16 de agosto de 2011

Meu Jantar com Jimi - My Dinner With Jimi 2003








Em 1967, sexo, drogas e Rock & Roll dominavam a cena cultural. O álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles, explodia nas rádios e Jimi Hendrix mudava o curso da história da música com "Are You Experienced?". Mas foi uma pequena, e até então desconhecida, banda de rock da Califórnia chamada The Turtles que alcançou fama, fortuna e o topo das paradas, marcando sua geração com seu incrível sucesso "Happy Together".
Este charmoso e hilariante conto autobiográfico conta a ascensão dos Turtles, culminando com sua épica turnê em Londres e o inusitado jantar com Jimi Hendrix. Durante sua celebrada performance no renomado clube de rock The Speakeasy, a banda é alçada para o seleto círculo onde fazem uma parceria improvável mas eterna com a lenda do rock Jimi Hendrix. 


Dum Spiro Spero - Dir En Grey



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Seguindo a fórmula do álbum anterior, o disco abre com uma faixa instrumental (se não considerarmos as exclamações ouvidas ao fundo) e curta, "Kyoukotsu No Nari", seguida pela misteriosa "The Blossoming Beelzebub". Lenta, sombria e marcada por toques de órgão e gritos agoniados de KYO, é um prelúdio do que está por vir. O single "Different Sense" vem em terceiro, e é uma amostra da combinação vocais limpos + gritos agudos que KYO vem utilizando para caracterizar o som da banda.
""Yokusou Ni Dreambox" Aruiwa Seijuku No Rinen To Tsumetai Ame" e "Juuyoku" combinam todos os elementos das faixas anteriores com mais velocidade. É aí que Dum Spiro Spero começa a mostrar mais energia. "Shitataru Mourou" e o single "Lotus" desaceleraram um pouco o ritmo e preparam o terreno para "Diabolos", a mais longa do álbum, e certamente uma das melhores, tão boa que pode até competir com a também longa "Vinushka", do Uroboros.
"Akatsuki" é um respiro separando "Diabolos" da rápida "Decayed Crow", marcada por sons peculiares, meioeletrônicos, das guitarras de KAORU e DIE. E quando tudo indica que o álbum será todo gritos e riffs agressivos, eis que aparece "Vanitas", que pode ser considerada uma balada perto das outras faixas. KYO canta com uma emoção que chega a arrepiar. Para fechar a obra, "Ruten No Tou", que não traz nada de muito especial, mas termina com eficiência um dos melhores discos que a banda já fez.
Há ainda duas faixas bônus: uma regravação de "Rasetsukoku", lançada em 2000 no álbum Macabre; e uma versão sinfônica de "Amon", que adiciona elementos orquestrais à faixa. Ambas valem muito a pena serem ouvidas.
Se alguém tinha dúvidas quanto ao DIR EN GREY conseguir ou não fazer algo próximo do Uroboros, a resposta está aí, e é definitivamente sim, eles podem. Cada um dos membros se superou: KYO está cantando (e berrando) mais do que nunca. KAORU, DIE e o baixista TOSHIYA estão mais criativos do que nunca. O baterista SHINYA está mais técnico do que nunca. A banda está melhor do que nunca. É preciso ouvir algumas faixas mais de uma vez para absorver toda a musicalidade trazida pelo quinteto.
Abaixo, a faixa "Decayed Crow", uma das melhores do álbum.
Track-list:
1 - "Kyoukotsu No Nari" - 1:58
2 - "The Blossoming Beelzebub" - 7:35
3 - "Different Sense" - 5:03
4 - "Amon" - 4:03
5 - ""Yokusou Ni Dreambox" Aruiwa Seijuku No Rinen To Tsumetai Ame" - 4:49
6 - "Juuyoku" - 3:28
7 - "Shitataru Mourou" - 4:02
8 - "Lotus" - 4:03
9 - "Diabolos" - 9:51
10 - "Akatsuki" - 3:33
11 - "Decayed Crow" - 3:48
12 - "Hageshisa to, Kono Mune no Naka de Karamitsuita Shakunetsu no Yami" (remastered version track) - 4:03
13 - "Vanitas" - 5:27
14 - "Ruten No Tou" - 4:27
15 - "Rasetsukoku" (bonus track) - 4:37
16 - "Amon (Symphonic Ver., bonus track)" - 4:58

C'mon - B'z



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O resultado é um trabalho direto, bem-produzido, sem decepções, como a maioria dos álbuns do B'Z. Provavelmente, vai alcançar o topo das paradas japonesas, como fazem todos os discos da dupla desde o Risky, de 1990. O álbum é mais diversificado que o anterior, e traz alguns riffs e melodias que chamam a atenção de quem esperava o som um tanto repetitivo do Magic.
Destaque para a faixa-título e de abertura, "C'mon", que foi utilizada num comercial japonês da Pepsi; "Don't Wanna Lie", o segundo single, que ganhou um vídeo promocional (veja abaixo); "Dead End", que abre com uma melodia tensa e pesada se comparada ao resto do álbum; "Meimei", a balada mais marcante; "Too Young", com uma pegada jazz que lembra o som de Take Your Pick, o álbum vencedor do Grammy que TAK fez com LARRY CARLTON; e "Ultra Soul 2011", um remake do hit que a banda produziu em 2001.
Se por um lado não foi uma produção de tirar o fôlego, pelo menos trouxe alguns elementos que a dupla parecia ter pedido no último álbum. O vocalista KOSHI INABA mostra que o tempo parece não afetar a vozpoderosa e única de um cantor que já colaborou com SLASH e STEVE VAI.
Abaixo, o clipe do single "Don't Wanna Lie".
Track-list:
1 - C'mon
2 - Sayonara Kizudarake no Hibi yo
3 - Hitoshizuku no Anata
4 - Homebound
5 - Don't Wanna Lie
6 - Dareka
7 - Boss
8 - Too Young
9 - Pilgrim
10 - The Meister
11 - Dead End
12 - Meimei
13 - Ultra Soul 2011

Distorted - Necropsya



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Mantendo a mesma formação, agora o Necropsya está lançando o tão aguardado “Distorted”. E, assim como o oferecido pelo citado EP de 2010, este novo trabalho também oferece um maior leque de possibilidades sonoras se comparado à “Roars”. Ainda que fortemente influenciado pela estética Thrash, o grande lance por aqui é a capacidade de se trabalhar com as melodias e variação deritmos, onde cada músico desempenha um papel significativo para determinar o ambiente adequado e necessário às composições.
Assim, o Necropsya consegue imprimir algumas gratificantes características peculiares em sua música. Além da individualidade do repertório gerar faixas muito fortes como “Easy Target”, “Proud And Maggots”, “Head Up!”, “Kill´em” e a matadora “Son Of A Bitch”, certamente são as referências jazzísticas de “What The Hell?” que agradarão ao público que lamenta a saturação da cena underground e, consequentemente, sua compreensível falta de inovação.
Também é impossível não tecer as devidas considerações ao caprichado projeto gráfico em agradáveis tons claros, repleto de detalhes bem encaixados. E, ainda que o Necropsya afirme categoricamente que seja, antes de tudo, Thrash Metal, sua proposta é flexível o suficiente para se distanciar de rótulos e subgêneros. Fica a sugestão em conferir “Distorted” e tirar suas próprias conclusões – a banda é excelente!
Formação:
Henrique Vivi - voz e baixo
Henrique Bertol - guitarra
Celso Costa - bateria
Necropsya – Distorted
(2011 / independente – nacional)
01. Easy Target
02. Proud And Maggots
03. Ask Myself
04. Kill´em
05. Son Of A Bitch
06. Sorry
07. What Remains For You
08. Head Up!
09. Individual
10. Utopia
11. What The Hell?
12. Distorted
13. Stress

Ascension Of Ules - Crushing Axes



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Disse bem o músico, talvez. Porque o projeto vai para todos os lados, trafega pelo death, pelo heavy, pelo ambient, pelo sinfônico, pelo thrash e outros estilos. Enfim, vai do épico ao pós-moderno, uma salada bem diversificada. Bom, no fundo, o projeto teve a proeza de fugir de rótulos.
Nas 12 músicas, divididas em três atos, há bastante contraste entre partes pesadonas e outras quase baladas acústicas, sem contar o teclado, que tem um peso enorme nas composições. Abusando tanto desse recurso, por vezes o som perde um pouco do punch.
Ainda segundo Rodrigues, “é um trabalho conceitual sobre um deus banido do além, ele passa a vagar na terra sem memória”. Uma pena o material para download não vir com letra, já que a declaração deixou certa curiosidade no ar.
A gravação não é uma maravilha, soa um pouco abafada e meio eletrônica demais, sendo que nas poucas partes velozes, o chimbau da bateria some, e as guitarras, quando distorcidas, lembram um timbre de discos dos anos 80.
Para quem quer conhecer algo ao mesmo tempo pesado, extremo, experimental e viajante, a Crushing Axes pode ser uma boa pedida. O link para download está aí embaixo.
Crushing Axes - Ascension Of Ules
Independente – 2011 – Brasil
http://www.myspace.com/crushingaxes
Playlist:
ACT I - Decadence Of Evil
1 - Decay Of The Almighty (3:59)
2 - Awakening (3:33)
3 - Long Way To Nowhere (2:09)
4 - Journey Through The Dark (2:33)
ACT II - Banned Pilgrim
5 - Abyss Of Death (3:16)
6 - Misanthropy (3:19)
7 - Flagellated Mind«Feat-Jessica Araujo» (3:08)
8 - Bloodpaint (2:58)
ACT III - Ashes Of Divinity
9 - A Flash Of Memories (3:13)
10 - The Return«Invading The Garden» (1:07)
11 - Sweet Killing (1:03)
12 - Final Consideration(Vazio) (2:52) Total Length (33:10)

Kaapora (EP) - Kaapora



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A Kaapora faz uma mescla de estilos, passando pelo death metal e hardcore, os mais evidentes, além também do thrash e de uma pitadinha de grind. Em outras palavras: o produto é bruto. Já na faixa de abertura – “The Second Wave of Sorrow”, o gutural de Maidl impõe muito respeito, e o instrumental capricha na execução. Daqueles sons que abrem rodas em shows.
As outras composições também empolgam, com os holofotes voltados para “Awaking the Dead”, a que mais traz toda a salada musical da Kaapora. A melhor do EP, além da citada faixa inicial.
As músicas da Kaapora não priorizam grande velocidade, concentrando-se na estrutura trabalhada das composições. Vez ou outra, o conjunto dispara nos blast beats, mas verdade seja dita, funciona melhor nas levadas mais cadenciadas, especialmente nas batidas mais hardcore.
As guitarras destilam riffs simples e pesadões, arrastados às vezes. Nada demais, só que nem por isso deixam de ser bons. O baixo acompanha tudo e dá uma boa encorpada nas músicas, enquanto a bateria trabalha também de forma simplificada, mas competente.
O encarte que vem no download (link aí embaixo) é rústico e até um tanto primitivo, mas completo. A qualidade de gravação é suja e também preocupada com o peso das canções. Bem legal.
Para os apreciadores da música extrema, vale a pena uma conferida nesse material para saber o que os brasileiros estão aprontando lá fora. A Kaapora demonstra sinais de que veio para ficar. Segundo seu release, o primeiro full-length vem no início do ano que vem. É esperar para ver.
Kaapora – Kaapora (EP)
Independente – 2011 - Alemanha
http://www.myspace.com/kaapora
Tracklist
01 second wave of sorrow
02 the day I left the dust
03 yellow teeth
04 exsistence and sickness
05 awaking the dead

Vengeance - Rods



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Ainda que fosse norte-americano de New York, o The Rods sempre fez questão em soar orgulhosamente como uma típica banda européia do velho NWOBHM. Agora, com os mesmos bons camaradas Garry Bordonaro (baixo) e Carl Canedy (bateria), o power trio está liberando “Vengeance”, registro que evidentemente mantém a mesma configuração de seus antigos trabalhos.
Ou seja, Heavy Metal com saudáveis pitadas de Hard Rock, tudo desprovido de frescuras, mas agressivo e melódico na medida certa. E o trio continua em forma, explorando riffs cativantes, um baixo pronunciado e uma bateria segurando todas as pontas, e até mesmo as linhas de voz de Feinstein continuam nada impressionantes, mas funcionais à proposta. E esse conjunto de fatores comprova que o The Rods continua fazendo música significativa.
É claro que muitos dos holofotes estarão sobre “The Code”, que conta com a voz do falecido Dio, mas a realidade é que esta canção está longe de ser considerada como um grande destaque, assim como algumas outras dispersas pelo repertório. Quem conquista as atenções rapidamente, pela simplicidade e eficiência, é “Raise Some Hell”, “I Just Wanna Rock”, “Let It Rip”, “Running Wild” e a própria “Vengeance”.
Sem nenhuma surpresa, o The Rods se mostra fiel às raízes e com um álbum muito bom após nada menos do que 25 anos afastado do circuito musical. Nada mal mesmo! “Vengeance' é recomendado ao público que curte o Heavy Metal e Hard Rock com toda a velha tradição européia – e evidentemente a audição requer como acompanhamento um portentoso caneco de boa cerveja!
Formação:
David 'Rock' Feinstein - voz e guitarra
Garry Bordonaro - baixo
Carl Canedy - bateria
The Rods - Vengeance
(2011 / Niji Entertainment Group – importado)
01. Raise Some Hell
02. I Just Wanna Rock
03. Rebels Highway
04. Ride Free Or Die
05. The Code (vocals de R.J. Dio)
06. Livin' Outside The Law
07. Let It Rip
08. Fight Fire With Fire
09. Madman
10. Running Wild
11. Vengeance

Vincebus Eruptum - Blue Cheer



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Imagine agora em plena ressaca psicodélica em que artistas tão díspares como Jefferson Airplane, Grateful Dead, Arthur Brown, Jimi Hendrix Experience, Traffic, Donovan, Quicksilver Messenger Service (só para citar nomes famosos) dominavam as paradas de sucesso, um grupo que tocava mais alto que Cream e Hendrix juntos a ponto de ganharem o cognome de “grupo mais alto que Deus”.
Tal grupo existiu? Sim!!! Seu nome: Blue Cheer, também o nome de uma marca de LSD poderosíssimo vendido na época, por sua vez copiado de uma marca de sabão em pó.
O grupo, originalmente um sexteto, estava na ativa desde 1966, entretanto após sucessivas mudanças de formação em 1967 se estabelecem com um Power Trio com: Leigh Stevens na guitarra, Dickie Peterson no baixo e Paul Whaley na bateria. Todos tinham passagem por grupos menores (alguns como o Oxford Circle e Group B chegaram a fazer algum sucesso) e tinham musicais estilos bem consolidados.
De fato não podemos negar que desde os primórdios do rock existiam bandas com aspirações musicais mais pesadas: Yardbirds, Kinks (e os powerchords de hits como “You Really Got Me” e “All Day And All Of The Night”), o próprio Jimi Hendrix Experience, o subestimado Link Wray (haja vista seu pioneirismo em “Rumble” de 1958), entre outros. Porém quando assunto era esporro sonoro nenhum destes grupos superava esse pesado trio norte americano.
O Blue Cheer bem como Jimi Hendrix e Cream tinham as mesmas raízes musicais: o Blues. Entretanto, como disse certa Stevens o que a banda fez foi distorcer, contorcer, “entortar”, enfim maltratá-lo a ponto de deixa-lo irreconhecível. Para se ter uma ideia do arrombo sonoro do caras, reza a lenda que eles teriam estourado o equipamento de som na primeira tentativa de gravar seu disco de estreia e seus shows eram tocados com tanta potência, que alguns fãs reclamavam que daquela maneira acabariam surdos. E realmente não era brincadeira a maneira pela qual o Blue Cheer se apresentava e parecia impossível que apenas três caras em cima de um palco pudesse produzir tamanho estrago.
No final de 1967 o grupo consegue um contrato com a Phillips e em janeiro de 1968 é lançado um das maiores pérolas do Rock de Garagem sessentista: o seminal “Vincebus Eruptum”.
“Vincebus Eruptum” abre com uma versão (ou melhor dizendo uma reinvenção) abissal do clássico “Summertime Blues” de Eddie Cochran. Com sua marcante introdução “roubada” na cara dura da também clássica “Purple Haze” de Jimi Hendrix e os insanos vocais de Dickie Peterson, a canção é um dos primórdios do que anos mais tarde seria conhecido como Heavy Metal. Foi lançada como single e é responsável pelo sucesso do disco que alcançou a 11ª posição nas paradas americanas, uma ótima colocação para uma banda então novata. Para muitos esta é a melhor versão desta canção registrada em disco superior até mesmo a poderosa versão do The Who presente no álbum “Live At Leeds”.
“Rock Me Baby” cover de B.B. King leva a eletrificação do blues urbano até as ultima consequências. Já “Doctor Please”, a primeira composição de Peterson no disco, sugeria que ele precisava de ajuda médica tamanha a pancadaria sonora de quase 8 minutos de duração.
“Out Of Focus” mostrava o lado mais “acessível” da banda com um riff pegajoso permeando toda a música, e foi usada como lado B único single extraído do disco que tinha “Summertime Blues” como lado A.
O disco segue com outro cover “Parchment Farm” em uma versão que certamente causaria espanto em seu autor Moose Alison, tamanha a fúria com que é executada a canção. “Second Time Around” de Peterson é sem a dúvida a canção mais bruta do álbum. Com longas passagens instrumentais temos aqui a banda mostrando toda a selvageria de seu som com andamentos disformes (com direito a lisérgicos solos de bateria), paradas bruscas e solos extensos de guitarra altamente saturados com distorção e microfonia.
Foi a partir de “Vincebus Eruptum”, que as músicas ficaram Heavy de verdade. Quer gostemos ou não, foi o “Blue Cheer” com o seu tosco debute que definiu as diretrizes básicas do Hard Rock/Heavy Metal aprimorado anos mais tarde por bandas como Deep Purple e Led Zeppelin. Estão aqui os vocais ultra-agressivos de Peterson, a guitarra extremamente distorcida de Stevens, uma cozinha poderosa tocando no ultimo volume, longas passagens instrumentais com intervenções solos de baixo, guitarra e bateria (bem antes de isto de isto se tornar mero exibicionismo); tudo isso bem temperado com altas doses de blues.
Na época da sua estreia discográfica a banda foi altamente criticada por seu som sujo e nada psicodélico, onde o que menos importava era a técnica, o que valia mesmo era soar o mais pesado possível. Mas era justamente nestes “três acordes” que residia seu maior mérito e até hoje a banda é considerada pioneira no crossover entre o Heavy Metal e o Punk encontrando paralelo apenas em grupos como MC5 e Stooges.
Como disse Sergio Babo na brilhante resenha do disco presente na edição de julho de 94 da revista Showbizz: “... e foram tudo aquilo que a turma de Seattle, neo-hippies e afins tentaram ser, mas nunca conseguiram.” Precisa citar algo mais?
Lado 1.
1. Summertime Blues
2. Rock Me Baby
3. Doctor Please
Lado 2
1.Out Of Focus
2.Parchman Farm
3.Second Time Around

Reggata De Blanc - Police



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“Reggata De Blanc” é o segundo álbum da banda lançado em 1979. Este disco marca uma reviravolta no cenário musical do inicio dos anos 80 ao misturar a energia do Punk Rock a elementos minimalistas do Reggae. O próprio nome do disco é um trocadilho que poderia ser traduzido com “Reggae de branco”.
No álbum nota-se uma clara evolução musical do grupo em relação ao disco de estreia, devido em sua maior parte a modernização dos equipamentos da banda. Merece uma especial atenção o baterista Stewart Copeland que em sua bateria incorporou efeitos eletrônicos próprio do instrumento. Isto o permitiu extrair de seu instrumento um som totalmente inovador para a época.
Este álbum é o grande responsável por fazer a banda cair nos braços do grande público e veio embalado pelos hits “Message In A Bottle” e “Walking On The Moon”.
E por falar em clássicos o disco abre com “Message In A Bottle”, sem dúvidas a maior canção do trio inglês. Em uma de suas composições mais inspiradas, Sting usa a metáfora de um náufrago cercado por um milhão de missivas de outros náufragos em garrafas para discursar sobre a solidão. A canção é embalada por um dos riffs mais memoráveis do Rock tão inesquecível quanto o de “(I Can’t No) Satisfaction” dos Rolling Stones ou “Paranoid” do Black Sabbath.
“Reggata De Blanc” traz um excelente trabalho de Sting no baixo e Copeland na bateria, em um momento mais descontraído com interessantes passagens vocais.
“It’s Alright For You” tem um ritmo dançante típico do Reggae, e novamente temos Summers com um excelente Riff de guitarra. A faixa também conta com um refrão inspirado que certamente permanece muito tempo na cabeça do ouvinte.
Em “Bring On The Night” é a vez de Copeland brilhar no disco, dando uma verdadeira aula em sua em sua bateria ao criar um ritmo bem dançante, reassaltando claras influencias jazzísticas. A faixa ainda possui um excelente trabalho de Sting no vocal (com ótimos backing vocais no refrão) e de Summers na guitarra conferindo certa elegância à música.
Já em “Deathwish” a banda flerta com os climas mais sombrios em todo o disco e mais uma vez a cozinha do Police mostra todo o seu potencial. O entrosamento entre Sting e Copeland é algo fantástico e isso se reflete diretamente ótimas nas canções do The Police.
A próxima canção é nada mais que “Walking On The Moon” outra canção que indelevelmente marcaria a carreira do grupo inglês. Copeland e Sting criam uma batida econômica perfeita para que Andy Summers desfile um de seus melhores riffs de guitarra em sua carreira com o trio inglês.
“On Any Another Day” é a melhor composição de Copeland no Police. Aqui temos a banda criando uma maravilhosa crônica do modo de vida urbana, destaque para a melodia bem elaborada e para os ótimos vocais na canção. Clássica!!!
“The Bed’s Too Big Without You” é uma das tristes composições de Sting, porém combina perfeitamente com a melodia mais alegre da canção trazendo claras influencias do Jazz.
“Contact” é o momento de Sting brilhar no disco com sua linha de baixo arrepiante, demonstrando sua grande capacidade criativa.
A variedade sonora deste disco é algo impressionante e “Does Everyone Stare” é de uma sofisticação impressionante, mostrando mais uma vez a competência da banda como um todo em um momento mais experimental.
Em “No Time This Time” a banda flerta com elementos do rock mais básico, é uma das músicas mais “aceleradas” do disco.
Como já dito anteriormente o Police é uma peça fundamental para se compreender melhor o Rock dos anos 80, e grande parte da influência da banda sobre as demais neste período é devido ao álbum “Reggata De Blanc”, apontado por muitos fãs como o melhor trabalho do trio inglês.
O leitor pode ter certeza que ícones dos idos anos 80/90 como Skank, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, entres outros ouviram muito este disco e ele ainda continua fazendo escola entre grandes nomes do rock que mesclam sonoridades cruas com ritmos mais dançantes.
Item essencial em uma boa Discografia Básica.

Great Southern Trendkill - Pantera



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A cada disco os americanos cresciam, como banda, e tornavam seu som ainda mais pesado que no lançamento anterior. "Far Beyond Driven" (1994) apresentou excelentes vendagens para um trabalho tão agressivo, principalmente se condiderarmos que foi uma época em que o grunge dominava o mainstream. A expectativa para o próximo registro era forte: será que lançariam algo ainda mais brutal?
Bastam os 10 primeiros segundos da faixa-título, que abre o álbum, para responder essa pergunta. A introdução, que beira o grindcore, logo cede espaço para os tradicionais riffs grudentos do grande guitarrista Dimebag Darrel. No final, a sessão de solos, em nada lembra a agressividade do início da faixa que, em seu título, faz alusão a origem sulista da banda e a vontade em "destruir" o que estava na moda, na música, naquela época. A letra dessa faixa é pura agressão e ela, por si só, poderia ser responsável pelo boicote que o álbum sofreu nos meios de comunicação na época - claro que a banda ajudou muito: se negando a dar entrevistas, por exemplo - pois ataca as revistas especializadas e a própria MTV.
"War Nerve" logo nos primeiros riffs mostra o porquê de Dimebag ser considerado uma grande influência no metal moderno: a baixa afinação aliada a dissonâncias tornaram-se a marca registrado do guitarrista. Isso claro, somado ao peso - e que peso - do baixo de Rex Brown e a incrível interação de Dimebag com o seu irmão, o baterista Vinnie Paul. Aqui há a segunda participação - a primeira ocorreu na faixa-título e a segunda durante "Suicide Note Part. II" -, do hoje finado, vocalista do "ANAL CUNT" Seth Puntnan - que ajudou Anselmo com alguns gritos.
Um Phil Anselmo, gritando como nunca e ainda mais insano, dá a alma em letras ainda mais tortuosas e soturnas que qualquer coisa que a banda já tenha feito. Paralelamente ao lançamento do álbum o "Pantera" não vivia uma fase harmoniosa, principalmente por parte de Phil Anselmo que estava no ápice de sua dependência química. A situação chegou em níveis tão extremos que para que "The Great Southern Trendkill" visse a luz do dia, a banda precisou separar-se do vocalista - que gravou o disco sozinho no estúdio do músico Trent Rezno ("Nine Inch Nails"). Some o fato do vocalista estar envolvido com inúmeros projetos musicais, sendo um deles o "DOWN" - com o baixista Rex Brown - que tomou rumos maiores que o inicialmente previsto.
Mesmo com toda a acidez da banda com a mídia, esse álbum ainda rendeu um clipe: "Drag the Waters" foi a música escolhida. Trata-se de uma composição boa e marcante baseada num riff realmente interessante. Todavia, sua repetição tornam tal canção uma das mais fracas do disco.
Surpreendendo o ouvinte, na quarta faixa, surge a primeira balada do disco. "'10's" é uma das melhores - e mais injustiçadas - composições presentes no álbum. A letra, claramente, trata da questão do vício de Anselmo e o solo... o que falar do solo? Apenas ouça. Possui uma classe e pegada única. Um dos melhores solos de Dimebag e que compete diretamente com "Floods" (nona canção) para o melhor do álbum.
Bem... O que falar de "Floods"? Considero essa faixa uma das mais únicas na carreira da banda e do metal. Assim como a "10's" é uma balada, porém possui mais variações e "climas" durante seu decorrer, mas é claro tenho que destacar o riff pesado, baseado em alavancadas, e o grande solo que surge quase no fim da música. Sendo este solo muito lembrado em inúmeras votações como o melhor já criado pelo guitarrista. Recomendo o ouvinte que preste atenção na conclusão da música, pois é um grande momento de inspiração. A maneira como Rex Brown completa a guitarra nessa música também merece ser citada.
Voltando às faixas mais pesadas, temos "13 Steps to Nowhere" - que riffs, que bateria! - e "Living Through Me (Hells' Wrath)".
Logo na sexta faixa temos a primeira sequência de "faixa-gêmeas" com Suicide Note Part I. Essa primeira parte é calma, possui algumas dobras de vocais em harmonias e Dimebag troca sua guitarra por um violão de 12 cordas. Incrível como os efeitos passam nessa balada, que possui uma certa influência do southern rock/country, um clima de desespero que sincroniza com a letra.
A banda conseguiu criar um disco ótimo, anti-comercial, pesadíssimo e completo. "The Great Southern Trendkill" é um disco difícil de digerir, mas que tem uma tendência forte a te cativar mais a cada audição. Mesmo não sendo um dos álbuns mais indicados para se conhecer o "Pantera", - e podendo assustar nas primeiras audições, principalmente em quem é ligado na fase mais antiga do grupo, por conta da agressividade - esse álbum não merece ser esquecido.
"The Underground In America" e "(Reprise) Sandblasted Skin" - que é uma espécie de continuação da faixa anterior - encerram com o mesmo nível de violência dos segundos iniciais desse disco que é um dos mais brutais e agressivos já lançados no metal. Sim, mais brutal e agressivo que muito black/death metal por aí, e num contexto histórico desfavorável, visto que se o "Pantera" lançasse algo mais comercial poderia ter crescido no mercado, ao invés de seguir na direção oposta. Tente pensar no rumo que as bandas similares, de thrash e heavy metal, tomaram nessa época...
Formação:
Phil Anselmo - vocal
Dimebag Darrel - guitarras
Rex Brown - baixo
Vinnie Paul - bateria
Tracklist:
1. The Great Southern Trendkill 03:46
2. War Nerve 04:53
3. Drag the Waters 04:55
4. 10's 04:49
5. 13 Steps to Nowhere 03:37
6. Suicide Note, Pt. I 04:44
7. Suicide Note, Pt. II 04:19
8. Living Through Me (Hell's Wrath) 04:50
9. Floods 06:59
10. The Underground in America 04:33
11. (Reprise) Sandblasted Skin 05:39
Tempo total: 53:04

Revolution Day - Tora Tora

Para quem nunca ouviu falar, o Tora Tora teve origem em Memphis, Tennessee em 1985, com Anthony Corder (vocais, guitarra), Keith Douglas (guitarra), Patrick Francis (baixo) e John Patterson (bateria). O nome do quarteto faz mais referência à música “Tora! Tora!”, do álbum Women and Children First (1980) do Van Halen, que ao código usado pelos japoneses no ataque a Pearl Harbor. No tempo em que permaneceu ativo, o Tora Tora lançou os discos Surprise Attack (1989) e Wild America (1992) – ambos com baixa expressão nas vendas – e deixou um terceiro álbum gravado.





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Quase 20 anos depois de ser colocado na gaveta, Revolution Day finalmente verá a luz do dia. A responsável pelo “desengavetamento” – a fim de combater gravações piratas de má qualidade que vazaram na internet – é a mesma FNA Records que lançou três CDs de outtakes e raridades do Tora Tora em 2009. Foi feito todo um trabalho de remixagem e masterização em cima das fitas originais, e o encarte conta com informações detalhadas sobre a gravação do álbum. No texto, o vocalista Anthony Corder atribui o engavetamento ao 'fellow' Kurt Cobain, inimigo número um da geração oitentista.
Em termos de som, o Tora Tora nunca negou suas raízes. A veia blueseira sempre pulsou forte no quarteto de River City de modo a permitir comparações com Black Crowes, Cry of Love e Quireboys, só para citar os mais conhecidos. Em Revolution Day, essa influência do blues toma a linha de frente e ainda traz consigo o bom e velho country, além, é claro, do rock dos anos 60 e 70, principalmente do Led Zeppelin.
O álbum começou a ser escrito na estrada, enquanto o Tora Tora cumpria as últimas datas da turnê de Wild America. Munidos de muita frustração com as mudanças recém ocorridas na indústria fonográfica, Corder e companhia nos apresentam aqui suas letras mais maduras. O vocalista, em especial, está cantando que é uma coisa de louco, imprimindo um sentimento capaz de tirar leite de pedra. Outro detalhe que chama atenção é a afinação mais baixa das guitarras, o que confere ao som um peso bem interessante.
Do repertório de 12 faixas, destacam-se a incendiária faixa-título, “Mississippi Voodoo Child” (já ouviram hair metal com gaita?), a quase mística “Candle and the Stone”, “Blues Come Home to You” por tudo que sintetiza, “Shelter from the Rain” e seu potencial de entrada em uma dessas coletâneas 'monster ballads' da vida, o clima de casa de jazz em “Memphis Soul” (com direito a um sax pra lá de maroto) e “Out of the Storm”, que é pura explosão ao longo dos seus quatro primeiros minutos para depois desaguar em um belíssimo dueto de violões, encerrando o álbum, propositalmente, em clima de despedida.
É importante dizer que algumas faixas apresentam leves cliques – talvez por desgaste nas fitas originais, o que é irreparável –, mas não é nada que comprometa a audição, visto que ambas - remixagem e masterização - foram feitas com o maior capricho do mundo.
Se tivesse sido lançado em 1994 conforme planejado, Revolution Day teria passado ainda mais despercebido que seus antecessores e apenas atrasado em mais um ano a separação do Tora Tora. É óbvio que hoje em dia o álbum não causará burburinho, mas, pelo menos, irá fechar o ciclo de uma banda que, se não teve oportunidade e nem suporte para estourar, pelo menos permanece viva na memória dos aficionados e saudosistas de plantão.
Revolution Day é mais um Cold Case do rock encerrado.
1. Revolution Day
2. Mississippi Voodoo Child
3. Candle And The Stone
4. Blues Come Home To You
5. Time And The Tide
6. Shelter From The Rain
7. Living A World Away
8. Rescue Me
9. Little Texas
10. Memphis Soul
11. Me And You
12. Out Of The Storm

Let’s Fuck and Drink - Murder



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E a putaria já começa no título do trabalho. Depois, você observa a capa (peguei a censurada do próprio Myspace do grupo) e contracapa da demo e pensa se tratar de algo do nível de bandas como as Velhas Virgens. Não estou menosprezando o Velhas, que fique bem claro. Mas a capa é a cara deles.
Enfim, e já pensando que seria um som debochado e tosco, eis que me espanto ao constatar a qualidade que esse disco possui. Incrível! Os caras levam o trabalho muito a sério, e suas habilidades são realmente surpreendentes. Sim, o baterista é tão bom fiquei na dúvida se não seria na verdade uma bateria programada. Só tive certeza ao checar novamente o Myspace da Murder.
Quanto às canções em si, são muito bem acabadas e criativas, com estruturas ricas e cativantes. Estão mesmo de parabéns pela técnica.
São cinco músicas, sendo uma instrumental, que exemplificam o fato de não se dever julgar as coisas pela capa. E vira e mexe, eu cometo esse erro. No link para download aí embaixo, o material não conta com letras, mas lendo mais uma vez no Myspace o final da biografia, mais especificamente no trecho “conta com 5 faixas do mais sexualmente e alcoólicamente (sic) sujo Thrash/Death Metal ... para estourar tímpanos de bangers bêbados sedentos por barulho”, você começa a rir à toa. Hilário!
A gravação remete às bandas do final dos anos 80 e 90, com uma sonoridade suja, mas ao mesmo tempo completamente audível. O vocal de Thiago Silva inclusive é uma mistura de Mille Petrozza (Kreator) com o da lenda Wagner Antichrist (Sarcófago).
Legal também é poder falar do profissionalismo e do bom humor (por vezes negro) desse pessoal. Apesar da arte gráfica apelativa, as redes sociais da Murder, por exemplo, são bem acabadinhas e tal. E também é interessante saber que em uma cena tão extrema e radical que é a underground, existe uma banda com uma proposta diferente assim.
Que a Murder prossiga firme e forte, e nos presenteie com outras surpresas como essa agradável demo.
Murder – Let’s Fuck and Drink
Independente – 2011 – Brasil
http://www.myspace.com/murderhdc
TRACKLIST
Back to the madness
Hail the hordes
Let’s fuck and drink
Prelude to hangover
Rude awakening (single)

Black Label Society (HSBC Brasil, São Paulo, 13/08/11)


Texto: Durr Campos. Fotos: Edi Fortini
O acesso ao local não foi dos melhores, mas chegando à casa os percalços perderam a importância haja vista a enorme quantidade de fãs nas imediações e a vibração bacana no ar. Alguns pareciam até sósias do próprio Wylde; outros me remeteram aos Hell’s Angels. Enfim, o clima combinava perfeitamente com a principal temática abordada pela banda: bebedeira.
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Inicialmente agendado para maio, pontualmente às 22h o BLACK LABEL SOCIETY  já estava no palco. O peso das guitarras era descomunal, ao ponto de embolar um pouco e encobrir as vozes. O início foi arrebatador com as empolgantes e grudentas “Crazy Horse” (2010) e “Funeral Bell” (2003), dos álbuns Order of the Black e The Blessed Hellride, respectivamente. Sem piscar “Bleed for Me” e “Demise of Sanity” (ambas do 1919 Eternal, de 2002) provocaram a plateia, que cantou durante toda a apresentação do BLS, diga-se. Neste momento ouvimos um trechinho do hino “Superterrorizer”, inacreditavelmente a única do clássico Stronger Than Death (2000) tocada.
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Os integrantes do grupo possuem pleno domínio de cena, com destaques para o ensandecido baixista John DeServio (também no Cycle of Pain) e o guitarrista Nick Catanese, único ao lado do Zakk que jamais deixou a banda. Breves agradecimentos ao público e tome mais porrada! O hino “Overlord” foi brilhantemente executada, assim como “Parade of the Dead”, duas das minhas canções favoritas no Order of the Black. Àqueles que sentiam-se frustrados pela ausência de material antigo no repertório, uma grata surpresa em “Born to Lose”, do debut Sonic Brew, de 1998. Muitos pescoços foram castigados ali, mas não havia um rosto sequer que demonstrasse arrependimento por conta do headbangin’.
Wylde apresenta a banda, que é completada por Mike Froedge, cumprimenta cada um deles individualmente e senta-se em frente ao teclado. Após uma belíssima introdução, era hora da balada “Darkest Days” acalmar os ânimos, apesar da exaltação da plateia, ávida a não perder uma palavra sequer. “Fire it Up”, a seguinte, talvez tenha sido a que mais causou impacto junto aos fãs; os versos “Fire It Up/ Let the engines roll/ It's time to burn it down” nunca soaram tão poderosos. A banda trocava olhares no palco entregando – de modo bastante espontâneo – a satisfação por estar ali. Sem perder tempo Zakk emenda seu solo de guitarra. Um tanto longo, mas serviu para o rapaz mostrar seus dotes musicais ao público (como se isso fosse realmente necessário). Em minha opinião, uma parte do show que poderia ser reduzida, no mínimo, pela metade. Só por isso o set-list ganharia, pelo menos, mais uma música.
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Não tem jeito, as bandas sempre deixam as melhores cartas na manga para soltarem no final. A primeira delas, “Godspeed Hell Bound”, não só arrancou gritos como se mostrou candidata a não sair do repertório por tão cedo. Em “Suicide Messiah”, um dos roadies do grupo entrou em cena para reforçar o coro. Detalhe: com um megafone! O que já era um dos grandes hits do BLACK LABEL SOCIETY ganhou tons de humor e descontração. De volta a 2006, o álbum Shot to Hell é lembrado através de “Concrete Jungle”, numa versão pesadíssima e mais acelerada. O final, como de costume já há algum tempo, trouxe a clássica “Stillborn”, que parece realmente ter sido composta para fechar as apresentações.
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Uma vez um amigo descreveu o BLACK LABEL SOCIETY como a versão “barra pesada” do Lynyrd Skynyrd, um dos expoentes mundiais no quesito Southern Rock, elemento bastante apreciado Zakk Wylde & Cia. Eu concordo, mas há muito de Black Sabbath e da própria carreira solo de Ozzy nas composições de Zakk. E não é exagero: o cara acabou mesmo pegando aquele jeitão de cantar do Príncipe das Trevas.
Set-list:
1. New Religion (introdução no piano)
2. Crazy Horse
3. Funeral Bell
4. Bleed for Me
5. Demise of Sanity (com trechos de “Superterrorizer”)
6. Overlord
7. Parade of the Dead
8. Born to Lose
9. Darkest Days (precedida por um solo de piano)
10. Fire it Up
11. Guitar Solo
12. Godspeed Hell Bound
13. The Blessed Hellride
14. Suicide Messiah
15. Concrete Jungle
16. Stillborn
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Týr (Music Hall, Belo Horizonte, 29/07/11)



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Mas antes deste momento, a noite de sexta-feira foi agitada por dois nomes nacionais do folk metal: o Barbarian Warriors in Search of Wisdom e o Iron Woods. A primeira entrou no palco com uma longa Intro e mostrou, além de todos seus apetrechos como espadas, escudos e machadinhas (tudo bem ao estilo guerreiro viking), um som extremo com características da música folk e que destaca também a cultura da antiguidade brasileira, não focando apenas na cultura celta, viking etc. O Barbarian foi criado em Campinas, está instalada em Belo Horizonte e tem hoje da formação original apenas Crom, vocalista e guitarrista e mais dois outros músicos convidados (no baixo e bateria).
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Após encerramento deste primeiro show, era hora do Iron Woods de Taubaté se apresentar. Mas não pudemos ver muito da banda, devido ao pouco tempo destinado aos mesmos. Fato triste que foi muito lamentado pelos membros que queriam e tentaram mostrar mais de seu som ao público mineiro. Apenas cinco músicas compuseram o set do Iron Woods que também subiu ao palco com vários apetrechos remetendo aos guerreiros vikings, assim como o Barbarian. Apesar deste mal-estar, Holykran e os demais membros se disseram muito satisfeitos com a recepção do público mineiro e ao suporte que, principalmente, Crom, do Barbarian, deu a eles em BH.
O público foi parte importante neste primeiro ‘BH Folk Metal’ realizado. Mesmo que em pequeno número, era formado por pessoas muito fanáticas que prestigiaram e participaram ativamente dos shows das bandas escaladas – até triste ver um show tão vazio pela produção que foi armada. Além disso, Minas Gerais tem o maior expoente do gênero no Brasil: o Tuatha De Dannan. Por esses motivos, era esperado que mais admiradores da música folk metal e amantes do metal em geral comparecessem ao Music Hall. De qualquer forma, a empolgação dos ali presentes foi muito grande não só no show dos headliners, mas também nos shows do Barbarian Warriors e Iron Woods.
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O ápice da noite estava por vir quando o show do Iron Woods foi encerrado às pressas, minutos após a virada da sexta (29) para o sábado (30). E, em cerca de 50 minutos, o Týr subiu ao palco esbanjando energia. Surpreendentemente, sem nenhuma “bugiganga” ou utensílios de guerreiros (armaduras, espadas ou escudos) para compor o palco, como podemos ver em fotos promocionais. O Týr tem em sua sonoridade características bem fortes da cultura viking mesmo sem utilizar instrumentos incomuns em bandas de metal, como flautas e nem mesmo abusa dos teclados. Essa ausência faz o som ser sempre um heavy metal bem tradicional, com uma pegada progressiva e um incremento a mais no som que a põe na categoria de folk metal, é, realmente, muito interessante.
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A apresentação fez parte de uma turnê mundial para promoção do disco “The Lay of Thrym” (lançado em 2011) que tem datas em países como Alemanha, República Tcheca e França.
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A abertura do show foi com a primeira faixa deste CD, a “Flames of the Free”. Porém, a montagem do setlist foi bem democrática e abrangeu praticamente toda a carreira do grupo.
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Difícil eleger um ponto alto durante o show, pois o público agitou em todos os momentos e em todas as músicas. A mesma agitação e empolgação veio do palco, criando uma química muito forte entre banda e fãs. O frontman, Heri Joensen (guitarra e vocal) sempre simpático e o baixista (e bem maluco) Gunnar são mestres em presença de palco.
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Se tentarmos, mesmo assim, definir qual foi o ponto alto da apresentação, pode-se dizer, sem medo, que foi o encerramento com duas do disco “By the Light of the Northern Star”, de 2009. “Hold the Heathen Hammer High” já é ‘um soco na cara’ no CD e funciona perfeitamente ao vivo. Já “By The Sword In My Hand” deu o arremate final nocauteando os fãs. Os quatro membros foram direto do palco para a pista, onde deram autógrafos e tiraram fotos com todos.
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O Tyr, em seguida, partiu para São Paulo, onde se apresentou, no sábado, no Estúdio M e, no domingo em Curitiba, no Music Hall da capital paranaense.
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O Týr é:
Heri Joensen (Vocalista e guitarrista)
Terji Skibenæs (Guitarrista)
Gunnar Thomsen (Baixista)
Kári Streymoy (Baterista)
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O setlist deste show foi:
1. Flames Of The Free
2. Sinklars Vísa
3. Northern Gate
4. Intro
5. Wings Of Time
6. Ragnarok
7. Shadow Of The Swastika
8. Hall Of Freedom
9. The Rage Of The Skullgaffer
10. Tróndur í Gøtu
Solo de guitarras
11. Hail To The Hammer
12. Regin Smiður
13. Dreams
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14. Hold The Heathen Hammer High
15. By The Sword In My Hand