aos principais nomes do Glam Rock e do Hard Rock.
Rachelle é o homem por trás do site MetalSludge.com e há tempos levanta a bandeira do gênero musical que o tornou conhecido, trazendo a São Paulo mais uma vez sua descontração e simpatia, o que certamente deixou todos os presentes muito satisfeitos.
A apresentação durou 1 hora e meia, encerrando-se às 4 horas da manhã, após o fechamento com a citada “American Hair Band” e covers do HANOI ROCKS, MÖTLEY CRÜE e POISON.
Stevie, como era de se imaginar, não podia deixar de fazer menção ao falecimento de Jani Lane, ex-vocalista do WARRANT, encontrado morto no último dia 11 de agosto. Durante o show, Stevie citou seu falecido amigo e prestou uma justa homenagem cantando trechos das músicas “Blind Faith” e “Heaven”.
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Agora só resta esperar pela próxima Glamnation, com a presença de outro nome internacional: o FASTER PUSSYCAT. Fica a torcida para que novas festas como essa ocorram e cada vez mais com grandes bandas do Hard Rock mundial dividindo o palco com músicos e artistas nacionais, sempre em nome do bom e velho Glam Rock.
Agradecimentos a Angelica Kernchen (New Gigs Assessoria em Comunicação) pela atenção e gentileza no credenciamento.
Banda:
Stevie Rachelle – vocal
Todd “Chase” Chaisson – baixo
Caio Gaona – bateria
Arthur Concer – guitarra
Julio Mendoza – guitarra
Set List:
1. God Bless This Mess
2. Spit Like This
3. Ruck A Pit Bride
4. In Dogs We Trust
5. I Hate Kissing You Goodbye
6. So Many Seasons
7. Good Guys Wear Black
8. Tied To The Bells
9. Dead, Jail or Rock N´ Roll (HANOI ROCKS)
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10. All New Genereation
11. American Hair Band
12. Live Wire (MÖTLEY CRÜE)
13. Talk Dirty To Me (POISON)
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