21 de julho de 2011

Foo Fighters Back And Forth - 2011







Uma retrospectiva dos 16 anos de história da banda. Abrange desde as primeiras gravações, feitas em uma fita demo por Dave Grohl ainda na época do Nirvana, até a conquista do Grammy, os discos multiplatina, os shows em estádios e a consagração como uma das maiores bandas de rock do planeta. Com participação de todos os membros e ex-membros da banda, produtores e amigos como Krist Novoselic com direção de James Moll.


Hell Thrash War - Necronomicon Beast

E olha a Morbid Tales Records chegando com um relançamento de peso! O Necronomicon Beast é natural de Jundiaí (SP) e começou suas atividades em 1999 como um infernal power trio – mas que rapidamente foi reduzido a um duo – onde Hellbanger666 (voz e bateria) e Sgt. D´Mound (guitarra) estrearam em 2004 com este “Hell Thrash War”, que saiu somente no formato vinil pelo selo alemão Iron Bonehead Productions.





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De lá para cá, o Necronomicon Beast gravou apenas as demo-cassetes “Necromando 01” e “Necromando 02”, além de, em 2010, o próprio “Hell Thrash War” ser liberado em CDpela Hell Productions, da distante Tailândia. O estilo tem como foco os primórdios do Thrash, devidamente embebido na crueza da primeira geração do Black Metal, tudo feito de forma simples, mas com muita energia e espaço de sobra para cada um dos instrumentos mostrar do que é capaz.
Ou seja, música subversiva das mais ríspidas. Mas, apesar de todas as referências oitentistas, é importante salientar que “Hell Thrash War” passa longe do tal ‘retro-thrash’ oferecido por tantas bandas nos últimos tempos. O Necronomicon Beast não só tem o conhecimento da causa, mas claramente vive para o estilo e este fato fica claro ao longo dos pouco mais de 30 minutos de muita velocidade, distorção e insistentes rajadas de metralhadora e explosões cataclísmicas.
Além de ótimas canções como “A Nail In The Christ`s Face”, “The Book Of The Necronomicon” (com uma vibração bem Judas Priest, quem diria!) ou a impagável vinheta patriótica “Make War, Not Love!”, esta versão em CD apresenta como bônus as composições “Brazilian Hellish War” e “Thrash Metal Warfare”, que só haviam aparecido anteriormente nas partes 01 e 02 das citadas cassetes “Necromando”.
Um registro totalmente indicado aos ‘truebangers’ fanáticos por sonoridades oitentistas, na linha de Exodus,Kreator, Dark Angel, Motorhead, Venon e Bathory. As últimas notícias é que o Necronomicon Beast voltou a ser um trio com Warhammer assumindo o posto de baixista, e o pessoal está agora produzindo as 10 composições inéditas para seu segundo álbum, ainda sem título definido. Estamos do aguardo!
Contato:
http://www.myspace.com/necronomiconbeast
morbidtalesrecords@hotmail.com
Formação:
Hellbanger666 - voz e bateria
Sgt. D´Mound - guitarra e baixo
Necronomicon Beast - Hell Thrash War
(2010 / Hell Productions – 2010 / Morbid Tales Records – nacional)
01. The March Of The Necronomicon
02. A Nail In The Christ`s Face (Satan`s Black War)
03. In Hell We Trust
04. War Sex Blood
05. The Book Of The Necronomicon (The True Bible)
06. Panzer NB Troopers Marching To War
07. Make War, Not Love!
08. Death By Bewitchment (Exorcist cover)
09. Brazilian Hellish War
10. Thrash Metal Warfare

Possessed to the Circle Pit - Possuído Pelo Cão

O POSSUÍDO PELO CÃO (PxPxCx) é uma parceria oriunda de Brasília entre membros da banda VIOLATOR, D.F.C e TERROR REVOLUCIONÁRIO que veio com uma proposta thrash/crossover para abrir circle pits para mais de quarteirão, inspirada nas bandas oitentistas clássicas do estilo. Lançado em 2008, esse é o primeiro e único trabalho da banda/projeto registrado até então, e também colocou o nome da banda em evidência no underground.





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“Possessed to the Circle Pit”, é um título que resume a intenção e a sensação que o play passa ao ouvinte, é agressividade do início ao fim. O disco tem pouco mais de 20 minutos, mas traz um petardo atrás do outro.

A abertura do play fica por conta da instrumental “A marcha do cão”, seguida de um dos destaques do álbum, “Demoncracy”. Vale também destacar as faixas “Caholic Beast”, “Toxic Possession”, “Possessed to the circle Pit e o cover do ATTITUDE ADJUSTMENT, “Grey World.
O álbum soa, por vezes, como um Thrash tendo o Hardcore como estilo secundário, por vezes sendo um hardcore com pitadas de thrash. As introuções em algumas faixas ficam por conta de áudios de filmes como Piratas do Caribe, Loucademia de Polícia, entre outros. A ironia e o sarcasmo são o carro chefe na composição das letras da banda.
Um disco pra quem curte thrash, crossover ou hardcore bater cabeça do começo ao fim.
Tracklist:
01. A Marcha Do Cão
02. Demoncracy
03. Air Mail Surgery
04. Catholic Beast
05. Possuído Pelo Cão (D.F.C.)
06. Semen Churches
07. Too Fast To Die
08. Toxic Possession
09. Anarco-Cops
10. Ugly Inside Too
11. Blame Satan
12. Grey World (Attitude Adjustment)
13. Mosh Jocks
14. Possessed To The Circle Pit

Time to Rise - Woslom

Em tempos de Big 4 pra cá e pra lá, é ótimo perceber que o legado das quatro grandes bandas do thrash metal norte-americano – e mundial, vamos combinar – não se resume somente a uma turnê conjunta. Ele vai muito além, e está em todo o mundo. Um exemplo disso é a ótima estreia do grupo paulista Woslom. Lançado em 2010, "Time to Rise" bebe direto na sonoridade característica da Bay Area e vem carregado com grandes doses daquilo que de melhor o Metallica e o Megadeth fizeram em seus primeiros anos.





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Formada por Silvano Aguilera (vocal e guitarra), Rafael Iak (guitarra), Francisco Stanich Jr. (baixo) e Fernando Farabote (bateria), o Woslom executa um thrash metal bastante fiel às raízes do estilo. Uma das principais qualidades da banda é a sua capacidade de criar um arsenal de riffs que impressiona, característica que, aliada aos vocais de Silvano – agressivos mas não guturais, equilibrando-se entre Dave Mustanie e o James Hetfield da época de "Kill 'Em All" -, leva o ouvinte de volta aos anos oitenta.
Um grande diferencial e um ponto muito positivo em relação à grande maioria das bandas que apostam nessa onda revival do thrash oitentista é que o Woslom consegue variar bastante de uma composição para outra, explorando um leque maior de opções e possibilidades, o que não torna a audição do álbum cansativa. Entre as faixas, destaque imediato para “Checkmate”, uma pequena obra-prima com mais de nove minutos e que serve de cartão de visitas para o quarteto.
O disco impressiona muito positivamente, mostrando uma maturidade e uma qualidade que não são comuns em álbuns de estreia. A produção, feita pela própria banda, deixou os instrumentos bem na cara e, ainda que em alguns momentos poderia ser melhor, casa perfeitamente com a proposta do grupo.
O Woslom está de parabéns. "Time to Rise" é um ótimo álbum, com boas composições e uma enorme dose de autenticidade que faz falta ao heavy metal brasileiro, infestado de garotos mimados mais preocupados em lançar manifestos na internet do que produzir música de qualidade.
Ouça, você vai curtir!
Faixas:
1.Time to Rise – 3:46
2.Soulless (S.O.T.D.) - 5:28
3.Power & Misery – 8:34
4.The Deep Null – 5:10
5.Mortal Effect – 3:05
6.Despise Your Pain – 5:04
7.Downfall – 3:02
8.Checkmate – 9:18
9.Beyond Inferno – 4:02

Cerná Krev / Sangue Negro - Maniac Butcher

Aqui, uma aula tcheca de como se faz black metal “real”. A lendária dupla Barbarud Hrom (vocal) e Vlad Blasphemer (todos os instrumentos), que compõe a banda, soltou há 13 anos um dos mais respeitados trabalhos do estilo, e o selo Mega Therion Records fez uma coisa bem interessante ao lançar esse álbum no Brasil: traduziu para o português os títulos intermináveis das músicas, algumas letras e o próprio nome do CD. Iniciativa ousada e muito bem-vinda!



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O play é composto por dez canções, três ao vivo. E tome velocidade. Os caras permanecem no blast beat na maior parte do disco, para a felicidade dos mais radicais. Já as guitarras e o baixo fazem o básico, e o vocalista canta do mesmo jeito em todas as músicas: com timbre típico do estilo, logicamente, mas de forma sempre lenta nas palavras. O resultado é bacana.
A qualidade da gravação é meio tosquinha, mas perfeitamente audível, exceto as faixas ao vivo, de qualidade mais inferior. Em outras palavras, é uma produção black típica da época, quando os conjuntos do cenário ainda não tinham grande preocupação em fazer algo mais limpo. Não tem problema, porque isso ficou muito bom em se tratando de Maniac Butcher.
Entre os sons, é válido citar “Intermezzo”, uma instrumental lenta e melancólica, completamente destoante do resto do material, que é pura porradaria.
Agora convenhamos: esses músicos são únicos na cena. O espírito que carregam só consegue se equiparar ao do Vondur (ver resenha neste link). Em outras palavras, composições curiosas e até engraçadas.
E o que pensar de textos como “Apóie a campanha: Sem teclados!! Sem vocais femininos!!”, ou da advertência que fazem ao citar algumas pessoas que alegam terem sido por elas roubados, afirmando que tais seres “devem materiais ou dinheiro durante um tempo bem longo e eles não responderam nossas cartas de urgência. Tenha cuidado com eles”, tudo isso e outras peripécias escritas no encarte??? Por aí, se tem uma noção da mentalidade dos integrantes. Eles querem mesmo é ser true. E conseguem, ao seu modo.
No fim das contas, “Cerná Krev/Sangue Negro” é bastante convincente e desgraçado. Um produto que vale mais a pena pela curiosidade, mas ainda sim, é bom ter na coleção.
Aqui, um clipe da música “Co Dobré Pro Mne, Dobrým Jest (What’s Good for Me, Tha is Good)”, do álbum “Epitath”, apenas para dar uma noção de como é o trabalho dos açougueiros maníacos. O vídeo é... indescritível! Assistam aí e comentem. Mais true, impossível!
Maniac Butcher - Cerná Krev/Sangue Negro
Mega Therion Records - 1998 - República Tcheca
Tracklist
1. Ralé Miserável, Humildes Animais Daninhos, Turba Vil Odiosa, Como Desperdício Humano Pobre
2. Conselho De Esperança, Como Crescer Velho E Tambén Recomendaçâo Satisfatória Para Vida E Sobrevivencia
3. Carnicero Maníaco, Conhecido Como Silený Rezník No Idioma Checo
4. Intermezzo
5. Luxúria De Sángue, Contudo Vampirismo Ordinário Nâo É Semelhante
6. Desejo Estranho, Rumprindo Isto Conseqüencias Incomuns A Serem Alcancadas
7. Eternidade E Imortalidade Oblido Pelo Derramamento E Festejo De Rios De Sangue Humano
8. Conselho De Esperança (Live In Zafec 17/04/99)
9. Midnight Empire (Live At Open Hell Festival 17/07/99)
10. O Carnicero Maníaco (Live At Open Hell Festival 17/07/99)



Onslaught - Lazarus A.D.

Como é legal escutar um CD de uma banda até então desconhecida, e logo após a primeira audição, já se tornar fã da mesma. E acredito que essa será a situação de todos que ouvirem esse primeiro petardo destes americanos do LAZARUS A.D., uma das melhores bandas da nova safra de thrash metal que vem se espalhando mundo afora.





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Você, meu amigo leitor, gosta de EXODUS, TESTAMENT e DEATH ANGEL? Então prepare-se para se deliciar com o som do LAZARUS A.D..
banda foi formada no ano de 2005, sendo este “The Onslaught” o seu primeiro álbum oficial (o segundo, “Black Rivers Flow”, foi lançado no começo de 2011), lançado originalmente em 2007, e relançado em 2009 pela Metal Blade.
E a banda já debutou mostrando todo seu potencial, com um thrash metal muito pesado, agressivo e cativante, mesclando com maestria elementos da velha escola com algo mais moderno, na medida certa. Mas não espere encontrar aqui baladas, vocais melosos ou qualquer elemento industrial, e muito menos teclados, pianos, flautas, violinos ou coisas do tipo: o negócio aqui é thrash metal primitivo, com vocal agressivo, baixo martelado, bateria quebrada e marcante, com músicas embasadas em riffs pesados e destruidores, feitas para banger.
Todos os músicos são muito talentosos, merecendo destaque os guitarristas Dan Gapen e Alex Lackner, que criaram em todas as composições riffs e mais riffs espetaculares, que elevam o som do LAZARUS A.D. ao patamar dos grandes novos nomes do estilo. As paradinhas clássicas do estilo também estão presentes, assim como os famosos coros de guerra.
E o álbum é tão legal que é impossível escolher destaques sem fazer injustiça com as demais músicas. Além disso, apesar de todas as faixas apresentarem o peso e agressividade como características comuns, todas possuem elementos que as diferenciam entre si, fazendo da audição do álbum algo muito agradável.
A gravação também é excelente, sendo que a mixagem e masterização foi feita por James Murphy (ex-guitarrista de TESTAMENT, DEATH, etc.), e deixou o som da banda totalmente cristalino e encorpado. Alias, com o lançamento original do álbum, a mixagem e masterização já haviam sido feitas por James e, posteriormente, quando do relançamento pela Metal Blade, foi refeita pelo mesmo. Destacam-se as guitarras, com peso absurdo, e o baixo, bem audível, grave e preciso, lembrando o estilo de gravação doIRON MAIDEN.
Portanto, escute o álbum no volume máximo, e comprove toda a qualidade do LAZARUS A.D., banda que tem tudo para se tornar uma das mais relevantes do thrash metal contemporâneo. Comprove toda a qualidade do grupo com o clipe da faixa "Revolution".
The Onslaught – Lazarus A.D.
(2009 – Metal Blade - Importado)
Formação:
• Dan Gapen: Guitarra
• Jeff Paulick: Baixo e Vocal
• Alex Lackner: Guitarra
• Ryan Shutler: Bateria
Track List:
1. Last Breath
2. Thou Shall Not Fear
3. Damnation for the Weak
4. Every Word Unheard
5. Revolution
6. Rebirth
7. Lust
8. Forged in Blood
9. Absolute Power
10. Who I Really Am

Infected Nations - Evile

Tida como uma das bandas que fazem um 'revival' do Thrash Metal praticado nos anos 80 e início de 90, a banda inglesa de Huddersfield tem em seu 2° álbum um direcionamento um pouco diferente do 'debut' álbum, com músicas mais densas e com andamento mais cadenciado.





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Se em 'Enter the Grave' ganhou grande notoriedade na cena com sua velocidade, em 'Infected Nations' a banda tenta trazer mais originalidade em seu som e fazer algo bem trabalhado. As influências de Metallica e Sepultura são evidentes porém a banda mantém já suas características típicas do seu primeiro CD, que são riffs extremamente bem elaborados pelos irmãos Ol Drake e Matt Drake, este segundo também vocalista.
Algo bem notado em diferença ao primeiro álbum são os vocais de Matt Drake, que lembram algo entre James Hetfield e Max Cavalera, principalmente na excelente faixa-titulo, que além de um belo dedilhado em sua abertura, alterna entre riffs velozes e partes cadenciadas.
Outros destaques de 'Infected Nations' são as faixas 'Now Demolition' que apesar de ser bem cadenciada tem um ótimo refrão e solos muito bem executados, a rapidíssima 'Nosophoros', 'Devoid of Thought' com excelente riffs de entrada e novamente Ol Drake solando muito bem.
A última faixa, a instrumental 'Hundred Wrathful Deities', apesar de ser muito bem executada e tem algo aura sinistra e atmosférica, se torna um tanto cansativa por possuir 11 minutos, algo não muito utilizado por banda de Thrash Metal.
Ao longo do CD faltam ainda algumas composições mais marcantes porque nesse abusaram de composições mais lentas, fazendo com que algumas faixas sejam parecidas entre si.
Algo que impressiona também é a capa feita por Michael Whelan (SEPULTURA, OBITUARY) lembrando capas daquele Thrash/Death executado no início da década de noventa.
Um bom trabalho para quem gosta de riffs extremamente rápidos e elaborados e para os apreciadores do bom Thrash Metal com uma gravação atual, porém só fica a "deixa" para que nos próximos álbuns a banda não exagere tanto em passagens lentas.
1."Infected Nation"
2."Now Demolition"
3."Nosophoros"
4."Genocide"
5."Plague to End All Plagues"
6."Devoid of Thought"
7."Time No More"
8."Metamorphosis"
9."Hundred Wrathful Deities" (Instrumental)

Ten Thousand Fists - Disturbed

Sabe aquele álbum que você nunca cansa de escutar? Aquele que nunca vai ficar com um som ultrapassado com o passar dos anos? Pois bem, esse é o Ten Thousand Fists.





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Pode-se dizer que este foi o álbum que mudou o estilo do Disturbed: Algumas músicas apresentam solos de guitarra, existe uma melhor harmonia entre as partes pesadas e as melódicas, riffs mais bem trabalhados, bateria mais rítmica e o baixo com uma pegada bem mais forte se comparado aos trabalhos anteriores da banda. Isso é claro, sem esquecer da voz incrível do David Draiman, que parece ficar melhor a cada álbum. E não houve apenas uma mudança namúsica,mas também na banda, com a saída de Steve Kmak, o grupo colocou outro baixista em seu lugar, o John Moyer.
álbum começa com a pesada faixa-título, "Ten Thousand Fists", com uma pegada bem forte, bateria destruidora e refrão marcante. Depois vem a "Just Stop", uma música com muita atitude e um refrão bem melódico, destaque para David nesta faixa.
E sem dar chances de descansar começa a rápida "Guarded", aparentemente é a música mais pesada do disco. Logo em seguida começa a "Deify", com uma intro perfeita, guitarra pesada, na minha opinião é a melhor do álbum.
Com uma entrada matadora começa "Stricken", essa que é uma das mais famosas da banda, se não for a mais famosa. Com um solo explosivo. Ótima música. A próxima música é "I'm Alive", com um som que alterna bastante entre o peso e o melódico. É aqui que você percebe como a voz de Draiman evoluiu. Muito boa. "Sons Of Plunder" tem um som bem envolvente, uma das melhores do álbum.
"Overburdened" é a música que expressa mais sentimentos, com um refrão grudento, é a mais leve do "Ten Thousand Fists". A faixa nove é "Decadence". É a que mais se aproxima do New Metal. Grande música. "Forgiven" lembra bastante a "Intoxication" do álbum Believe. Uma música muito bem feita.
E o que falar da "Land Of Confusion"? Uma ótima versão "disturbiada" da banda Genesis. "Sacred Lie" é matadora. Ponto. E o "Dez Mil Punhos" continua com a "Pain Redefined", essa é uma daquelas músicas que você coloca no "Repeat" e deixa por um bom tempo tocando. Perfeita. Então o disco finaliza com a animada "Avarice". Muito boa.
Bem, depois de escutar o álbum, eu acho que muitos daqueles que diziam que Disturbed era uma banda de "New Metal" calaram a boca. Disturbed é muito mais do que isso.
Faixas:
"Ten Thousand Fists" – 3:32
"Just Stop" – 3:43
"Guarded" – 3:20
"Deify" – 4:17
"Stricken" – 4:05
"I m Alive" – 4:41
"Sons of Plunder" – 3:47
"Overburdened" – 5:57
"Decadence" – 3:24
"Forgiven" – 4:12
"Land of Confusion" – 4:49 (Cover de Genesis)
"Sacred Lie" – 3:05
"Pain Redefined" – 4:17
"Avarice" – 2:56
Gravadora: Reprise Records.

Blemished Redemption - Mental Horror

Há cinco anos o Brasil e o mundo conheciam um dos melhores álbuns de brutal death metal já produzidos. E para a nossa sorte, esse grupo é daqui mesmo! Sim, estamos falando da perfeição sonora chamada “Blemished Redemption”, dos gaúchos da Mental Horror, que já antecipo, recebe nota máxima aqui na resenha.





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Se você comparar esse álbum com os trabalhos anteriores, dificilmente achará que é a mesma banda. E se “Abyss of Hypocrisy” e “Proclaiming Vengeance” já eram fenomenais, nesse aqui eles realmente se superaram. Impressionante o quanto a banda evoluiu em apenas um álbum!
Aqui, quando falo em perfeição, refiro-me às composições, à qualidade da gravação, ao encarte, enfim, a todo o material. E diga-se de passagem, a arte gráfica foi feita pelo renomado Marcos Miller (http://nauseaimage.cjb.net/), que também assinou as obras-primas das capas dos supracitados discos. Admirem toda a beleza e a riqueza de detalhes das ilustrações do artista. De quebrar a mandíbula!
Quanto ao som, são nitidamente influenciados pelo Nile (e hoje em dia, para quem eles NÃO são referência, não é mesmo?) e o Morbid Angel (daquela época, não o de hoje! risos), embora executando as canções de forma mais direta e muito, muito extrema. Destaque para todos os integrantes: Adriano Martini com um urro de dar dó às cordas vocais, além de sua guitarra brilhante, juntamente com a de Marcos Seixas; César China também manda ver no baixo, e o baterista Sandro Moreira, que substituiu o velocíssimo Robles Dresh, também apresenta um trabalho espetacular. Aliás, ele pode ter sido o principal motivo dessa mudança. O cara trouxe novos ares para o conjunto, que se fortaleceu bastante e cresceu como nunca.
É tudo tão magnífico que não é possível dizer qual a música que mais chamou a atenção. Cada uma delas tem detalhes e características diferentes entre si, mas que no conjunto da obra resultam em algo esplêndido e muito encorpado. Há muitas variações de ritmo, palhetadas a milhão e claro, blast beats absurdos, tudo feito com técnica pura.
Bom, e por onde anda a Mental Horror, que deu uma sumida após lançar um verdadeiro exemplo de death metal ao planeta? Recomendado é pouco. Deveria existir uma lei que obrigasse um deathbanger a possuir isso aqui. Vital para a humanidade!
Mental Horror – Blemished Redemption
Mutilation Records – 2006 - Brasil
Tracklist
1. Observe the Martyr
2. Denying the Scars
3. Haunted
4. Tears of God
5. Sentenced to Believe
6. God of the Pest and Flies
7. Setra Achra
8. I Walk for Eternity
9. Corrupting the Immaculate
10. Enuma Elish
11. Outro

Khaos Legions - Arch Enemy

Liberar inúmeros trabalhos de impacto que ajudaram a modelar todo um cenário musical e contar com uma base de fãs que somente parece aumentar são os frutos de muita dedicação em uma trajetória que já ultrapassou a marca dos 15 anos para o Arch Enemy. Mas, até quando uma banda consegue manter este ritmo tão positivo?





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É claro que o Arch Enemy sempre exibiu uma saudável flexibilidade ao modificar sensivelmente sua música ao longo de cada um de seus sete álbuns de estúdio, e sem comprometer o cerne de sua proposta original. Mas, com “Khaos Legions”, os suecos oferecem não somente ocasiões de uma transformação mais radical, mas exibem também sinais de cansaço, o que fará com que o público e crítica venham dividir as opiniões sobre o novo registro.
Se o grande atrativo do Arch Enemy  era o invejável trabalho dos irmãos e guitarristas Amott, praticamente virtuosos, agora se optou em construir um repertório com várias canções bem mais simples, reduzindo a velocidade e injetando mais melodias em uma paleta com as mais variadas vertentes pelas quais o Heavy Metal se ramificou. E há de tudo, desde o já esperado Death Melódico, muito Power e, quem diria, até mesmo resquícios de um impensável Hard Rock se fazem presentes por aqui.
Assim, entre esses experimentos, “No Gods, No Masters” é a que melhor evidencia a rejeição aos arranjos mais intrincados e um dos exemplos de clichês e reciclagens do disco. De positivo, "Bloodstained Cross" funciona bem ao mesclar andamentos bem acessíveis, mas com espaço para o metal extremo. De qualquer forma, são as faixas com os conhecidos elementos clássicos do Arch Enemy que obtém os melhores resultados: “Under Black Flags We March” (essa poderia estar no disco “Doomsday Machine”, de 2005), “Cruelty Without Beauty” e “Cult Of Chaos”.
Com um áudio polido e moderníssimo que é uma verdadeira massa compacta, “Khaos Legions” pode ser considerado como o mais suave e contido disco da carreira do Arch Enemy. Agora, a questão é: isso é um passageiro e compreensível bloqueio criativo, ou toda essa ‘finesse’ é uma tentativa proposital para um maior acesso aos territórios do questionável mainstream?
Formação:
Angela Nathalie Gossow - voz
Michael Amott - guitarra
Christopher Amott - guitarra
Sharlee D'Angelo - baixo
Daniel Erlandsson - bateria
Arch Enemy - Khaos Legions
(2011 - Century Media Records / Shinigami Records – nacional)
01. Khaos Overture
02. Yesterday Is Dead And Gone
03. Bloodstained Cross
04. Under Black Flags We March
05. No Gods, No Masters
06. City Of The Dead
07. Through The Eyes Of A Raven
08. Cruelty Without Beauty
09. We Are A Godless Entity
10. Cult Of Chaos
11. Thorns In My Flesh
12. Turn To Dust
13. Vengeance Is Mine
14. Secrets

Road Salt One - Pain Of Salvation

Para muitos, Daniel Gildenlow pode ser apontado como um dos melhores compositores do rock/metal progressivo contemporâneo. Não por acaso que o músico sueco conquistou esse rótulo. O currículo do PAIN OF SALVATION, verdadeiramente consistente desde que produziu o álbum “The Perfect Element” (2000), possui uma riqueza incomparável de referências que encontrou provavelmente o seu ápice em “Road Salt One”. As influências dos anos 70 deram um novo e interessantíssimo contorno às particularidades sonoras da banda.





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Em atividade desde 1991, o PAIN OF SALVATION conquistou certa notoriedade por não se prender a um conjunto restrito de influências musicais. Os primeiros discos do grupo, mesmo sem apresentar nenhuma inovação para o gênero, mostrou como o quarteto sueco conseguia (e continua conseguindo) unir de forma extremamente eficiente características do metal melódico e do hard rock aos elementos progressivos. Com passar dos anos, Daniel Gildenlow & Cia mostraram qualidade em outras abordagens sonoras – como, por exemplo, as pitadas eletrônicas encontradas no ótimo “Scarsick” (2007). Porém, em “Road Salt One” o grupo não só inovou como mostrou dominar o rock clássico, baseado em expoentes do gênero progressivo como DEEP PURPLE e RUSH. O resultado é surpreendentemente coeso e digno dos maiores elogios.
Na versão digipack de “Road Salt One” existem pequenas mudanças em relação ao formato tradicional do disco. De certa forma, a inclusão da ótima introdução “What She Means to Me” pode ser apontada como a principal novidade entre as duas edição. De resto – além da bonita embalagem –, apenas um minuto e meio a mais em “No Way”, provavelmente a faixa mais intensa e qualificada da obra, que pouco influenciou o resultado final. Daniel Gildenlow (vocal, guitarra e baixo), Johan Hallgren (guitarra), Fredrik Hermansson (teclado) e Léo Margarit (bateria) acertaram em cheio na abordagem mais crua e visceral dada ao rock progressivo aqui. Outras faixas mais cadenciadas – uma marca profunda na trajetória do PAIN OF SALVATION  – como “She Likes to Hide” e “Sisters” aparecem com destaque no repertório do disco.
Embora bastante descaracterizado em relação aos seus primeiros registros de estúdio – fator que certamente deve torcer o nariz de muito fã conservador –, o quarteto sueco possui em sua imprevisibilidade musical a sua maior qualidade nessa nova empreitada. As influências são ricas e as faixas são extremamente diferentes entre si. Porém, nada soa perdido em uma salada de música progressiva sem sentido. A genialidade de Daniel Gildenlow está justamente na sua capacidade de unir cada uma dessas partes tão ímpares de “Road Salt One” em um único contexto maior. Depois da introspectiva “Of Dust” (outro destaque do álbum), os suecos mostraram uma ótima pegada nas mais agitadas “Tell Me You Don’t Know” e “Linoleum” – outra faixa sensacional criada pelo PAIN OF SALVATION aqui.
O lado mais obscuro de “Road Salt One” possui em “Darkness of Mine” o seu principal representante. O restante do álbum – muito mais direto se comparado com os antecessores “Scarsick” (2007) e “Remedy Lane” (2002) – passa com naturalidade diante dos ouvidos dos fãs (até mesmo dos mais atentos e exigentes). Na média de quatro minutos, músicas como “Curiosity” e “Where It Hurts” intercalam as facetas mais viscerais e obscuras do rock/metal progressivo do conjunto, mas infelizmente sem o mesmo brilho de outras faixas. Embora com as mesmas características, a cadenciada “Road Salt” e a relativamente agitada “Innocence” encerram o álbum mesmo o mesmo pique do seu início – é verdade – mas de modo muito eficiente.
Por mais que seja denominado como um álbum transgressor, “Road Salt One” evidencia uma evolução extremamente natural e bem arquitetada na sonoridade do PAIN OF SALVATION. O novo álbum do conjunto – mesmo que difícil de rotular ou de comparar com os antecessores – é um registro imponente e importante para a carreira dos suecos. A performance coesa de Daniel Gildenlow & Cia. contornou o disco do início ao fim e é claramente o fator que diferencia o PAIN OF SALVATION de muitos outras bandas que ainda buscam o seu devido lugar ao sol. Em prova, a originalidade – e a genialidade do seu principal compositor – é o que prevalece aqui em quase uma hora de rock/metal progressivo.
Track-list:
01. What She Means to Me
02. No Way
03. She Likes to Hide
04. Sisters
05. Of Dust
06. Tell Me You Don’t Know
07. Sleeping Under the Stars
08. Darkness of Mine
09. Linoleum
10. Curiosity
11. Where It Hurts
12. Road Salt
13. Innocence

Equilíbrio - Kuartah

Já faz algum tempo que tenho em mãos “Equilíbrio”, álbum de estreia da banda paulista KUARTAH, lançado no final do ano passado. Desde então ouvi diversas vezes o disco tentando chegar a uma conclusão sobre como definir o som da banda. E para minha surpresa não consegui. Em determinados casos isso poderia ser falta de identidade do grupo, mas nesse caso é justamente o contrário, o grupo criou sua própria identidade, realizando uma mistura única de Metal, Hard Rock e Pop Rock com letras em português. O resultado é deveras agradável e satisfatório.





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As diversas contribuições e toda a casta do Metal e do Hard Rock estão lá para quem quiser ver: riffs de guitarra muito bem trabalhados, um belo trabalho do baixo, e uma bateria inspirada, com direito até a pedal duplo e tudo. Entretanto, tudo temperado com um afável acentuo POP, resultado de uma produção cristalina e dos vocaissuaves de Dani Borges e das letras que usam o amor como tema, mas com classe e não de forma brega ou chorona como comumente vemos por aí.
Além da vocalista já citada, completam a banda os talentosos Rodolfo Fly (VANDROYA, SOULSPELL) na guitarra, o baixista Rodrigo Ultramare, o baterista Lucas Monterosso, e Xande Freire no violão e voz.
Merecem destaques a veloz “Indeciso”, que abre o disco é uma das melhores do álbum, a hard rock “Falo Sem Palavras”, a levemente progressiva “Pintando Uma Vida”, as belas “Ainda Sonho Com Você” e “Novo Sol”, além da forte faixa-título.
Este bom álbum de estreia da KUARTAH mostra que a banda tem uma proposta bastante interessante, unindo o som bem trabalhado do metal com a acessividade do Pop Rock resultando num trabalho de muito bom gosto. Se mantiver a qualidade nos próximos lançamentos essa banda pode ter uma carreira brilhante pela frente.
Indicado para desde fãs de POP Rock até metalheads de cabeça aberta e fãs de boa música em geral. Uma bela estreia.
Track-List:
1- Enquanto (intro)
2- Indeciso
3- Velha Canção
4- Chorando Sozinha
5- Falo Sem Palavras
6- Onda
7- Pintando Uma Vida
8- História Pra Lembrar
9- Ainda Sonho Com Você
10- Novo Sol
11- Preciso te Encontrar
12- Equilíbrio
Line-Up:
Dani Borges - vocal
Rodrigo Ultramare - baixo
Rodolfo Fly - guitarra
Xande Freire - violão e voz
Lucas Monterosso – bateria
Kuartah – Equilíbio (2010)
Produzido por Denis Ciani

Beat Club - Iron Maiden

O ano é 1981; a cidade é Bremen; e, o país é a Alemanha. Havia (não sei se ainda existe) um programa de TV chamado Beat Club, aonde ícones da música faziam suas apresentações e eram exibidas em rede nacional. Bandas como o Focus, o Deep Purple, o Heart, o UFO e outros grandes do Rock 70’s e 80’s já passaram pelos palcos do citado programa.





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Aqui verificamos a apresentação da maior, segundos muitos - inclusive eu -, banda de Heavy Metal da história, o Iron Maiden.
Com a formação do disco Killers (Paul Di'Anno, Steve Harris, Dave Murray, Adrian Smith e Clive Burr), o Iron Maiden  executa algumas músicas dos primeiros e clássicos discos da banda, o homônimo “Iron Maiden” e o já citado “Killers”.
Como o fã do Iron Maiden já sabe, estes discos têm uma sonoridade mais “crua”, mais direta, e muito diferente da sonoridade executada pela banda atualmente. Porém, o registro não deixa de ser espetacular! Para quem nunca viu esta formação em ação, eis uma excelente oportunidade de matar tal curiosidade, e ainda ver os membros da banda no ápice da juventude. Que este vídeo sirva de aula para aqueles jovens que pretendem montar uma banda de Rock, e também para o divertimento do verdadeiro fã de Rock n’ Roll.
Ressaltando que este vídeo é de curta duração, com menos de 30 minutos de apresentação, mas dá pra sentir um gostinho muito bom.
Faixas:
01. Ides of March
02. Prowler
03. Phantom of the Opera
04. Iron Maiden
05. Wrathchild
06. Innocent Exile
07. Sanctuary
08. Another Life

Sonisphere UK (Knebworth, 08-10/07/2011)



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Por: Stefanie Chasseraux, para o LoKaos Rock Show
Pra falar sobre o ‘Sonisphere Festival’, eu preciso primeiro contar um pouco do que é esse imenso festival que acontece em vários países da Europa e que eu tive o prazer de assistir esse ano no UK. A idéia do festival veio quando Stuart Galbraith trabalhava para a Live Nation, os organizadores do ‘Download Festival’. O plano era realizar uma série de eventos, quase que simultâneos, em alguns países da Europa entre junho e agosto. Mas, o tal evento não aconteceu até que Galbraith deixou a Live Nation para juntar-se à Kilimanjaro Live, empresa que realiza o festival.
O primeiro dos festivais aconteceu durante o verão de 2009 em seis locais, retornando em 2010 com 11 sedes. A ‘Sonisphere Festival‘ tour em 2009 foi composta por seis festivais de um dia em toda a Europa e um sétimo festival na Inglaterra, esse com dois dias. Os locais de 2009 do Sonisphere incluíram Nijmegen, na Holanda, Hockenheimring na Alemanha, Barcelona na Espanha, Hultsfred na Suécia, Pori, na Finlândia e Knebworth, na Inglaterra. E acredite, e ou não, o Metallica foi a banda principal em cada uma das cidades naquele ano.
Já a turnê de 2010 do ‘Sonisphere Festival‘ aconteceu em 11 locais por a Europa entre 16 de junho e 08 de agosto. Os países daquele ano foram Polônia, Suíça, República Tcheca, Bulgária, Grécia, Romênia, Turquia, Espanha, Reino Unido, Suécia e Finlândia. Ao contrário de 2009, não havia apenas um headliner que fizesse todos os shows, tendo naquele ano outros cabeças de elenco, como o Iron MaidenRammstein e tambémMetallica.
E chegamos ao ano de 2011, onde o festival está acontecendo ainda por toda Europa, algumas paradas já rolaram, passando por mais de 10 países, sendo que as etapas do UK, França e Suécia aconteceram no mesmo final de semana. E aqui no UK foi demais!! Três dias de rock, festa, energia, fantasia, bagunça e muita, mas muita música boa. O Sonisphere aconteceu de 08 a 10 de julho em Knebworth, a uns 30 minutos de trem de Londres. Uma boa parte do público já foi no primeiro dia, sexta-feira, e ficou acampada no local do festival, onde a infra-estrutura era de surpreender, claro, tirando toda a lama no dia que choveu.
Uma coisa que eu gostei muito, antes de começar a falar dos shows, foi que na parte onde ficava toda a imprensa tinha acesso a um ônibus/estúdio da Gibson que todos os jornalistas podiam usar para entrevistar os músicos por lá. Tínhamos um espaço reservado com shows, bares, sofás, esquema de primeiro mundo. E também, ao lado desse espaço, conferimos o “ensaio” do Metallica dentro de um caminhão minutos antes da banda partir para o palco. Tá, ok, isso tudo só foi um parêntese...
Os shows de sexta-feira representaram praticamente o que existe de melhor no metal mundial: o “Big Four” – MetallicaSlayerMegadeth e Anthrax, que vieram pela primeira vez, juntos, para o Reino Unido. O dia foi histórico para a multidão presente, que no final dos shows, acompanhou as quatro bandas tocando juntas no palco, e para nós brasileiros, ainda com a presença de Andreas Kisser no Anthrax.
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Os shows de sábado, particularmente, eram o que menos interessavam mesmo tendo bandas como Biffy Clyro, que eu assisti na semana anterior abrindo para o Foo Fighters, Bad Religion e Cavalera Conspiracy que eu respeito muito, mas mesmo assim, foi o dia mais fraco do festival.
Domingo chegou para quebrar tudo, novamente, com Slipknot fechando o festival num show de arrepiar, transmitido ao vivo via internet. E como tem acontecido nos últimos shows da banda, foram feitos 2 minutos de silêncio pela morte do baixista Paul Gray, que morreu ano passado de overdose. Ainda teve Limp BizkitMotorhead e mais uma porrada de banda. Na minha opinião, Lemmy é um show a parte.
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"Eu promovo festivais de rock há 30 anos e posso dizer, honestamente, que este projeto é aquele que estou mais orgulhoso. Dizer que estamos felizes é um eufemismo, eu nunca sonhei que poderia chegar tão longe em apenas três anos”, disse Stuart Galbraith, o boss da “parada”.
O que me deixa mais triste, em relação ao Brasil, é que poderíamos fazer um grande e organizado festival da mesma forma como assistimos aqui na Europa e em outras partes do mundo. O Brasil tem público, tem dinheiro, tem espaço, tem tudo e se bobear mais um pouco até, mas não tem compromisso com as pessoas. Imagino que se acontecesse um festival desse porte ai, e não digo o que já rolou tipo SWU, onde nem estrutura para o público havia, a lavagem de dinheiro e o superfaturamento seriam absurdos. Fora o preço dos ingressos no Brasil, que deixa a desejar para o que oferecem. Lembro quando, no passado distante, tínhamos festivais como ‘Hollywood Rock’, ‘Free Jazz’, ‘Monsters of Rock’ e por ai vai, eram bons, fantásticos, mas caros.
Vi aqui na Inglaterra algo organizado, onde as pessoas podem acampar sem serem roubadas, onde existem ônibus organizados para levarem o público ao local dos shows, onde você pode comer e beber com qualidade, onde a coisa funciona. O que será que podíamos fazer pelo Brasil e para o Brasil?
Enquanto isso, pra quem quiser economizar um dinheirinho, os ingressos do ‘Sonisphere Festival’ de 2012, já estão à venda. O festival está agendado para acontecer no Reino Unido nos dias 06 a 08 de julho do próximo ano e com os mesmos preços de 2011.


Makinária Rock (São Paulo, 08/07/11)


A banda subiu ao palco pontualmente às 00:20hrs com a casa recebendo um bom número de rockers apesar do frio ‘infernal’ de São Paulo, e mandou de cara a música ‘Cansado’. Na sequência sem deixar o peso e a pegada de lado mandaram ‘Não Quero Saber’, ambas faixas do CD autointitulado lançado em 2010 pela Voice Music/Die Fight Records.
Chega a hora do primeiro cover da noite, e a escolhida foi ‘Meu Mal’, música originalmente gravada pelos amigos da banda paulista Baranga. Em seguida chega a vez de apresentar uma das novas músicas que farão parte do novo CD cujas gravações estão previstas para se iniciar em novembro. Depois foi ‘Magrela’, que por sinal foi muito bem recebida pelo público na Ego.
Pra fechar a noite uma pequena homenagem a dois grandes nomes do Rock’n’ Roll nacional; primeiro com ‘Clube dos Canalhas’ da banda Matanza e para encerrar com todos os méritos possíveis, nada mais justo que ‘A Minha Vida e Rock’n’Roll’ da lendária banda Made in Brazil, que contou com a interação intensa de todos os presentes na casa.
MAKINÁRIA ROCK voltou e voltou bem, e está mais que provado que os novos Makinários, Alexandre Sartori e Mauricio Parra se enquadraram perfeitamente ao estilo do batera e também o vocalista Carlos Digger, mantendo a pegada, levadas cativantes, riffs marcantes e o mais importante: tocando um Rock n’ Roll sem frescura.
Set list
1 – Cansado
2 – Não Quero Saber
3 – Meu Mal (Cover Baranga)
4 – Magrela
5 – Clube dos Canalhas (Cover Matanza)
6 – A Minha Vida é Rock n’ Roll (Cover Made in Brazil)
Para ver fotos da apresentação, por favor, visite:
http://picasaweb.google.com/paulopasma/EgoClub#
A banda já está pronta para subir nos palcos Brasil afora e está disponível para shows pelos contatos: e-mail: contato@makinariarock.com.br ou pelo telefone: 11 8388-8133

Roça n Roll (Varginha, MG, 23-25/07/2011)

Os dias 23, 24 e 25 de junho não foram os mesmos de sempre em Varginha, Minas Gerais. Nas ruas da calma cidade durante essa semana, um número maior de headbangers, devidamente colorindo o lugar com o preto de suas roupas, demonstrava que mais uma vez chegava a hora para o Roça N Roll, já tradicional festival de metal nacional – talvez um dos maiores em termos de estrutura e qualidade – que desta vez celebrava a 13ª edição do evento com algumas inovações: além de agora serem três dias de puro rock e metal, a estrutura de camping e a presença de um nome internacional de peso vieram para fazer diferença!



Fotos: Fernanda Lira
Mais uma vez a Cangaço Produções, idealizada por Bruno Maia (Braia, ex-Tuatha de Dannan), provou que com incentivo do governo e, é claro, do fiel público, é possível sim manter um evento de grande porte e, apesar de mais modesto, nos moldes dos maravilhosos festivais de verão internacionais, por bastante tempo e sem pecar em estrutura.
Infelizmente, não pude comparecer ao primeiro dia. Sinceramente, por estar um pouco mais morno que os dois seguintes, não me arrependi tanto... Sem contar que agüentar três dias seguidos de festival não é pra qualquer um.
Ancesttral
Ancesttral

O segundo dia da jornada foi especial. Antes das grandes bandas encerrando a noite, aconteceu a final do Metal Battle, seletiva de âmbito nacional que levou bandas de vários estados a uma grand finale excelente, da qual apenas um grupo sairia vencedor e faturaria a oportunidade de disputar com bandas internacionais no Wacken Open Air, na Alemanha. Independente da banda que ganhasse, já vale a honra de ter uma banda de nosso país nos representando nessa grande batalha. Aliás, representando muito bem. Todas as bandas presentes mostraram o porquê de estarem participando de uma final tão concorrida: músicas bem compostas e executadas, performances interessantes e muito profissionalismo. Tenho dó de quem estava na pele de jurado, pois a qualidade das bandas – e o consenso foi geral – era indiscutível. Isso só veio a provar uma coisa: o metal nacional é forte e repleto de bandas boas, muitas vezes ainda desconhecidas por falta de apoio. Fica o recado para aqueles que ainda pecam em não valorizar a cena nacional! Destaque para a banda Red Front, que no palco prova cada vez mais porque vem recebendo todo o merecido reconhecimento da mídia e dos fãs, além dos vencedores da banda Nekrost, de Manaus. Após conversar com os integrantes e saber de todo o esforço que fizeram para chegar onde conseguiram, meu apoio à banda só cresceu – em seus shows chegaram a fazer cofrinhos públicos, para que colegas e conterrâneos contribuíssem com pequenas quantias que os ajudassem a comprar a passagem para comparecer à grande final. Muito interessante!
Patrulha do Espaço
Patrulha do Espaço

Em seguida vieram algumas bandas já com um público mais sólido. Tyerramística, que já vem ganhando um nome, após ter aberto alguns shows do Scorpions, fez um show de qualidade para quem gosta do estilo. O único ponto que realmente me deixou com o pé atrás foi a atitude da banda em maldizer as pessoas que não puderam estar ali presentes, ao invés de exaltar e fazer um bom show para os que estavam ali, guerreiros no meio de uma noite com um frio não tão castigante, mas também nada agradável. Sem contar alguns covers desnecessários, para uma banda que já tem certo nome e músicas próprias. Andralls se apresentou no melhor estilo “vivendo cada dia mais sujo e agressivo” (música do Ratos de Porão): riffs rápidos, música com pegada agressiva e pesada e tímidos bate-cabeças marcaram a performance da banda. Para finalizar em grande estilo, Patrulha do Espaço. Uma pena o público estar escasso para uma banda de tanta importância para o rock nacional. Para aqueles que torcem o nariz sem conhecer a banda, pelo fato de ela tocar rock (e não metal), fica a dica de conhecer mais a fundo esse verdadeiro baluarte brasileiro. Riffs e melodias positivamente pegajosas e levadas tradicionais excelentes na bateria foram a marca registrada nessa apresentação que mostrou uma banda triplamente mais pesada ao vivo que em estúdio.
O terceiro e mais promissor dia do evento começou cedo. Ao meio dia, diversas caravanas já preenchiam o estacionamento do Roça, pessoas já deixavam a área de camping e alguns já até estavam (novamente) bêbados aguardando os shows começarem enquanto se serviam de pratos feitos servidos por moradores locais ou rondavam e exploravam a bela área natural ao redor da Fazenda Estrela.
Alguns podem estranhar a ausência de momentos de calmaria entre a resenha de um show e outro, mas eu simplesmente estarei descrevendo as atividades tal qual elas iam acontecendo. E sim, o sistema de revezamento entre os palcos no Roça é um dos mais eficientes que já vi. Se há alguém que realmente queira acompanhar todas as apresentações, haja fôlego e perna. A eficiência é tanta, que o tempo de espera entre o fim de uma banda e início de outra deve beirar os cinco minutos. Isso porque enquanto uma se apresenta no palco 1, a outra passa o som no palco 2. Tudo isso de forma muito bem organizada e supervisionada pela produção do evento.
A primeira da longa seqüência de bandas foi Attacke Nuclear, banda de crossover cantada em português. Foi o aperitivo ideal para começar o evento e incentivas as pessoas a se aproximarem do palco e fazê-las preparadas para o show seguinte e um dos meus favoritos desta edição. O Ancesttral, colocado num horário digamos injustiçado (por não haver muito público) foi um dos grupos mais poderosos ao vivo naquele dia e isso se provou com o próprio público, que no início era contável e dentro de poucas músicas executadas aumentou copiosamente, pois a própria sonoridade e presença da banda, somadas aos crescentes bate-cabeças passaram a chamar a atenção de quem ainda não havia conferido os caras ao vivo.
Na sequência o lendário guitarrista Jão, do Ratos de Porão, e o ex-baixista desta banda, Jabá, deram as caras com um projeto paralelo de punk, chamado Periferia S.A.. Apesar de muito conhecida pelos fãs, poucos estavam ali presentes. O legal de ver é que o carisma despojado e a capacidade de compor de Jão reúne, com qualquer banda que seja, headbangers, punks e certa parcela de fãs de hardcore em um único show, como foi o caso desse, onde o escasso, mas extasiado público até escalava o palco para elogiar o trio.
Uganga
Uganga

O Uganga já pareceu ser mais querido ainda pelo público. Se apresentando ao cair da tarde, a banda reuniu um bom público que além de cantar vários dos sons deles, ainda fazia moshpits violentos. Um dos pontos altos ocorreu na hora em que o vocalista Manu Joker, ex-integrante do lendário Sarcófago, foi para a bateria e lá executou um som inteiro. Para os fãs de thrash metal o show foi uma ótima pedida, principalmente devido à ótima performance ao vivo da banda, tanto quanto à execução afiada dosinstrumentos.
Gangrena Gasosa
Gangrena Gasosa

Em seguida viria, pelo menos em minha opinião, uma das maiores surpresas da noite: a carioca Gangrena Gasosa. Eu assumo que quando chequei a discografia e soube do estilo inusitado de fazer metal que esses quase veteranos optam em executar, não achei nada bom. Mas, ao vivo, não há como não gostar da banda. Virei fã, na certa! Como os próprios integrantes pregam, a banda gosta de valorizar o ‘capeta brasileiro’ e, por isso, além de abordar a macumba (como nas músicas “Chuta que é macumba” e “Despacho from hell”) a banda sobe ao palco em trajes de entidades como Satanás (baixista) e Pomba Gira (percussionista). Apesar de assustar à primeira vista, todo esse visual, mesclado aos batuques típicos de terreiros e de ritmos abrasileirados com os riffs e blast beats do metal, impressionam positivamente e a performance bem enérgica do grupo cativa a todos. Misturando ocultismo com bom humor, a banda, para mim, foi uma das surpresas agradáveis do evento.
Gangrena Gasosa
Gangrena Gasosa

Outro favorito estava por vir: os paulistas do Claustrofobia. A boa discografia e história da banda além de sua sólida base de fãs já são prova da qualidade e profissionalismo do grupo. Mas recentemente o grupo vem passando por uma evolução musical perceptível aos ouvidos e olhos. A agressividade no ‘Metal Malóka’ deles está cada vez mais intensa e as pegadas, cada vez mais rápidas. Além de executarem os clássicos já na boca do público, a banda ainda mandou alguns sons do seu vindouro álbum, intitulado “Peste”, que será totalmente cantado em português. Sem dúvida, esses caras estão no meu top 3 de bandas que melhor representam o metal brasileiro, agressivo e diferenciado como tem que ser!
Claustrofobia
Claustrofobia

Em uma das minhas pausas para repousar o pescoço, ali, mais afastada da multidão, tocava o Imago Mortis, aparentemente também bem aclamado pelos fãs. O visual dos integrantes e os climas que as músicas da banda proporcionam são sem dúvida, um diferencial. Em um show com a instrumental bem coesa, eles agradaram a todos os presentes ali, sejam eles já velhos fãs da banda, ou novos, como eu.
Outra lenda do metal subiu ao palco enquanto eu repousava (por pouco tempo, antes de eu irresistivelmente voltar à multidão que bangueava incansavelmente). O Genocídio já alcançou também certo reconhecimento na cena e os fãs estavam ali para provar isso. Cantando cada música e bangueando ao som dos bumbos duplos eles foram uma parte essencial na apresentação. Foi uma das mais cheias apresentações, e a excitação do público fez com que alguns deslizes técnicos, como um som um pouco abafado da instrumental por vezes, ficassem quase imperceptíveis.
Para acalmar os ânimos após uma sequência matadora de música extrema, veio o Cracker Blues, com seu rock n roll bem puxado pro southern. Mais do que a música, a galera estava mais interessada nas duas backing vocals, estilosas e talentosinhas (sim, inhas), fazendo as vozes mais diferenciadas nas composições. A trilha que o grupo proporcionou foi ideal para quem queria uma pausa para tomar uma cerveja ou algo mais quente e viajar com aquela sonzeira bem típica de viajar (no sentido literal e figurado da palavra!). A pena foi que esse show também foi a porta de entrada para sentirmos aquele típico e cortante frio do Roça n Roll. Não que a banda fosse ‘fria’, mas após horas bangueando, um som mais light inevitavelmente faria o sangue esfriar.
Vale citar, para os curiosos, que não, o frio não estava tão absurdo quanto no ano passado. Estava frio, frio absurdo, daqueles de botar oito blusas. Mas igual ao do ano passado, nunca haverá! Tanto que um caldo de feijão e uma dose de uísque foram suficientes para me aquecer dessa vez. Aliás, por conta dessa pausa para comida, não pude acompanhar o show do Amen Corner, grandes do Black metal nacional, por inteiro. Afinal, ninguém é de ferro, e a fogueirazinha que uns moradores fizeram ali perto da área de camping estava irresistível.
Tuatha de Danann
Tuatha de Danann

Um dos grandes momento desta edição do Roça seria, sem dúvida, a última apresentação de Bruno Maia, guitarrista, vocalista, flautista (e tudo mais ‘ista’ que vocês imaginarem) do Tuatha de Dannan com a banda. E que saudade todos estavam de ver a banda ao vivo! Ainda em plena forma, mesmo depois de meses sem subir ao palco, deu dó saber que ali talvez fosse um fim de toda uma era. Tanto que o público não parou um minuto de gritar para o Bruno permanecer na banda, durante corinhos altíssimos e em uníssono. Desafinadas e desentoadas de Bruno à parte (afinal, coordenar um evento e ainda tocar nele, não é fácil sem um deslize ou outro!), o show foi perfeito e recheado de clássicos dessa mistura perfeita entre música celta e metal!
Bruno Maia durante último show com o Tuatha
Bruno Maia durante último show com o Tuatha

Já perto do fim da noite, outra grande atração. Dando uma respirada antes de entrar em turnê com seu novo projeto Symfonia, Andre Matos apareceu para alegrar os adoradores de metal de melódico de plantão. Sendo uma grande fã vocalista, achei o set list digníssimo, pois foram dosadas musicas do Angra, Shaaman e de sua carreira solo, que muitos acharam ter dado uma pausa por um tempo. Aliás, um dos únicos motivos que diminuíram a grandeza do show, foi uma aparente falta de entrosamento entre alguns dos integrantes. Talvez seja apenas uma impressão particular de uma fã da clássica formação de sua carreira solo, portanto, ressalto que essa é apenas minha opinião.
Andre Matos
Andre Matos

O palco abarrotado já ditava qual seria a próxima atração – e a mais esperada da noite. O Cathedral, banda inglesa de doom metal, fez sua primeira e última passagem no país durante sua extensa carreira de 20 anos e, dentre um show e outro na turnê, uma parada no Roça. Em uma conversa que tive com os membros, eles diziam estar super felizes em estar passando pelo Brasil exatamente em sua turnê de despedida, já que anunciaram há pouca dissolução do grupo. E com certeza, os milhares de fãs – milhares mesmo, já que o festival sempre tem ótimos índices de lotação – sentiam essa mesma alegria que esteve claramente expressa durante todo o show, que, aliás, foi sem dúvida o melhor da noite.
Infelizmente, não pude ficar até o fim da madrugada, pois o cansaço não permitia mais. E ao som do Cathedral, me despedi do festival, que a julgar pelo grade público e produção de qualidade, tem de tudo para ser o melhor do gênero do país. Viva o Wacken brasileiro!