27 de julho de 2011

A Ponte - The Bridge 2006









A ponte Golden Gate, que atravessa a baía de San Francisco, é um dos mais importantes pontos turísticos dos Estados Unidos. Mas é também o lugar que registra o maior índice de suicídios do mundo. Durante o ano de 2004, o diretor registrou, dia após dia, a rotina nefasta desse cartão-postal. Além do movimento de carros, pedestres e turistas, ele filmou mais de vinte suicídios. O documentário flagra pessoas que sobem no parapeito da ponte e se atiram.

O diretor vai então atrás de depoimentos de familiares e amigos dos suicidas para tentar entender seus motivos. O filme abriu o debate sobre a colocação de grades anti-suicídio na ponte.


Direção: Eric Steel
Duração: 93 Minutos


Tales From the Grave in Space - Gamma Bomb

Este ainda é o terceiro registro oficial dos irlandeses do Gama Bomb, mas a banda já pode ser considerada uma das melhores bandas da nova safra do thrash metal que vem surgindo nos últimos anos. E mesmo não sendo melhor que o genial “Citzen Brain”, de 2008, este “Tales From the Grave in Space” ainda consegue ser muito superior à média de bandas do estilo, trazendo muitos momentos de diversão ao ouvinte.





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O som da banda, para que não conhece, é um thrash metal clássico, calcado nos anos 80, na linha de EXODUS, NUCLEAR ASSAULT e DEATH ANGEL, tocando com muita velocidade, agressividade, e trazendo temas de como filmes de terror, vídeo games e momentos cômicos em suas letras. E é o tipo de música feita de  para fã, pois é possível sentir em cada nota exalada pela banda que os músicos são apaixonados pelo que fazem.
O álbum foi primeiramente disponibilizado para download gratuito no myspace da banda e, posteriormente, foi lançada sua versão física, que vale muito a pena ser adquirida, vez que a arte gráfica é muito legal, retratando as letras das músicas em forma de histórias de terror em quadrinhos. Muito original.
Em relação ao som do conjunto, este continua matador, e muito cativante, com aquele thrash metal rápido, cru e agressivo, com elementos de crossover e punk, capazes de fissurar os tímpanos menos resistentes. Todas as músicas são muito boas e divertidas, sendo este um álbum muito homogêneo. Apenas a título de exemplo, se você é fã dos primórdios do thrash metal, tente ouvir as pedradas “Slam Anthem”, Thee Witches”, “Escape From Scarecrow Mountais”, “Return to Blood Castle” e “Mummy Invasions” e não se emocionar...
Neste lançamento, especificamente, os temas tratados nas letras retratam filmes de terror e ficção científica clássicos, com muito bom humor.
Portanto, se você é fã de thrash metal da velha escola, corra atrás dos discos do Gama Bomb e prepare seus ouvidos para muita diversão!
Tales From the Grave in Space – Gama Bomb
(2011 – Erache Records - Importado)
Formação
Philly Byrne: Vocal
Joe McGuigan: Baixo
Luke Graham: Guitarra
Domo Dixon: Guitarra
Paul Caffrey: Bateria
Track List (edição especial):
CD 1:
1. Slam Anthem
2. New Eliminators of Atlantis B.C.
3. Three Witches
4. Last Ninjas Unite
5. Escape From Scarecrow Mountain
6. Mussolini Mosh
7. We Respect You
8. Apocalypse 1997
9. Return to Blood Castle
10. Polterghost
11. Skeletron
12. Mummy Invasion
CD 2:
1. Cellar Dweller
2. Deep Red
3. Curry Chip
4. Welcome Back to Life
5. Exhumed Maniac

Unseen Empire - Scar Symmetry

Depois do merecido sucesso que obtiveram nos últimos anos, principalmente após o álbum "Pitch Black Progress", de 2006, os suecos do SCAR SYMMETRY retornam com seu quinto lançamento oficial, e que tem tudo para fincar de vez o nome do conjunto entre os grandes representantes do Death Metal Melódico.





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Contudo, apesar da base do som da banda ser o Death Metal Melódico, conforme salientado, é impossível não se vislumbrar diversos outros elementos em seu som, que apresenta, além do partes de muito peso, outras mais suaves e progressivas, cujas melodias excelentes dão um toque todo especial ao trabalho da banda. E em “The Unseen Empire”, é possível se perceber com maior clareza como este emaranhado de elementos se complementam perfeitamente, criando uma sonoridade muito peculiar, embora, em algumas partes, ainda seja evidente a influência de SOILWORK, principalmente do álbum “Natural Born Chaos”.
E após a saída do vocalista Christian Älvestam, a banda conseguiu se manter relevante em “Dark Matter Dimensions” (2008), com os vocalistas Roberth ‘Robban’ Karlsson (vocais agressivos) e Lars Palmqvist (vocais limpos) fazendo um grande trabalho, mas é neste novo lançamento conseguiram atingir a maturidade com a nova formação, sendo, até o momento, seu melhor registro, tanto em termos de composição, como na execução dos músicos.
Apesar de todo o talento de Christian Älvestam, que conseguia transitar entre os mais variados tipos de vocalizações, Roberth ‘Robban’ Karlsson e Lars Palmqvist não ficam atrás, e realizam um trabalho especular neste CD.
E a qualidade das novas composições é tamanha que nos faz até relevar uma pequena diminuição no peso do som da banda.
O grande destaque do álbum é a abertura com a maravilhosa “The Anomaly”, que consegue alinhar com perfeição todos os elementos que caracterizam o som da banda: passagens ultra pesadas, com vocais guturais, e outras mais acessíveis, com melodias incríveis e uma linha vocal de fazer cair o queixo. Alias, o refrão desta música é daqueles que grudam na cabeça instantaneamente. Sem dúvida uma das melhores canções da história da banda.
Além desta, merecem destaque “Extinction Mantra”, macabra e repleta de peso e elementos progressivos; “Domination Agenda”, mais acessível, e com alguns elementos de Power Metal Melódico; e a variada “Alpha and Omega”, que encerra o disco com chave de ouro. A arte gráfica também é belíssima, sendo uma das mais bonitas que a banda já teve. A produção, como sempre, também é excelente, deixando todos osinstrumentos na cara, além de muito bem timbrados, tanto nos momentos mais agressivos como nos mais melódicos.
Se o SCAR SYMMETRY já conseguiu elevar seu nome com seus lançamentos anteriores, este “The Unseen Empire” tem tudo para levar a banda a patamares ainda maiores, figurando entre as grandes representantes do estilo, ao lado de CHILDREN OF BODON, IN FLAMES e SOILWORK.
The Unseen Empire – Scar Symmetry
(2011 –Nuclear Blast - Importado)
Formação
Roberth Karlsson – vocais guturais
Jonas Kjellgren - guitarra
Per Nilsson - guitarra
Kenneth Seil - baixo
Henrik Ohlsson - bateria
Lars Palmqvist – vocais limpos
Track List:
01. The Anomaly
02. Iluminoid Dream Sequence
03. Extinction Mantra
04. Seers of the Schaton
05. Domination Agenda
06. Astronomicon
07. Rise of the Reptilian Regime
08. The Draconian Arrival
09. Alpha and Omega

Under the Blade - Defleshed

Mais suecos por aqui. Fazer o que, se a cena lá é repleta de bandas extremas excepcionais? A Defleshed não é exceção, e apresenta um thrash/death muitíssimo criativo e até original. O grupo gravou grandes trabalhos, como os posteriores “Fast Forward”, e o último - “Reclaim the Beat” - mas é interessante pegar um registro mais ou menos do meio da carreira, para sacarem como a banda se manteve praticamente fiel à sua proposta inicial. Então, para não passar batido, a recomendação: procurem por toda a discografia do trio.





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“Under the Blade” é diferente, brutal, e faz essa mistura magnífica entre os citados thrash e death com o domínio que poucas bandas conseguiram fazer. O vocalista/baixista Gustaf Jorde também possui um timbre de voz diferenciado, não gutural, que se aproxima do black metal.
E por falar em black metal, poucos devem saber, mas quem ocupava a posição de baterista era ninguém mais, ninguém menos do que a máquina de blast beats Matte Modin, o maníaco que esteve na fase mais ultraveloz do Dark Funeral. Bem, isso dá uma boa noção do que você encontrará no som da Defleshed, certo?
Agora, a característica que eleva a Defleshed ao status de banda criativa: RIFFS ESPETACULARES, coisa que se segue ao longo de toda a carreira. Sim, os riffs são geniais, e conversam muitíssimo bem com o restante do instrumental. Realmente fenomenais.
Os destaques? Todas as músicas, que valem serem comentadas. A faixa de abertura – “Farewell to the Flesh” – inicia o barulho de forma perturbadora, tamanha a brutalidade que carrega consigo. Seguindo nas boas composições, “Entering my Yesterdays” chega de forma agressiva aos ouvidos e também contamina o ambiente.
“Eat the Meat Raw” tem um riff fantástico (ok, os riffs novamente), e uma levada muito empolgante. A mudança de ritmo no final também agrada. Outra que chama a atenção é “Sons of Spellcraft & Starfalls”, veloz e destruidora. Se eu fosse falar mais alguma coisa, seria novamente do riff...
Depois vem “Metalbounded”, com uma cadência contagiante, bem hardcore. Muito boa! Er... e já falei dos ótimos riffs? Ok, ok... continuando, agora tem a faixa-título, diversificada e irresistível. Assim é também “Thorns of a Black Rose” que, em determinado momento, tem um ritmo típico do black, numa passagem bem curta, mas marcante.
Outra que começa demolindo é “Cinderellas Return & Departure”, com blast beats infernais, e sem deixar descanso ao ouvinte. Grande som! Na sequência, vem a também desesperada “Walking the Moons of Mars”, muito violenta e com os riffs (sempre eles) monstruosos. Uma das melhores do CD.
Na mesma pegada, a penúltima canção – “Metallic Warlust” – também chega para derrubar paredes. “Impressionante” é uma boa palavra para descrever essa aqui. E para fechar, um cover magistral daDestruction – “Curse the Gods”. Não deve em nada à versão original, se me permitem a ousadia.
Defleshed é isso: muita porradaria e muita qualidade. Reforço: ouçam toda a discografia dos caras. Impossível se arrepender! Fodabagarai.
Pra não passar em branco, deixo aqui o clipe de “Grind and Rewind”, do álbum “Reclaim the Beat” (não encontrei nenhum do “Under the Blade”), para dar um gosto da pedreira que é a Defleshed.
Defleshed – Under the Blade
Invasion Records – 1997 – Suécia
Tracklist
01. Farewell to the Flesh
02. Entering my Yesterdays
03. Eat the Meat Raw
04. Sons of Spellcraft & Starfalls
05. Metalbounded
06. Under the Blade
07. Thorns of a Black Rose

V.I.P. (Very Indecent People) - Nympho

Embora para alguns leitores a banda carioca NYMPHO possa soar como uma ilustre desconhecida, o grupo vem há alguns anos freqüentando a cena Hard Rock nacional e é formado por músicos que não escondem suas influências e cumprem à risca a proposta de fazer o som que se propõem.





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A caminho do segundo álbum, que deve sair em 2012, a banda NYMPHO lançou em 2009 este primeiro trabalho: “V.I.P. – Very Indecent People”. Totalmente calcado na sonoridade dos anos 80, o grupo se mostra um prato cheio para os amantes de estilos como Glam Rock, Hard Rock e AOR. Riffs marcantes, vocal encaixado ao som tirado pela banda, visual que remete à década de 80, músicas de fácil assimilação e por aí vai.
As influências remontam diretamente a bandas como KISS  e PRETTY BOY FLOYD e os destaques ficam por conta da faixa de abertura “Ignited”, de “You Gotta Love”, com uma levada muito legal e bons riffs, em uma linha mais AOR, além de “Get Down (Nymphomaniac)” e “Reason To Rock”, as duas melhores do álbum para este redator.
Se o som tem sua raiz no Hard Rock dos anos 80, não podiam faltar baladas. Como toda banda do estilo que se preze, a NYMPHO traz algumas delas, como “Without You Tonight”.
Responsável pela composição de praticamente todas as canções do disco, o vocalista Criss Sexx, veterano músico carioca que já fez parte do BASTARDZ, dentre outras bandas e projetos, também cuidou da arte do encarte e da produção, arranjos e mixagem. E vale salientar que o álbum foi lançado via Perris Records, um selo americano especializado em lançamentos de grupos de Hair Metal/Glam Rock. Algo muito legal para uma banda brasileira do estilo.
Fica a torcida para que a banda NYMPHO continue firme no seu propósito de fazer um Rock baseado nos anos 80 e apresente um segundo álbum ainda melhor produzido e tão consistente quanto “V.I.P.”.
MySpace oficial: www.myspace.com/nymphovip
Contato: mrsexx@compuland.com.br
Importado – Perris Records
Banda:
Criss Sexx (vocal e guitarra)
Dick (guitarra)
Olavo Barroka (baixo)
Pablo Pinheiro (bateria)
Track List
1. Ignited
2. Green Lights Go
3. You Gotta Love
4. I Ain’t Over You
5. Get Down (Nymphomaniac)
6. All Night Long
7. New Life
8. Resurrection
9. Say It
10. Reason To Rock
11. Tits & Ass
12. Without You Tonight

1984 - Van Halen

A proximidade do lançamento do tão aguardado novo álbum do Van Halen com David Lee Roth nos vocais, traz uma excelente oportunidade de resgatarmos o último registro desta formação: o clássico “1984”, que vendeu mais de 10 milhões de cópias somente nos EUA, atingindo a posição de #2 no Top 100 da Billboard, onde permaneceu por 77 semanas.





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“1984” é também um marco na história do grupo, apresentando claras tendências pop, acentuadas com a inédita presença de teclados nas composições. Pianista em sua iniciação musical, Eddie Van Halen foi quem assumiu a tarefa, mostrando praticamente a mesma intimidade que o consagrou como mestre das seis cordas. A introdução instrumental, que leva o nome do álbum, é uma viagem com pouco mais de um minuto de efeitos de sintetizador, utilizados como parte do solo de baixo de Michael Anthony durante as apresentações ao vivo da banda.
Este trecho de abertura também prepara o ouvinte para o mega hit “Jump”, música mundialmente conhecida, que teve seu vídeoclip exaustivamente repetido nos programasmusicais da época. Destaque para o solo de guitarra que introduz o ainda mais magnífico solo de teclado, em um momento de rara genialidade. “Panama”, cuja letra menciona um carro e não o país da América Central, traz um riff marcante e mais alguns trechos de um Eddie Van Halenextremamente inspirado.
Outro vídeoclip inesquecível do início dos anos 80 foi “Hot For Teacher”, que desta vez destacou o desempenho do irmão mais velho, Alex Van Halen  e a histórica introdução que explora todos os recursos de sua bateria. “I´ll Wait” é mais uma bela composição que foi bastante executada nas rádios e mostra alguns traços de AOR. Este direcionamento gerou conflitos internos entre os integrantes, motivando a futura troca de vocalistas.
As faixas “Drop Dead Legs” e “Girl Gone Bad” mantêm a sonoridade hard rock característica do quarteto, remetendo ao início da carreira. Destaques para “Top Jimmy” que homenageia uma banda de rhythm and blues de Los Angeles e “House Of Pain”, sem dúvida, a composição mais pesada do disco.
“1984”, que integra a lista dos 200 álbuns definitivos indicados pela equipe do Rock And Roll Hall Of Fame, é um item essencial na discografia do Van Halen e obrigatório na coleção de qualquer amante de rock com qualidade, neste caso, indiscutível!
1. 1984
2. Jump
3. Panama
4. Top Jimmy
5. Drop Dead Legs
6. Hot for Teacher
7. I'll Wait
8. Girl Gone Bad
9. House of Pain

Carnival is Forever - Decapitated

A expectativa chegou ao fim com o lançamento de “Carnival is Forever”, um álbum bastante aguardado pelos fãs da Decapitated, principalmente após a tragédia ocorrida com a banda em 2007, quando um acidente com o ônibus da turnê matou o genial baterista Witold "Vitek" Kieltyka, e deixou o vocalista Adrian "Covan" Kowanek com sequelas.





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Bem, e é inevitável (embora eu não goste disso) comparar esse trabalho com o restante da discografia dos poloneses. Apenas para contextualizar, a banda começou com um death metal tradicional (“Winds of Creation” é praticamente perfeito!), tornando-se mais técnico a cada álbum.
Eles, que sempre tiveram como alicerces os riffs muito criativos e as aulas de bateria, evoluíram de um modo que a complexidade das composições criou outra identidade ao conjunto, e fez alguns fãs (como eu) questionarem se a antiga não seria mais interessante.
É óbvio que a banda faz (e sempre deve fazer) o que a agrada. Se as pessoas gostarem ou não, é outra questão, deixo claro aqui.
Pois bem, tudo isso para dizer que em “Carnival is Forever”, o grupo retrocedeu um pouco, e voltou a fazer músicas mais diretas do que complexas. Indiscutivelmente, eles mantiveram a técnica, mas a agora tudo parece fluir melhor, como nos tempos do “Nihility”, que tinha esse equilíbrio.
Os riffs diferenciados continuam firmes, e o baterista Kerim "Krimh" Lechner tem cacife mais que suficiente para estar na Decapitated. Agora, o atual vocalista Rafal Piotrowski, que assumiu uma responsabilidade gigantesca de substituir Covan, parece ter sentido a pressão. Não que ele exerça um trabalho insatisfatório, mas o cantor não parece ter a mesma pegada do antigo vocal. Seu timbre não é tão poderoso, e vai mais para o berrado do que para o gutural. Com isso, a banda perde um certo peso na cantoria.
E de alguma forma, parece que não foi dessa vez que acertaram em cheio a mão nesse play, dada a imensa expectativa que envolvia esse lançamento. Talvez tenha faltado mais do espírito Decapitated.
Contudo, registro aqui que o disco tem ótimas músicas, como “The Knife” (a melhor), “United”, “404” (solinho simples, mas bacana) e “Pest”, por exemplo. É um álbum que certamente agradará fãs do quarteto e de death metal em geral, principalmente se conseguirem abstrair (estou lutando para conseguir) e ver o CD como um disco isolado, não ligado aos álbuns anteriores da Decapitated.
Reforçando: SIM, vale a pena, mesmo não sendo um trabalho de grande destaque na história da banda.
Decapitated – Carnival is Forever
Nuclear Blast – 2011 – Polônia
Tracklist
1. The Knife 04:34
2. United 05:26
3. Carnival Is Forever 08:51
4. Homo Sum 04:35
5. 404 05:10
6. A View from a Hole 06:13
7. Pest 03:38
8. Silence 04:18
Total playing time 42:45

Carcaça - Carro Bomba

Algo sempre gratificante é observarmos uma banda garantir o merecido espaço seguindo seu próprio instinto, sem ‘rabo preso’ com ninguém e passando à margem das sempre discutíveis tendências da cena musical. Em pouco menos de 10 anos, o Carro Bomba foi modelando sua proposta e se posicionando entre os melhores nomes quando o assunto é rock pesado cantado na língua portuguesa.





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Se com “Nervoso” (08) ficou claro que a ideia era injetar uma distorção que afastasse o Carro Bomba da veia hard setentista dos discos anteriores, é com “Carcaça” que os paulistanos mostram não somente a estabilização desta proposta, mas também uma maior homogeneização de sua assinatura Heavy Metal com uma veia bluesy fortíssima, espessa e carnuda.
Assim, a maior referência em “Carcaça” é o Black Sabbath, em especial o da fase em que tinha como vocalista RonnieDio – atentem para as espetaculares “Combustível” e “Mondo Plastico”. O fato é que o repertório é irrepreensível, com arranjos muito bem trabalhados e uma genuína ‘crueza’ de emoção, com temas expostos de forma incisiva e desprovidos de grande refinamento poético, mas condizentes com a alma urbana que sempre vai almejar por dias melhores.
Novamente adotando o Mr. Som (SP) como estúdio, e agora sob a tutela da Laser Company Records, “Carcaça” é motivo de orgulho para qualquer um que compartilhe a paixão pelo rock pesado da velha escola e cantado na língua portuguesa. O Carro Bomba, ao lado do Motorocker e Baranga (um certo editor deve estar feliz! - Yeah, valeu Ben!!!), podem ser considerados como a tríade que representa o que há de mais significativo neste segmento! Se houvesse uma excursão itinerante pelo Brasil envolvendo essas feras...!
Formação:
Rogério Fernandes - voz
Marcello Schevano - guitarra
Fabrizio Micheloni - baixo
Heitor Shewchenko - bateria
Carro Bomba - Carcaça
(2011 / Laser Company Records – nacional)
01. Bala Perdida
02. Queimando a Largada
03. Carcaça
04. Combustível
05. O Medo Cala a Cidade
06. Mondo Plastico
07. Blueshit
08. Corpo Fechado
09. O Foda-se III
10. Tortura

Fly From Here - Yes

A expectativa pelo novo álbum do YES consumia os fãs da banda desde o anúncio de que um novo material inédito seria lançado. Depois de 10 anos sem um disco de estúdio e imersos em polêmicas que resultaram nas saídas do vocalista Jon Anderson e do tecladista Rick Wakeman, tudo parecia apontar para um disco distante do melhor que o YES pode produzir.





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Para compensar a desconfiança, Chris Squire, Steve Howe e Alan White buscaram a participação do tecladista Geoff Downes e do produtor Trevor Horn, ex-membros do BUGGLES e que já tinham participado do YES no disco "Drama" de 1980. Os convites visavam dar uma mostra do que se pretendia com o novo album; era uma declaração de que a sonoridade moderna, mas também complexa daquele trabalho era a proposta da banda.
O posto de vocalista foi preenchido pelo canadense Benoit David, que já fora aprovado pelos fãs na última turnê mundial. Com a oportunidade de atuar em canções inéditas, David pôde buscar um timbre próprio, afastando-se, mas não muito, da sonoridade consagrada por Jon Anderson em mais de 40 anos.
O resultado é um disco belo e intimista. Os solos de teclado, característica de Rick Wakeman, foram deixados de lado pelos climas sensíveis criados por Downess. O baixo de Squire está mais contido, mais discreto. A bateria de Alan White se mantém simples por quase todo o tempo. Já as cordas de Steve Howe encontram nas teclas de Downess uma parceria tão perfeita que por vezes parecem ser um único instrumento. A banda soa como um conjunto e não como uma reunião de individualidades competindo entre si, como acontecia em alguns discos da década de 90.
Essa unidade fica mais evidente na bela suíte que abre o disco. "We can fly" é uma antiga composição da banda que não fora incluída no "Drama". Estendida e aprimorada, ela é prova de que o YES ainda tem muito para oferecer para seus fãs. Ouvi-la inteira, suas seis faixas, é um prazer. O clímax é a parte "Sad Night at the Airfield", uma faixa de fazer chorar qualquer fã das antigas.
Além da suíte de abertura, o disco contém a boa voz de Squire em "The Man You Always Wanted Me to Be" e a belíssima "Life on a Film Set", uma canção do BUGGLES originalmente chamada "Riding a Tide". Howe se mostra um competente compositor de letras em "Hour of Need", faixa que conta com a participação de Oliver Wakeman, filho de Rick. A enérgica "Into the Storm" fecha o álbum em uma celebração da vitória sobre a tempestade que foram os últimos anos do YES.
O disco certamente agradará os fãs que tenham a mente aberta para acompanhar uma banda que chega aos 40 anos sem se tornar um cover de si mesmo. Além disso, tem qualidade e beleza suficientes para reunir novos fãs, mesmo entre as gerações mais novas. "Fly from Here" é um disco elegante e digno do nome e da história do YES.

From Fear to Eternity - Iron Maiden

O principal mérito de "From Fear to Eternity" é colocar em perspectiva a carreira do Iron Maiden na década de 2000. Ainda que a coletânea – dupla - englobe também os anos noventa, o fato é que os discos gravados pelo Maiden nos 90 apresentaram uma queda significativa de qualidade em relação aos primeiros tempos e, além disso, suas melhores composições já figuram em compilações anteriores lançadas pela Donzela. Assim, faixas como “Fear of the Dark”, “Be Quick or Be Dead”, “Afraid to Shoot Strangers”, “Bring Your Daughter … To the Slaughter”, “Tailgunner” e “Holy Smoke” acabam soando deslocadas em "From Fear to Eternity", cuja maioria das composições provém do período posterior ao retorno de Bruce Dickinson e Adrian Smith ao grupo, quando o Maiden se transformou em um sexteto com três guitarristas.





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A audição deixa claro que, mesmo mudando algumas características do seu som e acrescentando novos elementos à sua música que não caíram bem aos ouvidos mais ortodoxos, o Iron Maiden produziu material de qualidade nas últimas duas décadas. Basta colocar faixas como “The Wicker Man”, “Paschendale”, “Blood Brothers”, “Brave New World”, “These Colours Don't Run” e “Dance of Death” pra rolar para perceber isso. A tão discutida influência progressiva, exteriorizada em composições mais longas e com nuances diversas, deu um ar mais maduro à música da Donzela, fazendo-a soar diferente da energia brilhante dos primeiros discos, mas ainda com o poder de cativar.
O fato é que escutar essas composições de forma isolada e não em seus álbuns originais forma um panorama que torna possível avaliar de maneira mais eficiente o que o Iron Maiden  vem fazendo nos últimos anos. Se, por exemplo, a já citada “The Wicker Man” reafirma o seu poderio, frescor e status de novo clássico, “Different World” revela-se apenas mais uma peça no tabuleiro, sem acrescentar nada à carreira do grupo.
Um ponto que certamente gerará discussão entre os fãs é que as canções da era-Blaze Bayley presentes em "From Fear to Eternity" são todas versões ao vivo com os vocais de Bruce Dickinson. Ainda que eu, pessoalmente, prefira as gravações com a voz de Bruce, uma compilação que objetiva passar a limpo determinado período da carreira de uma banda deve conter as gravações originais, porque assim fica mais clara a evolução – ou não – do seu trabalho.
A ressalva que faço em relação a "From Fear to Eternity" é que o CD duplo poderia contar apenas com músicas dos quatro últimos álbuns do Iron Maiden – "Brave New World" (2000), "Dance of Death" (2003), "A Matter of Life and Death" (2006) e "The Final Frontier" (2010) -, já que as faixas dos discos da década de noventa soam totalmente deslocadas aqui. Se isso fosse feito, abriria espaço para a inclusão de composições excelentes e que ficaram de fora, como é o caso de “Ghost of the Navigator”, “Montségur”, “Face in the Sand”, “The Pilgrim”, “Satellite 15 … The Final Frontier”, “Mother of Mercy”, “Isle of Avalon”, “The Talisman” e “The Man Who Would Be King”, documentando assim, de maneira muito mais eficaz, a feceta atual da banda. O que temos em "From Fear to Eternity" é a união de duas fases distintas da carreira do Iron Maiden, e isso incomoda e faz com que a audição não flua naturalmente.
No final, o balanço é positivo, e a conclusão é a de sempre: se você já possui todos os discos, não há motivo para comprar. Mas, se você é apenas um ouvinte casual do Maiden, esse CD duplo vale a pena.
Faixas:
CD 1
1 The Wicker Man 4:36
2 Holy Smoke 3:49
3 El Dorado 6:49
4 Paschendale 8:28
5 Different World 4:19
6 Man on the Edge (Live) 4:40
7 The Reincarnation of Benjamin Breeg 7:22
8 Blood Brothers 7:14
9 Rainmaker 3:49
10 Sign of the Cross (Live) 10:49
11 Brave New World 6:19
12 Fear of the Dark (Live) 7:41
CD 2
1 Be Quick or Be Dead 3:24
2 Tailgunner 4:15
3 No More Lies 7:22
4 Coming Home 5:52
5 The Clansman (Live) 9:06
6 For the Greater Good of God 9:25
7 These Colours Don't Run 6:52
8 Bring Your Daughter... To the Slaughter 4:44
9 Afraid to Shoot Strangers 6:57
10 Dance of Death 8:36
11 When the Wild Wind Blows 11:02


Black Rose: A Rock Legend (Deluxe Edition) - Thin Lizzy

Após 32 anos de seu lançamento, o álbum "Black Rose: A Rock Legend", do THIN LIZZY, chegou às prateleiras em julho em uma versão deluxe lançada pela Universal Music. A edição traz dois discos: o primeiro é o próprio álbum, remasterizado; enquanto que o segundo apresenta material bônus, constando canções inéditas e versões alternativas de músicas que estão em full-lengths do grupo. O trabalho em estúdio ficou por conta do guitarrista Scott Gorham e do vocalista do DEF LEPPARD, Joe Elliot.





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O primeiro disco é conhecido e idolatrado por fãs de Rock de todo o mundo. Afinal, "Black Rose: A Rock Legend" é um digno clássico do estilo e conta com GARY MOORE, saudoso e respeitável guitarrista falecido em fevereiro deste ano. A remasterização colabora bastante com esse conjunto de petardos por deixar as canções mais vivas. A alteração mais notável é o destaque dado à cozinha na remixagem, permitindo que faixas como "Do Anything You Want To" e "Get Out Of Here", por exemplo, ficassem ainda mais pesadas.
O segundo disco, bônus, reserva muitas surpresas aos apreciadores do Lizzy. Apesar de muitos conhecerem as músicas aqui presentes, por rodarem em bootlegs desde sempre como demos perdidas de "Black Rose: A Rock Legend", elas ganharam um verdadeiro tratamento sonoro e, no geral, apresentam a mesma qualidade que o CD anterior, deixando de ser apenas um apanhado de demos de garagem. E, de fato, faixas como "A Night In The Life Of A Blues Singer", "Just The Two Of Us" e a bela versão lenta de "Don't Believe A Word", com vocais divididos entre Phil Lynott e Moore, entre outras, mereciam sair da gaveta.
A Universal também lançou, em janeiro, versões deluxe para "Jailbreak", "Johnny The Fox" e "Live And Dangerous"; e no mês passado, também lançou "Bad Reputation" e "Chinatown", além de "Black Rose: ARock Legend". Recomendadíssimo para os colecionadores de plantão, principalmente pelo material raro.
CD 1:
01. Do Anything You Want To
02. Toughest Street In Town
03. S&M
04. Waiting For An Alibi
05. Sarah
06. Got To Give It Up
07. Get Out Of Here
08. With Love
09. Róisín Dubh (Black Rose): A Rock Legend
CD 2:
01. Just The Two Of Us
02. A Night In The Life Of A Blues Singer (Longer version)
03. Rockula (Rock Your Love)
04. Don’t Believe A Word (Slow version)
05. Toughest Street In Town (Different)
06. S&M ('78 Version)
07. Got To Give It Up ('78 Version)
08. Cold Black Night ('78 Version)
09. With Love ('78 Version)
10. Black Rose ('78 Version)

Burn the Mankind - Burn the Mankind

São só dez minutos e meio. Dez minutos e meio que irão demolir sua vida. O que esperar de um quarteto formado por ex-membros de bandas como Nephasth, The Ordher e Indulgence, verdadeiras referências do som extremo nacional? Resposta: um puta abalo sísmico do brutal death metal.





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A Burn the Mankind soltou esse EP no ano passado, tempo suficiente para espalharem o terror em forma de quatromúsicas mundo afora. E os caras investiram pesado, como pode ser conferido no alto nível da produção do disco. Bom, também, estamos falando de veteranos acostumados a fazer trabalhos não menos do que brilhantes.
Após a introdução meio industrial, acompanhada de uma curta instrumental em “The Code”, tem início um devastador massacre de velocidade, peso e terror com “Survive On”, composição violentíssima que mostra do que o grupo é capaz.
Na sequência, “Human Decay” continua a obliterar nossos tímpanos. O som, apesar de mais trabalhado, técnico e cadenciado que o anterior, não é para os fracos não! Confiram lá no final o clipe recém lançado da canção.
E a quarta faixa, meus amigos, é um maravilhoso cover de “Morrer”, do Ratos de Porão. Só que a música ficou tão brutal, que está quase irreconhecível. FENOMENAL! Se vocês acham que a versão ultra-rápida que o RDP faz ao vivo é matadora (e é mesmo!), esperem para ouvir também isso aqui. Nada mais a declarar.
Não há como negar que a sonoridade da Burn the Mankind lembra bastante a das ex-bandas dos integrantes, mas isso deve ser levado como um elogio. Aqui, o que fala alto é a competência e habilidade quase desumana de composição que o conjunto possui.
Pois bem, precisa dizer mais alguma coisa? Ah sim, precisa! Deixo meu protesto pelo fato de serem poucas músicas! Que venham muitas outras mais, para queimar de vez a humanidade.
Agora sabem o melhor de tudo? O EP está disponível para download gratuito! Façam ótimo proveito e desgracem suas próprias vidas.
TRACKLIST
01 - The Code
02 - Survive On
03 - Human Decay
04 - Morrer (Cover Ratos De Porão)
Burn the Mankind – Burn the Mankind (EP)
Independente – 2010 - Brasil
http://www.myspace.com/burnthemankind

Time Of My Life - 3 Doors Down

Treze anos na ativa, cinco álbuns lançados e uma boa quantidade de singles de sucesso fazem do 3 Doors Down um dos principais representantes do rock alternativo na atualidade. A expectativa pelo novo álbum, Time of My Life, toma conta desde janeiro, quando o single “When You’re Young” caiu na rede. Um novo single, “Every Time You Go”, foi lançado em maio no iTunes. Finalmente, no dia 19, Time of My Life chegou às lojas via Universal Republic Records.





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Uma das características que sempre delineou o som do 3 Doors Down foi o potencial radiofônico até mesmo das músicas mais obscuras de seus álbuns. O talento do quinteto para produzir hits de rádio parece inesgotável. E o melhor de tudo: conseguem soar altamente comerciais sem se render aos clichês ou apelar para os jabás, ao contrário de seus “small town brothers” do Nickelback, que conforme o tempo foi passando, mudaram completamente de estilo a fim de se adequarem às exigências da indústria – basta ouvir o impecável Silver Side Up e compará-lo com qualquer outro que tenha vindo após The Long Road.
Mas vamos falar de Time of My Life, que tem em sua faixa-título a abertura ideal. Logo de cara já dá pra reparar que a produção foi das mais caprichadas. Tudo muito bem equalizado, as guitarras com um som mais “redondo”. Apesar dos voice effects – que você só percebe se prestar muita atenção –, um refrão e tanto torna esta uma das melhores de todo o play. Na sequência, a já conhecida “When You’re Young” que traz o estilo 3 Doors  Down de fazer uma balada, é quase uma mistura de “Here Without You” com “Let Me Go”. Merecia maior repercussão na época de seu lançamento.
“Heaven” é mais uma que segue o padrão baladeiro do 3 Doors Down. Introdução e primeiro verso acústicos, com dedilhado cravado de hammer-ons e pull-offs, refrão com a banda toda, novo verso acústico – dessa vez, com baixo e bateria só marcando –, novo refrão com a banda toda... Enfim, uma fórmula que dá certo desde 2000, quando The Better Life foi o 11° álbum mais vendido do ano no mundo todo e emplacou quatro hits nas paradas internacionais. “Race For The Sun” enfatiza o lado mais roqueiro do quinteto com uma letra certeira sobre correr atrás daquilo que se quer.
Eu, particularmente, não fui muito com a cara de “Back To Me”. Não sei, mas me lembrou o Nickelback em sua fase frouxa. Em se tratando de uma banda que eu adorava e, por conta das mudanças, passei a desprezar, passei adiante e voltei a sorrir, pois “Every Time You Go” é o tipo de som que não tem como não gostar. É rock e ponto final. Não duvido nada que, daqui uns anos, é capaz de ser lembrada como um clássico do 3 Doors Down. Se musicalmente não me agradou, “What’s Left” possui uma letra e tanto. Vale a conferida.
“On The Run” é uma espécie de irmã de “Race For The Sun” e tem um dos melhores refrões de Time of My Life, além de uma guitarra pra lá de empolgante. “My Way” traz afinação baixa, riff mais acelerado e cheira a futuro hit de festas alternativas. No final, a mais roqueira de todas, “Believer”, que eu não me surpreenderia também se ouvisse rolando na night. Há ainda quatro bônus tracks, disponíveis apenas na edição limitada que eu não cheguei a ouvir (veja tracklist abaixo).
Fica claro que, a exemplo de lançamentos anteriores, o 3 Doors Down fez exatamente o que se esperava e lançou um disco consistente, longo na medida certa e repleto de energia e boas canções. Não sei se é o melhor que já fizeram – até porque eu gosto de todos – mas tenho certeza que ficará no meu iPod por um bom tempo.
01 – Time Of My Life
02 – When You’re Young
03 – Round And Round
04 – Heaven
05 – Race For The Sun
06 – Back To Me
07 – Every Time You Go
08 – What’s Left
09 – On The Run
10 – She Is Love
11 – My Way
12 – Believer
Bonus Tracks:
13 – When You're Young (Acoustic)
14 – Every Time You Go (Acoustic)
15 – The Silence Remains
16 – Train (Demo)

Opeth: Para manter a chama acesa você tem que fazer turnês


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revista eletrônica autraliana The AU recentemente conduziu uma entrevista com o baixista Martin Mendez, da banda de Metal Progressivo Extremo sueca Opeth. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.
The AU: Eu ouvi o (novo álbum do Opeth) “Heritage” hoje e há muita sonoridade dos anos 60 e 70 nele – um pouco de The Doors, um pouco de Uriah Heep, um pouco de Jethro Tull  também. Houve “pitadas” disso nos álbuns anteriores, mas por que a banda decidiu abraçar essa sonoridade completamente neste álbum?
Martin: Bem, sempre curtimos esses sons. Sempre ouvimos bastante rock dos anos 70. Sempre tivemos esses álbuns em nossas coleções. Queríamos fazer experimentos com esse tipo de som que temos feito ao longo dos anos, mas mais nesse álbum, acredito eu.
The AU: Você entrou na banda há cerca de 12 anos. O que te levou ao Opeth e o que faz você permanecer nela?
Martin: Bem, eu amo tocar. Acho que o problema com os antigos membros é que eles pararam de gostar de tocar. Eu ainda amo isso e é a razão de eu ainda estar aqui. Adoro tocar. Acho que fica difícil para muitas pessoas porque esse estilo de vida não é para qualquer um. Sair em turnê é bastante difícil – é um período longo de tempo. Às vezes você fica em turnê por um ano e então lança um novo álbum e começa tudo de novo. Acho que isso pessa muito, para algumas pessoas. Talvez. Eles apenas querem estar em casa. Eu posso entender isso.
The AU: Você acha que se o Opeth não tivesse se tornado uma banda mundialmente famosa, a banda não teria sido bem sucedida, de um certo modo?
Martin: Sim. Quer dizer, nós nos mantemos com as turnês, como banda. Ao gravar álbuns e coisas do tipo, você não recebe dinheiro nenhum disso. Para nós, manter a chama da banda acesa e sobreviver, você tem que fazer turnês. Eu acredito que fazemos bem para um monte de gente, tocando ao vivo. Fazemos um bom show – não fazemos um grande espetáculo, como algumas bandas de Metal costumam fazer. Não temos bombas, não temos fogos de artifício, não temos vídeos (para animar o público), não usamos roupas estranhas, ou coisas do tipo. Nós chegamos e tocamos.
The AU: Compositores e fãs rotulam o Opeth de Death Metal Progressivo e tem sido assim há um bom tempo. Como você descreve a música que vocês tocam se você pudesse de alguma forma descrever a si mesmos?
Martin: Bem, isso é difícil, sabe? Eu não sei como falar sobre isso. Quer dizer, há tantos jornalistas no mundo da música hoje. As pessoas nos rotulam de Death Metal, mas eu acho que apenas tocamos Rock ou Heavy Metal, mas de uma forma diferente, saca? No passado, você ouvia Heavy Metal, mas agora você tem todos esses estilos diferentes. Agora você tem um rótulo para cada banda, para o que eles tocam. É difícil criar um para nós.
The AU: No passado, o Opeth era certamente, em grande parte, uma banda de Death Metal. Mas agora vocês tipo que se afastaram disso.
Martin: Bem, é verdade, mas não é como se quiséssemos nos afastar do Metal ou chatear nossos fãs ou algo do tipo. Ainda amamos Death Metal e ainda queremos tocar isso também. Quer dizer, nós estamos dentro do Metal, mas também fazemos outro tipo de música. Tentamos experimentar com todos os outros estilos. É natural. Quer dizer, ainda somos os mesmos. Não usamos vocais guturais, por exemplo, no novo álbum, mas isso não significa que tentamos nos afastar do Metal ou algo assim. Tipo que ficou chato fazer mais um álbum de Metal depois de “Watershed”; bem, ao menos para nós. É por isso que fizemos esse tipo de álbum.
The AU: Falando sobre Mikael (Åkerfeldt, guitarras/vocais), parece que ele é a figura proeminente e dominante na banda. Primeiramente, isso é refletido nas composições, e em segundo lugar, a banda se sente confortável com isso?
Martin: Mikael tem sido o único membro que tem estado aqui desde o começo e ele tem sido sempre o compositor. Mas ainda é bastante aberto. Quer dizer, é a banda dele e curtimos tocar essas músicas. Tentamos acrescentar à música para fazê-la soar da melhor forma possível.
The AU: Em seu estilo de tocar, você é mais influenciado pela música que você cresceu escutando ou pelas músicas novas – ou mesmo por outras coisas? De onde você tira inspiração? Como você aborda sua música?
Martin: Acho que é um monte de coisas – é sobre o que está ao seu redor e que vem a fazer parte de sua música. Outras pessoas e coisas podem te dar idéias, mas música é a principal coisa. O que eu escuto influencia bastante em minha música. Mas as pessoas ao seu redor, situações à sua volta... que podem influenciar seu estilo de tocar tanto de uma forma boa quanto de uma forma ruim.
Leia a entrevista na íntegra no The AU.

Deicide: Metal Revolution entrevista baterista Steve Asheim


Deicide acaba de lançar mais um excelente álbum, “To Hell with God”, que tem sido considerado um dos melhores de sua carreira. Para falar um pouco mais sobre este novo trabalho, dentre outras coisas, o Metal Revolution conversou com o baterista STEVE ASHEIM.
Em uma entrevista bem humorada, o músico comentou sobre o atual status de uma das mais respeitadas do cenário do metal extremo mundial.
Além de Steve Asheim, a atual formação do Deicide é composta por Glen Benton (vocal/baixo), Ralph Santolla (guitarrista, Deicide/Obtuary) e Jack Owen (guitarrista).
Metal Revolution - No final anos 80, a cena Death Metal era muito forte nos Estados Unidos, como você vê esta cena hoje por ai? Quais foram as principais mudanças?
Bem, o final dos anos 80 foi há muito tempo. Muitas daquelas bandas e os caras que faziam parte delas nem estão mais na ativa ou deixaram de existir. A cena era ótima, mas nós éramos os únicos que sabiam disso. Death Metal era uma espécie de paria nessa época, nós tínhamos fãs, mas não muito respeito do resto da cena. No entanto, hoje parecem ter um pouco mais apreço pelo que aconteceu no passado.
Você e Glen são os principais compositores da banda, explique um pouco como foi o processo de composição para The Hell With God já que grande parte das faixas foi composta por você? (NR: Oito das dez faixas que compõe o CD foram compostas por Steve)
Eu faço a demo de algumas canções e entrego para os caras comentarem. Com isso, mudamos algumas coisas ou apenas esperar para entrar no estúdio e alterarmos isso durante a gravação. Uma vez que temos a base musical definida, Glen e Ralf vão entrar e fazer ligações e vocais. Muito curto e seco realmente.
Benton é autor de todas as faixas de The Hell With God que conta com você como principal compositor. Como funciona normalmente o processo de composição entre vocês? Jack Owen e Ralph Santolla costumam também contribuir?
É principalmente Glen e eu fazemos a maioria da letras. Jacko tinha algumas músicas desta vez e nós precisávamos de um tempo extra, por isso, ficamos felizes em usar alguns dos seus riffs. Ele também tem ótimas canções. "Conviction" é uma delas. Ralph apenas adere e conduz neste ponto. Se ele tem alguns riffs utilizáveis, nós vamos usá-los.
The Hell With God, foi produzido por você ao lado de Glen e Mark Lewis. Como foi trabalhar com eles na produção de mais um álbum?
Foi tudo bem. Eu gostei, porque foi menos trabalho para mim, menos responsabilidade. Eu estou cada vez menos interessado ​​nos detalhes do processo de gravação. Eu gosto de ficar, principalmente com o aspecto criativo como timbres de guitarra, os níveis, etc. Eu só quero ter certeza de que as faixas vão bem e que a mixagem é pesada, deixo pros outros caras produzirem os outros aspectos.
As capas do Deicide sempre são trabalhos fortes e chocantes para pessoas desavisadas e não foi diferente no The Hell With God, como surgiu a idéia para arte da capa?
Eu acho que Glen encontrou alguma arte online e então ele e The Label tinham um artista para refinar o trabalho, tornar mais sinistro e parecendo mal. Eu acho que isso funcionou muito bem para o conceito. E é claro que tentamos ter capas legais. Qualquer coisa que não pareça desenho animado, eu odeio isso.
The Hell With God em minha opinião um dos melhores disco já lançados pela banda nos últimos 11 anos, nos remetendo aos primórdios como Legion, Deicide e Once Upon the Cross, esta retomada foi intencional?
Sim, nós sempre tentamos colocar o nosso melhor, as coisas boas. Dessa vez não foi diferente. Mas, pessoalmente, eu tentei recapturar a velha vibração. Peguei aquela técnica de compor de volta, mas também que mantenha isso na linha com nosso novo estilo. Acho que isso acabou como uma grande mistura dos dois.
O vocal do Glen esta menos grave e mais claro comparado com outros trabalhos mais recentes e com seu antecessor Till Death Do Us Part. De quem veio a idéia de deixá-lo assim e porquê?
Isso foi um esforço real para Glen voltar aos vocais da era do “Serpents...” Um pouco mais claro e leve. Mark ajudou com isso também, com ter as melhores performances dele em relação ao tom e clareza e até mesmo alguns padrões. Eles fizeram um ótimo trabalho, isso ficou realmente bom.
As guitarras neste trabalho estão bem rápidas, com riffs fortes e solos muito bem trabalhados. Como é trabalhar ao lado de dois exímios guitarristas como Jack Owen e Ralph Santolla?
É realmente ótimo tê-los na banda, eles são músicos do melhor calibre. Ou pelo menos do melhor calibre que nós já trabalhamos. E ambos contribuem muito para produção obviamente. O ritmo de trabalho de Jack é direto e extremamente articulado e Ralph conduz de uma forma enlouquecedora. Eu ouço as coisas apenas por ouvir às vezes.
Eu sei que você não é satanista, mas que considera o Deicide uma forma de alerta contra o fanatismo que as religiões podem causar. E como é ter na banda Ralph Santolla um cristão, que até certo ponto contradiz a temática do Deicide?
É, Ralph é livre para acreditar no que ele quiser, nós não somos tiranos ideológicos, nós somos uma banda, e nós precisamos de um grande guitarrista e músico. Ele pode trabalhar suas próprias questões no seu próprio tempo. Ele parece não ter problema tocando conosco a gastando seu dinheiro então, um ponto para o Satan, eu acho.
Como você se sente em relação a The Hell With God e Como esta sendo a aceitação por parte dos fãs e da critica mundial?
Foi realmente muito boa até agora. Pessoas tem curtido bastante o álbum, nós temos tocado as músicas ao vivo e as pessoas gostam do material. Elas sabem disso e querem ouvir isso. Isso é uma coisa rara nesses dias, apenas pergunte ao Morbid Angel. (risos) Eu estou brincando.
A banda já se apresentou por duas vezes no Brasil, sendo a última delas a mais de um ano atrás. Como você se lembra dessas apresentações e o que achou do público?
Sim, cara! Foi ótimo tocar no Brasil. Eu tive realmente um bom momento. Foi meu aniversário, eu me lembro disso. E quatro garotinhas me jogaram em uma festa particular no meu quarto de hotel, isso foi ótimo. Os shows foram incríveis também, muitos fãs e uma ótima resposta. Foi realmente um ótimo momento para nós. Eu estou ansioso para o nosso retorno.
Sei que ainda é um pouco cedo para essa pergunta, sabendo que provavelmente muitas datas ainda estão sendo acertadas. Mas há algum plano para uma turnê de The Hell With God que passe pela América do Sul, em especial pelo Brasil?
Eu espero que possamos fazer alguns shows no Brasil antes do final do ano em Outubro ou Novembro. Se não então talvez depois do Ano Novo, Janeiro ou Fevereiro. Eu gosto de ir ao Brasil quando ainda é verão lá e inverno aqui. É legal jogar as estações umas contra as outras assim.
Uma curiosidade que tenho é, como pudemos ver no DVD do Deicide "When London Burns", você há algum tempo coleciona armas de fogo, mesmo com algumas manifestações anti porte de arma que vem ocorrendo nos EUA nos últimos meses em especial, por conta do ocorrido com a congressista norte-americana Gabrielle Giffords que foi atingida durante um encontro da deputada com eleitores no Estado do Arizona em Janeiro deste ano. Como você tem feito para manter sua coleção? Após esse fato algo mudou em relação a colecionadores tentarem obter novas armas?
Não, não muito tem mudado. Sempre houve violência e armas nos Estados Unidos. Diferentes partes do país têm leis diferentes. As leis do Arizona são muito liberais em relação a armas, o mesmo na Flórida onde eu moro. Não, ninguém tomará nossas armas tão cedo.
Agradecimento especial a Shinigami Records (www.shinigamirecords.com.br), a Leandro Cherutti pela colaboração direta na pauta desta entrevista e a Costábile Salzano Jr (The Ultimate Music - Press) pela revisão.
Entrevista realizada por Juliana Lorencini para o Portal Metal Revolution.

Dynahead: desbravando caminhos pedregosos

Natural de Brasília e na ativa desde 2004, o Dynahead não abre mão de elaborar um Heavy Metal intrincado e, assim, vem conquistando a fatia do público que tem aversão às tendências musicais e que prefere música cuja assimilação tende a ser mais lenta. Com o lançamento de seu segundo álbum, “Youniverse”, o Whiplash! foi conversar com o vocalista Caio Duarte, que deu uma geral na atual situação da banda:



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Whiplash!: Olá Caio, como vai? Passou-se cerca de dois anos desde “Antigen”, um debut que tinha como ponto a favor sua qualidade musical, mas cuja abordagem não convencional confundiu muita gente por aí. Que balanço você faria da trajetória do Dynahead desde então?
Caio Duarte: Olá Ben Ami, muito obrigado por nos receber! Para ser sincero, a reação ao “Antigen” foi melhor do que eu esperava. Apesar de ser um trabalho experimental, pessoas de gostos muito diferentes conseguiram se conectar ao som, o que é muito bacana para uma banda que deseja trilhar um caminho próprio. Esse caminho que escolhemos é bem pedregoso, mas o reconhecimento vai surgindo e é o que nos faz querer continuar com essa proposta.
Whiplash!: Agora o Dynahead está lançando “Youniverse”, uma extensão natural, porém ainda mais madura do que foi oferecido por seu antecessor. Considerando a imprevisibilidade que já é característica de sua música, quais as metas que tinham em mente quando começaram a compor este disco?
Caio: Queríamos só fazer o melhor disco possível, do qual pudéssemos nos orgulhar independente de ‘vender’ ou não. Ficamos confiantes com a repercussão do “Antigen”, e por isso fomos mais ousados e experimentamos mais. No “Antigen” ainda estávamos meio que descobrindo o que é o Dynahead, e agora no “Youniverse” já temos uma idéia boa dos nossos pontos fortes e caímos matando. Até por isso as composições saíram com mais naturalidade.
Whiplash!: Assim como “Antigen”, o tema do novo álbum novamente envolve o ser humano, mas agora o relacionando ao Universo. Poderia dar mais detalhes sobre o conceito?
Caio: O conceito foi o fruto natural de alguns anos de estudo de astronomia. Este álbum reconta um pouco da história do universo e da raça humana, fazendo um paralelo com as nossas próprias experiências enquanto indivíduos. O álbum começa com um nascimento, passa por um despertar, uma infância, adolescência, até a morte. As letras começam sombrias e terminam otimistas, pois relata todo um processo de amadurecimento.
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Whiplash!: A forma como inseriram sons captados no espaço na abertura “Ylem” e em “Onset” apenas reforça a conexão com essa temática. Como surgiu a ideia de utilizar estes samples nos arranjos?
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Caio: Ouvi esses sons no site da NASA e fiquei surpreso, achei muito legal! Estes samples são o que surge quando você pega padrões de tempestades eletromagnéticas em Júpiter ou Saturno, e converte estes dados em freqüências sonoras. No final do CD também rolam alguns sinais provenientes de estrelas de nêutrons. É bem adequado, já que estrelas de nêutrons possivelmente são o que vai restar quando o universo tiver se resfriado por completo e chegado ao fim.
Whiplash!: O baterista Rafael Dantas fez um ótimo trabalho em "Antigen" e "Youniverse", mas anunciou sua saída do grupo e atualmente vocês contam com Deth Santos. Considerando a proposta do Dynahead, já deu para sacar o quanto este baterista pode vir a acrescentar à sua música?
Caio: A contribuição está sendo enorme! O Deth é um baterista técnico e experiente, além de ter uma formação muito eclética. Isso é importante, pois gostamos de manter nossas mentes abertas, e é empolgante saber que vamos poder pegar mais pesado do que nunca nas doideiras, que o batera dá conta! (risos)
Whiplash!: Caio, há algum tempo você assumiu oficialmente seu papel como produtor musical, e inclusive vem contando com a confiança de músicos de outros países. O que a BroadBand Productions pode oferecer aos interessados por seus serviços?
Caio: Tudo começou há alguns anos atrás, gravando a primeira demo do Dynahead, e com o tempo tive o privilégio de trabalhar com muitas bandas excelentes do Brasil e do exterior. Além do estúdio, no qual produzo CDs de ponta a ponta, também faço serviços de mixagem e masterização para bandas de qualquer parte do mundo. O leitor pode obter informações sobre o estúdio, meu trabalho e discografia no site www.myspace.com/broadbandprod.
Whiplash!: Aliás, você também tem atuado em outra outra área... Quais suas impressões após a experiência com o curta-metragem inspirado na canção "Circles", do novo disco? O resultado final ficou muito bacana!
Caio: Muito obrigado mesmo! Também trabalho com cinema e vídeo, inclusive já dirigi e participei de alguns videoclipes. Este ano estou dando meus primeiros passos com uma produtora de cinema, e queria fazer um curta experimental com orçamento zero, sem recurso mesmo, para ver o que sairia. Como ainda não tinha equipamento de captação de áudio em campo, veio a idéia de basear em cima de uma música, aí pensei, por que não uma música do Dynahead? A “Circles” é uma canção bem diferente e tem uma letra bem legal, então escrevi uma história inspirada nela. O filme foi inscrito em alguns festivais, vamos ficar na torcida para que seja bem recebido!
Whiplash!: Há alguns meses Thiago Bianchi (Shaman) veio com a proposta de reunir um milhão e trezentos mil nomes assinados de próprio punho para oficializar o ‘Dia do Heavy Metal Brasileiro’. Ainda que toda proposta possa vir a ser válida, até onde você acha que medidas deste tipo poderiam ser eficazes para fortalecer o underground de um Brasil que tem a apatia como forte característica em seu povo?
Caio: Uma proposta formal como essa é válida, pois pode servir como evidência da popularidade do Heavy Metal ou algo assim, mas o problema da apatia é bem enraizado. É impossível apontar um único ponto para melhorar, e vale frisar que a cena metal está difícil no mundo todo - com exceção das modinhas, que são o pão-com-manteiga da indústria.
Caio: O brasileiro adora Rock e Metal, mas somente quando vem de fora. Por que isso? Em parte é porque toda uma geração começou a ouvir esse som através de uma mídia especializada que foi formadora de opinião, e usou isso para criar monopólio ao redor de pouquíssimos artistas brasileiros. Isso alienou o público e desintegrou o underground, com um clima de elitismo e ‘guerrinha de tribos’ totalmente incoerente.
Caio: Aí veio a crise da indústria fonográfica e, sem um circuito independente forte para segurar, a cena implodiu. Hoje há alguma esperança por que a internet é a nova referência, e zines como o Whiplash! representam uma nova geração de veículos que não descriminam artistas baseados em estilo, grana ou cunhadismo. Na internet você pode conhecer banda nordestina sem gravadora, de Prog Rock ou Death Metal, ninguém é boicotado, é o público que escolhe. Aqui todos podem conhecer o patrimônio nacional, e é esse conhecimento e carinho que leva as pessoas aos shows.
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Whiplash!: Sempre há muito trabalho após o lançamento de um novo álbum. Neste sentido, quais as metas do Dynahead para os próximos meses?
Caio: Pretendemos lançar um novo clipe até o final do ano, além de um documentário sobre a gravação do álbum, que já está pronto. Também estamos procurando marcar o máximo de giros possíveis pelo país, o que não é fácil levando-se em conta as distâncias e o estado da cena brasileira, mas estamos trabalhando! Estamos vendo as possibilidades de fazer um giro pela Europa ou América Latina em 2012, mas gostamos de fazer as coisas com calma. De resto, vamos continuar produzindo, tocando, nos divertindo e levando nossa música para os fãs, que são os melhores do universo!
Whiplash!: Ok, Caio, o Whiplash! agradece pela entrevista e deseja boa sorte na divulgação de “Youniverse”. O espaço é do Dynahead para as considerações finais.
Caio: Muito obrigado novamente pelo interesse no nosso trabalho e pelo bate-papo! Para quem ainda não conhece, você pode conhecer, baixar nosso primeiro álbum gratuitamente, adquirir o novo e muitas coisas legais no nosso website – www.dynahead.com.br – e falar conosco nos canais oficiais da banda no Facebook – www.facebook.com/dynahead e MySpace - www.myspace.com/dynahead . Nos vemos em breve, e muita força a todos!