24 de julho de 2011

Upside Down : The Creation Records Story 2010








Fundada no início da década de 80, na década de 90 a gravadora Creation, capitaneada pelo visionário Alan McGee, já contava em seu catálogo com algumas das bandas mais emblemáticas do Reino Unido: Jesus and Mary Chain, My Bloody Valentine, Primal Scream, Ride, Teenage Fanclub, Super Furry Animals, The Felt, Oasis, entre várias outras formações interessantes e menos conhecidas.


A marca Creation se tornou tão forte que se tornou um símbolo de qualidade. ‘Upside Down – The Creation Records Story’ (‘Upside Down’ é o título do primeiro single lançado pelo Jesus and Mary Chain), documentário do director Danny O’Connor pretende ser o registro definitivo sobre esse que se tornou um dos selos mais cultuados na Inglaterra e no mundo.

Ao longo de cem minutos o espectador assistirá entrevistas com o próprio McGee e seu sócio Dick Green, jornalistas e membros das bandas, trechos de shows e videoclips, numa viagem excitante pelo “universo musical” criado pela Creation.





http://arapongasrockmotor.blogspot.com/

Armod - Falconer

É grande o universo de bandas que misturam a música moderna do metal a sonoridade da música folclórica/medieval européia. A banda sueca Falconer faz parte deste universo a mais de 10 anos e em 2011 no seu 7º lançamento nós brinda com um consistente power metal combinada com a influência folk metal.





Imagem
O álbum é apoiado na performance do vocalista Mathias Blad que se utiliza de sua formação teatral, pois a cara é ator, para interpretar magistralmente os arranjos vocais, sempre limpos, das canções, cujo o resultado é primoroso nos transportando para tempos antigos. Já o guitarrista e lider da banda Stefan Weinerhall faz um bom trabalho, nos trazendo excelentes riffs e sacadas criativas nas músicas, fazendo construções sonoras interessantes que casam perfeitamente com as instrumentalizações folclóricas propostas neste trabalho.
A adição de vocal feminino em alguns refrões e passagens nas música são feitas de forma acertada, aliados a breves momentos de criativos teclado e adição de violinos e flautas contribuem para realçar o clima épico da obra.
Recomendadíssimo para quem curtem a magia da época medieval com capa e espada e amantes da boa música.
Faixas:
01. Svarta Ankan (6:56)
02. Dimmornas Drottning (4:17)
03. Griftefrid (4:20)
04. O, Tysta Ensamhet (4:08)
05. Rosornas Grav (5:53)
06. Grimborg (3:32)
07. Herr Peder och hans Syster (7:18)
08. Eklundapolskan (2:56)
09. Grimasch om morgonen (2:30)
10. Fru Silfver (4:32)
11. Gammal Fabodpsalm (3:23)
12. Black Widow (Bonus Track) (6:56)
13. Grimborg (Bonus Track) (3:31)
14. By the Rose?s Grave (Bonus Track) (5:53)
15. O, Silent Solitude (Bonus Track) (4:06)


Cursed - Rotten Sound

É quase sempre a mesma coisa: grindcore dos mais brutais, com qualidade para dar e vender. Deve ser unânime que esses caras são uma das melhores bandas do estilo no planeta. Meia horinha de CD já deixa um estrago permanente na cabeça. Ainda bem.





Imagem
Pois os finlandeses continuam afiados e soltando fogo para todos os lados. A fórmula é aquela clássica do grind: o maior barulho possível em músicas curtas. A maior delas – “Declare” - não chega a três minutos. E é só conferir faixas como “Alone”, “Self”, “Power”, “Plan”, “Terrified” e “Doomed” para ter muito medo da violência da banda.
Percebendo os títulos, aliás, notem que são todos compostos por apenas uma palavra cada, algo que acompanha a maior parte das canções da discografia do grupo. Outra coisa que continua imbatível é o esquema de praticamente emendar uma música na outra, sem dar folga para pensar em alguma coisa. Uma verdadeira muralha sonora que aflige os mais descuidados.
Lá no começo, falei que QUASE sempre é a mesma coisa. Dessa vez, algumas canções, como “Choose”, “Hollow” e a citada “Declare” fogem um pouco dos padrões da Rotten Sound, e até apresentam caráter experimental dentro do CD, mas têm seus méritos pelo som bem trabalhado.
Quanto à produção, a Rotten Sound manteve intacta a ótima qualidade de gravação. A guitarra e o baixo são peso puro, mas uma coisa que sempre admiro é a timbragem da bateria, que dá um punch poderosíssimo ao som do grupo. Tudo isso junto é demolidor.
Apesar dos bons momentos que o disco proporciona, não posso dizer que “Cursed” é o melhor trabalho dos caras. Parece ter faltado alguma coisa. Talvez mais sons velozes e diretos, e uma pitada criativa ainda maior no disco.
Ainda sim, é um álbum da Rotten Sound, sinônimo de boa podridão. E eles gostam de fazer videoclipes. Degustem dois aí debaixo sem moderação.
Rotten Sound – Cursed
Relapse Records – 2011 – Finlândia

Passion - Anaal Nathrakh

Mesmo não tendo como prioridade as apresentações ao vivo, o britânico Anaal Nathrakh passou a contar com uma crescente legião de admiradores pelos quatro cantos do globo desde que começou a liberar seus registros, lá pelo final da década de 1990. Agora, dando continuidade ao caos em formas de ondas sonoras, está chegando ao mercado seu sexto álbum, com o sugestivo título “Passion”.





Imagem
Temas sobre assassinatos, estupros, torturas e outras amenidades que se adaptem aos refinados delírios masoquistas de Irrumator e V.I.T.R.I.O.L. – ou Mick Kenney e Dave Hunt para os íntimos – são utilizados, tendo comotrilha sonora basicamente os mesmos ingredientes dos trabalhos anteriores, fundindo Death, Grind e Black Metal em uma massa sonora compacta, que se torna ainda mais disforme e sinistra pelo uso de efeitos muito bem encaixados.
Porém, mantendo a mesma fórmula, mesmo que consagrada, é inegável que o Anaal Nathrakh começa a dar indícios de estar adentrando em certa zona de conforto. Se a atordoante “Drug-Fucking Abomination” consegue ser o grande destaque pela versatilidade de suas estruturas; ou ainda "Volenti Non Fit Iniuria" e "Paragon Pariah" continuarem, mesmo com o uso de vocalizações limpas, a disparar rajadas de ódio, há várias outras ocasiões que se revelam familiares e (quase) monótonas. Como dito, meros produtos de uma fórmula.
“Passion” é um bom trabalho, mas não consegue acrescentar muito à discografia do grupo, em especial por ser o sucessor do bombástico “In The Constellation Of The Black Widow” (09). Apesar dos pesares, os pouco mais de 35 minutos continuam sustentando uma insanidade tão palpável que o Anaal Nathrakh continua inimitável e no rol das maiores potências do Heavy Metal extremo.
Formação:
V.I.T.R.I.O.L. (Dave Hunt) - voz
Irrumator (Mick Kenney) - guitarra, baixo, programação e bateria
Anaal Nathrakh – Passion
(2011 / Candlelight Records - importado)
01. Volenti Non Fit Iniuria
02. Drug-Fucking Abomination
03. Post Traumatic Stress Euphoria
04. La Diabolique Est L'Ami Du Simplement Mal
05. Locus Of Damnation
06. Tod Huetet Uebel
07. Paragon Pariah
08. Who Thinks Of The Executioner?
09. Ashes Screaming Silence
10. Portrait Of The Artist

Black Rivers Flow - Lazarus A.D.

Depois de debutarem com o excelente “The Onslaught”, de 2007, os americanos do LAZARUS A.D. retornam com seu segundo lançamento oficial, mais uma vez pela Metal Blade Records, comprovando os motivos que os levaram a serem considerados como uma das grandes bandas da nova safra do thrash metal americano.





Imagem
E, com uma simples audição preliminar, podemos constatar rapidamente que o som está um pouco diferente. Se no debut a banda investia num thrash metal mais direto, cru e primitivo, com algumas (poucas) influências mais modernas, e sim voltado para a velha escola, neste “Black Rivers Flow” o grupo procurou incluir mais elementos do metal moderno em sua música, com mais groove, ressaltando influências de PANTERA, e até de algumas bandas de death metal melódico, principalmente em relação a algumas partes vocais e melodias de guitarra. Ademais, nas partes mais thrash metal “old school”, a influência da fase atual do EXODUS ficou ainda mais escancarada (escutem “The Ultimate Sacrifice” e comprovem).
Mas, apesar de todas as mudanças, o som da banda continua matador, mantendo o nome do LAZARUS A.D. em evidência. Os destaques do álbum, além da já citada “The Ultimate Sacrife” (a melhor do disco), bem direta e agressiva, são a abertura com a eletrizante “American Dreams”, cheia de riffs e solos destruidores, a épica “Beneath the Waves of Hatred”, e o excelente final com a poderosa “Eternal Vengence” (não se assustem com a introdução em forma de balada), que não deixa pedra sobre pedra.
Destaca-se também a excelente produção, realizada pela própria banda, tendo o álbum sido mixado e masterizado novamente por James Murphy (que já havia trabalhado em “The Onslaught”), que fez um trabalho soberbo. O único senão fica para a arte gráfica do trabalho, bem simples e estranha, com uma combinação de cores de gosto duvidoso, sendo inclusive até difícil de ler as letras das músicas e demais informações do encarte.
Enfim, “Black Rivers Flow” não supera seu antecessor, mas mesmo assim é um excelente álbum, que demonstra todo o potencial do LAZARUS A.D.
Black Rivers Flow – Lazarus A.D.
(2011 – Metal Blade - Importado)
Formação:
• Dan Gapen: Guitarra
• Jeff Paulick: Baixo e Vocal
• Alex Lackner: Guitarra
• Ryan Shutler: Bateria
Track List:
01. American Dreams
02. The Ultimate Sacrifice
03. The Strong Prevail
04. Black Rivers Flow
05. Casting Forward
06. Light A City (Up In Smoke)
07. Through Your Eyes
08. Beneath the Waves of Hatred
09. Eternal Vengeance

Blue Moon - South Cry

Mesmo com uma ferramenta facilitadora como a internet, é impossível acompanhar toda a movimentação que acontece na cena musical de um país com as proporções continentais desse Brasilzão... Então, é natural que muitos lançamentos acabem não alcançando um maior público, como seria o ideal. De qualquer forma, nunca é tarde para conhecer nomes promissores como o South Cry, uma excelente banda da cidade de Bom Jardim (RJ).





Imagem
Os álbuns “Beyond Metaphor” (03) e “Keep An Eye On Me” (08) provam que o South Cry não é um novato. Mas foi a partir daí que o pessoal investiu consideráveis esforços para que seu nome viesse a ter maiores chances de reconhecimento, contratando um empresário norte-americano e indo gravar seu terceiro álbum no famoso Compass Point Studios (Bahamas), com Sylvia Massy, produtora que inclusive já conquistou um Grammy Awards.
Como não poderia deixar de ser, “Blue Moon” possui um acabamento de áudio impecável e perfeito para o Pop Rock límpido e surpreendentemente emotivo do South Cry. São arranjos simples que primam pelo extremo bom gosto em canções que oscilam entre o swingado e o introspectivo, transmitindo uma positividade contagiante que fatalmente resulta em uma audição agradável do começo ao fim.
Além de toda essa seção instrumental marcante, conta muito a favor a significativa e descontraída atuação do vocalista Daltri Barros, cujo timbre remete parcialmente a Rob Thomas (Matchbox 20) e Anthony Caleb Followill (Kings Of Leon). O som muda um pouco ao longo das 12 faixas, mas nunca se afasta do quadro geral, tendo em “Lord Of Sound”, "Thank You", L.I.A.R. ou a matadora releitura do clássico “Help” (Beatles) algumas das evidências de como esses fluminenses sabem trabalhar em prol de seus objetivos.
Os detratores ridicularizam o rock pop por sua (óbvia) tendência comercial, mas é inegável que o gênero está aí, com espaço garantido entre a mídia e público. O lance é se esquivar das apelações que a indústria despeja no mercado, e certamente “Blue Moon” é um belo exemplo de como elaborar música de fácil assimilação, mas com a imprescindível substância. Confiram e tirem suas conclusões: o South Cry tem tudo para sair da obscuridade e alcançar o público que aprecia Radiohead, Pearl Jam, Matchbox 20, Oasis e similares.
Formação:
Daltri Barros - voz e guitarra
Guill Erthal - guitarra
Patrick Siliany - baixo
Victor Cunha - bateria
South Cry - Blue Moon
(2010 / Big Sky Rock – nacional)
01. Paradox
02. Lord Of Sound
03. Mayfly
04. Help
05. Autumn
06. Actually
07. Thank You
08. Icarus
09. This Could Be
10. Russian Roulette
11. L.I.A.R.
12. She!

Demonic Portraiture - Disinter

Acredito que essa banda pouca gente já ouviu falar. Portanto, mais do que nunca, vale a pena dar essa dica para quem gosta de um bom death metal. Embora só tenha escutado dois álbuns desses americanos que injustamente não têm seu merecido reconhecimento, foi por esse que me apaixonei. Que trabalho lindo!





Imagem
Verdade seja dita, o Disinter não apresenta nada de novo no death metal, mas a garra e a beleza com que executam as canções torna isso um pormenor insignificante. A coisa aqui é de empolgar! Tanto é que a faixa de abertura – “First And Last In Battle / Strength And Honour” – é uma das minhasfavoritas de absolutamente tudo o que já ouvi até hoje. Perfeita! Toda a composição é fantástica, e o final é maravilhoso. Já valeria o CD só por esse som.
Mas merecem destaque outros grandes títulos como “An Eternity Of Pain (The Shame Of The Inquisition)”, “Where We Are Mortal”, “Cyclopean Ruins” e “Upon The Winds Of Vengeance” (riff simples, mas muito legal).
A Disinter investe em uma sonoridade diversificada na velocidade, mas é bom salientar: as partes velozes são realmente furiosas. O vocal, sinceramente, não assusta tanto, mas ainda sim, é um gutural de respeito. A bateria é um show, e guitarras e baixo também não ficam devendo em qualidade.
A capa, embora um pouco escura demais, é um muito bonita. O tom meio sépia caiu como uma luva na ilustração. Como tenho apenas um promo CD da banda, não posso falar do encarte, que aqui não existe.
A gravação também é excelente, pesada na medida certa. Particularmente curti muito o timbre da caixa da bateria, mais ligada a bandas grind, mas que deixou o trabalho aqui interessante. As guitarras apresentam afinação “normal”, algo não muito comum a bandas do gênero death. Em outras palavras, isso garante alguma melodia ao instrumental. Mas calma, fãs mais radicais, o negócio aqui ficou bom, podem ter certeza.
Ah, fiquem espertos para o final da faixa-título, que supostamente encerra o disco. Existe uma música não creditada (na verdade, duas) depois disso (ao menos no meu promo CD). Uma delas é cover de uma tal At the Gates, conhecem? Eheh. “Blinded By Fear” é o nome da belezura. A outra, não sei dizer como chama. Aliás, quem puder colaborar e informar, agradeço desde já.
Bem, e essa faixa escondida com as duas canções tem “apenas” 35 minutos de duração! Na realidade, uma música está no início, outra pouco depois, e então fica um silêncio total para aí sim ocorrer o criativo encerramento do disco.
São de surpresas assim que o underground precisa. Uma banda que infelizmente não está na elite do metal extremo talvez por pura falta de informação. Atentem-se. O cenário death é bem maior do que imaginam. Disinter prova isso com galhardia.
Disinter – Demonic Portraiture
Morbid Records – 2001 – Estados Unidos
TRACKLIST
1. First And Last In Battle / Strength And Honour
2. An Eternity Of Pain (The Shame Of The Inquisition)
3. Where We Are Mortal
4. The Hunter`s Moon
5. Woven With Pestilence And War
6. What Once Was, Again Shall Be
7. Cyclopean Ruins
8. Upon The Winds Of Vengeance
9. Whirling Spectral Voices
10. Demonic Portraiture
11. Blinded By Fear (At The Gates cover)

All Gutts, No Glory - Exhumed

Finalmente! Os mestres do death/grind/gore estão de volta! A banda, que andou pegando mais leve nos últimos trabalhos, retorna pútrida com “All Gutts, No Glory”.





Imagem
Sem delongas, falemos das músicas. Primeiro vem a introdução (sério?) instrumental que leva o nome do álbum, e dá aquela atiçada no ouvinte, para depois vir a porradaria de “As Hammer to Anvil”. Começamos muito bem. Em seguida, aparece “Your Funeral, My Feast”, extremamente visceral, e com alguns riffs melódicos que acompanham o conjunto há algum tempo.
“Through Cadaver Eyes” continua o trabalho sujo, e manda uns bumbos duplos aterrorizantes, mesmo que em pequenas doses. Lá pelo meio da canção, a melodia volta a dar as caras. Ainda sim, o som prioriza o extremismo. A próxima – “Death Knell” – começa do jeito mais tradicional da banda: sanguinolenta! Ótima pedida; e segue assim até seu final. Uma das mais brutas do CD, com viradas fenomenais de bateria.
A sexta podreira é “Distorted and Twisted to Form”, mais cadenciada, e nem por isso, menos avassaladora. Putamúsica! E tome porrada na sequência, com “I Rot Within”, violentíssima. É a Exhumed em sua melhor forma. Como é bom poder dizer isso!
E “Dis-assembly Line” mantém o terremoto sem descanso. Uma mudança brusca de ritmo seguida de um belo solo dá ainda mais personalidade à canção. A nona faixa – “Necrotized” – apresenta trechos de bateria, vocal e baixo sem as guitarras. Resultado: empolgante! Mais um bom petardo dos americanos. Quase chegando ao final do trabalho, vem “Funereality”, também tipicamente Exhumed. Velocidade a toda prova e bons riffs. E fechando o massacre, “So Let It Be Rotten ... So Let It Be Done” já se candidata a melhor som do disco. Um baita refrão grudento acompanhado de um instrumental irresistível, incluindo um solo e tanto. Música soberba.
Analisando a grande obra de modo geral, o álbum está com um peso absurdo, tanto das cordas quanto dos tambores, e as composições estão mais ríspidas e diretas do que nunca. Enfeites para quê, se é isso que a Exhumed sabe fazer de melhor? Os revezamentos de vocais guturais e rasgados continuam mais impressionantes do que nunca. Os citados solos cortantes também estão lá. Aliás, o timbre de guitarra lembra algo do Deicide.
Vale falar também da excelente gravação, suja do jeito que precisava, e deixando ao mesmo tempo tudo muito bem audível. E que capa linda!!! De verdade, a montagem está muito caprichada e deixa mais evidente do que nunca a proposta da Exhumed.
A banda acertou a mão, e parece estar tocando ainda melhor e com mais fúria. Um disco matador. A violência explícita em forma de ondas sonoras vem com tudo! Definitivamente “All Gutts, No Glory” está entre os melhores da carreira!
Exhumed – All Gutts, No Glory
Peaceville – 2011 – Estados Unidos
Tracklist
1. All Guts, No Glory
2. As Hammer to Anvil
3. Your Funeral, My Feast
4. Through Cadaver Eyes
5. Death Knell
6. Distorted and Twisted to Form
7. I Rot Within
8. Dis-assembly Line
9. Necrotized
10. Funereality
11. So Let It Be Rotten ... So Let It Be Done

Origins - Shaman

Depois de 3 anos do lançamento do competente Immortal, o Shaman volta a milhão por hora com seu álbum mais pesado da carreira. Origins é um álbum conceitual, que conta a história do que seria o primeiro Xamã, na Sibéria, região norte da Russia. O disco consagra a banda como uma verdadeira banda de Progressive Metal! Sim, Shaman se tornou definitivamente uma banda progressiva. Se isso é bom? Vai de cada um.





Imagem
O disco é extremamente pesado, com riffs arrasadores do começo ao fim! Os destaques principais do CD são o vocalista Thiago Bianchi, que mostra que não fica à sombra de seu antecessor, e Leo Mancini, que mostra-se um grande riffmaker, alem de um verdadeiro virtuoso. Não preciso comentar que Ricardo Confessori está, como sempre, tocando barbaridades.
O CD brasileiro ainda vem com uma Bonus, um DVD  de um show da banda na Europa com uma Orquestra! Onde, mais uma vez, a banda prova que não deve em nada para a antiga formação. Só o problema do set list curto.
Shaman mostra-se capaz de fazer metal de muita qualidade sem Andre Matos, e mostra que existe, sim, vida após a saída do vocalista. Uma verdadeira Masterpiece do metal brasileiro
Shaman - Origins (Voice Music-Nacional, Marquee-Japão)
1-Origins(The day i died)
2-Lethal Awakening
3-Inferno Veil
4-Ego pt.1
5-Ego pt.2
6-Finally Home
7-Rising Up To Life
8-No Mind
9-Blind Messiah
10-S.S.D.(Signed Sealed and Delivered)
DVD-Shaman & Orchestra Live at Masters of Rock:
1-Renovatti
2-Never Yield!
3-For Tomorrow
4-Freedom
5-Drum Solo
6-Immortal
7-In The Dark
8-One Life
9-The Yellow Brick Road
10-Blind Spell
11-Tribal By Blood

Violent Agression - Deathraiser

O retorno triunfal do Thrash Metal à cena teve o Brasil como um dos principais safristas do estilo, tanto que nomes como Violator, Farscape, Blasthrash e Bywar são alguns dos principais nomes da nova geração do Thrash Metal mundial, mesmo que no underground.





Imagem
O Deathraiser segue esta tendência e a faz com competência ímpar. Tudo neste trabalho remete ao primeiro estilo extremo do Metal. Desde a concepção da capa ao visual da banda, passando pela temática das letras e execução das músicas, tudo foi feito com extrema competência e boa produção.
O álbum abre com a faixa título que é um murro na cara e já mostra que o ouvinte não terá folga durante a execução do petardo. A faixa é rápida e brutal, com vocais rasgados, bem na linha Kreator das antigas. Annihilation Of Masses mantém a pegada com ótimos riffs e cozinha insana. Terminal Disease é mais uma fábrica de riffs com algumas belas e raras quebradas e solos na velocidade da luz.
Enslaved By Cross, Commando To Kill e Killing The World seguem a pancadaria e mostra o maior defeito (ou qualidade?) do álbum, a homogeneidade. Todas as faixas são rápidas e brutais, mas parecidas entre si. Podem agradar alguns, mas soarem cansativas para outros.
Oppression Till Death é mais um destaque, novamente com riffs a rodo e alguns backing vocals que se encaixaram muito bem ao som da banda, dando uma pitada de crossover ao som. E, fechando o trabalho, Lethal Disaster e o hino Thrash Or Be Thrashed, mantendo a linha de todo o álbum.
Como foi dito a homogeneidade do trabalho pode agradar alguns e desagradar a outros. No meu caso soa cansativo no final, mas é inegável que as composições são de ótima qualidade.

Gold Cobra - Limp Bizkit

“Gold Cobra” tinha missões homéricas a cumprir: registrar a volta da banda que mais deu face ao New Metal e resgatar a sonoridade dinâmica e potente do estilo. Superar ou ao menos estar à altura de pedras fundamentais como "Signifcant Other" e "Chocolate Starfish" era algo virtualmente improvável de ser feito, mas "Gold Cobra" consegue trazer de volta a aura de tudo que pode se definir sobre Limp Bizkit, e sobre New Metal em geral.





Imagem
Consistente, pesado, melódico, uma mistura de todos os álbuns do Bizkit juntos com uma peformace destruidora de Wes Borland tornando-se então, o álbum mais bem trabalhado instrumentalmente da banda. Batidas potentes e ritmadas, baixo grooveado no talo, guitarra com uma sequência de riffs absurdamente poderosos e vocal cospe-fogo, características perdidas que voltaram a tona como um zumbi do mundo dos mortos. Em meio a um mainstream com bandas focadas em fazer sua música para tocar em rádios, o Limp manteu sua pegada de sempre, provando não estar nem aí sobre reiventar seu som para ter a preferência das rádios, quem ganha com isso são os fãs da banda que amam o Limp Bizkit do jeito que ele é.
Mas antes que ao menos se pense em "mais do mesmo" ou mesmice, o álbum traz inovações surpreendentes que são praticamente um soco no estomâgo em todos que tentam estereotipar o som do Limp Bizkit. New Metal não têm solos? Pense de novo. Wes Borland traz sequências de guitarras incríveis que irá fazer até o hater mais chato e purista tremer, com riffs bem baseados em Thrash Metal, e mais uma vez, solos muito bem trabalhados, remetendo aos clássicos de Hard Rock.
Fred Durst voltou com vocais mais agressivos, "Gold Cobra" é uma variante de sonoridade vocais jogando rimas de gangsta rap, gritos hardcore e melodias cantadas, numa variabilidade nunca antes vista. DJ lethal volta arrebentando, porém, menos óbvio como outros DJs do estilo, abandona os típicos scratches e faz bases de batida eletrônica e samplers mixados transformando o turntable praticamente numa segunda cozinha e também acompanhando a guitarra com efeitos melódicos e keyboards. Contudo, também não podemos desmerecer a impecável seção ritmíca do baixo de Sam com a bateria de Jonh Otto, suave nas horas certas, explosiva nos momentos chaves.
Os pontos altos do álbum ficam por conta de Gold Cobra que nos faz (mediante ou não a referência de "Blind" do KoRn na letra) lembrar o quanto que um ritmo pulsante e porradeiro fazia falta ao estilo, mesclando levada funk, melodias alternativas e quebradas de rítmo bem porradas. "Get A Life" em si, se resume no refrão explosivo, todo o peso e raiva do "Three Dollar Bill, Y'all$". Músicas como "Shark Attack" e "90.2.10" nos remete aos tempos de fim da década de 99 e início dos anos 2000. "Walking Away" te faz viajar em uma pegada cativante, um feeling como poucas músicas já feitas até hoje pelo Limp Bizkit e com um solo que se encaixa perfeitamente com os gritos de Fred Durst, é uma das grandes provas de que há como inovar sem perder a sua própria identidade. "Killer In You" resume a essência do Limp Bizkit, batidas Hip-Hop com um vocal calmo, porém, sinistro de Durst, com guitarra que explode no final, encerrando a versão normal do álbum sem grandes despedidas, mas sim dando um gostinho de quero mais.
Contras? Talvez a falta de DJ lethal estar mais presente, a lírica de Durst continua básica (porém, mais eficaz dessa vez) e Wes faz algumas repetições do que já tinha feito antes (o mais claro é o riff na segunda parte de "Killer In You", que é só uma versão mais trabalhada do riff que fez em "Weapons Of Mass Destruction" do Crystal Method) e também existem passagens dispensáveis e algumas melodias que nos fazem relembrar da fase decadente de Results May Vary.
Limp Bizkit volta triunfante no que sabe fazer, mas sem cometer excessos no resgate da sonoridade como o KoRn e sem experimentalismos boçais como Linkin Park. Isso é Limp Bizkit, e em definição extendida, isso é New Metal em sua forma mais exemplificada. Se gosta da sonoridade, vai adorar, se não gosta... que continue chupando.
Tracklist:
Gold Cobra (Edição padrão)
1 - "Introbra"
2 - "Bring It Back"
3 - "Gold Cobra"
4 - "Shark Attack"
5 - "Get A Life"
6 - "Shotgun"
7 - "Douche Bag"
8 - "Walking Away"
9 - "Loser"
10 - "Autotunage"
11 - "90.2.10"
12 - "Why Try"
13 - "Killer In You"

Suck It And See - Arctic Monkeys

É engraçado como o já defasado 'indie rock' pode trazer gratas surpresas em determinados momentos. Quem acompanha a carreira dos Arctic Monkeys sabe que este adorável quarteto britânico possui uma genuína capacidade de entregar boas músicas dentro do gênero. Após o duvidoso - e, até então, perigoso - álbum "Humbug", eis que o vocalista/guitarrista Alex Turner e sua trupe voltam com tudo!





Imagem
A volta triunfal em questão está representada no recém-lançado "Suck It And See" (2011), mais uma vez produzido por James Ford, o responsável - e culpado - pelo "Humbug". Mas, antes que os fãs da antiga sonoridade "vibrante" dos 'macacos' reclamem, vamos cair na real: assim como aconteceu com outras bandas "alternativas" britânicas (Oasis, Supergrass e Stereophonics, por exemplo), os 'Monkeys' também enjoaram em definitivo (talvez?) daquela sonoridade roqueira dos primeiros discos.
Tendo este novo Arctic Monkeys em mente, somos brindados de cara com uma pérola: a linda, inocente e retrô "She's Thunderstorms", candidata a qualquer "top" de melhores músicas do ano. O clima "light" ainda permeia em outras singelas baladas, como "Black Treacle" e "Piledriver Waltz", além dos rocks "fofinhos" "Suck It And See" e "That's Where You're Wrong". Já o tom "sombrio" do álbum anterior retorna na razoável "All My Own Stunts".
Ao longo do disco, pode-se notar como Alex Turner nunca deixa a essência divertida da sua banda morrer, mesmo quando interpreta canções mais... "adultas", digamos assim. E, se você acha que o grupo corre qualquer risco de cair na pieguice, pense outra vez ao escutar as ótimas "Reckless Serenade" e "Love Is A Laserquest" (que títulos maravilhosos, não acha?).
Se você procura singles grudentos, prepare-se para receber... "The Hellcat Spangled Shalalala"! E, contrastando com o resto do álbum, vale a pena conferir com atenção os 'hards' monolíticos "Brick By Brick" e "Don't Sit Down 'cause I've Moved Your Chair". Ainda no setor mais roqueiro do álbum, temos "Library Pictures", que retoma - com louvor - a quase extinta vertente pós-punk do grupo.
Na minha resenha sobre o "Humbug" (leia abaixo), finalizei com uma pergunta pessimista: "e agora, Sr. Alex Turner?". O destemido líder do Arctic Monkeyes respondeu essa pergunta com firmeza em relação à atual fase "light" da banda, retomando ainda algumas das divertidas características que levaram boa parte do mundo a simpatizar com 'macacos' em primeiro lugar. Se você duvida, "suck it and see"!
Músicas:
1. She´s Thunderstorms
2. Black Treacle
3. Brick By Brick
4. The Hellcat Spangled Shalalala
5. Don´t Sit Down ´cause I´ve Moved Your Chair
6. Library Pictures
7. All My Own Stunts
8. Reckless Serenade
9. Piledriver Waltz
10. Love Is A Laserquest
11. Suck It And See
12. That´s Where You´re Wrong

Making The Devil Work - Sodomizer / Hellkommander

Quando alguns músicos são bons companheiros, é natural que acabem por se envolver em mais de um projeto e surjam splits como este “Making The Devil Work”… No caso, o guitarrista Poison Hell e o baixista Leatherface se dedicam simultaneamente ao Sodomizer e Hellkommander, bandas do Rio de Janeiro que estão na ativa respectivamente desde 1999 e 2005 e com álbuns lançados oficialmente por selos nacionais e gringos. Ou seja, são caras veteranos e dedicados ao underground!





Imagem
Em “Making The Devil Work”, o Sodomizer apresenta quatro faixas do seu chamado Speed Devil Metal (rótulo que tem tudo a ver com a proposta!), verdadeiras trilhas sonoras do horror macabro que captam com folgas todo o espírito da década de 1980. Sua fusão de Speed e Thrash Metal é impressionante, visceral e com uma selvageria que não dá tréguas, tendo na espetacular “The Call Of The Beast” um dos momentos de maior impacto no espaço que lhe é devido no disco.
Já o Hellkommander também possui uma abordagem old school, mas com arranjos mais diretos e que tem noMotorhead  uma inegável influência. A distorção é um absurdo e as cinco faixas conseguem ser inacessíveis, mas imediatamente grudentas, em especial pelos riffs muito bem sacados. A coisa é meio diabólica e tão empolgante que se torna uma tarefa ingrata selecionar destaques, mas, por ora, “Fuck The World” está forçando este escriba a acionar a tecla ‘repeat’ algumas vezes...
Além do split “Making The Devil Work” que está chegando ao mercado através da iniciativa da Morbid Tales Records, vale lembrar que o Sodomizer também está lançando agora seu terceiro álbum de estúdio, “Jesus Is Not Here Today”, enquanto o Hellkommander está tirando do forno (ou do inferno?) a nova prensagem de “Death To My Enemies”, seu debut de 2007. Um pacotaço indispensável ao público ‘die hard’ que não abre mão de Heavy Metal subversivo e sem frescuras!
Warlock - voz e guitarra
Poison Hell - guitarra
Leatherface - baixo
Zombie - bateria
Poison Hell - voz e guitarra
Leatherface - baixo
Adrameleck - bateria
Sodomizer / Hellkommander - Making The Devil Work
(2011/ Morbid Tales Records – nacional)
Sodomizer:
01. Desespero
02. The Call Of The Beast
03. Instrumental
04. When The Cannibals Attack
Hellkommander
05. Steal, Rape, Kill, Burn
06. Swear To Satan
07. Fuck The World
08. Unleashed Carnage
09. On Thousand Years Of Death

Oracle - Fleshgod Apocalypse

Às vésperas do lançamento de “Agony”, a próxima violência do Fleshgod Apocalypse, apresento o full-length anterior -“Oracles” - um álbum insano que não deixa pedregulho sobre pedregulho.





Imagem
E mama mia, quanta ignorância! Não bastasse o também italiano Hour of Penance (resenha neste link) poluir os tímpanos dos headbangers, agora vem o Fleshgod Apocalypse com seu brutalíssimo death metal técnico para assombrar o underground mundial! Comparando uma à outra, a conclusão é que alta qualidade perfaz o caminho de ambas.
A produção é magnífica, o instrumental é fantástico e ovocalista é amedrontador. Resultado? Um trabalho praticamente perfeito. É o tipo de coisa que faz você perceber o quanto algumas pessoas nasceram pro negócio. Detalhe: a banda já está nesse patamar com apenas quatro anos de vida.
Os solos são poucos, mas eficientes. Há uma dose de melodia espalhada pelo disco, e até trechos que remetem à música clássica. Um contraste quase absurdo que parece servir como descanso em meio à pauleira. Só que aí vem o agravante: não é que ficou interessante o modo como esses elementos foram inseridos?
Mas são mesmo os riffs velozes e a bateria avassaladora que mais se destacam em “Oracle”. O jeito como são executados evidencia o quão técnico e ilimitado o death metal pode ser. Partes de guitarra mais quebradas, e as citadas melodias, sem nunca deixarem de ser pesadas, enriquecem o CD.
Entre as faixas ultrabrutais, “Requiem in SI Minore” apresenta um lado mais sombrio e denso do conjunto, com uma levada que começa lenta, mas volta ao “normal” com a britadeira característica. Coisa mais linda! E ela já emenda em outra agressividade chamada “At the Guillotine”, sem deixar tempo para recuperar o fôlego.
Aliás, não há como deixar de lado outras maravilhas como “In Honour of Reason”, “Post-Enlightenment Executor”, “Embodied Deception” (que preciosidade!) e “Retrieving My Carcass”, todas simplesmente impiedosas.
Anunciando o final dos tempos, a Fleshgod Apocalypse vai passar sem deixar sobreviventes. Um som exterminador e indispensável.
Tracklist
1. In Honour of Reason
2. Post-Enlightenment Executor
3. As Tyrants Fall
4. Sophistic Demise
5. Requiem in SI Minore
6. At the Guillotine
7. Embodied Deception
8. Infection of the White Throne
9. Retrieving My Carcass
10. Oracles
Total playing time - 37:40
Fleshgod Apocalypse – Oracle
Candlelight Records/Willowtip Records – 2009 - Itália

Males Infestus - Cauterization

Que que é isso aqui? Tenho até dificuldade para começar a falar desse material, tentando encontrar palavras para descrevê-lo. Senhoras e senhores, tenho em mãos uma DEMO que pode (e deve) ser considerada um dos melhores lançamentos do ano.





Imagem
É isso mesmo, apesar de não parecer, isso é “apenas” uma demo, composta por introdução e mais três músicas do chamado brazilian blackened death metal, definição feita pela própria banda. E sim, esse rótulo se encaixa mais do que perfeitamente ao estilo da "auterization.
Antes mesmo de falar das faixas, já me emociono avaliando toda a parte gráfica do CD. A banda investiu realmente pesado na arte, e presenteou os fãs de música extrema com uma primorosa obra, esteticamente falando. A capa, a diagramação, as fotos, as cores, tudo é espetacular, mesmo com a ausência de letras. Nota 11!
Aí vem o mais importante, a música. Começo dizendo que a banda honrou a ótima arte gráfica do disco. Aliás, foi além. As composições são fabulosas, ricas, cheias de peso, alguma melodia e muita velocidade. Os músicos são maravilhosos: Trojillo Jr. destroça sua bateria como um impressionante rolo compressor; o baixista e backing vocal Well Moia nasceu para executar essas funções. Seus berros dão muito peso às canções, além claro de se encaixar de maneira excelente em suas estruturas.
E agora, talvez o fato mais interessante da banda: a voz principal é urrada por uma mulher! Pois é, Maya Rodrigues não só canta como um demônio, como também detona em sua guitarra com riffs e solos esmagadores. Não estou exagerando, o trabalho dessa menina é estupendo!
Juntando um trio tão poderoso assim, o resultado não poderia ser outro a não ser a perfeição. Nas três canções – “Infernal Battlefield”, “Males Infestus” e “Triumphal Obscuressence” – você sente o clima e o peso extremo cuspidos pelo disco. Magnífico.
Bom, nem precisaria citar aqui, mas para não passar batido, devo falar que a qualidade da gravação é excepcional. Se o conjunto mantiver esse profissionalismo, com certeza conquistará o país facilmente. E o restante do mundo é só uma questão de tempo. Agora a cena underground tem uma exigência: cobrar pelo primeiro full-length da Cauterization!
Apenas para dar aquele sentimento maldoso de criança que teve seu doce roubado, deixo um vídeo de ENSAIO da banda (portanto desconsiderem a qualidade do áudio) bem aí abaixo. Cauterization domina!
Cauterization – Males Infestus
Independente – 2011 – Brasil
TRACKLIST
Unpurification ov sacred
Infernal Battlefield
Males Infestus
Triumphal Obscuressence

Doors: a tenebrosa versão de Angélica para Light My Fire


Fonte: HEADBENZI... um site que prova que a verdadeira essência do rock é de baunilha. :-)
Bye Que Bye Bye Bye
Os dias passam, um a um
E espalham armadilhas fatais
Por isso a vida não é comum
Você pensa que me tem e não tem mais
Baby, bye que bye bye bye
Baby, bye que bye bye bye
Nunca é tarde demais,
bye bye
Pra quem ficou de zum zum zum
Não viu o destino de tocaia
Quis muito e não ganhou nenhum
Nadou, nadou e morreu na praia
Baby, bye que bye bye bye
Baby, bye que bye bye bye
Nunca é tarde demais, bye bye
E como tudo chega ao fim
O tempo vai e não volta atrás
Eu sei que você gosta de mim
E eu gosto de você
mas não dá mais
Baby, bye que bye bye bye
Baby, bye que bye bye
Bye
Nunca é tarde demais, bye bye

Atividade headbanger paranormal: espírito agindo no moshpit


Possíveis espíritos de headbangers falecidos em rituais satânicos atuando no show do SUICIDE SILENCE, no Rockstar Mayhem  Festival, foram capturados em vídeo. Assista o registro assustador abaixo. Se não são espíritos, quem é que está empurrando e derrubando o sujeito? Brrrrrrrrrrr... 8-(

Týr: entrevista com o vocalista e guitarrista Heri Joensen


O Týr desembarca pela primeira vez no Brasil nesse mês de Julho, para realizar três shows pelo país, na divulgação de seu novo álbum “The Lay Of Thrym”. A banda passará por Belo Horizonte (29/07 - Music Hall BHZ), São Paulo (30/07 - Estúdio M) e Curitiba (31/07 - Music Hall).
O Metal Revolution conversou com o vocalista e guitarrista Heri Joensen, que falou sobre a vinda da banda ao país, o novo álbum e mais algumas curiosidades.
O Týr é formado por Heri Joensen (vocal/guitarra). Terji Skibenæs (guitarra), Gunnar H. Thomsen (baixo) e Kári Streymoy (bateria). E é atualmente um dos principais nomes do Folk/Viking Metal Mundial.
entrevista com Heri, você confere abaixo.
Metal Revolution - Mesmo sabendo que no início vocês não tinham a intenção de se tornarem uma banda atualmente classificada como Folk/Metal, como você acha que isso se deu?
Heri Joensen - Unimos música escandinava tradicional com metal, e isso é provavelmente uma ótima idéia para nos chamarem de Folk Metal. Quando nós começamos, não estávamos cientes dessas subdivisões do metal tais como Viking ou Folk, e não sabíamos que seriamos colocados na mesma caixa como bandas que nós musicalmente não tínhamos nada em comum.
MR - O nome Týr por ser um nome vindo da mitologia nórdica, será que o mesmo não contribuiu para que a banda fosse ligada ao viking/folk/metal? Como foi essa escolha?
HJ - Sim, definitivamente. Não estávamos cientes da cena Viking Metal quando escolhemos o nome da nossa banda, mas imediatamente nos ligaram a outras bandas que eram chamadas bandas Viking Metal, mesmo se não soávamos como elas.
MR - Vocês já participaram de grandes festivais, em especial um que considero bem inovador o 70,000 Tons of Metal, junto com outras bandas dos mais variados estilos de metal num cruzeiro. Como foi a experiência de tocar em alto mar? E ainda falando em turnês, qual a expectativa de vocês para a turnê brasileira já que está é a primeira vez que vocês vêm ao país?
HJ - É difícil saber o que esperar, mas nós certamente esperamos ver muitas pessoas nos shows. Temos ouvido que o povo brasileiro é muito entusiasmado, e isso é bom quando estamos tocando. Nenhum de nós nunca esteve na América do Sul antes, então não sabemos como é lá.
MR - Você acredita que a mudança de gravadora da Tutl das Ilhas Faroe para Napalm foi essencial, não para torná-los mundialmente conhecidos, o que vocês já eram, mas para fazer com que alcançassem um público ainda mais distante até mesmo aqui na América do Sul de forma mais eficaz?
HJ - Sim. A Napalm tem muito mais promoção do que a Tutl, e é uma organização maior, então isso certamente ajudou nosso desenvolvimento e o aumento da popularidade.
MR - O último álbum do Týr de estúdio é “The Lay Of Thrym”. Como tem sido a receptividade do mesmo por parte da crítica e dos fãs?
HJ - Muito boa. Na verdade, a melhor de longe. Eu tenho ouvido mais pessoas do nunca, elas dizem que não gostavam do Týr antes de ouvir esse álbum.
MR - Conte-nos um pouco como foi à composição e produção de “The Lay Of Thrym”.
HJ - Nós escrevemos as músicas à distância. Vivemos muito longe e ensaios freqüentes não são possíveis. Escrevemos a música principalmente no GuitarPro e enviamos os arquivos entre nós. Eu também gravo algumas demos baseadas nisso.
MR - Quem normalmente é o responsável pelas artes de capa do Týr e em relacionar a temática do álbum com a ilustração?
HJ - Para esse álbum o húngaro Guyla Havancsák na Hjules Design and Illustration fez a arte da capa. Ele também fez a arte para o nosso último álbum. Para o álbum Lande Ingo Römling da Alemanha fez a arte, e o Finnish Jan Yrlund da Darkgrove fez a arte para todos os nossos lançamentos na Napalm antes disso.
MR - Além do Týr vocês mantêm alguns projetos paralelos. Como fazem para conciliá-los com a banda? Como se dá o projeto de composição para os mesmos? Vocês compõem para cada um em específico ou de acordo como ficam as músicas vocês as destinam para onde mais a mesma se enquadra?
HJ - Não é difícil conciliar dois projetos. Há tempo de sobra para escrever e outras coisas. Quando tenho uma idéia, eu normalmente sei imediatamente se isso é Týr ou Heljareyga. É muito diferente a forma de compor. Mas o trabalho é feito da mesma forma. A longa distância e com GuitarPro.
MR - A mitologia nórdica vem sendo utilizada como tema central pelas bandas de Folk Metal, que se utilizam não só de letras escritas em inglês como em idiomas nórdicos. Você acredita que a utilização não somente do inglês nas letras é algo que contribui para o reforço dessa temática?
HJ - Quando nós tocamos músicas tradicionais isso é apenas natural usar a linguagem como elas são originalmente em norueguês, dinamarquês, das Ilhas Faroé e islandês, e acho que isso dá algo a mais para o clima da música. Mas isso não é feito para trazer mais um tema mitológico. Isso é feito porque é a linguagem original das tradições e assuntos.
MR - O Metal Revolution agradece pela entrevista. E eu gostaria que vocês deixassem um recado para os fãs brasileiros.
HJ - Por favor, venham aos nossos shows e comprem nossos cds. Vejo vocês em breve e vamos nos divertir :-)
Entrevista realizada por Juliana Lorencini para o Portal Metal Revolution. Confira imagens no link abaixo.

Aliterasom: Amy Winehouse, talento não cura a dor


Em um final de semana trágico, onde o massacre na Noruega deixa mais uma vez o mundo de cabeça para baixo, onde mais uma vez uma mãe teve seu filho sequestrado de seus braços em um dos hospitais aqui no Rio de Janeiro (e ele já foi encontrado pela polícia), a morte de Amy Winehouse é tratada por mim como alguém que alcançou seu objetivo.
O talento não é maior que o juízo. Fiquei espantado como as pessoas se relacionam com as outras através dos seus ‘poderes’ e muito pouco sobre o olhar de quem os artistas realmente são. Não são vistos como mortais que sentem dores tão intensas quanto as nossas e que procuram remédios não tão recomendáveis, ou, que cumprem prescrições antagônicas ao desejo para qual foram ingeridos.
Winehouse buscou a morte desde ‘sempre’. Ao menos desde a fama arrebatadora conquistada com seu disco mais vendido, “Back to Black”. De lá pra cá, junto com as críticas que elogiavam sua potente voz e sua escolha por um soul contemporâneo, o que se lia era do seu enorme esforço em viajar para onde, no dia 23 de julho, conseguiu ir. A polícia não confirma as causas da morte e, de certa forma, uma vida tão maltratada pelo consumo de drogas, deveria ter ali uma sobra de esperança e espírito de vida, não mais que isso.
A genialidade (assim como a chamam e nem acho que é pra tanto) não é capaz de suprir as fragilidades e carências da alma humana, em nenhum aspecto. Acaba sendo uma dependência ao contrário: você dá o que de mais precioso possui (dom e talento) para receber a glória que não cura nenhuma das suas dúvidas, anseios, preocupações, ansiedades e tudo mais que couber no buraco existencial que se aflige.
Agora o silêncio e a reverência.
Depois algumas conclusões sobre que é inconclusivo: de que vale o mundo conquistar e perder sua própria vida?
(Contagem regressiva para o primeiro aproveitador que irá regravar “Rehab”. 10, 9, 8…)
twitter do autor: @dcostajunior
twitter do site: @aliterasom

Lula Côrtes: guru psicodélico e o rock pernambucano dos 70s


VIVA LULA CÔRTES!
Recentemente me chegou às mãos um vídeo que muito me emocionou, eram imagens do último show de LULA CÔRTES ao lado de ALCEU VALENÇA, PAULO RAFAEL e ZÉ DA FLAUTA numa reedição do histórico disco/show intitulado “vivo” lançado nos, hoje longínquos anos 70 e que fez a cabeça de toda uma geração.
O reencontro desses velhos companheiros, longe de ser pura nostalgia embora o clima estivesse imbuído dela foi antes de tudo uma reafirmação da assombrosa contribuição da música pernambucana para o Brasil e desses hoje senhores de meia idade para a contra cultura da época de hoje e sempre. Mais emblemático ainda foi o fato de LULA ter falecido uma semana depois deixando no ar uma sensação de despedida e do fechamento de uma história cheia de lendas, verdades, poesia, violas, guitarras, JACKSONS e STONES.
A história da moderna música pernambucana não começou com as alfaias do manguebit, nem mesmo com a pseudo erudição do movimento armorial, ela brotou das entranhas mais profundas da alma de jovensvivendo um tempo de desesperança social, com uma inflação galopante e o “Brasil grande” dando com os burros n’água, afundado na psicodelia tardia onde as “viagens” antes coloridas transformara-se no abismo escuro da loucura e solidão e acima de tudo amordaçados por uma ditadura brutal que em nome da segurança nacional prendia e arrebentava quem bem entendesse.
Foi nesse cenário claustrofóbico que uma turma de universitários, hippies e artistas resolveram dar seu grito de independência, ALCEU VALENÇA, ZÉ DA FLAUTA, ROBERTINHO DE RECIFE, JOMARD MUNIZ DE BRITO, GERALDINHO AZEVEDO, ZÉ RAMALHO DA PARAÍBA e bandas como PHETUS, FLAVIOLA E BANDA DO SOL, MARCONI NOTARO, QUINTETO VIOLADO E O AVE SANGRIA misturavam cada qual a sua maneira a música nordestina da melhor safra com a atitude do rock and roll transformando tudo num amálgama sonorodifícil de rotular e olha que tentaram mas sem sucesso.
O QG de toda essa turma era a casa de LULA CÔRTES e KÁTIA MESEL que eram casados na época, aliás, o próprio ZÉ DA FLAUTA relata que a casa de Lula era o maior centro de aprendizado cultural /político/musical da época, lá se discutia desde a famigerada ditadura passando por drogas, meditação transcendental e música, muita música.
Por aquela época ALCEU havia entrado no festival abertura da TV Globo defendendo a música “vou danado pra catende” para lhe acompanhar na apresentação resolveu recrutar só a nata que formava a contra cultura musical e poética pernambucana então de uma tacada só arregimentou parte da banda AVE SANGRIA, ZÉ DA FLAUTA, ZÉ RAMALHO NA VIOLA e LULA CÔRTES no seu tricórdio, a apresentação na televisão é algo simplesmente visceral um Alceu com os olhos esbugalhados grita a plenos pulmões os versos da música ladeado por um ZÉ RAMALHO não menos doidão e LULA CÔRTES que parecia estar literalmente no espaço sideral, enquanto isso o AVE SANGRIA e ZÉ DA FLAUTA empurravam a banda para o abismo sonoro, criando uma tensão que somados a violência poética da letra e à aparência de cangaceiros hippies deles tornava a música impar e inclassificável o que aliás foi mesmo, pois o júri completamente atordoado com o ineditismo do som deu o Prêmio Melhor Trabalho de Pesquisa para o grupo.
Conheci LULA CÔRTES por intermédio de ZÉ DA FLAUTA que produziu o CD “ALCEU ao nosso jeito” (ainda inédito) onde o HANAGORIK faz uma releitura de alguns clássicos de ALCEU VALENÇA, na época pensamos que seria muito legal convidar LULA e PAULO RAFAEL para tocar em vou danado pra catende, os dois aceitaram sem pestanejar, na primeira oportunidade PAULO RAFAEL veio e “estraçalhou” no solo, pra mim particularmente foi um deleite ver um dos meus ídolos ali a poucos metros colocando uma guitarra em cima de um arranjo meu e ainda me perguntando no final da gravação se havia ficado bom, pensei que era uma piada.
Imagem
Então veio LULA, gravamos no estúdio de ZÉ DA FLAUTA em casa forte, ele chegou lá com seu inseparável tricórdio e logo distribuiu abraços e uma luz que raramente se vê numa pessoa. Ao ouvir a música com o nosso arranjo se emocionou bastante e ria, gesticulava como uma criança. Na hora da gravação fiquei ao seu lado para lhe dar as “deixas”, mas no primeiro take vi que minha presença ali era totalmente dispensável, pois aquele mestre de cabelos brancos, magro e de aparência frágil sentado a minha frente entrara em transe quase espiritual e fazia brotar de seu tricordio acordes perfeitos e nuances que só os grandes iogues dominam.
A mim coube apenas ficar observando através do vidro do estúdio com a certeza de estar vivendo um momento único e que iria lembrar para o resto de minha vida.
VIVA LULA CÔRTES