4 de agosto de 2011

Black Gives Way to Blue - Alice In Chains



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Antes de mais nada, nos posicionemos sobre a história da banda. O Alice In Chains se formou no final dos anos 80, na junção de ex-bandas de Layne Staley (vocais) e Jerry Cantrell (guitarras e vocais). A banda ainda incluía Mike Starr (baixo) e Sean Kinney (bateria). Rapidamente gravaram um EP de sucesso que os levou a gravar o primeiro disco, "Facelift". O álbum demorou a decolar, mas com a ajuda dos singles "Man In The Box" e "Sea Of Sorrow", alcançou o sucesso e ajudou a banda a obter um lugar na turnê "Clash Of The Titans", que traziam 3 dos Big Four: Anthrax, Megadeth e Slayer. Após a turnê, a banda retornou ao estúdio, com a intenção de gravar um novo álbum, mas acabou gravando faixas acústicas que acabaram se tornando o EP "SAP". Em 1992, a banda entraria em estúdio novamente para gravar seu maior sucesso: "Dirt". Foram escalados para abrir para Ozzy Osbourne e de sua banda conseguiram seu novo baixista: Mike Starr (faleceu recentemente, em março deste ano) saiu e foi substituído por Mike Inez. Novamente no estúdio em 1993, a banda gravou um segundo EP acústico, "Jar Of Flies", que conseguiu a façanha de ser o único EP a alcançar o topo da parada americana. A banda deveria excursionar com o Metallica e o Suicidal Tendencies, mas foi impedida graças ao vício em heroína de Staley. Começava aí uma longa história de abuso de drogas pelo vocalista Layne Staley, que eventualmente causaria sua morte em 2002.
A banda lançou mais um disco de estúdio em 1995, homônimo (a capa é um cachorro sem uma das patas), que conseguiu estrear no topo da parada. Neste disco, Cantrell começou a assumir os vocais em diversas canções. Não houve turnê para este disco, provavelmente devido ao estado avançado de dependência química de Staley. A banda optou por lançar um álbum acústico ("MTV Unplugged") no ano seguinte, de grande sucesso, e ainda fez quatro apresentações abrindo para alguns shows da reunião da formação original do Kiss. Sem totalmente terminar, a banda entrou em hiato indefinido, e o fim pareceu se confirmar em 2002, quando o vocalista Layne Staley foi encontrado morto em seu condomínio, duas semanas depois da overdose fatal (só pra constar, ele não morreu com 27 anos, e sim com 34). Os membros da banda se dispersaram: Jerry Cantrell partiu para uma carreira solo; Mike Inez tocou com SlashBlack Label Society e chegou a ser bem cotado para substituir Jason Newsted no Metallica (Robert Trujillo acabou ficando com o cargo); e Sean Kinney formou alguns projetos de pouca importância.
Em 2005, a banda se reuniu para apresentações beneficentes para o tsunami que devastou boa parte da Ásia. No ano seguinte, tocaram em homenagem às irmãs Wilson, do Heart. Nesta apresentação, eles tocaram com seu futuro novo vocalista/guitarrista: William DuVall, ex-Comes With The Fall (nunca ouvi falar...). A banda resolveu fazer uma turnê de reunião com DuVall, e o sucesso e a resposta positiva dos fãs acabaram levando a banda a gravar um novo disco, que foi lançado em setembro de 2009 e conseguiu excelentes resultados em termos de vendas (mais de 500.000 discos, na atual época de vacas esqueléticas do mercado fonográfico), além de ter sido muito bem recebido por fãs e crítica especializada.
O disco foi produzido por Nick Raskulinecz, que também já produziu discos do Foo FightersRush, Death Angel e Deftones. As gravações ocorreram no período de outubro de 2008 a março de 2009. Os estúdios utilizados foram Studio 606, Northridge, California e Henson Studios, Los Angeles, California. Após as mixagens e masterização, a banda liberou o single "A Looking In View" em junho de 2009; em agosto, o segundo single, "Check My Brain", saiu. O álbum foi lançado no dia 25 de setembro de 2009 e alcançou a quinta posição na parada americana, segundo a Wikipedia. Um terceiro single ainda seria lançado, "Your Decision", em novembro do mesmo ano. Do ponto de vista de composições, o álbum foi quase que inteiramente composto por Jerry Cantrell, com algumas colaborações dos demais integrantes nas canções "Last Of My Kind" e "A Looking In View".
Vamos às minhas impressões, faixa por faixa:
1 - All Secrets Known - a abertura do disco traz uma canção moderada, bem ao estilo da banda. Os primeiros versos da música parecem anunciar o renascimento da banda: "Broke, a new beginning... Time, time to start living life". Um novo começo, hora de viver novamente, e é isto que a banda tentou com este novo disco. Talvez esta canção não seja merecedora de abrir um disco de tamanha qualidade, mas não é de todo ruim.
2 - Check My Brain - aqui sim temos todo o potencial da banda elevado à eneésima potência. Um riff matador de introdução que conduz a canção durante todo o tempo. Os vocais compartilhados de Cantrell e DuVall serão uma constante no disco, e o forte refrão faz desta uma das melhores músicas do disco. O solo traz a marca registrada de Cantrell, contido e ao mesmo tempo de grande qualidade.
3 - Last of My Kind - outra que começa moderada, esta é a primeira com vocal dedicado de William DuVall. Ele não entrou para substituir Layne Staley, e sim para completar a sonoridade da banda com outra voz, complementar à de Jerry Cantrell, e para trazer também uma guitarra base. Esta canção é outro destaque do disco, e vai num crescente até explodir no refrão. Cantrell nos traz outro belíssimo solo, ainda melhor que o anterior.
4 - Your Decision - mais uma bela canção de base acústica da banda, que costuma gostar mesmo desta sonoridade - vide seus EPs "SAP" e "Jar of Flies". E como estes registros, esta música também tem muita qualidade. Pequenos trechos elétricos complementam-a, transformando esta canção em outro grande destaque do disco.
5 - A Looking in View - o primeiro single do disco traz bastante peso, lembrando a todos que o Alice In Chains sempre foi uma banda de heavy metal, sem essa de classificá-los de grunge. Os vocais de Cantrell são complementados novamente pelos de DuVall, um trabalho que se destaca nesta canção. Aliás, confesso que não entendi quando alguns que resenharam este disco na época de seu lançamento disseram que a voz de DuVall parece com a de Staley. Não vejo semelhança. Vale para mim o que falei acima, DuVall veio para completar a banda, em termos vocais e guitarra base.
6 - When The Sun Rose Again - outra canção acústica, esta parece ter saído das sobras do "Jar of Flies". Nenhum problema, a canção tem suas qualidades. Mas aguarde até a próxima canção...
7 - Acid Bubble - esta começa bem arrastada, para ir crescendo com seu peso lentamente. De repente, uma quebra e um riff poderoso entra e toma conta da canção, transformando-a. DuVall canta os versos do refrão com grande intensidade, como se incendiado pelo riff que transformou a canção. E a música volta naquele ritmo arrastado e pesado, até trazendo um suave solo de Cantrell. Até que o fantástico riff volte e incendeie mais uma vez a canção. Para mim, outro grande destaque do disco!
8 - Lesson Learned - esta é uma canção que se encaixa perfeitamente no clássico estilo de heavy metal que o Alice In Chains desenvolveu pelos seus discos. Com um refrão de melodia cativante, ela também se destaca neste disco de grande qualidade.
9 - Take Her Out - esta aqui, por outro lado, parece a continuação da música de abertura, em termos de ser moderada e de estar em um patamar abaixo das outras canções. Depois de tantos destaques, uma ou outra música acaba sendo ofuscada, não tem jeito.
10 - Private Hell - esta música parece transbordar uma intensidade dramática, da forma como é executada e cantada - especialmente no refrão. A canção se destaca também no solo super pessoal de Cantrell, e no vocal que conduz a música. Parece até que nos anuncia que o disco está chegando a seu fim...
11 - Black Gives Way to Blue - esta canção tem um clima triste, quase de velório, mas tem um porquê. É uma linda homenagem do Alice In Chains ao seu amigo, ex-companheiro de banda, Layne Staley, que acabou sucumbindo ao abuso das drogas. A letra traz versos de tristeza pela perda do grande vocalista que Staley foi: "The emptiness of tomorrows... Haunted by your ghost" (o vazio dos amanhãs... assombrado pelo seu fantasma). Participação super especial de Elton John, que adiciona um belo piano à música. Esta homenagem encerra de maneira triste mas brilhante este grande disco do Alice In Chains.
Alguns vídeos de canções do álbum, tocadas ao vivo:
"Your Decision", ao vivo e acústica:
"Check My Brain", ao vivo no programa Jools Holland:
"Lesson Learned", ao vivo no programa Jools Holland:
"Last Of My Kind", ao vivo de um festival em Zagreb, 2010:
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Semana que vem teremos um especial sobre o disco preto do Metallica. Confira no blog:
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A Ferro e Fogo - Harppia



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A banda teve três trabalhos de estúdio lançados: A Ferro e Fogo (1985), Sete (1987) e Harppia's Flight (1997). Com exceção deste último, suas músicas são cantadas em português. Suas letras se remetem a temas como magia negra, guerras e o duro cotidiano.
O álbum "A Ferro e Fogo" foi lançado em 1985 pela gravadora Baratos Afins, que também lançou diversas bandas do metal brasileiro nos anos 80, como Alta Tensão, Centúrias, a coletânea "SP Metal" lançada em 1984 e com sua segunda edição no ano seguinte e até os hardcore punk/thrash dos Ratos de Porão.
"A Ferro e Fogo" começa com a instrumental "Harpago" e segue com a clássica "Salém (A Cidade das Bruxas)", esta com uma introdução grudante, assim como seus versos e um bom solo. Na sequência temos "Náufrago", que conta a história de um homem que tenta sobreviver numa ilha após um naufrágio, e chegamos na faixa-título "A Ferro e Fogo". "Incitatus" é outra faixa instrumental e o álbum é fechado com "Asas Cortadas", que narra a busca da salvação no rock, assim deixando mágoas e frustrações para trás e apenas se dedicando ao bom e velho rock 'n' roll.
Enfim, para quem gosta do mais puro Heavy Metal cantado em português, os álbuns de bandas como o Harppia são essenciais para sua coleção.
Line-Up:
Jack Santiago (vocal)
Marcos Patriota (guitarra)
Hélcio Aguirra (guitarra)
Ricardo Ravache (baixo)
Tibério Corrêa (bateria)
Track-List:
1. Harpago
2. Salém (A Cidade das Bruxas)
3. Náufrago
4. A Ferro e Fogo
5. Incitatus
6. Asas Cortadas

Harsh Realities - Death Toll 80k



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Fui surpreendido por um grind ultraviolento e muito, muito sujo, remetendo aos ótimos tempos do álbum “From Enslavement to Obliteration”, considerado por muitos (eu me incluo – é meu favorito de toda a minha coleção – vide resenha neste link) o melhor trabalho do Napalm Death. Até o vocal lembra o do Lee Dorian!
E sai da frente que atrás vem gente! O grupo não dá um segundo de sossego e investe em um som bem brutal mesmo! Um resgate mais do que merecido das raízes da essência do grind. O que mais chama a atenção, além do ódio estilhaçado para todos os lados em cada música, é a supracitada sujeira. De verdade, é um negócio podre (no bom sentido), primitivo mesmo, e ficou perfeito na gravação.
Aqui nenhum som pode ser destacado, porque somente com todos eles juntos, formando uma massa incandescente de decibéis, é que se sente a verdadeira avalanche sonora perturbadora. E o estrago é mais surpreendente dada a curta duração do ruído, que mal passa dos 25 minutos, divididos em 23 decomposições. É muito insano, é desumano, é extremo, é intenso, é impressionante! Mas para não ficar repetitivo (acho que já deu para sacar a gravidade da situação, né?), a resenha ficará como a música da Death Tol 80k: muito direta, curta e grossa.
Empolgante é pouco. Esse material vai te fazer sair batendo cabeça até ela desgrudar do pescoço. Uma das maiores surpresas de 2011. Se é recomendado? É FODIDAMENTE OBRIGATÓRIO!!! E a parte mais polêmica: É MELHOR DO QUE LOCK UP!!!
Death Toll 80k – Harsh Realities
F.D.A. Rekodz – 2011 - Finlândia
http://www.myspace.com/deathtoll80k
Tracklist
1. Nothing In Common 01:06
2. Control 00:23
3. Taught to Consume 01:29
4. No Escape 02:54
5. Modern-Day Slavery 00:40
6. Piss-stained Press 00:51
7. Purchased Happiness 00:12
8. Crippled and Dead 00:29
9. Cycle of Misery 02:23
10. False Comfort 00:20
11. Shepherd 01:38
12. Colleteral Murder 00:47
13. Drunk on Authority 00:48
14. Empty Pose 02:34
15. Traditions 00:23
16. Bleak 01:17
17. Commodities 01:15
18. Profiting on Fear 00:36
19. Maskmen 00:49
20. Sickened 01:14
21. Civilian Targets 01:18
22. Manipulated 00:31
23. Harsh Realities 01:34

Shadowcast - Insidious Disease



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Apesar de ter tomado forma na Noruega de 2004, é compreensível que, devido aos compromissos de cada músico com suas respectivas bandas, seu debut tenha demorado tanto para chegar ao público. A estreia em disco ocorreu somente em 2010, após o Insidious Disease obter ótimo feedback por parte do público e crítica durante a apresentação no Wacken Open Air no ano anterior, o que culminou em um contrato com a Century Media Records.
Assim, “Shadowcast” viu a luz do dia... Com um áudio de primeira linha, sua música tem como foco o Death Metal, mas o álbum permanece ainda mais interessante pelo fato de a experiência coletiva de seus membros também oferecer outras abordagens, se estendendo para os lados do Thrash e Black, incorporando grooves e várias melodias cáusticas, mas que não esmorecem o clima obscuro que insiste em permear por todo o repertório.
Muitos certamente não se recordam de Marc Grewe, que há décadas fez história no alemão Morgoth, mas o vocalista consegue ser um dos destaques individuais por aqui, com rosnados ríspidos, mas compreensíveis. Ainda que o repertório seja respeitável, os melhores momentos ficam representados por “Nuclear Salvation”, que abre a audição com muita velocidade, solos alucinantes e Laureano despejando blast beats; “Boundless” e “Abortion Stew”, com boas doses de groove; e “Rituals Of Bloodshed”, que conta também com a voz de Frank ‘Killjoy’ (Necrophagia). E, em tempo: há um cover para “Leprosy”, do saudoso Death.
A realidade é que o Insidious Disease não tem como intenção ser inovador, e sim oferecer composições bem escritas, tocadas com precisão e habilidade para tornar tudo muito consistente. Impossível prever se haverá uma continuidade neste projeto, mas, por ora, “Shadowcast” está aí, aportando em território brasileiro e bastante recomendável ao público que aprecia Death Metal, próximo do que era elaborado no final dos anos 1980 e início da década seguinte. Dêem uma conferida!
Formação:
Marc Grewe - voz
Silenoz - guitarra
Jardar - guitarra
Shane Embury - baixo
Tony Laureano - bateria
Insidious Disease – Shadowcast
(2010 - Century Media Records / Mutilations Productions / Encore Records - nacional)
01. Nuclear Salvation
02. Boundless
03. The Essence Of Neglect
04. Abortion Stew
05. The Desire
06. Rituals Of Bloodshed
07. Facemask
08. Insomaniac
09. Value In Flesh
10. Abandonment
11. Leprosy (cover do Death)

Necropolis Transparent - Lock Up



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Em seu terceiro álbum de estúdio, esse dream team formado por Nick Barker (bateria), Shane Embury (baixo), Tomas Lindberg (vocal) e Anton Reisenegger (guitarra) mais uma vez arregaça crânios com o mais violento esporro sonoro.
São 17 músicas calcadas na pura velocidade e peso, diretas e bestiais. Os vocais de Lindberg, que também está à frente do At the Gates, é gritado e potente. Assim como em “Hate Breeds Suffering”, combinou com o espírito do grupo. Mas nesse play, ele parece muito mais raivoso. Nick Barker vive demolindo seu kit de bateria, como querendo dizer “lentidão é para os fracos!”. Shane Embury (Napalm Death), outra lenda do underground, toca velozmente seu distorcido baixo, característica do músico que, entre os inúmeros projetos, também faz parte do Brujeria. E coube ao desconhecido Anton Reisenegger a difícil tarefa de substituir Pintado, um dos mais carismáticos músicos da cena em questão. Só que cara não fez feio não! Manteve o clima dos velhos tempos do conjunto.
Como se não bastasse tanta experiência e técnica, a Lock Up conta ainda com participações especialíssimas de outros mitos da música pesada - Peter Tägtgren (Hypocrisy – ex-vocalista da própria Lock Up) e Jeff Walker (Carcass). Se alguém ainda tinha dúvidas do poderio de “Necropolis Transparent”, considere-as sanadas.
Aqui, como já era de se esperar, não há músicas que se destaquem. Todas possuem o mesmo peso e insanidade, totalizando mais de 40 minutos de terror. Produção perfeita, capa linda, qualidade mais que garantida. A Lock Up não mudou em absolutamente nada sua forma de executar grindcore. E nisso, eles são únicos. O álbum pode ser considerado uma extensão dos discos anteriores. Uma analogia válida aqui: são os Ramones do grind. Não tenho dúvidas de que esse estará entre os mais votados de melhores de 2011. E aí, grandes selos/gravadoras nacionais, quem lançará a versão nacional do CD?
Lock Up – Necropolis Transparent
Nuclear Blast – 2011 – Reino Unido
http://www.myspace.com/lockup
Tracklist
1. Brethren of the Pentagram
2. Accelerated Mutation
3. The Embodiment of Paradox and Chaos
4. Necropolis Transparent
5. Parasite Drama
6. Anvil of Flesh
7. Rage Incarnate Reborn
8. Unseen Enemy
9. Stygian Reverberations
10. Life of Devastation
11. Roar of a Thousand Throats
12. Infiltrate and Destroy
13. Discharge the Fear
14. Vomiting Evil
15. Stigmatyr (Bonustrack)
16. Through the Eyes of My Shadow Self
17. Tartarus

Frail - Before the Rain



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Tudo aquilo que ouvimos em seu álbum de estréia, ouvimos nesse Frail. Guitarras pesadas, melodiosas dando aquela atmosfera desoladora e com um destaque nos vocais. Nesse novo trabalho abanda conta com Gary Griffith (ex-Morgion) e para quem já está familiarizado com seus vocais em sua antiga banda já sabe o que esperar do rapaz.
disco abre com a desoladora 'And the Worlds Ends There' e para o ouvinte não dar cabo em sua vida logo na entrada, nos minutos finais da faixa temos uma pegada mais gótica por assim dizer e um solo executado em two hands dando uma pegada legal para ela. 'Shards' vem em seguida e se o depressivo pensa que escapou por um triz na faixa anterior, com certeza nessa ele sairá em busca de seus materiais cortantes.
'Breaking the Waves' é a faixa mais longa do disco e em momento algum se torna cansativa e em sua parte “atmosférica” lá pela metade nos traz aquele sentimento de ruínas aliados aos vocais de Peter Bjargo "Arcana" e também aos corais de Natalie Koskinen "Shape of Despair", são de esmagar o peito em tristeza.
'A Glimpse Towards the Sun' é a mais curta, beirando os nove minutos e nem por isso é menos bela e sofrida, pois os corais de Natalie também se encaixaram muito bem nela. 'Frail' tem uma pegada legal e exatamente na metade ela tem uma quebrada em seu andamento nos dando a impressão que o que vem pela frente seria a próxima faixa e novamente os corais de Natalie se fazem presente.
E se o ser moribundo não deu cabo ainda de sua vida, com certeza após 'Peace in Absent' ele pensará melhor a respeito pois é uma ótima faixa para se deixar morrer em paz.
E a medida que o tempo vai passando o Before the Rain vai se tornando melhor, assim como um bom e velho vinho português.
Before the Rain – Frail (Avantgarde Music - importado)
1. And The World Ends There
2. Shards
3. Breaking The Waves
4. A Glimpse Towards The Sun
5. Frail
6. Peace Is Absent

No Place to Hide - Santarem

Tendo sido formada em 1998, na cidade de São Paulo, pelos amigos Alex Andreoni (guitarra) e Fernando Witcoske), a banda SANTAREM chega a seu terceiro álbum, este maravilhoso “No Place to Hide”, novamente lançado pela Die Hard Records (gravadora que sempre tem apoiado o metal nacional), sendo sucessor dos aclamados “Santarem” (2001) e “Downtown Station” (2004).





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Em “No Place to Hide”, a banda nos apresenta dois novos integrantes, o baterista Agenor Vallone, e o vocalista Thiago Scataglia, que é um dos grandes destaques do álbum, e pode, desde já, ser considerado um dos melhores vocalistas do Brasil.
O estilo da banda, para quem não conhece, é um hard rock repleto de influências dos anos 70 e de rock progressivo, com pitadas de heavy metal tradicional. Mas neste novo lançamento, logo de cara podemos constatar que as músicas estão mais diretas do que outrora, o que deixou o som da banda ainda mais agradável. Não que seus dois álbuns anteriores sejam ruins, muito pelo contrário, são excelentes (principalmente o debut), mas em “No Place to Hide” a banda atingiu o ápice de sua criatividade musical, criando músicas muito cativantes. Ademais, conforme mencionado, o novo vocalista casou perfeitamente com a proposta da banda, acrescentando muito ao som do SANTAREM.
Alias, é impressionante como Thiago Scataglia se mostra a vontade na gravação, dando a impressão de que está na banda desde os seus primórdios. O vocalista consegue transmitir muito sentimento em suas interpretações, possuindo influências diretas de Michael Kiske e Geoff Tate, lembrando em algumas passagens Michele Luppi (ex-vocalista do Vision Divine) mas sem perder sua identidade própria. Aliado a isso, seguem os riffs e solos de guitarra sensacionais de Alex Andreoni, que mesclam peso e técnica na medida certa, com muita criatividade, além da cozinha precisa e técnica de Agenor Vallone (bateria) e Guilherme Furlan (baixo).
E o grande segredo para a excelente qualidade deste lançamento esta no fato de que a banda se concentrou unicamente na criação de grandes composições, sem cair nos meandros do exagero, sendo que tudo aqui esta na medida certa, e deverá agradar os ouvintes mais exigentes e cansados de bandas cujosmúsicos apenas visam demonstrar o quanto são bons em seus instrumentos.
Acerca do repertório do CD, após a apoteótica introdução “Escape”, a excelente “Leave it Out” já demonstra toda a qualidade do SANTAREM, com riffs cortantes e belas passagens vocais. Além dessa, se destacam a setentista “Faraway: Escape from the Haze”, mais cadenciada, e com solos belíssimos; “No Words to Say”, a melhor do disco, com riffs marcantes, vocais altíssimos, bateria correta e um baixo que mais parece um martelo batendo em nossos tímpanos; e a faixa título, com forte influência de rock progressivo. A faixa “Eternal”, regravação do primeiro disco da banda, também ficou muito boa.
A qualidade de gravação também é excelente, tendo sido o álbum produzido, mixado e masterizado por Ricardo Confessori (baterista do Angra e Shaman), que deixou o som do disco bem encorpado, sendo possível se perceber todos os detalhes das músicas.
Enfim, “No Place to Hide” é um trabalho digno de aplausos, e desde já pode ser considerado um dos grandes lançamentos de 2011, tanto em âmbito nacional, como internacional. Não percam.
Confiram o vídeo clipe de No Words to Say:
No Place to Hide - Santarem
(2011 – Die Hard Records - Nacional)
Track List:
1. Escape
2. Leave it Out
3. Faraway: Escape from the Haze
4. Take Me Home
5. No Words to Say
6. You and Your Memories
7. No Place to Hide
8. Reason
9. Someone
10. Eternal (regravação do primeiro álbum, de 2000)

Against The Storm - Annihilation



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A aniquilação começa com "Torture With Hate" com muita fúria nas baquetas, é de arrepiar. Os vocais bem rasgados parecem possuídos e as guitarras com excelentes riffs demoníacos. "Contempt" é mais largada no começo e a pancada volta com bases metralhantes assim como em "Sacrifice Of Existence" que é bem marcante. "At War" não foge à regra e parece que estamos no centro de uma batalha de riffs poderosos. A bateria de Gabriel Teykal (ex-Abhorrent) está arrasadora neste álbum.
"Illusions Of A Mirage" é excelente em sua totalidade. Pra mim "Atrocities" é a melhor do CD com uma pegada mais Thrash e Death adicionado na quantidade certa com grandes passagens e um bom clima dentro da música. "Hear Them" mantém o peso e logo vem "Kathairein" que não deixa a aniquilação terminar antes de "Disbelief" que dá o último esfaqueamento em meus tímpanos.
Um grande CD com certeza, esperamos que o Annihilation faça como Pedro Álvares Cabral e conquiste o nosso Brasil.

Distiling Hatred - Oligarquia



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vocal de Max Hideo é forte e impõe respeito, enquanto bateria, guitarra e baixo ficam no feijão com arroz, proposta que acompanha a banda desde o início. As faixas são em sua maioria aceleradas, mas não chegam à velocidade extrema, e as poucas variações de andamento durante as canções acabam sendo o diferencial de “Distiling Hatred”.
Entretanto, talvez a bateria mereceria algo mais trabalhado e criativo, já que quase não se altera, seja quando a músicaé mais rápida, seja quando sua levada é mais cadenciada. Além disso, os bumbos estranhamente desaparecem em trechos de músicas como “Here Comes the Pain” e da instrumental “LxOxVxE”.
Destaques para “Consumed by Greed” (comecinho bacana), “World in Convulsion”, “Until the Next Day” (lembra oCannibal Corpse nos momentos lentos), e a melhor, “Cerebral Atrophy”. A gravação do trabalho tem uma sonoridade que remete às bandas old school do gênero. O responsável pela tarefa foi mais uma vez o Sr. Ciero (Da Tribo Studio), que mixou e masterizou o material. Em outras palavras, é sinal de qualidade na produção do disco.
A capa apresenta uma arte ao mesmo tempo bonita e triste. A ilustração ao redor da mídia também é bastante agradável. As cores escolhidas deram um tom maior de melancolia ao material gráfico. O disco não vem com encarte, mas está disponível para download no www.oligarquiadeath.com.br.
O play vai na linha do Offal e Nervochaos, e é indicado para fãs de death sem frescuras nem novidades.
Tracklist
01 - Intro
02 - When The Hate Dominate
03 - Ignorance Prevails
04 - Bloody Ideals
05 - Comsumed by Greed
06 - LxOxVxE (Instrumental)
07 - World in Convusion
08 - Untill The Next Day
09 - Here Comes The Pain
10 - Cerebral Atrophy
11 - Owner of the World
12 - Abyss of the Hatred
Oligarquia – Distiling Hatred
Independente – 2011 – Brasil

Clapton - Eric Clapton



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disco mostra um músico de blues que flerta em alguns momentos com o jazz, diferente do seu primeiro disco, aonde se encontra um jovem guitarrista despejando solos, e riffs de rock com uma grande flertada com o blues.
Mas isso não quer dizer que o álbum seja ruim, ou entediante, de maneira alguma.
Há momentos excepcionais como em "Rocking Chair", um belo blues, com guitarras dicretas e contidas, que fazem um ótimo acompanhamento durante a música, e "Hard Times Blues", um blues de ótima qualidade, e excepcionais solos de guitarras.
Há músicas totalmente voltadas para o Jazz como a "My Very Good Friend The Milkman" onde se é simplesmente levado para algum lugar da década de 30, e "When Somebody Thinks You're Wonderful".
Há participações de J.J. Cale, em "Rivers Run Deep", e "Everthing Will Be Alright", e uma participação discreta de Sheryl Crowe na belíssima "Diamonds Made From Rain". "Autumm Leaves" encerra, de forma brilhante, o ábum.
Apesar de ser um disco, talvez, um pouco diferente do que os fãs de rock e Eric Clapton podiam estar esperando, não decepciona de forma alguma, e expões de forma nitída a versatilidade musical deste grande guitarrista.
Track list:
01. Traveling Alone
02. Rocking Chair
03. River Runs Deep
04. Judgment Day
05. How Deep Is The Ocean
06. Milkman
07. Can’t Hold Out Much Longer
08. That’s No Way To Get Along
09. Everything Will Be Alright
10. Diamonds Diamonds Made From Rains starts at 1:40
11. When Somebody Thinks You’re Wonderful
12. Hard Times
13. Run Back To Your Side
14. Autumn Leaves

Ultrawired - Dope Stars Inc.



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Por acaso entrei no TPB e encontrei lá um disco novo da banda italiana Dope Stars Inc.
Baixar gratuitamente? Sim!
O Ultrawired segue uma mistura de rock com música eletrônica, cyberpunk e diversos sintetizadores, com temáticas abordando filmes, videogames, pirataria e revolução.
Não é necessário falar que o DSI já vinha se espalhando no cenário 'industrial' (se é que industrial ainda existe) ou cyberpunk, gótico ou qualquer coisa assim (não aprecio rótulos).
Tendo sua fama com hits como "Make a Star", "Infection 13" e "Beatcrusher" (esta que foi parte da trilha sonora de Jogos Mortais 4) não é de se surpreender (mas surpreendeu!) que o quarto álbum fosse ainda melhor.
Saindo de Better not to joke, a seqüência se dá com "Save the Clock Tower", referente à trilogia 'De volta para o Futuro' que impulsiona com sintetizadores frenéticos muita energia, ainda mais daqueles que conheceram e vivenciaram essa aventura a 88MPH dos anos 80.
Com uma pitada de inconformismo chegamos a "Cracking the Power" que de uma forma dançante e alegre passa sua mensagem revolucionária.
"Banksters" é sem comentários, simplesmente por sua 'pegada' punk.
Então vem a famosa "Lies Irae", uma das melhores (se é possível eleger dentre todas a melhor), composta de uma forma inusitada: em conjunto com os fãs, no piratepad, um editor estilo 'Word' porém para todos juntos editarem online, todos os participantes contribuíram com as letras dessa enérgica e muito bem composta música que mistura Giuseppe Verdi com muitos sintetizadores e uma pegada rock.
"Blackout" se destaca pelas linhas de baixo e vocais agressivos de Victor Love, há quem diga que é uma das melhores do álbum.
Amantes de vídeo-games: "Get Young" é diretamente feita para vocês. Com sintetizadores marcantes e melodias vocais, Get Young clama a todos os gamers a juventude de estarem sempre se sentindo bem com seus jogos.
"No life belongs to you" já nos trás aquele feeling existencial, característica de grandes álbuns clássicos em suas músicas mais introspectas, assim como a seguinte "Two dimensional world".
"Run motherfucker run" com muita energia e pegada rock 'n' roll poderia agitar qualquer show com rodas de porradaria. Sem dúvidas.
Atenção piratas: "Pwning the Network" é um chamado para a busca de diversão nas redes e muita animação. Interessante comentar que Dope Stars Inc. interage com os fãs pela internet, pads, grupos de IRC, etc. Essa temática 'pirata' é bastante abordada pela banda, pois seguem a filosofia de produção independente e sustentável, na qual a pirataria através de lemas como "sharing is caring" é defendida. Não se defende fraudes ou roubos dentro desse ideal, mas o compartilhamento de cultura sem custos e a transparência política.
"We are the new ones" completa a movimentação revolucionária. Com uma pegada mais metal, não tem com não balançar a cabeça.
"Riding the UFO", assim como No life belongs to you, já tem uma pegada mais calma, porém muito marcante, com muitos efeitos sonoros e um misticismo quase extraterreste.
Finalizando com "Thru the never", que de alguma forma me remete a "Lucy forever" do King Diamond, não por sua melodia ou algo assim, mas por seu encerramento profundo, pela sensação deixada quando ouvimos o último "never" de Victor Love.
Assim construído o CLASSICO Ultrawired, além de ser inteiramente composto, gravado, editado e masterizado por Victor Love em um computador pessoal e nada mais, o álbum está sendo distribuído gratuitamente pela internet e o retorno disso é diretamente vindo dos fãs, assim compactuando com a nova tendência musical de não depender de grandes gravadoras e selos, dando liberdade para a produção musical sustentável.
Bastante interessante e muito bom de se ouvir.
Site Oficial: Dope Stars Inc.
Site dos Fãs Brasileiros: Dope Stars Inc. Brasil
Minha nota? 10 '+1', com absoluta certeza.

Glorius Collision - Evergrey

Pouco depois de passar por um dos piores rachas de sua história, um furto que deixou a banda com um terrível prejuízo (fato ocorrido enquanto excursionavam pela europa, o ônibus foi roubado com grande parte do equipamento da banda) e a falência da SPV, antiga gravadora da banda, Tom Englund e Rikard Zander provaram que a força de vontade é o fator que move o rock pesado nos dias atuais.





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Após um dos piores momentos de sua carreira, a banda nos presenteia com um de seus mais surpreendentes trabalhos, pela intensidade, emoção e reinvenção de seu próprio estilo. Sim, "Glorious Collision" é uma verdadeira colisão de sentimentos, de estilos e, porque não, do velho e novo Evergrey que se apresenta bem preparado para o futuro.
Começando de uma maneira que não deixa dúvidas sobre o quê estamos ouvindo, Leave It Behind Us é um mix perfeito do velho e novo: pesado, intenso, agitado, traz um trabalho primoroso dos teclados e uma presença forte da cozinha nova, composta agora por Hannes Van Dahl nos tambores e Johan Niemann (ex-Therion) no destacado baixo. Animalescamente, Marcus Jidell (ex-Pain) e Tom Englund despejam sua fúria nas seis cordas, reforçando ainda mais a intensidade da música, um verdadeiro espetáculo! You traz uma levada mais característica de álbuns como o controverso "Monday Morning Apocalypse", mas as influências novas não demoram a surgir e tudo trermina em um refrão suave mas de intensidade incrível, carregado de feeling e, somando a potente interpretação de Tom nos vocais e os backing vocals de Carina Englund, o som é fortemente valorizado.
Wrong, o single e primeiro clipe do álbum, já é uma música bem conhecida entre os fãs. Rikard Zander se destaca pela climatização da música através de programações e timbres de muito bom gosto, tornando-a um verdadeiro drama de alguém que tinha certeza nas suas crenças, mas que descobriu que estava errado. Começando a explorar o meio da bolacha, Frozen começa com uma introdução do tipo "quebra tudo", surpreendendo com inacreditável alternância de ritmos sem perder o contexto em nenhum momento, chegando ao refrão lento e cadenciado. Tem tudo para ser sucesso nos palcos e a parte instrumental demonstra que nem sempre longos e fritados solos são a melhor opção, uma das melhores do disco. Restoring The Loss causa alguma estranheza no início mas logo tudo volta ao seu lugar com muito peso. O refrão cativante e os arranjos de guitarra e teclado são o destaque da vez em uma composição mais suave do que as músicas apresentadas até este ponto.
Um show de interpretação de Tom abre To Fit the Mold acompanhado basicamente do violão, até tudo eplodir no maravilhoso refrão, que ainda conta com uma bem sacada quebra de tempo em seu meio. Alternando momentos a música evolui e nos apresenta a faixa seguinte: Out of Reach é uma daquelas músicas curtas que dizem de cara a que vieram, bem direta e moderna a faixa se desenrola em um clima perturbador, como se o ouvinte estivesse caindo em um abismo muito profundo. Som excelente, mas não indicado para pessoas suscetíveis a idéias negativas! The Phantom Letters é uma canção muito expressiva, nos remetendo a um clima de "The Inner Circle" em seu início, mas que varia muito depois. Bem arranjada, a peça emociona em mais uma interpretação fantástica de Tom (sério, o cara tá mandando muito bem), que demonstra uma evolução significativa do já excelente "Torn" para cá.
The Disease continua mantendo as emoções em alta, com um baixo muito consistente e a bateria de Van Dahl alternando tempos de forma muito competente. A música acaba envolvendo o ouvinte sem muita dificuldade, sendo quase comercial. Já It Comes Form Within traz mais daquela veia prog/power que tornou a banda tão famosa no meio. Após um verso bem cavalgado pelas guitarras, o refrão é mais um daqueles de cantar junto! Destaque absoluto para as guitarras com ótimos links e solos, e para o teclado que traz um clima mais à moda "Recreation Day".
Free é outro momento alto para o vocal e o teclado, emocionante do começo ao fim, somente ouvindo para descrever. Drowning Alone é um som bem intenso, uma boa parede instrumental com guitarras bem pesadas e muito groove, o que se tornou uma grande característica da banda desde 2004. Alternando climas e arranjos é muito boa de se ouvir, mas que falha em um refrão que poderia ser mais forte em seu pedido de libertação.Mas a música nos encaminha adequadamente para a última faixa do álbum: ...And the Distance. Essa é uma daquelas músicas que somente eles sabem fazer, totalmente down, emocionante, penetrante em seu clima e com a participação de Carina nos backing vocals a faixa fica completa, deixando o ouvinte muito ansioso pelo que virá no futuro. Na versão nacional, o disco conta com essa faixa somente com ela cantando, outro show!
Sem dúvida o novo conjunto é muito bom, com músicos que têm um pacote completo de experiência, vontade, criatividade e inovação. Depois de golpes tão duros, é surpreendente que a banda não tenha se perdido, demonstrando um equilíbrio e competência incrível. Claro, há defeitos como toda obra mortal, e o que mais incomoda no início é o som da caixa da bateria, parece muito alta e deslocada na produção. Curiosamente, é talvez o cd que contém um dos sons mais orgânicos de bateria de toda a carreira da banda! Tom Englund está em uma forma notável com sua voz e Rikard Zander apareceu mais do que no álbum anterior, e apareceu bem inspirado! Quanto aos integrantes novos, a consistência da cozinha é algo surpreendente para uma formação nova, o que se deve à experiência e vontade dos músicos, e a guitarra poderia ter mostrado um pouco mais do que mostrou, mas fez um ótimo trabalho, sem dúvida!
Apesar de muito bom, o CD não é a obra absoluta da banda, e talvez requeira algum tempo para o ouvinte se acostumar, mas é uma peça respeitável e de qualidade. Haverá aqueles que sentirão falta de toques mais progressivos, outros das bases mais cavalgadas, mas com certeza muitos outros louvarão a intensidade e a emoção imputada em cada faixa. "Torn" ainda parece ser um álbum mais inteligente, soturno, progressivo e pesado, mas "Glorious Collision" não fica muito atrás, abrindo uma grande porta para o futuro.

Invaliable Darkness - Dimmu Borgir

Caramba, que material impressionante esse daqui, lançado no Brasil pela Laser Company, empresa que há 20 anos lida com o rock e suas vertentes de maneira excepcional! Um DVD duplo acompanhado de um CD de uma das bandas que mais conquistou espaço no cenário black metal nos últimos anos, a Dimmu Borgir.





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O primeiro disco conta com apresentações da turnê “The Invaliable Darkness” em três países europeus, além de cenas dos bastidores e um material especial interativo que, curiosamente, está com o texto em português. Yeah!
O segundo vem com um show realizado no Wacken Open Air 2007, que, obrigação de todos saberem, é o maior e mais respeitado festival de metal do planeta. E o CD traz uma gravação chamada “P3 Sessions”, realizada no NRK Studio 19, em sua terra natal, a Noruega.
Comecemos pela arte do box de papelão mega caprichado que envolve os três discos: IMPECÁVEL! A ilustração da capa, logicamente lindíssima (que cores e detalhes!), é reproduzida na caixinha dos discos propriamente dita, de modo que, se você abri-la de costas, perceberá que se estende por sua capa e contracapa.
Como se não bastasse tanta beleza, está incluído também no pacote um senhor livreto luxuoso, coberto de informações técnicas, letras de música e fotos maravilhosas (não há nenhuma do baterista na ocasião, o mago Tony Laureano). Resumindo: a caixa deixou ótima primeira impressão, e olha só falei do material impresso até aqui. Vejamos se os vídeos honram tudo isso.
DVD 1
Pois bem, analisando o primeiro DVD, já vem outro sinal de qualidade: um menu animado muito elegante que merece ser apreciado. Depois da expectativa, hora do “play”.
O primeiro show ocorre em solo norueguês. O palco, mesmo pequeno, está lindo, e o jogo de luzes é excepcional. O grupo é visualmente belo com seus trajes obscuros, e dá mais força ao aspecto teatral e performático dos integrantes. Entretanto, apesar do pessoal agitar no palco, faltou mais “interpretação”, como fazem em seus videoclipes. Agora, para quem está mais ligado na execução das músicas, podem ficar sossegados, porque a experiência da Dimmu Borgir se reflete na perfeição e qualidade com que apresentam cada composição, características típicas do sexteto.
Quanto ao aspecto estético, em diversos trechos, as imagens aparecem com um filtro bonito, que remete a antigos televisores, um contraste bastante interessante com a modernidade do grupo. A edição é tradicional, com cortes secos e só. Aqui, talvez tenha faltado uma certa ousadia em sair do comum, mas é outro detalhe perdoável. Já a qualidade do som é boa, mas não excepcional. Impressão minha ou a caixa da bateria ficou alta demais? Ou seriam também as guitarras que ficaram muito baixas? Assistam e opinem.
Como já dito, a banda não parece estar dando 100% de si no palco, mas vale dizer que o baixista ICS Vortex manda muito bem, e é interessante notar as cordas de seu instrumento, que parecem estar bastante soltas. Dá a impressão de que elas arrebentarão a qualquer momento.
Finalizando essa primeira parte, deixo um protesto: as câmeras praticamente não filmaram Laureano espancando sua batera nos momentos mais extremos, os blast beats. Ô, produção, como deixaram isso passar?
Ok, concentração agora no segundo show, acontecido na Alemanha. Opa, aqui a coisa melhora, já que as imagens são ainda melhores e o som, mais equilibrado. Uma pena essa apresentação não ter tantas músicas quanto no show da Noruega. E o terceiro show é na Inglaterra, mas apresenta somente duas canções. A qualidade de vídeo e de som se mantém em relação à apresentação da Alemanha. Ótimo! Aqui, o palco é mais largo, e os membros da banda parecem estar mais empolgados do que no início do disco. Na humilde opinião deste redator, esses dois são os melhores shows do pacotão. Se logo acima reclamei a falta de imagens do baterista esmerilhando, agora elogio a sacada que o pessoal responsável pela produção do DVD teve ao selecionar músicas que não se repetissem nos três shows. Parabéns!
Agora, a vez dos extras. As cenas dos bastidores são legaizinhas e legendadas. Documentam momentos curiosos do conjunto, piadas e brincadeiras do seu cotidiano. Mas durante os mais de 50 minutos de imagem, uma moldura acompanha o vídeo, que tem seu tamanho na tela reduzido. Seria isso realmente necessário? Quantas questões deixo no ar, não?
DVD 2
Novamente destaco o menu interativo maravilhoso do disco. E já partindo para o Wacken, informo que também tem ótimas imagens e também edição tradicional. O som está muito bom, mas novamente com a caixa alta demais.
Falando no som, outro fato que gera pequeno incômodo é que, em um festival de tamanha grandiosidade como é o Wacken, faltou mais barulho do público. Não estou falando da vibração, porque isso eles tiveram, mas sim do volume baixo da platéia que a edição deixou. Bem, um desconto, já que, em se tratando deDimmu Borgir, a prioridade é a excelência na qualidade instrumental. Mas que faz falta, faz. E outra: faltou mais agitação dos músicos aqui também. Estão como lá no show da Noruega. Posso estar sendo crítico demais, só que, como telespectador, é essa a impressão que estão passando.
Uma das características do Dimmu Borgir que sempre me incomodou são os teclados que se sobressaem às guitarras, e nesse evento, isso parece mais evidente do que nunca. É claro que respeito a proposta do conjunto, que a carrega desde o início da carreira, mas custava só abaixar um pouco o volume do instrumento?
Tudo bem, calma que isso não tira de maneira alguma o brilho da apresentação, podem relaxar. Aliás, destaques para as músicas do bis – “Mourning Palace” e “The Fallen Arises” - muito bem recebidas pelo público. Saldo positivo por aqui!
Nos extras desse DVD estão galeria de fotos e de vídeos. Na primeira, são mais de nove minutos (caso tenha optado por assistir em slideshow) de fotos interessantes da banda na estrada. Quanto aos belos clipes, não há muito o que dizer. Afinal, eles mantêm a qualidade Dimmu Borgir, sinônimo de boa produção.
Outro material bônus é o registro audiovisual de três músicas da gravação do chamado “P3 Sessions” – “The Serpentine Offering”, “Spellbound (By The Devil)” e “Mourning Palace”. E mais uma vez, a iluminação é um espetáculo. Seu tom esverdeado deu um efeito lindíssimo na imagem. Agora vejam vocês, o som nessa gravação está mais equilibrado (mas não melhor) em relação ao volume dos instrumentos, se comparado às apresentações anteriores. Uma pena durarem apenas pouco mais de 15 minutos.
Esse segundo disco também está de parabéns, mesmo com os probleminhas aqui relatados.
CD
E já que foi falado no “P3 Sessions”, é hora de falar do CD que acompanha o pacote. De cara, fica a pergunta: por que não colocaram o show na íntegra no DVD, do jeito que está aqui na gravação de áudio? Três músicas filmadas foi muito pouco! Eu sei, melhor não reclamar, pois antes um registro audiovisual do evento do que nada.
Bem, e por ser um álbum ao vivo, ele não mantém o altíssimo nível das produções dos trabalhos de estúdio da Dimmu Borgir, mas nem por isso decepciona. Pelo contrário, é outro bom disco da banda, que mostra como se faz uma carnificina refinada.
Por fim, o material todo é um puta registro de uma das maiores bandas de black metal do planeta. Esse box é item obrigatório na coleção de fãs do gênero. O que mais posso dizer? Dimmu Borgir, uma banda cujo estilo atípico de fazer black metal fez uma tremenda escola. E eles continuam no topo! Confiram o trailer aí embaixo.
DVD Dimmu Borgir – The Invaliable Darkness
Laser Company – 2008 – Noruega
TRACKLIST
DVD 1:
I. The Invaluable Darkness Tour - Oslo, Noruega, 2007:
01. Introduction
02. Progenies Of The Great Apocalypse
03. The Serpentine Offering
04. The Chosen Legacy
05. Spellbound (By The Devil)
06. Sorgens Kammer Del II
07. The Insight And The Catharsis
08. Raabjørn Speiler Draugheimens Skodde
09. The Sacrilegious Scorn
10. Mourning Palace
11. The Fallen Arises
Berlim, na Alemanha - 2007:
12. The Sinister Awakening
13. A Succubus In Rapture
14. Fear & Wonder
15. Blessings Upon the Throne of Tyranny
Londres, na Inglaterra - 2007:
16. Vredesbyrd
17. Puritania
II. Backstage
DVD 2:
I. Wacken Open Air, Alemanha - 2007
01. Introduction
02. Progenies Of The Great Apocalypse
03. Vredesbyrd
04. Cataclysm Children
05. Kings Of The Carnival Creation
06. Sorgens Kammer Del II
07. Indoctrination
08. A Succubus In Rapture
09. The Serpentine Offering
10. The Chosen Legacy
11. The Insight And The Catharsis
12. Spellbound (By The Devil)
13. Mourning Palace
14. The Fallen Arises
II. P3 Session - NRK Studio 19, Noruega – 2007
01. The Serpentine Offering
02. Spellbound (By The Devil)
03. Mourning Palace
III. Videoclipes
01. Progenies Of The Great Apocalypse
02. Vredesbyrd
03. Sorgens Kammer Del II
04. The Serpentine Offering
05. The Sacrilegious Scorn
06. The Chosen Legacy
IV. Gold Awards Oslo
V. Galeria de fotos
CD de áudio
P3 Session - NRK Studio 19, Noruega – 2007
01. Introduction
02. Progenies Of The Great Apocalypse
03. Vredesbyrd
04. Sorgens Kammer Del II
05. Indoctrination
06. A Succubus In Rapture
07. The Serpentine Offering
08. The Chosen Legacy
09. The Insight And The Catharsis
10. Spellbound (By The Devil)
11. Mourning Palace
12. The Fallen Arises

Nuclear Assault (Carioca Club, São Paulo, 30/07/11)

Como de costume nos últimos anos, a cidade de São Paulo recebeu mais um expoente do Thrash Metal 80's: o NUCLEAR ASSAULT. No show realizado neste sábado (30), com duração de apenas uma hora, a banda estadunidense concentrou seu repertório na fase em que gravou seus três primeiros álbuns (entre 1986 e 1989). Esperando por isso, o público não decepcionou e compareceu em bom número ao Carioca Club.





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Nas imediações da casa, pouco antes das 19h, a movimentação de fãs era intensa. Conforme o anúncio de uma banda de abertura e outra convidada, muitos resolveram ficar em bares ou barraquinhas até o momento do NUCLEAR ASSAULT subir ao palco.
Às 19h15, ainda com pouca gente no local, a banda OITÃO - formada por Henrique Fogaça (vocal), Tadeu Dias (guitarra), Ed Chaves (baixo) e B.A. (bateria) - entrou em cena e se apresentou durante 30 minutos, aproveitando a oportunidade para divulgar o álbum '4° Mundo', que tem a proposta de um Hardcore tradicional, com influência Thrash Metal e letras em português. Além da aparição de monstros no palco, o show contou com a participação de Marcão, da banda CLAUSTROFOBIA. O sistema desom foi o único ponto negativo, que até o término da apresentação não conseguiu ser ajustado da forma ideal.
Após a entrada do IMMINENT ATTACK, às 20h, parte do problema no áudio parecia resolvido, mas era instável. Também seguindo a linha do Hardcore tradicional com influência de Thrash, a banda - que conta com Dinho Guimarães (vocal), Erick Veles (guitarra), Ivan Skully (guitarra), Jonas Guedes (baixo) e André Alien (bateria) - injeta ao seu som uma boa dose de Punk Rock. Formada em 2004, lançou apenas uma demo dois anos depois, intitulada 'Imminent Thrash Attack'. Durante meia hora foram tocadas 10 músicas que tiveram boa resposta do público, inclusive de Danny Lilker que os assistia docamarote enquanto bebia cerveja.
Antes mesmo do previsto, às 20h45, subiu ao palco o NUCLEAR ASSAULT trazendo em sua formação John Connelly (vocal/guitarra), Danny Lilker (baixo), Scott Harrington (guitarra) e Glenn Evans (bateria). De cara vieram as três primeiras músicas do álbum 'Survive', de 1988: "Rise From The Ashes", "Brainwashed" e "F#". A pancadaria inicial foi o suficiente para inflamar o público e fazer com que um garoto invadisse o palco para abraçar Connelly e em seguida desse um "mosh" na galera. na galera. Enquanto isso, o sistema de som, assim como nas bandas anteriores, continuava abaixo do aceitável. Em diversos momentos, as guitarras se misturavam e o vocal era praticamente nulo. Com o decorrer do show, a qualidade foi melhorando, mas aquém do ideal.
Ao menos na "unha", a banda se garantiu com muita competência. Fato comprovado durante "Critical Mass", que causou uma enorme roda humana na pista e diversas tentativas de invasão ao palco, coibidas algumas vezes com força excessiva dos seguranças da casa. Numa destas, durante "Game Over", um jovem foi empurrado e chegou a chocar-se com Danny Lilker, que embora tenha se assustado, continou a tocar como se nada tivesse acontecido.
Músicas do álbum de estréia, 'Game Over' (1986), entre elas as curtíssimas "My America" e "Hang The Pope", com 26s e 38s, respectivamente, estiveram presentes da segunda parte do set, que foi finalizado com "Trail Of Tears", do album 'Handle With Care'.
Após uma breve pausa, o NUCLEAR ASSAULT voltou para o Bis de apenas uma música, "Technology", terminando o show de exatamente uma hora. Por conta da programação do Carioca Club, que receberia na mesma noite um show de outro gênero musical, rapidamente o público teve de sair do local. No entanto, algumas pessoas que continuavam próximas ao palco conseguiram fotos e autógrafos de John Connelly, que os atendeu brevemente antes de ir para o camarim.
Agradecimentos à Ataque Frontal pelo credenciamento e ao Paulo, 22, carioca, leitor do Whiplash! desde 2001, que esteve no show e resumiu o maior e mais completo site de Rock e Heavy Metal do Brasil como sua "página inicial na internet".
Set List OITÃO
Duração: 30 min.
1. Chacina
2. Hipocrita
3. 4° Mundo
4. Maldito Papel
5. Solidão
6. Faixa de Gaza
7. Na Luta da Vida
8. Buraco
9. Trevas
10. Imagem da Besta
11. Tormento
12. Tiro na Rótula
Set List IMMINET ATTACK
Duração: 30 min.
1. Elliot
2. Mechanical Mind
3. Noise For Nothing
4. Imminent Attack
5. Paradise Now
6. Drink & Fun
7. No Name
8. Mouse Beer
9. St. Madness
10. Secret Of Skin
Set List NUCLEAR ASSAULT
Duração: 1h
1. Rise From The Ashes
2. Brainwashed
3. F#
4. New Song
5. Critical Mass
6. Game Over
7. Butt Fuck
8. Justice
9. Sin
10. Betrayal
11. Price Of Freedom
12. Wake Up
13. When Freedom Dies
14. My America
15. Hang The Pope
16. Lesbians
17. Great Depression
18. Trail Of Tears
Bis
19. Technology


Evergrey (Carioca Club, São Paulo, 29/07/11)

6ª Feira, um calorzinho fora do normal pro inverno paulistano. Algumas pessoas preferem sair do trabalho e ir direto para casa descansar. Outros fazem um happy hour no bar logo ali na esquina. E tem aqueles que preferem ver o show do EVERGREY.



Quem escolheu a última opção para começar o fim-de-semana, não deve ter se arrependido. Porque mesmo com o Carioca Club meio vazio, a banda fez uma apresentação digna, para dizer o mínimo.
Marcado para começar as 20:00, a introdução do show começou a sair das caixas de som por volta das 20:20. Um som bem alto, diga-se de passagem. As cortinas do palco se abriram e HANNES VAN DAHL é o primeiro integrante a surgir no palco. Pouco a pouco, os outros integrantes também vão entrando e aí já dá pra sacar que a quantidade do público vai ser irrelevante pro show. Porque mesmo só aquelas 400, 500 pessoas fizeram barulho o suficiente pra deixar os integrantes do EVERGREY com um sorriso estampado no rosto.
A primeira música executada foi "Leave It Behind Us", o que fez de imediato a alegria dos fãs. Eles cantavam, acompanhavam a banda e faziam chifrinhos com as mãos.
O som do Carioca estava alto, MUITO alto. Vi várias pessoas precisando tampar os ouvidos um pouco para aguentar o tranco. Tudo bem, é um show de heavy metal/rock/etc, mas o pessoal da mesa de som podia ter pegado um pouco mais leve.
Sem respirar, o EVERGREY emendou "Handbag" e "As I lie here bleading". Todos os integrantes tem uma presença de palco absurda. O (ótimo) guitarrista e vocalista TOM S. ENGLUND ia o tempo todo para bem perto daqueles que estavam no gargalo do palco, dando a mão para os fãs mais fervorosos, apontando para o pessoal que estava nos camarotes.
Falando em gargalo, o EVERGREY também demonstrou ser mandar bem nos, hãm, aditivos alcoólicos. Virando goles de uma garrafa de Jack Daniels e bebericando sem parar latas de cerveja, os caras estavam bebendo como se não houvesse o amanhã.
Em determinado momento, ENGLUND começou a conversar com o público dizendo que gostava muito do nosso país, que depois do show iriam para o Blackmore Rock Bar (outra casa de shows daqui de São Paulo) e citou o samba. O tecladista RIKARD ZANDER arriscou a tocar uma pseudo bossa-nova no seu instrumento e foi prontamente vaiado. Em seguida, TOM pede desculpas e diz: "fuck this samba, vamos para o Blackmore". Um raro momento de lucidez dos gringos. Afinal, quem disse que só porque somos brasileiros que gostamos de... samba?
"Wrong" foi um dos momentos comoventes do show, assim como "I'm sorry". O público não parava de agitar, cantar e banguear. Os fãs da banda provaram por A+B que para um show ser um sucesso, ele não necessariamente precisa estar absurdamente lotado.
Os integrantes da banda estavam muito bem entrosados e isso com certeza deve ter sido um alívio para os fãs que estavam lá, se considerarmos o fato que ano passado o EVERGREY quase acabou! O guitarrista MARCUS JIDELL e o baixista JOHAN NIEMMAN agitavam sem parar. Além disso, os caras faziam poses para os fotógrafos (com máquinas profissionais ou não) o tempo todo. Foi um show não só de música, mas de simpatia!
O bis contou com nada mais nada menos que 4 músicas. Um verdadeiro presente para quem estava lá. ENGLUND mais uma vez reforçou o convite para a balada no Blackmore e encerrou o show com "A touch of blessing".
Depois desse show, o EVERGREY mostrou que ainda tem muita lenha para queimar, muitos CDs para lançar, muitos shows para fazer.
O pessoal que estava no show com certeza saiu do Carioca bastante feliz. Talvez até um pouco surdos, mas beeem felizes!
SET LIST:
Leave it Behind Us
Monday Morning Apocalypse
As I Lie Here Bleeding
The Masterplan
Rulers of The Mind
Mark of the Triangle
Wrong
Blinded
Solitude Within
Nosferatu
I’m Sorry
Frozen
BIS:
When The Walls Go Down
Recreation Day
Broken Wings
A Touch Of Blessing