31 de julho de 2011

Time of No Time Evermore - Devil's Blood

Os temas mais polêmicos do heavy metal, principalmente aqueles relacionados à religião, costumam vir acompanhados de uma grande dose de violência sonora. Quanto mais agressivas as letras, mais pesado o som. Foi seguindo esse raciocínio que surgiram estilos como o death e o black metal. Traduzindo: o incômodo transmitido pelas letras vinha sempre acompanhado pelo transtorno e caos da parte instrumental, resultando em uma sonoridade propositadamente pouquíssimo acessível e com nenhum apelo comercial.





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Esse paradigma é quebrado pela banda holandesa The Devil's Blood. O primeiro álbum do grupo, "The Time of No Time Evermore", lançado em 2009, é uma jóia obscura do heavy metal contemporâneo. O caminho seguido pelos caras é originalíssimo: instrumental hard rock com abundantes melodias e guitarras gêmeas, tudo temperado por doses certeiras de psicodelismo, adornando com uma sonoridade agradável e acessível letras que casariam perfeitamente com a mais radical das bandas de black metal. Isso faz com que o debut do The Devil's Blood soe como um excelente álbum de rock pesado lançado há 30 anos atrás, gravado por músicos que parecem um bando de hippies a serviço de Satanás.
A psicodelia vintage faz com que "The Time of No Time Evermore" tenha uma sonoridade bem setentista. Os vocais – femininos – a cargo de F. The Mouth of Satan, sempre limpos e jamais guturais, variam entre momentos etéreos e trechos onde soam fantasmagóricos e mal assombrados, como se estivéssemos ouvindo uma versão endiabrada de Jennie Haan (Babe Ruth). A parte instrumental traz grande influência de Thin LizzyIron Maiden  e NWOBHM e, para efeito de comparação, pode-se dizer que o The Devil's Blood é uma espécie de Coven – cultuada banda norte-americana que lançou o clássico"Witchcraft Destroys Minds & Reaps Souls" em 1969 - do novo milênio.
O contraste gritante entre as composições cativantes e repletas de melodia com as letras que exploram temas sombrios e satânicos é um ponto interessantíssimo na sonoridade do The Devil's Blood. A banda consegue transformar o mal em algo agradável aos ouvidos, tornando digeríveis tópicos tradicionalmente polêmicos. Não à toa Erik Danielsson, vocalista do Watain – um dos nomes mais celebrados do black metal atual – colabora com o grupo e é o autor de uma das melhores músicas do disco, “The Yonker Beckons”.
O álbum é rico em ótimas faixas. “I'll Be Your Ghost”, lançada como single, é um exemplo. A bela “House of 10.000 Voices” tem passagens mais atmosféricas e trechos cadenciados que entregam uma tensão absurda. A sensacional “Christ or Cocaine” é uma blasfêmia grudenta que viraria hit sem esforço se chegasse ao grande público.
É espantoso como o disco consegue se manter nas alturas, alternando uma composição excelente atrás da outra. Isso se dá principalmente pelas excelentes guitarras, que sempre trazem para o primeiro plano melodias que deliciam os ouvidos. Ouça “Queen of My Burning Heart” e “Angel's Prayer” e comprove. “The Anti-Kosmic Magick”, com mais de onze minutos, encerra o trabalho deixando um inevitável desejo de quero mais no ouvinte. A boa notícia é que o novo álbum do grupo, "The Thousandfold Epicentre", já tem confirmada a sua data de lançamento para o próximo dia 11 de novembro.
Se você curtiu o Ghost certamente irá gostar do The Devil's Blood. "The Time of No Time Evermore" resgata uma atmosfera que havia sido deixada de lado no metal atual, utilizando com talento elementos já conhecidos e consagrados do estilo – como as fartas doses de melodia e as sempre bem-vindas guitarras gêmeas – para construir uma sonoridade original e fascinante.
O diabo nunca soou tão agradável quanto aqui.
Faixas:
1 The Time of No Time
2 Evermore
3 I'll Be Your Ghost
4 The Yonder Beckons
5 House of 10.000 Voices
6 Christ or Cocaine
7 Queen of My Burning Heart
8 Angel's Prayer
9 Feeding the Fire With Tears and Blood
10 Rake Your Nails Across the Firmament
11 The Anti-Kosmik Magick



Exiled to Earth - Bonded By Blood

Vindos direto dos subúrbios de Los Angeles, os americanos do BONDED BY BLOOD constituem mais uma das boas bandas surgidas com o revival do thrash metal. Formada por músicos muito jovens (a média de idade hoje é de 20 anos), o conjunto conseguiu notoriedade quando ganhou em primeiro lugar uma batalha de bandas da TNT Productions (Battle Of The Bands At Riverside), competição esta que contava com 250 bandas participantes.





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E agora eles chegam a seu segundo lançamento, este bom “Exiled to Earth”, sucessor do aclamado “Feed the Beast”, de 2008.
E o som do BONDED BY BLOOD é aquele thrash/metal “old school”, que mescla momentos rápidos e agressivos, com outros mais cadenciados e pesados, repletos de riffs cavalgados, vocais insanos e cozinha martelada e precisa. Como o próprio nome da banda já indica, sua maior influência é o EXODUS antigo, além de SLAYER e TESTAMENT, mas podemos encontrar elementos de crossover, punk ehardcore em suas canções.
E o grande destaque do álbum (como todo bom álbum de thrash metal deve ser), são os riffs técnicos e cortantes de Alex Lee e Juan Juarez, aliados aos vocais enlouquecidos de Aladdin, uma mistura de Paul Baloff (ex-EXODUS) e Katon W. de Pena (Hirax). O batera Carlos Regalado também é um monstro.
E sem dó, a banda nos brinda com músicas como “600 A.B. (After de Bomb)”, “Episodes of Agression”, “Prototype: Death Machine”, “Prision Planet” e “Sector 87”, que possuem todos os elementos capazes de fazer qualquer fã de thrash metal se empolgar. Não é nada original, mas a banda é muito competente no que se propõe a fazer.
A capa, com elementos futuristas, assim como o encarte, que retrata os músicos como fugitivos em um futuro dominado pelas máquinas, também são bem legais.
“Exiled to Earth” não é tão bom como seu antecessor, mas mesmo assim ainda consegue manter a banda relevante, demonstrando que a mesma tem muita lenha para queimar, para alegria dos thrashers!
Confiram o clipe (bem tosco, por sinal) de Prototype: Death Machine:
Exiled to Earth – Bonded By Blood
(2010 – Erache Records - Importado)
Formação:
Jose "Aladdin" Barrales - Vocal
Alex Lee - Guitarra
Juan Juarez - Guitarra
Jerry Garcia - Baixo
Carlos Regalado - Bateria
Track List:
1. 600 A.B. (After the Bomb)
2. Episodes of Aggression
3. Prototype: Death Machine
4. Prison Planet
5. Genetic Encryption
6. Blood Spilled Offerings
7. Exiled to Earth
8. Parasitic Infection
9. Desolate Future
10. Sector 87
11. Cross-Insemination

Realm of Terror - Merciless Death

O MERCILESS DEATH foi formado no ano de 2003, em Canyon Country, EUA, com a intenção de tocar thrash/speed metal, na linha da velha escola. E, após algumas demos, a banda lança em 2006, de forma independente, seu debut, “Evil in the Night” (que foi relançado em 2007 pela Heavy Artillery Records), conseguindo grande repercussão no underground mundial. E em 2008, a banda retornou ao estúdio, forjando este “Realm of Terror”, outro grande lançamento.





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O som da banda continua o mesmo, com seu thrash/speed completamente sujo, obscuro e agressivo, com linhas de rock e heavy metal clássico, com forte influência de MOTORHEAD, VENOM, KREATOR e DARK ANGEL (inclusive, o nome da banda corresponde a uma das músicas do clássico debut “Darkness Descends”). Aqui não há espaços para qualquer elemento de modernidade, sendo que tudo, desde as músicas, letras, arte gráfica e gravação remetem aos primórdios do estilo.
E após a bela introdução “The Abyss”, a banda já mostra para que veio, com a excelente faixa título, com seus riffs sujíssimos, vocais ultra soturnos, e cozinha simples mais eficiente, sendo uma verdadeira viagem nostálgica de volta aos anos 80. E todo o restante do álbum segue esta linha, com músicas calcadas em riffs pesados, rápidos e sujos de Dan Holder, aliados a vociferações de Andy Torres, merecendo destaque as faixas “Death Warrior” (que lembra bastante VENOM), “Tombs of the Dead” (bem rápida e agressiva) e Summoning of the Ancient Ones (uma verdadeira destruição sonora, que encerra o disco com méritos).
Além disso, a gravação tosca (embora aceitável para os padrões atuais) contribui para dar ao álbum um clima todo saudosista.
Portanto, se você esta a procura de modernidade ou inovações, passe longe do MERCILESS DEATH, pois aqui você não encontrará nada que já não tenha sido feito antes. Mas se você procura apenas por música para se divertir e bater cabeça, este álbum é um prato cheio!
Realm of Terror – Merciless Death
(2008 – Heavy Artillery Records - Importado)
Formação:
Dan Holder - guitara
Andy Torres – baixo e vocal
Cesar Torres - bateria
Track List:
1. The Abyss
2. Realm of Terror
3. Evil Darkness
4. Tombs of the Dead
5. Death Warriors
6. Cult of Doom
7. Tormented Fate
8. Fall to the Pentagram
9. The Gate
10. Summoning of the Ancient Ones

All That Remains - Fozzy

O FOZZY é uma banda muito talentosa e demonstrou isso com esse CD. A “cozinha” aqui é boa, o baixista Sean Delson não se destaca mas cumpre bem seu papel. Já o baterista Frank Fontsere se mostrou excelente. Os guitarristas são ótimos, principalmente Rich Ward, que fez excelentes melodias para o CD. Mas o destaque aqui sem dúvidas é Chris Jericho. O cara luta, dança, canta, é um verdadeiro en




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O CD começa com uma baita de um porrada: “Nameless Faceless”, a segunda mais pesada do disco. A músicacomeça com algumas leves batidas e alguns acordes, até explodir a bateria de Frank Fontsere e junto com uma bela levada de Rich Ward e Mike Martin nas guitarras. Sem dúvida um início dificil fazer qualquer fã de Heavy Metal não “banguear”. Após alguns poucos segundos, entra Chris Jericho nos vocais e a música deixa de ser tão pesada, mas não se engane, ela continua pesada, e volta a ficar tão pesada quanto o início em vários momentos, principalmente nos solos insanos onde a dupla de guitarristas simplesmente detona. Nessa música temos a participação especial do excelente Myles Kennedy (vocalista do ALTER BRIDGE), pena que aqui ele apenas segue Jericho em alguns momentos, tendo sua voz escondida quase que totalmente. Parece apenas que é apenas a segunda voz gravada por Chris mesmo, tanto que se não prestar muita atenção, nem vão reparar na presença de Kennedy. Dentre os destaques, a força que Jericho traz em sua voz em alguns momentos da música, os riffs insanos e principalmente o baterista Frank que eleva o nível da música. Outra coisa importante a se destacar é a letra, que fala sobre a podridão humana, de maneira excelente. Excelente abertura para o CD.
Em seguida, temos a música que mais chega perto do comercial, “Enemy”. Sabe aquele seu amigo do qual você gostava e confiava muito, e ele simplesmente muda? A música é sobre isso, perfeita para cantar pra qualquer caso de amizade decepcionante. A música é ótima, todos os instrumentos  na medida certa. Aqui Jericho simplesmente detona, empolga e mostra sua ótima capacidade vocal. O clipe (o único que achei até hoje do Fozzy) é divertido e interessante, vale a pena ser conferido. A próxima é a minha favorita do CD, “Wanderlust”. Começa com um grito que lembra distantemente um gutural (bem distantemente…). Depois disso temos um excelente clima monótomo até Jericho voltar, e fazer um refrão excelente (I just can’t get away from yesterday/But I keep on living the wanderer’s way/And over and over I start anew/But I can’t escape the thoughts of you), além de ser totalmente pegajoso. Frank está novamente excelente aqui. O excelente guitarrista Zakk Wylde (BLACK LABEL SOCIETY, ex-OZZY OSBOURNE) faz uma participação nessa música, fazendo um ótimo solo. A letra fala sobre a vida na estrada, que acabada deixando alguém importante para traz. Claramente é um citação a vida na estrada de Chris Jericho com a WWE.
A quarta música é a que dá título ao álbum, “All That Remains”. Depois de uma música bem na levada Heavy Metal, e duas que levam para um lado mais comercial, “All That Remains” dá uma baita de uma quebrada no ritmo do disco. Provavelmente propositalmente, a voz de Jericho aqui soa abafada e escondida. A melodia dessa música é longa e lenta, passando certa tranquilidade, tirando o refrão e o solo. E o solo com certeza é o destaque nessa música tão “morna”. Se “Wanderlust” fala de alguém que ficou para trás, “All That Remains” é sobre tudo o que ficou pra trás com a vida na estrada, e as suas consequências. O som aqui é a mais adequada para essa letra. A próxima é “The Test”. A letra fala sobre um momento de mudanças e sobre decisões importantes. No início estranhamente Jericho canta como se estivesse em alguma tentiva de fazer algumas rimas como algo parecido com um rapper. Aqui o peso do CD volta. Aqui os guitarristas mostram bom serviço, não com belos solos, e sim como uma excelente levada em toda a música, principalmente enquanto enquanto “This is only in a test” aparece. É muito dificil não se sentir um pouco robotizado e querer ficar cantando junto com essa parte.
A próxima é “It´s A Lie”. Se na música anterior, haviam alguns toques de rap em partes do vocal de Jericho, aqui temos realmente um rapper (BONE CRUSHER) fazendo participação especial. O resultado pode até agradar alguns, mas o resultado não saiu dos melhores. Tinhamos no início um CD de Heavy Metal e no meio uma música que parece o LIMP BIZKIT mais pesado. Música dispensável. A próxima é “Daze Of The Weak”. A música faz retorno do peso no CD, mas não anima muito. O refrão e as guitarras aqui até que são atrativas, mas a música é muito irregular, muito atrativa em alguns momentos, fraca em outros. Mas Frank aqui faz a música soar bem melhor. “The Way I Am” é a próxima e conta com a participação do também excelente Mark Tremonti (guitarrista do ALTER BRIDGE, ex-CREED). Aqui temos uma música bem mais monótoma que a anterior, mas superior. Aqui Rich, Martin e Frank nos mostram que também podem fazer ótimas músicas, sendo elas mais calmas. O grande ponto da música é o solo insano de Mark Tremonti (o melhor do CD).
A próxima é “Lazarus”. A letra é provavelmente a mais triste do CD, fala sobre sofrimentos e Jericho faz uma incrível interpretação da letra. Mais um ponto positivo para ele. Seus primeiros acordes lembrar com um pouco dos tradicionais de Synyster Gates (AVENGED SEVENFOLD), e eles se repetem em alguns momentos da música. Excelente música, novamente os intrumentais estão ótimos e nós trazem a música mais profunda do CD (talvez a melhor). A última é “Born Of Anger”, mais uma quebrada totalmente de ritmo no disco. Ela é muito pesada, com bateria insana enquanto Jericho simplesmente cospe toda a letra, até um momento que temos quase um gutural por Marty Friedman. Depois temos alguns acordes interessantes de guitarra de ótimo nível, com Jericho voltando a cantar normalmente, um solo excelente, até temos o peso de antes de volta. A música vai se acalmando aos poucos depois disso até acabar. Boa música, mas a parte mais pesada não convenceu muito.
O CD tem ótimas músicas, que realmente mostram que a banda é muito boa. Mas alguns deslizes deixam o nível do CD menor. As primeiras 4 músicas dão um ótimo nível, mas depois delas algumas coisas atrapalham. It´s A Lie poderia ter sido retirada do CD, mesmo sendo o tipo de música que os fãs de LINKIN PARK e LIMP BIZKIT possam gostar. Além disso, alguns momentos de “The Test”, “The Daze Of The Weak” e “Born Of Anger” poderiam ter sido melhorados. Outra coisa é o como algumas músicas quebraram totalmente o ritmo do CD. Mas tirando isso, temos um ótimo CD aqui, recomendado!
Formação:
Chris Jericho – Vocais
Rich Ward – Guitarra e Vocais (segunda voz)
Mike Martin – Guitarra
Frank Fontsere – Bateria
Sean Delson – Baixo
Setlist:
1 - "Nameless Faceless" (feat. Myles Kennedy) - 3:28
2 - "Enemy" - 4:28
3 - "Wanderlust" (feat. Zakk Wylde) - 4:28
4 - "All That Remains" - 4:33
5 - "The Test" - 3:06
6 - "It's a Lie" (feat. Bone Crusher) - 4:26
7 - "Daze of the Week" - 4:18
8 - "The Way I Am" (feat. Mark Tremonti) - 4:10
9 - "Lazarus" - 4:01
10 - "Born of Anger" (feat. Marty Friedman) - 4:42


http://whiplash.net/materias/cds/135144-fozzy.htmltretenimento! E cantando é muito bem, tem uma ótima interpretação de cada música e uma voz única, além de escrever boas letras (ele escreveu a letra de todas as músicas do CD).



Rock N' Road - Sabre

Não tem nada melhor do que receber um bom álbum de Rock para resenhar! Ainda mais quando se trata de uma banda brasileira divulgando seu material e buscando espaço em meio às milhões de duplas sertanejas que tomam conta das rádios e casas de show do país.





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Até então desconhecida para mim, a banda SABRE já me agradou logo nos primeiros minutos da faixa de abertura do EP “Rock N’ Road”, o quarto trabalho deste grupo catarinense, em atividade desde 2004.
Não costumo cansar o leitor com análise faixa-a-faixa do álbum, mas nesse caso são somente 5 músicas no EP e valem algumas rápidas palavras sobre cada uma das canções:
1 – “Rock N’ Road”: faixa que dá nome ao EP e já começa com riffs que levam o ouvinte a imitar o som da guitarra com a boca e as mãos. A música tem uma levada muito interessante e ótimas linhas vocais. Abertura para ganhar o ouvinte logo de cara.
2 – “Danger”: na mesma pegada da faixa anterior, essa segunda canção igualmente empolga, em uma levada mais rápida e com destaque para a sonoridade da bateria. E ainda há espaço para uma mudança de direção no meio da música, com a inserção de uma guitarra flamenca. Muito legal.
3 – “One And Only”: depois de duas verdadeiras amostras do Rock da banda, essa terceira faixa chega para acalmar os ânimos. Letra e melodia que se encaixam muito bem!
4 – “Eyes To See”: ainda no clima de balada, esta faixa chega com um violão que remete diretamente à música “More Than Words”, do EXTREME. É uma canção nessa mesma direção e realmente as linhas de violão lembram bastante o EXTREME. É a segunda amostra de que o SABRE sabe fazer boas baladas.
5 – “82´”: para fechar, a escolhida pela banda é uma divertida canção com pitadas de Country Music, som de violinos e ainda com direito a tiros de “bang bang” durante a execução. Parece aquelas músicas de filme de faroeste e mostra como o vocalista Elias Scopel sabe dar vida a cada umas das canções do EP.
Lançado em SMD (Semi Metalic Disc), material mais em conta e com um preço de venda final mais acessível ao público, “Rock N’ Road” é totalmente recomendado. O SABRE não é aquela banda que vai revolucionar ou inovar o Hard Rock, mas transmite paixão nas canções e mostra que é uma banda composta por músicos que sabem fazer Rock simples e honesto, com músicas diversificadas, divertidas e agradáveis de ouvir.
Banda SABRE: foi um prazer conhecê-la!
Contato: sabrerock@yahoo.com.br
Nacional - Independente
Formação:
Elias Scopel Liebl - vocal e guitarra
Jean Medeiros - baixo
Filipe Argenton - bateria
Track List:
01. Rock n´Road
02. Danger
03. One And Only
04. Eyes To See
05. 82´

Infernal - Infernal

Prestando uma homenagem ao baterista Matte Modin (ex-Dark Funeral e ex-Defleshed – ver link para resenha dessa última ao final do texto), introduzo outra banda da qual fez parte: a Infernal, que curiosamente ainda não lançou nenhum full-length durante toda a carreira. E para constar: dois anos mais tarde, esse EP aqui saiu em um split com... Dark Funeral, grupo que vocês ouvirão falar algumas vezes aqui na resenha. O nome da maldade é “Under the Wings of Hell”.





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Quanto ao disco aqui, a Infernal executa um black metal duríssimo e muito, muito extremo. Nada de vocais femininos, limpos, e nem teclados. Somente o mais true dos blacks. O trabalho apresenta somente quatro músicas, mas tão poderosas, que valem por um álbum completo! O negócio aqui é todo levado à máxima velocidade e brutalidade possíveis.
Desde a impiedosa “Requiem — The Coming of the Age of Satan” (demais o refrão), passando pelas três restantes – “Wrath of the Infernal One”, “Storms of Armageddon” e “Under the Hellsign” – o disco todo é uma máquina de moer ouvidos.
O que valoriza mais o som dos caras é que as músicas são executadas de maneira fantástica, com tudo muito bem sincronizado. A estrutura das composições não é lá tão complexa, mas a pegada firme da banda faz do EP um clássico do estilo negro.
E voltando ao Dark Funeral, deve-se informar que, além de Modin, o vocalista Themgoroth também fez parte da banda no começo da carreira. Ou seja, minha gente: músicos de peso mesmo! Apenas outra curiosidade: em 2002, quem assumiu o vocal foi David Parland, conhecido também como Blackmoon. Adivinhem por onde ele também passou? Exatamente: Dark Funeral!
A gravação é boa, se contarmos o estilo de música da banda, que “pede” uma sonoridade suja. A capa é legalzinha, detalhada e com clima bem obscuro.
É nesse estilo old school que a Infernal seguiu, até que em seu último lançamento – “The Infernal Return” (2010) – resolveram tirar o pé do acelerador e colocar mais melodia. Ou seja, tem Infernal para todos os gostos. Esse EP aqui resenhado cai como uma luva para os que gostam de britadeira sem fim. Excelente!
Infernal – Infernal (EP)
Hellspawn Records – 1999 – Suécia
tracklist
1. Requiem — The Coming of the Age of Satan 04:38
2. Wrath of the Infernal One 03:54
3. Storms of Armageddon 04:05
4. Under the Hellsign 03:18

Confiá - Fito Páez

Embora possa ser apontado como o maior ícone do rock argentino de todos os tempos, FITO PÁEZ há anos se distanciou do gênero que o consagrou na década de oitenta. Porém, a carreira do músico – que se consolidou através do pop de “Circo Beat” (1994) e das baladas introspectivas de “Rodolfo” (2007) – retoma o caráter puramente elétrico no seu mais recente registro. O novo álbum do compositor portenho, intitulado “Confiá”, funciona como um perfeito contraponto aos discos mais intimistas lançados na última década.





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Com produção assinada pelo próprio cantor, “Confiá” ganhou vida em diferentes cidades por onde FITO PÁEZ passou entre 2009 e 2010. A finalização feita no seu próprio estúdio – em Buenos Aires – uniu material gravado em cidades como Córdoba e Rio de Janeiro e misturou influências verdadeiramente distintas. De certo modo, o 21º registro da maior estrela da música portenha assume uma postura elétrica, nitidamente mais crua, sem abrir mão das características melódicas e cadenciadas que contornam boa parte do famoso “El Amor Después del Amor” (1992) e dos seus registros mais recentes. O repertório de “Confiá”, mesmo alternando bons e maus momentos, não prejudica a consistência do resultado final da obra. No fim das contas, o que existe por trás – e acima de qualquer outra coisa – é uma vontade de retomar o sucesso comercial praticamente esquecido nos trabalhos escritos somente para voz e piano da década passada.
Não por acaso que o disco emplacou rapidamente o hit radiofônico “Tiempo al Tiempo, uma faixa curta – que não ultrapassa três minutos – e que une algumas referências da música latina mais animada ao pop/rock doce (e bem próximo ao blues) de FITO PÁEZ. Da mesma forma, a abertura com a faixa-título mostra como a participação da banda castelhana The Killing Burritos foi fundamental para o nível requintado e eficiente atingido pelo instrumental de “Confiá”. A grande maioria do repertório, mesmo que assumindo uma tranquilidade incomum para o rock mais clássico, esbanja maturidade e bom gosto. O tradicionalismo do cantor argentino pode ser apontado como uma interessante crítica ao pop minimalista (e repleto de invencionices) de artistas como JORGE DREXLER e KEVIN JOHANSEN.
Nas mãos de muitos outros artistas, o estilo de “Confiá” poderia soar sonso e/ou demasiadamente despretensioso. Porém, as qualidades de FITO PÁEZ – sobretudo como compositor – são inquestionáveis e assumem a dianteira com maestria. Outras músicas mais animadas, como “M&M” e “La Nave Espacial”, destacam as virtudes da performance mais roqueira do argentino. Por outro lado, “London Town” é a típica faixa que impressiona pela carga emotiva que a voz do portenho pode adicionar às melodias mais cadenciadas. O resultado, acima da média nessas músicas citadas, ganha um contorno ainda mais forte com a excepcional “Fuera de Control”, possivelmente o maior destaque do disco inteiro. O pop/rock com toques de blues é claramente o divisor de águas em “Confiá”.
De modo claro, “Confiá” não é um disco entediante, tampouco um registro pobre de melodias e características sonoras. A riqueza instrumental do álbum ainda se desdobra na animada “La Ley de la Vida” e em “En el Baño de un Hotel” – capaz de recordar muito o que FITO PÁEZ escreveu de melhor na década passada. Por mais que o pop/rock argentino possa ser apontado como um estilo difícil de digerir, o mais recente disco da sua maior referência retoma boa parte dos seus melhores momentos com um contorno bastante atual. A indicação é extremamente válida para aqueles que conseguem ver para além do tapa-olho do preconceito.
Track-list:
01. Confiá
02. Tiempo al Tiempo
03. M&M
04. La Nave Espacial
05. London Town
06. Limbo Mambo
07. La Ley de la Vida
08. El Mundo de Hoy
09. Saliendo de tu Prisón
10. En el Baño de un Hotel
11. Fuera de Control
12. Desaluz

Tuska Open Air 2011 (Helsinki, Finland, 22-24/07/11)

Quando nos mudamos pra Helsinki, eu e minha esposa aguardamos ansiosamente pelo primeiro Festival Tuska Open Air. Já vimos vários vídeos e DVDs com shows das banda que mais gostamos nesse festival e quando começaram a vender os ingressos já garantimos os nossos. Só depois de algum tempo que veio a confirmação de algumas bandas que nos faria bater muita cabeça!



Esse ano foram confirmados: AMON AMARTH, DEVIN TOWNSEND PROJECT, MORBID ANGEL, AT THE GATES,ARCH ENEMYBLIND GUARDIAN, KATATONIA, EPICA, AMORPHIS, MESHUGGAH, KILLING JOKE, ELECTRIC WIZARD, BULLDOZER, TURISAS, ENSLAVED, WINTERSUN, MOONSORROW, TAROT, WITCHERY, BLACK BREATH, AGNOSTIC FRONT, KVELERTAK, SPIRITUAL BEGGARS, GRAVE, HELL, IMPALED NAZARENE, OMNIUM GATHERUM, GHOST, CHURCH OF MISERY, MYGRAIN, MISERY INDEX, JEX THOTH, ROTTEN SOUND, SHINING, HOODED MENACE, CAVUS, MEDEIA, AXEGRESSOR, TINNER, BLACK CRUCIFIXION, LIGHTHOUSE PROJECT, ORANSSI PAZUZU, FLESHPRESS, FEASTEM, GAF, GORESOERD, CAUSE FOR EFFECT e MONONEN.
Compramos os ingressos para todo o fim de semana e acreditem, a estrutura suportou as cerca de 10 mil pessoas por dia e todo mundo pôde assistir os shows bem de pertinho com palco e som excelentes e cronograma perfeito, sem nenhum atraso! A iluminação não tinha muito pois aqui em Helsinki, no verão, o Sol começa a se pôr por volta das 22h da noite.
No primeiro dia chegamos as 15:30 da tarde para conferirmos os show do ARCH ENEMY. O show foi excelente! Estava um calor de lascar (nos enganaram quando falaram que a Finlândia era fria) e a banda estava escorrendo de tanto suar. A Angela Gossow é fantástica. Não desafina nada e agita o tempo todo. Além de músicas do novo álbum, as que mais empolgaram foram as sempre aclamadas "Ravenous" e "Nemesis".
Logo depois acompanhamos o show do AT THE GATES. Eu estava com muita expectativa pois eles, junto com o DARK TRANQUILLITY, foram os precursores do Death Metal Melódico da Suécia. Mas no fim das contas o show foi bom. Pena que o vocalista Tomas Lindberg não estava na sua melhor tarde, meio rouco, deu umas desafinadas. Acho que depois da Angela do ARCH ENEMY, qualquer um que cantasse gutural teria que mandar muito bem. Mas o show foi bom por si só. Ouvir as músicas antigas e clássicos como "Blinded By Fear" depois da reunião que aconteceu em 2007 foi bem legal.
Pra fechar o primeiro dia foi escolhido o MORBID ANGEL! Ver o David Vincent depois de sua volta em 2004 foi muito bom! Pena que agora ele pinta o cabelo de preto e está parecendo o Nikki Sixx do MÖTLEY CRÜE, mas tirando o visual Glam do Vincent o show foi fantástico! Tocaram todos os clássicos de "Altars of Madness" até o "Domination" e até as músicas do novo disco (que eu particularmente não gostei) ficaram boas ao vivo. A falta do Peter Sandoval foi ofuscada pelo excelente e rapidíssimo baterista Tim Yeoung. Foi muito bom ver uma das melhores bandas dos anos 90 (que salvou aquela década).
No segundo dia, já um pouco cansados, tivemos que chegar cedo pois o EPICA iria tocar as 14:30. Chegamos e o show logo começou. O tempo estava meio estranho e começou a cair umas gotas do céu, mas isso não fez o show perder o fôlego. Simone Simons (vestida de paquita da Xuxa) mandou bem e a banda é muito boa ao vivo. Gostamos do que vimos. Mas mesmo assim, acho que o EPICA falta alguma coisa. Não sei se é porque tem muito gutural ou se quando a Simone canta é muito lírico. Acho que o meio termo seria o ideal como o bom e velho AFTER FOREVER fazia.
Depois conferimos o show do KATATONIA! Foi bom demais! O KATATONIA é perfeito ao vivo e o baterista Daniel Liljekvist é um monstro. A criatividade que ele tem nas linhas de bateria são de se tirar o chapéu. Jonas Renkse cativou a plateia dizendo que quando em entrevistas perguntam se eles são da Suécia, ele diz que não… que eles são da Finlândia! Nessa hora o público foi a loucura claro! (Nota do Autor: Existe uma rivalidade em Suécia e Finlândia pior do que Brasil x Argentina por causa dos laços históricos). Voltando, a banda aguentou o solzão de rachar e tocou cerca de 1 hora e 15 de muita coisa boa. Incluindo a música mais aclamada pelo público do show "My Twin".
A penúltima banda a tocar no sábado foram os "nerds" do BLIND GUARDIAN! Eu esperei esse show por mais de 8 anos, já que em Brasília haveria o show deles, mas 2 dias antes, o organizador sumiu e o show foi cancelado! A banda como sempre toca muito ao vivo e empolga. "Valhala" foi cantada por cerca de 6 mil pessoas que estavam na frente do palco, foi emocionante. Parecia que eu estava escutando o "Tokyo Tales" (o clássico deles). Além de clássicos eles levaram algumas musicas mais recentes e fecharam com a excelente "Mirror Mirror". Só pra completar, Hansi Küsch ainda está cantando muito!
Pra fechar o sábado tivemos o DEVIN TOWNSEND PROJECT que eu particularmente nunca tinha ouvido falar até o Tuska confirmar sua participação. Aqui na Finlândia ele é enorme e foi um dos shows mais aguardados segundo uma pesquisa do Festival no Facebook. Como estávamos muito cansados da correria de dois dias de sol na cabeça e bateção de cabeça, deixamos o festival pra salvarmos alguma energia pro dia seguinte e fugir do metrô lotado.
No terceiro e último dia, chegamos e já fomos massacrados pela porradaria do MESHUGGAH! As guitarras de 8 cordas alinhadas com a quebradeira dos tempos de bateria fizeram o show ser perfeito. Eles tocam numa sincronia ímpar e numa empolgação que contagia. Pena que o vocalista Jens Kidman ensaiou alguns insultos pra platéia e isso não foi muito legal. Mas tirando isso, não consigo entender como que a banda decora tantos tempos e quebradas diferentes. Eles são excelentes no que fazem e fazem com perfeição.
Logo depois aguardamos ansiosos pelo show do AMORPHIS. Os Finlandeses estão enormes por aqui e dividiam as atenções da quantidade de camisetas com o AMON AMARTH. O show começou com muita pirotecnia, explosões e muitas chamas! Tomi Joutsen ao vivo segura muito a onda e canta perfeito. Suas linhas melódicas com voz limpa são muito bonitas e seu gutural é forte e potente! A banda é muito bem ensaiada e tocam tudo muito bem. A escolha do setlist foi uma mistura de 2 ou 3 músicas pré Tomi somadas as músicas do novo disco de trabalho. Destaque para "Silver Bride" onde todo mundo cantou junto o refrão. Excelente show! Nota 10 com certeza!
No Club Stage (já que eram 4 palcos) fomos conferir o show do BLACK CRUCIFIXION, banda com 20 anos que fazem um Black Metal bem old school. O BLACK CRUCIFIXION começou na Lapônia, terra do Papai Noel, mas de bom velho eles não tem nada. O show de meia hora apenas foi o último do palco das bandas independentes. Aqui eles bem são conhecidos, mas gostam do fato de serem independentes. O show foi bem agressivo e com muito peso. O Vocalista Forn (volgo TImo Ilvari) trabalha comigo e conta bastante sobre os bastidores da cena metal da Finlândia, e claro, fui lá dar uma moral pro show deles.
Pra fechar todo o festival com chave de ouro foram escolhidos os Vikings do AMON AMARTH. O palco da banda é muito profissional e bonito. Tudo muito sincronizado e com muitas chamas e uma bandeira da ilustração do novo álbum ao fundo. O show foi maravilhoso! O vocalista Johan Hegg é muito bom de carisma e empolgou a galera com sua simpatia logo na segunda música. A banda tem muita presença de palco e cativa todo mundo! Com certeza foi um dos melhores shows que já vi na vida! Pena que foi pouco, apenas 1 hora e meia de cavalgadas e espírito Viking, mas deixou o gosto de quero mais. Destaque para a música de abertura "War of The Gods" do novo disco e a também empolgante "Twilight of The Thunder God".
Em resumo, o festival foi muito bem organizado. Nos anos que se passaram o festival ocorria em um parque perto da estação central de trem e os Finlandeses que conversei não gostaram dessa mudança para Suvilahti (que foi uma antiga área industrial), mas eu achei muito legal o local. A estrutura contava com 1 Palco Principal, 1 Palco Secundário, 1 Palco coberto para 2 mil pessoas e mais 1 Palco Interno para 800 pessoas para as bandas independentes. Além dos palcos, ainda tinham uma estrutura de bares enorme e uma pracinha de alimentação com opções honestas de pratos tipicamente finlandeses como Salsicha com batata frita e ainda um mini mercadinho.
Além dos shows em destaque, também conferimos alguns shows excelentes como o ENSLAVED, TURISAS, KILLING JOKE, ELECTRIC WIZARD e o muito bom MOONSORROW. Com certeza, dependendo das bandas, ano que vem iremos conferir mais uma vez um fim de semana totalmente Heavy Metal na terra do Metal.
Um abraço!
Bruno Ribeiro
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Grave Digger (Carioca Club, São Paulo, 23/07/2011)

Uma aula de Heavy Metal! O show do Grave Digger em São Paulo nesse sábado (23) no Carioca Club teve todos os ingredientes de uma apresentação memorável: muita proximidade com a banda e uma legião de fãs bem reduzida, porém, fiel ao extremo.



Antes dos portões da casa paulistana serem abertos, foi realizada uma seção de autógrafos com todos os integrantes do Grave Digger em um salão dentro do Carioca Club. Inicialmente marcada para as 16h, já passavam das 17h15 e o salão ainda não havia sido aberto. Todo esse atraso fez com que o encontro dos fãs com Chris Boltendahl e seus companheiros fosse mais curto, além disso, numa atitude idiota e sem explicação, os seguranças impediram que fossem tiradas fotografias lá dentro. Mesmo assim, foi muito foda poder conhecer a banda de perto.
Aproximadamente às 20h, os cerca de 400 fãs já estavam muito ansiosos e começavam a clamar peloGrave Digger. No mesmo momento, as cortinas se abrem, revelando um enorme pano de fundo com a capa do último disco “The Clans Will Rise Again”. Era impressionante. Parecia que a imagem do “Reaper” tinha criado vida em meio a fumaça que era descarregada no palco. Em seguida, o tecladista Hans Peter Katzenburg adentra ao palco tocando gaita de fole com seu traje de morte ao som da intro “Days of Revenge”. Os fãs já sabiam que a calmaria estava chegando ao fim e que uma tempestade de Heavy Metal se aproximava.
Um a um, os membros do Grave Digger chegaram ao palco e logo de cara mandaram a ótima “Paid In Blood”, a melhor música do último trabalho dos alemães. Os fãs pulavam e se espremiam na frente, a banda sabia que o show já estava ganho. Sem tempo de respirar, já é emendada a aclamada “The Dark of the Sun” - do super clássico “Tunes of War” -, uma música que representa bem o que é o mais puro e verdadeiro Heavy Metal.
Novamente, os fãs não tiveram tempo nem de assimilar essa última paulada e o Grave Digger já toca a pesada “Hammer of the Scots” – também do último disco “Days of Revenge” – que conseguiu agradar bastante os fãs, até mesmo os mais antigos. Aliás, todas as músicas do último lançamento dos alemães que foram executadas fizeram a galera agitar muito, quase tanto quanto nas clássicas.
Mas, o que vinha logo em seguida era o que realmente poderia tirar lágrimas desses fãs mais saudosistas. Quando uma banda lança um álbum que é considerado uma obra clássica e fica muitos anos sem incluir um determinado som dessa obra, os fãs ficam ao longo de todos esses anos sonhando em ver essa música ao vivo, e quando essa música é tocada, o resultado é destruidor. Foi isso que aconteceu em “Killing Time”, tocada com muita garra pelo Digger. No final, podia se ouvir em uníssono a galera cantar “Olê Olê Olê! Digger! Digger!”. Foi arrebatador.
Chris Boltendahl mostrava muito carisma e o público retribui, aplaudindo bastante os caras. Todos os músicos pareciam estar muito felizes e satisfeitos, e com certeza, devem curtir bastante tocar no Brasil, onde com certeza possuem fãs fiéis e fanáticos pelo grupo. Então, o Grave Digger presenteia seus seguidores com a linda “Ballad of Mary (Queen of Scots)”. É interessante ver que Chris, mesmo cantando maior parte do tempo com seu timbre grave, rasgado, agressivo e sujo, também possui uma bela voz quando canta de maneira mais limpa e manda muito bem nas baladas.
Depois das boas “Highland Farewell” e “The Bruce”, estava chegando a hora do Grave Digger executar seu maior hino, que até mesmo deu nome a banda do ex-guitarrista do Digger Uwe Lullis. A música que me refiro é uma verdadeira canção de guerra, “Rebellion (The Clans Are Marching)”. Todos os presentes chegaram ao limite de suas vozes cantando aquele épico refrão! Quando os pesadíssimos riffs de guitarra embalados pela bateria de Stefan Arnold foram tocados, a galera toda começou a pular, fazendo o chão do Carioca Club literalmente tremer! Não é por acaso que “Rebellion” é sempre um dos sons mais esperados pelos fãs.
Como se pode perceber, o show do Grave Digger foi dividido em duas partes, sendo que a primeira era só músicas dos discos que o Digger presta homenagem às lendas escocesas, ou seja, somente sons do “Tunes of War” e “The Clans Will Rise Again”, já a segunda parte do set list era dedicada para Chris e companhia desferirem suas porradas dos outros discos.
Assim, começava um novo show do Grave Digger, com a intro “The Gallows Pole”, os fãs entoam as fúnebres melodias da música e de um momento pro outro a melancolia se transforma em euforia, com a épica “Ballad of a Hangman” – do disco homônimo de 2009 – a galera cantava tão alto que nem se ouvia direito o som da guitarra. Já emendada, veio a clássicona “Morgane Le Fay” – do extremamente aclamado “Excalibur” – onde Jens Becker simplesmente arregaçou com seu baixo, tal qual fazia nos remotos tempos do glorioso RUNNING WILD, saudado por todo bom headbanger que curte um Metal germânico. Certamente, Becker é o instrumentista mais talentoso do grupo e um dos melhores da cena Heavy e Power Metal da Alemanha.
Seguindo o show, era vez do Digger desferir o seu medley muito bem montado. Iniciado com a absolutamente épica “Twilght of the Gods” – do álbum “Rheingold” -, o medley segue com duas músicas matadoras do disco “Heart of Darkness”, são elas “Circle of Witches” e “The Grave Dancer”, com seu refrão furioso “I Dance on your Grave!” e se emendando no finalzinho dela, tinha novamente o refrão da “Twilght of the Gods”.
Com o medley finalizado, o Grave Digger continuava a fazer o Carioca Club se estremecer com a poderosa e temática “The Last Supper” – faixa título do disco – que Chris anuncia se tratar de um som que fala sobre os últimos dias de Cristo na terra, é uma letra é bem interessante. Porém, a “The Last Supper” apenas preparou o público para os dois super hits da banda.
Estava por vir “Excalibur”, com seu refrão marcantemente foda, essa música com toda certeza foi a iniciação de muita gente no Grave Digger e Chris Boltendahl sempre canta esse som de maneira mais especial. Em seguida, era hora de pular com a clássica “Knights of the Cross”, essa música é épica e é impossível ficar sem erguer as mãos e urrar seu poderoso refrão “Knights! Knights of the Cross! Murder! Murder! Fight to defend Jerusalem from the unholy devils!”. O Grave Digger jamais poderá fazer um show aqui no Brasil sem tocar esses hinos.
Depois dessas duas pancadas, o Grave Digger resolveu mudar o clima com belas melodias e dos longínquos tempos do debut “Heavy Metal Breakdown” veio a balada “Yesterday”, que pode até não ter uma letra das melhores, mas compensa tudo com a emoção que transmite. Bonita música.
O clima calmo logo terminou com duas canções tipicamente Heavy Metal, “Lionheart” – do ótimo “Knights of the Cross -, e a segunda música do cd “Rheingold” tocada na noite, a afiada “Vallhalla”, em homenagem a morada dos guerreiros que caíram em glória numa batalha, segundo a Mitologia Nórdica.
Os fãs sabiam que o show já estava por acabar, então despejaram suas últimas energias sobre a épica e cadenciada “The Round Table (Forever)”, com seus riffs que soam como uma grande marcha.
E por fim, era hora do maior clássico dos anos 80 do Grave Digger, uma verdadeira explosão de Heavy Metal, capaz de fazer qualquer um banguear com seus riffs simples e empolgantes, chegou a vez do Grave Digger encerrar sua apresentação com a eterna “Heavy Metal Breakdown” que é uma verdadeira celebração ao Metal e é a música ideal para se terminar o show, pois quando ela terminou, pode se ver no rosto de cada metalhead presente a felicidade estampada.
Apesar do Grave Digger vir aqui no Brasil várias e várias vezes, praticamente entre 1 ou 2 anos, os alemães sempre conseguem sair daqui com sua missão cumprida, sempre conseguem fazer uma excelente apresentação e dar aos seus fiéis fãs o que eles mais querem e o que eles mais merecem: uma aula de Heavy Metal!
GRAVE DIGGER -
Chris Boltendahl - vocais
Axel Ritt – guitarra
Jens Becker – baixo
Stefan Arnold – bacteria
Hans Peter Katzenburg - teclado
Set List -:
01 - Intro – Days of Revenge
02 – Paid In Blood
03 – The Dark of the Sun
04 – Hammer of the Scots
05 – Killing Time
06 – The Ballad of Mary (Queen of Scots)
07 – Highland Farewell
08 – The Bruce
09 – Rebellion (The Clans Are Marching)
+
10 – Intro – The Gallows Pole
11 – Ballad of a Hangman
12 – Morgane Le Fay
13 – Twilight of the Gods
14 –Circle of Witches
15 – The Grave Dancer
16 – The Last Supper
17 – Excalibur
18 – Knights of the Cross
+
19 – Yesterday
20 – Lionheart
21 – Vallhalla
+
22 – The Round Table (Forever)
23 – Heavy Metal Breakdown

Madame Saatan (Studio SP, São Paulo, 26/06/2011)


Madame Saatan promove epidemia de torcicolo em território indie
Banda paraense surpreende Studio SP em plena terça-feira e mostra atitude de gente grande em palco pequeno com performance explosiva
Parecia uma noite normal no templo indie da música ao vivo paulistana. O último dia 26 de julho era pra ser mais uma terça-feira relativamente despretensiosa do projeto Cedo & Sentado, do renomado Studio SP. Acontece que o público habitué da casa, acostumado a acompanhar com os pés os ritmos de baladinhas neo-clássicas, acabou batendo cabeça e até protagonizando rodas de pogo numa apresentação visceral do Madame Saatan, de Belém do Pará.
O grupo entrou em cena emanando uma aura peculiar. "Respira" (teaser do novo álbum que deve ser lançado nos próximos meses) abriu o show arregaçando amplificadores e intensificando a ação da gravidade nos queixos da plateia, que se aglutinou perante o palco em menos de um minuto de música. Em palco, Sammliz é mais do que uma excelente vocalista performática - a mulher comanda o espetáculo como Cleópatra comandava o Egito antigo. E convoca quem estiver por perto a se juntar a ela, Ícaro, Ivan e Ed numa explosão selvagem de originalidade temperada com excelentes referências.
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O Madame Saatan é um grupo evoluído a olhos vistos nos quesitos entrosamento e presença de palco. Quando em ação, Ícaro trata o baixo com o mesmo instinto selvagem que um leão faminto devora uma presa; Ed casa riffs e solos com mais peso e classe que qualquer metido à Zakk Wylde e Tony Iommi, enquanto Ivan domina a bateria de forma dramática, como um maestro rege uma orquestra. A banda suou música pelos poros do começo ao fim.
Dando sequência ao repertório, "Apocalipse", uma das mais antigas da banda, teve coro dos fãs presentes e confirmou que, naquela noite, os acordes minimalistas de sempre dariam lugar à riffs elaborados para espalhar uma epidemia de torcicolos até nos que não se declaram headbangers.
Na sequência, "Devorados" e "Rio Vermelho" representaram um tapa na cara de quem quer que tenha tido preconceito xenófobico com a banda. A essa altura, os paraenses já tinham 95% da atenção de um público estupefato.
Os 100% foram atingidos quando, de repente, uma versão maiúscula de "I Want You (She's So Heavy)" dosBeatles tocou até quem torcia o nariz pro som pesado e distorcido da banda, até porque o cover veio seguido por um improviso límpido de Edinho e Sammliz de "Stronger Than Me", homenagem à recém-falecida Amy Winehouse.
A casa pôde tomar fôlego e ouvir Sammliz falando sobre amor e solidão na excelente "Molotov". As não menos bombásticas "Até o Fim", "Gotas em Caos de Selva Avenida" e "Vela" fecharam o show. A banda saiu do palco ovacionada, tendo cumprido o dever de mostrar porque é a aposta da música pesada brasileira.
Novidades
Em agosto, o Madame Saatan lança o primeiro single e o clipe da música "Respira". O clipe é assinado por P.R. Brown, diretor que já trabalhou com nomes como Slipknot, Smashing Pumpkins, Audioslave e outros nomes de peso. O teaser do clipe está disponível no site da banda (http://www.madamesaatan.com/).


Limp Bizkit (Via Funchal, SP, 26/07/11)

Na última terça-feira, dia 26 de julho, o Limp Bizkit fez sua primeira apresentação na cidade de São Paulo, após cancelar em 2010, para mostrar seu novo álbum, “Gold Cobra”, após seis anos sem lançar material inédito. O grupo se apresentou no Via Funchal, conhecida casa de shows de SP.





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Fotos: Leandro Anhelli (www.flickr.com/alphaneo/tags/limpbizkit)
Nem mesmo a noite agradável em pleno inverno paulistano ajudou e, talvez por ser uma terça, a casa não atingiu sua lotação para receber os rapazes da Flórida. Mas voltando aoshow, a primeira surpresa veio cedo. A banda de abertura, La Raza, acabou não aparecendo...
Então, às 22h o Limp Bizkit  subiu ao palco, depois de anos prometendo uma visita ao país. A banda abriu seu show com a música "Hot Dog", do terceiro álbum do grupo, "Chocolate Starfish and the Hot Dog Flavored Water" seguida de "Show Me What You Got", que não esquentaram muito a galera. “My Generation” até serviu para aquecer, mas o ponto alto da noite veio mesmo mais para a metade do show, com uma seqüência mais famosa, com "My Way" som de maior sucesso da banda, "Nookie" e "Take a Look Around", mais conhecida como tema de missão impossível e que colocou todo mundo pra pular.
A formação do grupo é a original e conta com Sam Rivers no baixo, DJ Lethal (teclados e DJ), John Otto nas baquetas e Wes Borland nas guitarras. Além de Durst, que tem uma grande presença de palco, um dos grandes nomes da banda é sem dúvida Wes. O rapaz é o principal compositor da banda, tendo um estilo diferenciado que criou toda uma tendência às bandas de new metal no auge do estilo, em meados de 2000. Hoje, apesar dos riffs não fazerem mais tanto sucesso, Borland continua mostrando uma atitude muito peculiar. Sempre com figurinos super produzidos e de muito estilo, ele causa um grande impacto visual nas performances do LB.
Gostos a parte, pois sabemos que Fred é muito criticado pelos rockeiros mais exigentes, é inegável dizer que Fred é um grande frontman. O vocal agita o tempo todo, conversa com a platéia, chama o público pra participar da festa e sabe como incendiar a galera com suas frases de efeito e brincadeiras politicamente incorretas. Para comprovar isso, outro destaque da noite ficou com o convite de Durst para que as mulheres subissem ao palco para dançar ao seu lado, ao som de “Faith”. As garotas não titubearam para aceitar o convite e fizeram uma grande festa.
Outra surpresa, até mesmo estranha, da noite foi o fato da banda não ter tocado as músicas “Gold Cobra” e “Shotgun”, do CD novo. Engraçado o grupo estar divulgando o disco e não mandar os singles mais conhecidos do álbum, mas positivo o fato de terem reservado um espaço no set para as músicas que o público queria ouvir. Fred, inclusive, fez uma votação para que a galera escolhesse uma música e a vencedora foi “Pollution”, seguida de “Counterfeit”.
Destaque também para o público, que agitou demais. Com bastante espaço na pista, surgiu uma grande oportunidade para que os fãs fizessem grandes rodas próximas ao palco, o que provocou bastante tumulto, mas também muita agitação. Uma festa a parte da galera presente no show, que agradou bastante Fred e arrancou muitos elogios aos fãs brasileiros.
A crítica fica por conta das falhas pontuais no som, que falhava em determinados momentos, e no telão pifado ao lado direito da pista, além da tal divisão da pista VIP. Totalmente desnecessária. Nem a banda gostou. Durst, em um momento de empolgação, mandou o público da Pista Comum invadir. Para sorte dos seguranças, apenas alguns pularam a grade e o show seguiu tranquilamente.
Com “Rollin”, outro som que fez muito sucesso no começo da carreira, o Limp Bizkit encerrava em grande estilo sua apresentação em São Paulo. Como despedida, ficou a promessa de que a banda voltará em breve. Assim esperam os fãs.
Set list
Hot Dog
Show Me What You Got
My Generation
Why Try
Living It Up
Break Stuff
Boiler
My Way
Nookie
Take A Look Around
Behind Blue Eyes
Faith
Pollution
Counterfeit
Rollin

Killer Klowns: "Hard Rock oitentista nos anos 2000!"


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Em entrevista exclusiva à Comunidade Killer Klowns, William Guimarães, o talentoso vocalista do grupo de Hard Rock de Uberlândia, fala sobre o novo CD que está por vir, shows e vida pessoal.
entrevista abaixo foi publicada originalmente na Comunidade Killer Klowns
Paulo Victor: Olá, William. Obrigado por conceder essa entrevista. Para começo de conversa, como você está? Como esta sendo a experiência de gravar o primeiro CDda banda?
William Guimarães: Olá Paulo, estou ótimo e agradeço desde já pela atenção. Bom, está sendo ótimo e o processo de gravação está tranqüilo, já que dessa vez tivemos tempo de acertar todos os detalhes e estamos fazendo tudo com calma para que o tudo saia da maneira que planejamos.
Paulo Victor: O que podemos esperar do novo álbum?
William Guimarães: Acho que conseguimos combinar todos os elementos que definem a Killer Klowns de maneira bem equilibrada. Está bem agressivo e cheio de punch, ainda que possua muita melodia e os famosos refrãos pegajosos, que tanto caracterizam a banda.
Paulo Victor: Como está sendo o processo de gravação do novo CD? O renomado produtor Dennis Ward (ANGRA, KROKUS, PINK CREAM 69, ALLEN/LAND - THE REVENGE, EDEN’S CURSE) que fará a mixagem e masterização?
William Guimarães: Bom, esse é um sonho que está se realizando, já que sou um grande fã do trabalho do Dennis Ward, tanto como músico quanto como produtor. As gravações transcorreram de maneira tranqüila, já que tivemos um tempo razoável para fazer a pré-produção e inclusive testar ao vivo muitas das músicas que entrarão no cd. Faltam poucos overdubs de vocais pra gente fazer aí a gente manda pro Dennis e deixar que ele faça a “magia” dele por lá! (risos)
Paulo Victor: Você já pode nos afirmar os nomes e quantas músicas estarão no álbum?
William Guimarães: 11 canções, dentre elas 9 inéditas e 2 regravações do 1° EP. Algumas já bem conhecidas dos fãs como Until the End e Love Burns, e outras inéditas como Wild Place e You Can´t Win’em All que são bem Hard Rock, e mais três baladas, que não podem faltar em nosso repertório.
Paulo Victor: Quem compôs as músicas e quais são as suas inspirações na hora de compor?
William Guimarães: Quem mais compõe para a banda é o nosso guitarrista Teets. Ele já adquiriu um bom vocabulário dentro desse estilo e compõe com facilidade. Mas eu co-escrevi boa parte do material em conjunto com ele e duas das canções que estão no disco são minhas. Contribuí com refrãos e melodias em grande parte das novas canções, mas a banda toda contribui também. O processo de composição na banda é bem democrático na verdade, todos vêm com suas idéias e engrandecem nossas músicas. As músicas são tão minhas e do Teets, quanto do Baby (Baterista) e do PC (Baixista), a verdade é essa.
Paulo Victor: Vocês já tocaram ao vivo musicas do novo CD?
William Guimarães: Sim, desde o começo do ano temos nos empenhado nas composições, como já havia dito, e já testamos algumas das canções novas nos shows, acho que umas 5 delas, e a recepção foi bem positiva. Após o lançamento acredito que a recepção a essas mesmas canções será ainda melhor, já que a galera terá a chance de conhecer as letras e ouvir até o ouvido sangrar em casa, antes de ir aos nossos shows! (risos)
Paulo Victor: Já tem shows agendados para promover o álbum que está por vir?
William Guimarães: Bom, ainda não começamos a agendar a tour do disco, visto que ainda estamos divulgando o EP Women Pleaser, lançado em novembro do ano passado. Já fizemos mais de 50 shows pra promover esse EP e a recepção foi muito além do que imaginávamos. Para nosso full-length a gente pretende ir além e tocar em tudo quanto é lugar, inclusive estamos negociando nossa primeira turnê internacional, mas é melhor falar sobre isso assim que tiver maiores detalhes. Mas queremos mesmo é tocar no Brasil, de norte a sul!
Paulo Victor: Quais músicas dos EPs vocês colocarão no setlist dos shows quando lançarem o novo álbum?
William Guimarães: Vai depender de como vamos montar nossos sets, mas nossos shows são longos e, portanto, temos espaço para grande parte do material composto pela banda até esse ponto.
Paulo Victor: Há planos de se fazer vídeos? Há data prevista para o lançamento?
William Guimarães: Isso ainda vai depender de quando pegarmos as masters do disco para que então possamos definir a que tem mais força para ser a música de trabalho, mas com certeza faremos um ou mais vídeos. Quanto ao lançamento, acredito que seja em algum ponto de outubro ou novembro, já que queremos negociar alguns selos que têm demonstrado interesse no lançamento do álbum.
Paulo Victor: Agora vamos falar mais de você e seus gostos musicais. Quem são os teus ídolos na música? Quais são as tuas influências?
William Guimarães: Gosto muito de música e não me restrinjo a estilo algum. Escuto desde Jazz até Death Metal, e tenho respeito por todo estilo musical desde que a música seja feita com verdade e coração. Eu gosto muito de Beatles, pra mim é a melhor banda que já existiu, mas como disse gosto de muita coisa, ouço muito Hard Rock também. Prefiro à vertente setentista do estilo de bandas como RainbowUriah HeepBlack Sabbath e a NWOBHM de maneira geral, sou um grande fã daquele movimento.
Paulo Victor: Existe algum vocalista que te inspira hoje em dia?
William Guimarães: Gosto muito do Mike Patton do Faith No More pela originalidade e versatilidade. Admiro muito Ronnie James Dio por toda sua história e carreira, David Coverdale pelo feeling que ele imprime às canções e vocalistas que cantam com mais potência a agressividade. O meu favorito nesse quesito: James Hetfield nos bons tempos!
Paulo Victor: Há algum disco ou músico que depois que você escutou pensou "Vou ser um músico!"?
William Guimarães: Provavelmente algum do Iron Maiden, tipo Powerslave! Mas quando era moleque eu gostava demais de Ozzy com Randy Rhoads, DioRush e bandas desse tipo que me foram apresentadas pelo meu irmão mais velho, que viveu a adolescência durante os anos 80, portanto me passou a “nata” do Rock e do Metal.
Paulo Victor: Como você vê a evolução das bandas nacionais dos anos 2000? O que você acha da relação dos músicos com a internet?
William Guimarães: Acho que a internet foi a melhor coisa que aconteceu às bandas independentes, visto que ela destituiu grandes corporações que monopolizavam o gosto popular e tornavam a manipulação adolescente muito mais intensa e evidente. Hoje, ainda que seja óbvio que essa manipulação exista, é muito mais fácil para que uma banda seja notada fazendo um trabalho que não atenda às tendências que o mercado determina. Para nós da Killer Klowns isso é excelente, já que somos uma banda que faz um som oitentista, mas que não tem o crivo de uma grande gravadora, mas sim, a aprovação crescente do público e dos fãs, que é o que mais importa pra nós.
Paulo Victor: Como você definiria o som da Killer Klowns?
William Guimarães: Hard Rock oitentista nos anos 2000!
Paulo Victor: Qual é o verdadeiro significado do Hard Rock para você?
William Guimarães: O Hard Rock desperta em mim o mesmo sentimento que eu tenho ao escutar grandes bandas que fizeram a ainda fazem a história desse estilo de música já tão velho e ao mesmo tempo tão atual e necessário que é o Rock. Dos Beatles aos Rolling Stones, de Guns N' Roses a Skid Row, de Led Zeppelin a Rainbow e Van Halen; tudo isso é Hard Rock e só posso dizer que tenho um grande orgulho em dizer que faço Hard Rock, já que, dessa maneira, sinto que faço parte, mesmo que de maneira tímida, desse grupo que faz esse estilo de música tão incrível.
Paulo Victor: Como associar vida conjugal, fãs e shows?
William Guimarães: Pra mim é tudo numa boa, levo tudo com naturalidade já que minha relação com a música já se estende por décadas e sempre estará presente na minha vida. Também sou praticamente casado e minha companheira me apóia 100% já que ela entende a importância disso tudo em minha vida. Facilita o fato de ambos sermos fãs do mesmo tipo de música.
Paulo Victor: Fale sobre a saída do Douglas e a sua entrada na banda. E sobre como você se integrou ao Killer Klowns.
William Guimarães: Na verdade foi uma decisão do Douglas se desligar da banda, e, ao que me consta, a relação deles já estava ficando desgastada. Pra falar a verdade, eu gosto bastante do material composto por ele, e o acho um cara muito talentoso, principalmente no que diz respeito à composição. Regravei alguns sons do primeiro EP que haviam sido cantados por ele e tenho certeza que em breve ouviremos um material de grande qualidade vindo dele. Não há ressentimentos entre nós, temos uma boa relação.
Paulo Victor: Para finalizar a entrevista, você teria uma mensagem ou gostaria de dizer alguma coisa para os Fãs da Killers Klowns e do bom Hard Rock?
William Guimarães: Quero somente agradecer a todos que têm nos apoiado e acreditam que o rock brasileiro tem muito mais qualidade do que é apresentado na grande mídia hoje em dia. Temos batalhado muito, e tenho certeza que com esse novo CD conquistaremos um espaço maior em todo país. As pessoas podem esperar um material fantástico desse primeiro CD, muito hard rock e shows fantásticos, que é o que a Killer Klowns sempre ofereceu! Valeu!