19 de junho de 2011

Busca Alucinada - Psych-Out - 1968





No auge da cultura psicodélica, Psych-Out é centrado sobre o personagem da fugitiva Jennie (Susan Strasberg), abrigada por uma comunidade hippie onde uma banda de rock liderada pelo freak Stoney (Jack Nicholson) encarrega-se de dar-lhe apoio para que encontre o irmão Steve (Bruce Dern). Vítima de um trauma familiar, Jennie é surda, mas tem a capacidade de compreender a linguagem dos novos amigos através dos movimentos labiais.
Determinada a encontrar Steve a qualquer custo, ela circula pelo underground de Frisco, ganhando a inesperada solidariedade de Stoney e seus companheiros chapados, como vigoroso registro da estética psicodélica, onde marijuana, LSD e STP representavam as drogas da moda, responsáveis pelo componente transgressor buscado por jovens da classe-média norte-americana imbuídos da Cultura Flower Power.
Fonte: Fator RH

Direção: Richard Rush
Gênero: Drama/Musical
Duração: 101 Minutos


A New Era Of Corruption - Whitechapel

O Deathcore (uma mistura de Hardcore bem nervoso com uma pegada Brutal Death Metal destruidora) é um estilo carregado com guturais e screams arrebatadores por conta dos vocalistas, pedais duplos, blastbeasts e riffs que quando ouvimos temos uma sensação apocalíptica de que o Mundo está se acabando em meio à violência, podridão e caos que o homem produz. E em meio disto surge a banda Whitechapel, que é tendência neste “novo” estilo e lançou seu álbum intitulado “A New Era Of Corruption”.





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“A New Era Of Corruption” mostra bastante maturidade, a banda procurou trabalhar com bastante harmonia, uma sonoridade quase impecável e letras conceituais, que reforçam a ideia de passar uma mensagem de que uma nova era se aproxima, uma era de corrupção, um aumento da violência, como pode-se perceber em “Breeding Violence”, uma das faixas do álbum que faz menção ao atentado de 11/09; e “Murder Sermon”, que trata das circunstâncias da trágica morte da mãe do vocalista.
A sua faixa de abertura “Devolver” dá uma ideia do que se pode esperar de todo o álbum, guitarras e vocais marcantes e linha de bateria trabalhada. Destaque para as faixas “Breeding Violence” e “The Darkest Day Of Man” que resultaram nos videoclipes mais recentes da banda. Já a faixa “Reprogrammed To Hate” talvez seja a que mais demonstra a união do peso e modernidade que a banda trabalha muito bem. Aliado a isso a faixa conta com a participação especial do vocalista da banda Deftones, Chino Moreno. Outra faixa que teve a participação especial dessa vez do vocalista Vicent, da banda The Arcain Strain foi a música “Murder Sermon”. As faixas “End Of Flesh”, “Unnerving” e “A Future Corrupt” merecem ser ouvidas mais de uma vez, devido a sua riqueza e originalidade.
Sendo este o terceiro álbum da banda que surgiu há cinco anos, onde pode-se dizer que há bastante maturidade, técnica e uma notável evolução, ingredientes estes que fazem um álbum rico e que nos dá uma ideia de que existem bandas novas que buscam alimentar suas composições sem esquecer as influências, do Death Metal Brutal, Hardcore e até mesmo o New Metal e trazer consigo algo novo e que vale a pena ser apreciado.
01. Devolver
02. Breeding Violence
03. The Darkest Day of Man
04. Reprogrammed to Hate
05. End of Flesh
06. Unnerving
07. A Future Corrupt
08. Prayer of Mockery
09. Murder Sermon
10. Nercomechanical
11. Single File to Dehumanization
Twitter do autor: @jonassakamoto
Twitter da banda: @WhitechapelBand

Iconoclast - Symphony X

"Iconoclast", oitavo álbum do grupo norte-americano de metal progressivo/neoclássico SYMPHONY X, é lançado em meio a uma turnê mundial da banda, que passou pelo Brasil há poucos dias. O primeiro disco do grupo na renomada gravadora Nuclear Blast dá continuidade à pegada mais agressiva que ele vem demonstrando desde o álbum anterior, "Paradise Lost". Todas as faixas são agressivas e poderosas.





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Como o vocalista RUSSELL ALLEN já havia mencionado anteriormente, o álbum apresenta um tema que combina todas as suas faixas: a dominação do mundo pelas máquinas e o problema da tecnologia a que estamos submetendo nossa sociedade. Isso contribui para que a musicalidade de "Iconoclast" seja mais sombria que a dos álbuns anteriores.
O resultado da produção foi um álbum agressivo, técnico e "dark". Talvez tenha pecado por ser um tanto repetitivo, mas é um grande lançamento. Todos os membros da bandaaproveitaram a chance para mostrar porque o SYMPHONY X  é um dos grupos de metal mais reverenciados atualmente. Destaque para as faixas "Iconoclast", a mais longa do disco; "Bastards of the Machine" e "Prometheus (I Am Alive)", bem pesadas; e "When All Is Lost", que lembra a fase antiga do grupo.
O álbum é sem dúvida um dos melhores do SYMPHONY X. Sobrou dedicação e preocupação à produção e à composição. As músicas podem ser até repetitivas, mas todas trazem aquilo de que a banda é feita: peso, técnica e qualidade.
Abaixo, a faixa "Prometheus (I Am Alive)", uma das melhores do disco:
1. Iconoclast
2. The End of Innocence
3. Dehumanized
4. Bastards of the Machine
5. Heretic
6. Children of a Faceless God
7. Electric Messiah
8. Prometheus (I am Alive)
9. When All Is Lost




Human Remains - Hell

O HELL foi formado na Inglaterra, no longínquo ano de 1982, como uma fusão das bandas RACE AGAINST TIME e PARALEX, tendo lançado algumas demos na época, influenciando diversas bandas (como o METALLICA, conforme já confirmado por Lars Ulrich) com seu heavy metal tradicional (ou Occult Metal, como preferem), seguindo a linha do NWOBHM com muito peso e grandes melodias. Contudo, a banda acabou não obtendo o reconhecimento que esperava na época, tendo encerrado suas atividades pouco tempo depois, sem lançar nenhum álbum oficial.





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Durante toda essa breve existência da banda, ela teve como um jovem músico, chamado Andy Sneap, que posteriormente veio a formar o Sabbat, e atualmente é um dos produtores mais reconhecidos e competentes do cenário metal, tendo trabalhando com diversas bandas, dentre elas MEGADEATH e TESTAMENT. E depois de muito tempo de ostracismo, os antigos membros da banda, Kev Bower (guitarra/teclado), Tony Speakman (baixo) e Tim Bowler (bateria) se encontraram novamente e falaram com Andy em regravar o antigo material composto pela banda, com algumas coisas novas e, com o próprio Andy nas guitarras e com David Bower nos vocais, eis que a banda nos brinda com esse “Human Remais”.
E todo o alarde feito pela gravadora Nuclear Blast em torno do disco tem sentido, pois estamos diante de um excelente álbum que nos remete direto de volta aos bons tempos do metal dos anos 80, com um heavy metal tradicional, na linha do NWOBHM, com muito peso e agressividade.
O álbum foi todo produzido e mixado por Andy Sneap, o que deixou o som do grupo ainda mais especial, sendo que todos os instrumentos estão perfeitamente audíveis, ressaltando ainda mais o peso e a qualidade da banda. Andy sem dúvida é um dos melhores produtores de heavy metal da atualidade, pois é difícil encontrar qualquer trabalho do qual tenha participado (seja produzindo ou apenas mixando) que não seja no mínimo soberbo.
E o disco não dá descanso ao ouvinte. Logo após a apocalíptica introdução “Overture: Themes from ‘Deathsquad’”, a banda nos apresenta a excelente “On Earth as it is in Hell” (que também possui um clipe muito legal), com seus riffs e solos excelentes aliados a grandes melodiais vocais.
O álbum é muito homogêneo, sendo que todas as composições são excelentes, mas merecem destaque, além da já citada “On Earth as it is in Hell”, a pesada “The Opressors” (cover da antiga banda RACE AGAINST TIME, que deu origem ao HELL), a misteriosa “Plague and Fyre” (isso mesmo, com “y”), a rápida “Let the Battle Commence” e a épica “The Devil´s Deadly Weapons”, com seus mais de 10 minutos de duração, e que possuí coros e melodias vocais belíssimos.
Alias, os vocais altos e teatrais de David Bower são um dos grandes destaques do disco, conferindo muita dramaticidade aos temas que nos são trazidos pela banda. Além disso, os riffs e solos melódicos de Kev Bower e Andy Sneap são excepcionais, conferindo grande qualidade ao som do conjunto. Andy, alias, além de grande produtor musical também é um guitarrista excepcional!
Portanto, meu amigo, se você gosta de boa música, tocada com muito amor ao estilo, e principalmente, se você é fã de NWOBHM, não deixe de conferir esse petardo, que lhe levará de volta aos anos 80, lhe proporcionando muitos momentos de diversão, e corrigindo um erro histórico pelo fato de esta grande banda não ter conseguido seguir com seu belo trabalho no passado, mas que agora retorna, mostrando todo o seu potencial.
Human Remains - Hell
(2011 – Nuclear Blast - Importado)
Formação
David Bower - Vocals
Kev Bower - Guitarra
Andy Sneap - Guitarra
Tony Speakman - Baixo
Tim Bowler - Bateria
Track List:
1. Overture: Themes from "Deathsquad"
2. On Earth as it is in Hell
3. Plague and Fyre
4. The Oppressors (Race Against Time Cover)
5. Blasphemy and the Master
6. Let Battle Commence
7. The Devil s Deadly Weapon
8. The Quest
9. Macbeth
10. Save Us from Those Who Would Save Us
11. No Martyr s Cage

A Tale of Decadence - Ecliptyka

Temos aí uma nova promessa do metal brasileiro. Recebi um e-mail a alguns dias com material de divulgação do Ecliptyka (de Jundiaí, interior de São Paulo) e fiquei interessado pelo que li. E além disso, já tinha ouvido bons comentários a respeito da banda pela abertura do show da Tarja Turunen em São Paulo recentemente.





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Muito bem, fui atrás do debut, este “A Tale of Decadence”, e de fato fiquei bastante impresionado com que ouvi nas treze faixas que compõe o track list do disco. A banda consegue com muita naturalidade unir diversas influências do heavy metal, mais latentemente gigantes como Nightwish e Epica, mas sem em momento nenhum soar uma cópia do som das bandas europeias. Tem uma sonoridade moderna, bem pensada, original e inspirada.
A abertura fica a cargo da intro 'The Age of Decadence', que é uma base de piano, que aos poucos cresce com ligeiras passagens sinfônicas. Cria um clima legal, que carrega o ouvinte para dentro do disco. Em seguida já chega a pesada 'We are the Same', que logo de cara mostra uma faceta de death melódico sueco, com os guturais de Guilherme Bollini muito bem exectuados, e a interpretação solta e talentosa de Helena Martins. Muito boa faixa que logo causa boa impressão.
A audição prossegue com 'Splendid Cradle' (boa sacada esse título). Tem ótimos riffs, atuação marcante de Tiago Catalá na bateria e mostra que Guilherme tem versatilidade vocal, mandando muito bem também na interpretação limpa. Grande faixa! Logo após vem 'Fight Back', mais um petardo, esbanjado peso e raiva, mas que fica muito bem balanceada com a interpretação de Helena, que é de força e energia, mas sem perder uma interessante leveza.
'Dead Eyes' começa misteriosa, com batidas fortes na bateria. Logo se juntam mais riffs muito bons, linhas de baixo coesas e precisas, criando outra bela canção pesada. Tem um andamento legal, bastante agitada, e o vocal mais cadenciado de Helena dá um ar que remete a algumas canções do Epica, mas sendo completamente original e de atitutude. 'Echoes from War' é um interlúdio que eu achei um pouco desnecessário, que poderia ser deixado de lado para que o audição fluísse melhor. Mas enfim, soa interessante ao menos.
E mais uma pedrada! Desta feita temos 'Hate', que é logo arrasadora, violenta e empolgante. O vocal de Helena agora pende um pouco para o lírico, mas sem exageros, e mesclados com os guturais fica um resultado excelente. A seguinte é 'Why Should They Pay?', esta mais melódica, de riffs certeiros e bem construídos, gutural saliente e importante, também agitada e com bastante vigor. Ótima faixa, acredito que daria um bom single com vídeo clipe.
Intensidade e força são os melhores adjetivos para 'Look at Yourself'. Guitarras distorcidas, solos inspirados, bateria enraivecida e vocais que esbanjam vitalidade e energia. Nos shows com certeza deve agitar e muito o público! E logo depois temos um tempo para retomar o fôlego, já que 'I've Had Everithing' é mais mansa, com um jeito de balada, mas sem ser exatamente uma. Junta peso com feeling, criando uma música elegante e bonita. Belo acerto!
Depois da calmaria vem a tempestade: 'Unnatural Evolution' é um tiro curto de pura pancadaria sonora. É mais uma de clara influência de melodeath sueco, mas que tem uma identidade única.
Mas agora sim uma balada de verdade, 'Eyes Closed' é quase acústica, de puro feeling e beleza, e Helena mandando muito bem. Lindíssima música. E o disco termina com uma muito legal homenagem ao nosso país. Trata-se da versão em português para 'Splendid Cradle', 'Berço Esplêndido'. Ficou realmente muito legal, com uma letra positivista que não soa estranha por estar em nosso idiona materno. Encerramento em grande estilo!
É um debut de respeito. “A Tale of Decadence” mostra uma banda coesa, com personalidade e que sabe muito bem aonde quer ir. Os músicos são muito talentosos e podem se tornar ainda melhores com o tempo e com a estrada, tendo tudo para entrar de vez no hall das maiores bandas brasileiras. Aliás, uso as palavras que constavam naquele e-mail: "uma banda que mostra o padrão brasileiro de qualidade".
Realmente o Brasil consegue criar sempre bandas de alto nível e de grande qualidade, o Ecliptyka é só mais um exemplo disso.
O Ecliptyca é:
Helena Martins – Vocais
Guilherme Bollini – Guitarra e vocais
Helio Valisc – Guitarra
Eric Zambonini – Baixo
Tiago Catalá – Bateria
Track List
1. The Age of Decadence (01:38)
2. We Are The Same (04:22)
3. Splendid Cradle (04:59)
4. Fight Back (05:43)
5. Dead Eyes (05:42)
6. Echoes From War (01:13)
7. Hate (03:52 )
8. Why Should They Pay? (04:29)
9. Look at Yourself (04:09)
10. I’ve Had Everything (04:46)
11. Unnatural Evolution (02:52)
12. Eyes Closed (04:45)
13. Berço Esplêndido (05:02)

Between The Devil & the Deep Blue Sea - Black Stone Cherry

Apesar de não terem o sucesso merecido no Brasil, os americanos do BLACK STONE CHERRY têm obtido grande repercussão internacional, vendendo muitos álbuns e realizando grandes turnês. E isso se deve à grande qualidade de seus dois primeiros registros, os excelentes “Black Stone Cherry” (2006) e “Folklore And Superstition” (2008), que mesclam um hard rock sujo e pesado, com pitadas de Stoner Rock, na linha de bandas como MOTORHEAD, SPIRITUAL BEGGARS e BLACK LABEL SOCIETY, com elementos mais comerciais, fazendo com que seu som caísse nas graças do grande público.





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E eis que agora em 2011 a banda chega a seu terceiroálbum, este “Between the Devil & the Deep Blue Sea”, gravado no Bay 7 Studios, nos EUA, e possuindo um excelente produção, a cargo de Howard Benson, sendo Mixado por Chris Lord-Age e Masterizado por Ted Jensen, e que tem tido grande divulgação na mídia americana, inclusive alcançando posições expressivas nas paradas internacionais de vendas de álbuns.
Apesar de o álbum trazer alguns dos riffs mais pesados da carreira do grupo, como nas maravilhosas “Killing Floor”, “Such a Shame” e “Change”, no geral, em comparação com seus antecessores, o CD esta mais leve, investindo mais em elementos comerciais.
Não que o fato de trazer mais estes elementos comerciais seja um demérito, muito pelo contrário: a banda conseguiu atingir um nível de maturidade em suas composições de tirar o chapéu, criando passagens memoráveis, que grudam na cabeça do ouvinte (por exemplo, tente ouvir os hits “White Trash Millionaire” e “Like I Roll” e não sair cantarolando o refrão pelo resto do dia, ou mesmo da semana). Contudo, em algumas canções esses elementos tornam-se exagerados, e a falta de peso incomoda um pouco, criando algumas canções cansativas, que pouco acrescentam na carreira do conjunto, como a mediana “Blame It On the Boom Boom”.
Além disso, as baladas, que sempre estiveram presentes na carreira do conjunto, encontram-se ainda mais presentes neste álbum, merecendo destaque a belíssima “Won´t Let Go”, que remete o ouvinte à maravilhosa “Things My Father Said” do álbum “Folklore And Superstition”.
No geral, portanto, o álbum é legal e merece ser conferido, trazendo muitas canções divertidas, com melodias diretas e fáceis, que cativam o ouvinte logo na primeira audição. Mas se você, como eu, esperava um álbum mais pesado do BSC, na linha de seus anteriores, com certeza irá se decepcionar um pouco. Aguardemos seus próximos lançamentos, torcendo para que banda não caia de vez nos obscuros meandros da música pop.
Between the Devil & the Deep Blue Sea – Black Stone Cherry
(2011 – Roadrunner - Importado)
Track List:
1. White Trash Millionaire
2. Killing Floor
3. In My Blood
4. Such a Shame
5. Won t Let Go
6. Blame It On the Boom Boom
7. Like I Roll
8. Can t You See
9. Let Me See You Shake
10. Stay
11 Change
12 All I m Dreamin of

Unmasking Reality - Desecrated Sphere

Grande revelação do metal extremo nacional, a Desecrated Sphere, que foi formada em janeiro (!), chegou para ficar. Os caras andam fazendo muito barulho (metaforicamente e literalmente) por onde passam. Basta sacar o clipe “Gospel is Dead”, que invadiu a internet na última semana, e você terá uma boa ideia do que o aguarda em “The Unmasking Reality”.Após a introdução, o CD de fato se inicia no melhor estilo Cannibal Corpse com “Ruin”. Porradaria sem dó. Depois vem a citada “Gospel is Dead” e toda a sua técnica e fúria. O solo ficou meio cru, mas não encobriu o brilhantismo da canção. “Century of Tyranny” tem seu putrefato charme, com uma cadência menos veloz e mais trabalhada, mas ainda sim, violenta.





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“Pressage of Apocalypse” tem um belo e viajante começo, que se transforma no death visceral característico dabanda. Blast beats em abundância. A próxima – “Inquisito Haereticae Pravitatis Sanctum Officium” – é outra também diversificada em suas levadas, mas com domínio do extremismo, e que se torna ainda mais empolgante do solo para frente.
Na sequência, “No Paradise Awaits” abusa dos bumbos, e tem uma pegada mais thrash em boa parte da faixa. A oitava – “Defraudation” – também remete ao Cannibal da época em que era mais direto. O baixo se sobressai aqui. A penúltima composição vem com brutalidade total: “Hell is Here” – um nome bastante apropriado para a canção. E fechando o álbum, vem a impiedosa “Biological Butchery”, outro murro no estômago.
É incrível como mudam de ritmo mantendo a brutalidade, assim como os contrastes entre partes mais agressivas e outras melódicas. Uma banda completa, que passa por vários andamentos sem perder o peso.
Gravação/produção/encarte nota 10. Profissionalismo nota 100. Competência nota 1000. Porque executar um death metal brutal e técnico desse jeito é para poucos. Todos os integrantes são exímios músicos, destacando o baixista José “Motor” Mantovani, com seus slaps e “intromissões” nos momentos silenciosos – mas que deve tomar cuidado com exageros; e o baterista Rodolfo Bassani, que tem total domínio de seu instrumento.
Guarde bem esse nome: Desecrated Sphere. Em breve, dominando o Brasil, e não duvide, o mundo. E para os já curiosos em conhecer mais sobre a banda, fiquem com o clipe de “Gospel is Dead”.
Desecrated Sphere – The Unmasking Reality
Independente – 2011 – Brasil

Beginning of Time - Amorphis

Outrora o Amorphis era uma banda de Death Metal. Os anos foram passando e a discografia deste finlandeses se tornou uma verdadeira odisséia sonora e artística. Do Death raivoso e virulento chegamos neste mix de Gothic, Folk, Progressivo e arremendos do que um dia foi as raízes da banda. Eu não me importo nem um pouco com essas mudanças bruscas de sonoridade, e por isso digo que mais uma vezes eles se superaram.





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A banda vem sendo aclamada pela crítica já há muito tempo, mesmo com tantas mudanças. Como já disse várias vezes, a maneira de se manter no topo é ousar, ir contra o senso comum e não ter medo de arriscar. O disco anterior, “Skyforge” (2009), fora muitíssimo bem recebido, sendo considerado o ponto alto da carreira deles. Muito bem, atrevo-me a dizer que este “The Beginning of Times” chegou para tomar este posto na discografia do Amorphis.
Mais uma vez o pano de fundo das canções é o Kalevala, tradicional epopéia nacional finlandesa. Essa ideia de folclore e lendas geralmente faz o ouvinte desavisado pensar que o que virá pela frente é um som grandioso, épico, de grandes hinos impactes e canções de batalha. Mas não é bem esse o caso do Amorphis. As faixas de “The Beginning of Times” reunem uma brilhante junção de folk, gothic melancólico e soturno, aspectos progressivos e saudosistas menções ao death primordial. Tudo isso construído numa forma retilínea e cosnsistente, sem nunca ser soturno demais ou exagerar na grandiosidade, com personalidade latente e criatividade.
As 3 primeiras faixas mostram muito bem esses aspectos. 'Battle for Light', 'Mermaid' e 'My Enemy' denotam toda a versatilidade dos músicos, colocando bastante peso nas canções, mas sem nunca perder de vista um feeling maravilhoso, profundo, intenso. Temos bons riffs, bateria sempre intensa e marcante, baixo um pouco discreto demais e variações vocais muito interessantes.
'You I Need' é o primeiro single. As linhas de teclado criam um clima muito legal, se mantendo presentes ao fundo por toda a canção. O refrão é empolgante, fácil de acompanhar e construído inteligentemente. Um dos grandes destaques do play.
A dupla 'Song of the Sage' e 'Three Words' tem muito peso e técnica, com batante influência progressiva nos riffs e linhas de teclado. Destaque para o vocal de Tomi Joutsen, absolutamente versátil e com muita firmeza em suas atuações. 'Reformation' e 'Soothsayer' mantem o nível lá em cima, e nestas gostaria de mencionar a grande execução do baterista Jan Rechberger, que propocia um peso fabulsoso para as canções. E com isso é preciso destacar os guitarrista Esa Holopainen e Tomi Koivusaari, porque junto ao peso temos riffs que conseguem soar suaves e marcantes, criando um clima obscuro maravilhoso.
Outra faixa muito bela é 'On a Stranded Shore', de riffs simples mas tocantes. Vocal inspírado, forte sem soar agressivo. 'Escape' já começa soturna, vai crescendo e se torna um petardo de peso e intensidade; grande faixa. 'Crack In a Stone' é bem calcada no prog, com uma certa atmosfera doom, pesada e de vocais agressivos mais evidentes. Baterista e guitaristas mandando muito bem. Outro grande destaque do álbum.
E a faixa-título encerra a audição. Uma música madura, de peso e feeling perfeitamente combinados. Tem algumas quebras interessantes. Instrumental impecável e muito trabalhado. Finalização de alto estilo.
É preciso dizer que é um disco longo. Doze faixas de tamanho médio, que pode soar um pouco cansativo para alguns ouvintes. Mas isso não configura um problema ao meu ver, já que uma vez entrando no clima do álbum e se deixando levar pela magia das músicas a audição corre fluente e e agradável.
Uma impressão que me ficou deste trabalho é que soa como se fosse uma mistura de Paradise Lost com Opeth. Não sei se é fato ou só impressão minha, mas se fosse, seriam duas influências das mais dignas.
O Amorphis é uma das melhores bandas da atualidade, querendo ou não admitir os xiitas fãs do começo da carreira, e este disco é forte concorrente a um dos melhores de 2011. Deve chegar em breve nas prateleiras das lojas brasileiras. Confira!
O Amorphis é:
Tomi Joutsen – Vocal
Esa Holopainen – Guitarra
Tomi Koivusaari – Guitarra
Niclas Etelävuori – Baixo
Santeri Kallio – Teclado
Jan Rechberger – Bateria
Track List
1. Battle for Light (05:35)
2. Mermaid (04:24)
3. My Enemy (03:25)
4. You I Need (04:22)
5. Song of the Sage (05:27)
6. Three Words (03:55)
7. Reformation (04:33)
8. Soothsayer (04:09)
9. On a Stranded Shore (04:13)
10. Escape (03:52)
11. Crack in a Stone (04:56)
12. Beginning of Time (05:51)

In War and Pieces - Sodom

Décimo-terceiro álbum do grupo alemão Sodom, "In War and Pieces" chega ao mercado brasileiro em uma caprichada edição dupla digipak via Shinigami Records. O primeiro disco traz o álbum em si, enquanto o segundo vem com o áudio da apresentação da banda na edição 2007 do Wacken Open Air, quando comemorou 25 anos de carreira e contou com a participação de diversos ex-integrantes no show.





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"In War and Pieces" mantém uma das principais características do som do Sodom: a variação entre trabalhos mais voltados para o thrash metal com outros mais diretos, onde as influências de punk e hard rock ficam em primeiro plano. O novo trabalho segue esse direcionamento mais cru, com composições mais diretas e agressivas e sem as tradicionais variações de tempo e trechos mais complexos do thrash.
A inserção de pitadas de melodia aqui e ali torna o disco mais forte, diferenciando as faixas entre si e fazendo com que algumas se destaquem mais do que as outras, ainda que o tracklist seja bastante homogêneo. Tom Angelripper estácantando de maneira cada vez mais similar a Tom Araya, e isso faz com que, em diversos momentos, tenhamos a impressão de estar ouvindo um álbum do Slayer e não do Sodom.
Em termos individuais, o principal destaque vai para o guitarrista Bernemann, que, com passagens criativas e que transitam com absoluta naturalidade e conhecimento de causa entre o thrash, o punk e até mesmo o mais puro rock, consegue fazer as boas composições de "In War and Pieces" soarem ainda mais fortes.
O acabamento gráfico da edição nacional é de primeira qualidade, em uma embalagem digipak de duas dobras que mais parece um pequeno box, o que torna a versão brasileira um item digno de colecionador. O acréscimo do show no festival de Wacken em 2007, com a participação de vários ex-integrantes em uma performance simplesmente empolgante, torna essa edição dupla de "In War and Pieces" muito atraente, tanto musical quanto historicamente.
Enfim, mais um bom disco do Sodom, infelizmente o último com o baterista Bobby Schottkowski, que saiu da banda após treze anos, sendo substituído por Markus Freiwald. Se você curte um metal mais direto e com fartas doses de punk, vai curtir. Mas se a sua preferência for pelos trabalhos com direcionamento mais thrash metal do Sodom, talvez não goste tanto. Porém, independentemente desses fatores, a verdade é que o trio alemão continua soando energético e com algo a dizer em "In War and Pieces", e isso, para uma banda com 30 anos de carreira, por si só já é algo digno de nota.
Faixas:
CD 1
1 In War and Pieces
2 Hellfire
3 Through Toxic Veins
4 Nothing Counts More Than Blood
5 Storm Raging Up
6 Feigned Death Throes
7 Soul Contraband
8 God Bless You
9 The Art of Killing Poetry
10 Knarrenheinz
11 Styptic Parasite
CD 2 - Live at Wacken Open Air 2007
1 Blood on Your Lips
2 City of God
3 Proselytism Real
4 Christ Passion
5 One Step Over the Line
6 Abuse
7 Sodomy and Lust
8 Ausgebombt
9 The Saw Is the Law
10 Outbreak of Evil

From Chaos To Eternity - Rhapsody Of Fire

O que esperar do novo álbum? Para uma banda se destacar entre outras e ter sua personalidade musical é preciso mais do que diversos álbuns ou atitudes bizarras. Precisa estar conectada com o ambiente em que vive e se espelhar na sua própria forma de compor. É basicamente, com uma política cultural como essa que a banda de Death Metal Melódico (se é que se consegue rotular a banda ainda) sueca In Flames divulga seu novo álbum.





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De fato o novo CD é um novo capítulo na história da bandadesde o “Reroute to Remain” (2002). Com a saída do guitarrista fundador Jesper Stromblad após o “Sense of Purpose”, Bjorn Gelotte ficou encarregado de compor praticamente todo o material.
“Há uma grande diferença de como as músicas foram escritas agora. Jesper saiu, então eu escrevi todas as músicas. É estranho não ter ele por perto, mas ao mesmo tempo tivemos a oportunidade de fazer as coisas um pouco diferente. Trabalhamos mais os vocais dessa vez.”, destaca Gelotte no site da Centuri Media.
O vocalista Anders Friden cita o álbum como uma “perda da inocência da banda ou talvez uma mudança de estação, mas antes de tudo é o In Flames em 2011”.
“Sounds of Playground Fading” pode incitar diversas emoções aos fãs, pois mescla o que a banda há de melhor. Apresenta solos melódicos como “A New Dawn”, vocais limpos como a “Ropes” (bem limpos!), músicas lentas como “Liberation” e também músicas do estilo que consagrou a banda como “The Puzzle” e “Enter Tragedy”.
Não há como não dizer que o álbum é muito diferente do que eles já apresentaram, mas a verdade é que a banda sempre inovou e apresentou algo diferente dos seus releases anteriores. As músicas compostas para o novo material se unem neste novo álbum, formando quase, ou se não de fato, um contexto na sua composição, fazendo de “Sounds of a Playground Fading” um material muito bom e interessante de ouvir.
Sounds of a Playground Fading
1. Sounds of a Playground Fading
2. Deliver Us
3. All for Me
4. The Puzzle
5. Fear is the Weakness
6. Where the Dead Ships Dwell
7. The Attic
8. Darker Times
9. Ropes
10. Enter Tragedy
11. Jester’s Door
12. A New Dawn
13. Liberation

Quarterpast - MaYan



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É fato conhecido por praticamente todos os fãs que Mark Jansen é a principal mente criativa por trás do Epica. Dessa forma, fiquei ligeiramente surpreso quando soube que ele pretendia lançar um projeto paralelo, este tal de MaYan. O que não me deixou nem um pouco surpreso foi a temática envolvida; é impressionante a fixação dele pelo povo e cultura Maia. Mas picuinhas a parte, vamos ao que interessa.
Este “Quarterpast” soa como uma espécie de Epica mais calcado no Death Metal Melódico que ficou um tanto quanto mais proeminente com a entrada do guitarrista Isaac Delahaye e do baterista Ariën Van Weesenbeek em 2007. Na minha opinião isso foi um acerto, já que se era pra fazer uma coisa que fosse extatamente igual a sua banda principal, que este disco fosse lançado pelo Epica. Mas em contrapartida as participações especiais podiam ter sido um pouco mais originais, botar nos vocais de apoio de algumas faixas Simone Simons e Floor Jansen foi de uma obviedade de certa forma frustrante.
Seria de se supor que sendo este um trabalho com o selo criativo de Mark Jansen teríamos na abertura um prelúdio sinfônico e grandioso, no melhor molde de trilha sonora épica de cinema. Mas foi uma agradável surpresa ver que os trabalhos começam diretos e retos, logo de cara com uma paulada chamada 'Symphony of Agression'. Os primeiros instantes da canção lembram muito a negra aura sinfônica dos trabalhos mais recentes do Dimmu Borgir, despejando riffs densos e muito pesados, com a bateria metralhante de Ariën sendo devastadora como sempre e os vocais agressivos de Mark, com destaque infinitamente maior que no Epica. Pontos negativos o vocal de apoio feminino, desnecessário na minha opinião.
Creio eu que muitos fãs do finado After Forever terão uma forte sensação de nostalgia com a introdução de “Mainstray Of Society - In The Eyes Of The Law Corruption”, que me soa muito como algumas faixas dos primeiros trabalhos da citada banda. É menos impactante que a primeira, mas tem bastante peso e agressividade também. Faixa na média. 'Quarterpast' é um interlúdio, daqueles soturnos e climáticos, e felizmente não aleatório.
Já 'Course of Life' é uma grande canção. Os vocais de Floor são muito mas interessantes e participativos, o vocal limpo de Henning Basse é muito bom, bastante operístico e teatral. O instrumental é absolutamente preciso e esbajando peso para todos os lados. Logo em seguida chega outra pedrada: “The Savage Massacre - In The Eyes Of Law Pizzo”. Acho muito bom ouvir o Mark com tanto destaque, a interpretação dele é muito boa, uma atuação com desenvoltura e imponente.
E mais um interlúdio para a coleção: 'Essenza di Te'. Bacana, nada mais que isso. Na cola do interlúdio vem 'Bite the Bullet', uma música um pouco mais reta, assim digamos, também bastante pesada e de intrumental impecável. A seguinte, 'Drown the Demon', foi a primeira a ser divulgada há alguns meses. Na primeira audição me soou Epica demais, impressão que ainda me é constante. Não é demérito nenhum, mas acaba parecendo uma faixa meio deslocada. Mas de qualquer forma é um grande som!
E 'Celibate Aphrodite' foi bem na contra-mão. Foi a segunda a há ser divulgada, alguns dias antes do lançamento, e para mim não lembra quase nada o Epica (tirando o vocal feminino, claro). As orquestrações são brilhantes, o gutural de Mark é espetacular, o vocal limpo de Henning lembra bastante o grande mestre Jon Oliva com todo sua magia teatral. Os guitarristas destroem com riffs rasgantes e solos inspirados, e a bateria é demolidora como sempre (Ariën é disparado um dos meus bateristas favoritos).
A última faixa em si do disco é 'War On Terror - In The Eyes Of The Law Pentagon Papers', que começa com inusitados instrumentos, num tom de bandinha de coreto de cidade do interior. Porém é passageiro, e logo somos esmagados por mais e mais doses de peso cavalar. Não é preciso dar maiores explicações, com orquestrações ainda mais grandiosos é um desfecho imponente. E pra fechar a conta temos 'Tithe', uma curtíssima base de piano, que me fz supor que seja o gancho para algum futuro trabalho do conjunto.
Seria um disco perfeito se Mark não fosse tão preso a alguns clichês que ele próprio ajudou a criar. Vários momentos são idênticos a coisas que ele fez no After Forever e faz no Epica, que acabou soando um pouco genérico. Mas isso não estraga o álbum, de forma nenhuma, consideremos isso como tão somente um pequenos deslize ou força de um hábito difícil de largar.
Outro ponto que eu gostaria de comentar é que, mesmo estas composições sendo consideravelmente mais pesadas que o padrão Epica, as músicas poderiam ter ainda mais peso. Acredito que seria ainda mais impressionante se houvesse um quê de Death Metal tradicional mais intenso. Guitarra realmente sujas, algo de mais visceral e virulento, talvez até um pouco de podridão bem dosada seria fantástco na proposta do MaYan.
Mas enfim, ficou absurdamente bom de qualquer maneira. Mark Jansen é um dos grandes gênios do metal sinfônico contemporâneo, sabe muito bem o que quer e o que pode fazer. E como as duas coisas são praticamente inerentes, é recomendado para fãs de Epica. Se for seu caso, compre que é satsifação garantida.
O MaYan é:
Mark Jansen – Vocais
Isaac Delahaye – Guitarra
Frank Schiphorst – Guitarra
Rob van der Loo – Baixo
Jack Driessen – Teclados e vocais
Ariën Van Weesenbeek – Bateria e vocais
Convidados:
Floor Jansen (Revamp) – Vocais
Simone Simons (Epica) – Vocais
Hennin Basse (Sons of Season) – Vocais
Jeroen Paul Thesseling – Fretless Bass
Laura Macrì (cantora lírica) – Vocais (soprano)
Track list:
1. Symphony Of Aggression (07:49)
2. Mainstay Of Society (In The Eyes Of The Law: Corruption) (05:25)
3. Quarterpast (01:35)
4. Course Of Life (06:10)
5. The Savage Massacre (In The Eyes Of Law: Pizzo) (05:28)
6. Essenza Di Te (02:06)
7. Bite The Bullet (05:19)
8. Drown The Demon (05:00)
9. Celibate Aphrodite (07:20)
10. War On Terror (In The Eyes Of The Law: Pentagon Papers) (04:25)
11. Tithe (00:52)

Unseen - Eyefear

Para quem não conhece a banda australiana EYEFEAR, trata-se do atual grupo do vocalista Danny Cecati, que ficou famoso no meio da música pesada por ter gravado dois grandes álbuns com a banda de metal tradicional PEGAZUS (também australiana), os clássicos “Wings of Destiny” (1998) e “Breaking the Chains” (1999).





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E apesar de praticamente desconhecida do público brasileiro, este “The Unseen” já é o quarto álbum do EYEFEAR, sucessor do também excelente “A World Full of Grey”, de 2007, e pode ser considerado seu melhor lançamento até agora.
Contudo, ao contrário da ex-banda de seu vocalista, o EYEFEAR investe em um som mais técnico, voltado para o heavy metal progressivo, com forte influência de power metal, na linha do começo de carreira de bandas como EVERGREY e THRESHOLD, com muito peso e personalidade, e tendo como diferencial a potente voz de Cecati (que também é famoso por ter os maiores cabelos do Rock), que consegue alcançar tons altíssimos, mas sem perder a agressividade, o que torna a música da banda ainda mais cativante.
Após a introdução “Hypnosis”, a banda já mostra a que veio com a pesadíssima “Illusions”, com seus riffs beirando ao thrash metal, e belas melodias vocais. Merece destaque também a excelente “Bridge to the Past” e as pesadas “From Darkness Till Dawn” e “Confession”, com grandes riffs de guitarras e teclados muito bem encaixados. Destaca-se ainda a balada “Wasting Away (Alone)”, com forte carga sentimental.
Conforme já mencionado, o grande destaque do álbum mais um vez é o vocalista Danny Cecati, que além de possuir um timbre vocal muito potente e agradável, sem cometer exageros, ainda consegue transmitir muita agressividade nas composições, sendo, como já dito, um dos grandes diferenciais da banda, juntamente com as guitarras precisas de Kosta, que emana riffs sensacionais durante todo o CD.
Para quem já é  do vocalista, vale a pena conferir o som do EYEFEAR, uma vez que se trata de uma excelente banda, na qual sua voz se encaixa com perfeição. E para quem nunca foi fã de seus vocais na época do PEGAZUS, mas que admira a boa música, feita com muita garra e dedicação, trata-se de uma nova oportunidade de conferir o trabalho do vocalista em outro estilo que, aliado a uma banda muito competente, conseguiu lançar um álbum de grande destaque, muito pesado e técnico, e que deve agradar os ouvintes mais exigentes.
The Unseen - Eyefear
(2008 – Dockyard - Importado)
1. Hypnosis (Intro)
2. Illusions
3. Bridge to the Past
4. The Unseen
5. Always Reasons
6. Wasting Away (Alone)
7. From Darkness Till Dawn
8. Confessions
9. A Clouded Mind





Illud Divinum Insanus - Morbid Angel

Com "Illud Divinum Insanus", o Morbid Angel mancha o legado de uma das maiores bandas de metal de todos os tempos.





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O novo disco tem sido comparado com "St. Anger" (Metallica), e não é uma ofensa gratuita. Depois de uma introdução meio industrial (que até parece boa depois de se ouvir todo o disco), o choque se inicia com “Too Extreme!”, que é um pop-industrial que ficaria de fora de um disco do Marilyn Manson. As duas músicas seguintes, “Existo Vulgoré” e “ Blades of Baal” trazem de volta uma pegada death metal, mas soam genéricas e pouco inspiradas.
As expectativas de que ainda exista algo de bom no álbum vão se esvanecendo com as medíocres “I Am Morbid” e “10 More Dead” e só pioram com “Destructor vs. The Earth/Attack”. Seguem-se outras duas faixas que retornam ao death metal, mas “Nevermore” e “Beauty Meets Beast” não tem conteúdo para remediar o que já se ouviu e o que ainda está por vir.
Recentemente, um mashup de Justin Bieber com Slipknot  chamado “Psychosocial Baby” foi postado no Youtube. A décima faixa de Illud Divinum Insanus, “Radikult”, parece ser fruto do mesmo idealizador. E a última faixa do disco, providencialmente intitulada “Profundis-Mea Culpa”, é um pedido de desculpas insuficiente para tamanha decepção.
Os detalhes técnicos, como a bateria que soa forçadamente eletrônica e os vocais de David Vincent muito altos na mixagem, são irrisórios diante de um disco tão frustrante.
01. "Omni Potens" – 2:28
02. "Too Extreme!" – 6:13
03. "Existo Vulgoré" – 3:59
04. "Blades for Baal" – 4:52
05. "I Am Morbid" – 5:16
06. "10 More Dead" – 4:51
07. "Destructos vs. the Earth / Attack" – 7:15
08. "Nevermore" – 5:07
09. "Beauty Meets Beast" – 4:56
10. "Radikult" – 7:37
11. "Profundis - Mea Culpa" – 4:05

Sounds of Disembowelment - Cease of Breeding

Ah, a Grécia. É de lá que vem essa brutalidade extrema chamada Cease of Breeding. Para quem não sabe, ela é conhecida, entre outros motivos, por ter em sua formação o baterista Jan Benkwitz. Ah, não sabe quem é o moço? Bom... nesse caso, se você for um usuário do You Tube, viciado em bateristas extremos, na certa já viu algum vídeo do cara, que usa o pseudônimo Blastphemer. Agora facilitou, né? Enfim, lá no final, confiram o canal do cara.





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Por aí, você já tem uma leve noção do que o aguarda nesse “Sounds of Disembowelment”. O que posso dizer é que as partes brutais são realmente brutais, no nível do Putridity (ver resenha neste link), embora o C.o.B. fique na velocidade extrema “só” uns 80% do tempo. Sim, isso aqui é de rachar a cabeça, meu amigo. Brutal technical death metal até dizer chega!
Hora de falar de algumas músicas do CD, que já abre com a mais poderosa canção - “Death to All and All to Death” - uma porrada na cara que te leva para a UTI. Sem mais comentários, um absurdo! E o baixo tem sua devida importância, como se pode constatar em “Nailed”, além das paradinhas de bateria que dão um toque ainda mais técnico à composição. “5.2 Litres of Blood” é muito bem trabalhada, e sempre mantendo a violência característica do disco. Outra grande música é “Expanding the Massacre”, cujas guitarras lembram algo do Cannibal Corpse. E o final tem uma levada muito boa.
A faixa seguinte – “Semen Excorism” - é daquelas das mais agressivas e sem descanso também. E os bumbos do baterista brilham, como de praxe. No restante, a produção do álbum é 100%. Outros destaques: riffs velozes, um vocal que parece um porco agonizando e claro, o baterista que não sabe brincar. A capa é meio sem gracinha, primitiva e previsível dentro desse meio que é o do death metal, mas aqui o que fala mais alto é a música, correto? Nesse caso, deixem esse detalhe de lado.
A Cease of Breeding mostra que o brutal technical death metal também é coisa de grego. Disco altamente recomendado.
TRACKLIST:
1. Death to All and All to Death
2. Proud to Be a Mass Murderer
3. Nailed
4. 5.2 Litres of Blood
5. Sounds of Disembowelment
6. Expanding the Massacre
7. Semen Excorism
8. The Sight of Hanged Men Makes My Day
Cease of Breeding – Sounds of Disembowelment
Amputated Veins Records - 2010 - Grécia

Kairos - Sepultura

Espero que os leitores e fãs de metal em geral não fiquem decepcionados com “Kairos”, novo disco da banda mineira Sepultura e que vazou na internet na semana passada. Decepcionados porque se aguardam por um disco que seja uma espécie de redenção da banda pelos seus últimos lançamentos ficarão esperando um pouco mais.





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A simplicidade das canções do “Kairos” são tão reveladoras que a impressão que se tem é que estamos escutando uma banda que está começando agora, procurando alguma identidade e sem possibilidades de rótulos, pelo menos aqueles que todos conhecíamos na década de 80.
Definitivamente o Sepultura não é mais uma banda de thrash. Talvez nem queira ser. Algumas canções de Kairos possuem passagens interessantes que lembram o estilo, mas apenas um vento de lembrança do peso e sujeira que caracterizou o som da banda. Nem vou cair no pecado textual de fazer qualquer tipo de comparação com os discos anteriores a esta formação. Aquela banda formada por Iggor, Max, Paulo e Andreas – ao menos por enquanto – não existe mais.
Este é um novo Sepultura. Uma banda que mantem a opção pela velocidade mas prima por riffs muito simples e se tornou uma espécie de Andreas Futebol Clube, pois, não é possível identificar a personalidade dos outros músicos em todas as faixas do disco. Jean Dolabella dá sua contribuição com aquela vontade de manter a tradição de batidas tribais, DNA pela qual o grupo mineiro ficou conhecido no mundo inteiro. Derrick é aquela voz identificável, violenta, rasgante mas que – como alguém já disse – parece pertencer ao hardcore. Hoje 15 anos após a saída de Max é escroto e fora de propósito criticar o bom vocalista por não parecer ter as características iniciais da banda, porém, volto a dizer: este é um outro Sepultura. Há algum tempo.
O mais difícil é achar durante todo o disco alguma canção que realmente fique gravada na mente (e olha que já escutei-o quatro vezes em um espaço de dois dias até “escrevinhar” esta resenha) e que não torne, pelo menos naquela semana a banda como uma qualquer que você está descobrindo. Pois é. O Sepulturacom esta proposta caiu no risco de se tornar uma banda que não se diferencia em nada de outra banda de metal moderno.
As faixas parecem variar sobre um mesmo tema, desde as primeiras canções. Spectrum, Kairos, Relentless não apresentam ao fã da banda (ou qualquer outro que queira conhecer o trabalho) uma proposta muito diferente do que o Sepultura já vinha fazendo desde o “Dante XXI” (2006). É possível que o disco também tenha uma proposta conceitual, mas não entendi a inclusão de nenhuma das vinhetas – 2011, 1433, 5772, 4648 – e acredito que o título de cada uma delas gerem muitas perguntas nas coletivas e entrevistas que a banda conceda.
Dialog é uma música muito diferente para o repertório Sepultura de ser. Uma camada de guitarras que assola toda a faixa, mostrando a destreza de Andreas em seu jeito muito singular de fazer seu próprio som. Respeito muito o músico que possui sua própria face, independente das influências. É uma faixa pesada. Fico curioso apenas como essa canção poderá (assim como todas de Kairos) soar ao vivo, já que a banda não tem guitarrista base. As versões terão um “q” punk, uma vez que a base de baixo de Paulo Jr é alta mas fraca.
Em Mask temos uma confusão rasgada e pesada, com flerte com som produzido pelo próprio Cavalera Conspirancy. Este tipo de faixa lembra muito do que saiu posteriormente ao movimento do nu metal, ou seja, faixas com peso e muito grave, mas extremamente objetivas, sem muitas passagens e floreios. A marca deste disco é a simplicidade.
Seethe tem os grunhidos de Derrick mas adequados ao ambiente que eles propõem, mas volto a realçar: não há canções no disco que possuam um riff inesquecível, uma levada singular, uma letra peculiar ou algo diferente do que o Sepultura tenha produzido nos últimos 15 anos.
No One Will Stand é um verdadeiro petardo, que destoa de todo o disco por sua violência e mescla de agudos e médios bem acentuados pela veloz e tribal bateria de Dolabella, para mim, a melhor faixa do disco depois da versão de Firestater (Prodigy) que realmente é uma boa canção e parece ser adorada pelo mundo metal já que já recebeu várias outras versões. No entanto ela re-afirma essa tendência de metal moderno que o Sepultura abraçou e que deve desagradar muitos fãs tradicionais.
Existem bandas que preferem manter suas carreiras sob a coerência de a cada dois anos lançarem o mesmo disco de estreia. Outras, muito em função das mudanças de formação (ou mentalidade) vão mudando a cor do som proposto nos primórdios. Acho que o Sepultura, se não evolui, mostra sua nova face, desgarrando quase que completamente, justamente do estilo que o consagrou no mundo inteiro. Se fará outras pessoas felizes, isso só o Kairos irá dizer.
twitter do autor: @dcostajunior
twitter do blog: @aliterasom





Family Bloodbath - Amputated Genitals

Há poucos meses fui descobrir o quão forte é a cena extrema da Colômbia. Sim, existem bandas extremas de altíssima qualidade no nosso vizinho sul-americano. Pesquisem e fiquem de queixo no chão. Entre os vários representantes de lá, apresento a banda que atende pelo “singelo” nome de Amputated Genitals.





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O que esse conjunto consegue fazer em ”Family Bloodbath” é para colocar os caras entre os grandes do brutal death/gore mundial. “Impressionante” é a primeira palavra que vem à mente ao ouvir esse material, dada não só a qualidade de produção, acima da média, como também a grande competência dos integrantes em executar as músicas. Porque a violência e a velocidade contidas no álbum é de ficar abismado.
O disco apresenta oito (de)composições extremamente agressivas, tocadas à velocidade da luz, e que não deixam o ouvinte tomar fôlego em nenhum momento sequer. Não há introduções metidas a sombrias, ou trechos de filmes trash. Eles não precisam disso. É um massacre instrumental do início ao fim.
A partir disso, você, leitor, já deve ter percebido que não existem destaques, já que todas as canções tem igual poder de destruição. Mas vale citar dois doentios nomes de faixas: “Sexual Experiences with Animals and my Mother's Cadaver”, e “My Father in Law Who Defecated Himself to Death”. Títulos poéticos, não?
E é inevitável não comparar o som dos colombianos ao do fenomenal Disgorge americano, da época do “Cranial Empalement” e “She Lay Gutted”. A começar pelos vocais de Sebastian Guarin, que são simplesmente idênticos aos de Matti Way. Ouçam o berro de Guarin no final de “Murder Kit”, e constatem como é parecidíssimo com o urro incial de Way na primeira música do “Cranial...”.
Os instrumentos de corda com afinação bastante baixa também se assemelham muito aos da banda norteamericana, só que a Amputated Genitals consegue ir mais além quando o assunto é brutalidade. É algo de realmente extremo o que vomitam pelos autofalantes.
Em menos de meia hora de CD, os caras destroem a harmonia presente em um quarteirão inteiro. Tá bom pra você? E uma boa sugestão: não deixem de ouvir também seu trabalho anterior – “Human Meat Gluttony” (2005), tão pútrido quanto esse aqui. Essa é a Amputated Genitals, que pode ser resumida como uma pequena bomba atômica.
TRACKLIST
1. Sexual Experiences with Animals and my Mother's Cadaver 3:16
2. The Butcher's Kindergarden 3:31
3. Severe Renal Infection 3:25
4. Bloody Justice 3:55
5. Stepfather Child Molester 3:44
6. Murder Kit 3:11
7. My Father in Law Who Defecated Himself to Death 2:16
8. Pathological Anger 3:32
Total playing time 26:50
Amputated Genitals - Family Bloodbath
Gore and Blood Productions – 2009 - Colômbia
http://www.myspace.com/amputatedgenitals

Infected - Hammerfall

Os suecos do HAMMERFALL começaram sua carreira no final dos anos 90, resgatando um estilo que estava um pouco deixado de lado na época: o metal tradicional, na linha dos alemães do ACCEPT, e com forte influência do NWOBHM, acrescentando elementos de metal melódico, o que lhes rendeu grande repercussão no meio metálico.





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E o começo do grupo foi muito promissor, lançando trabalhos excelentes, como “Glory to the Brave”, “Legacy of Kings”, “Renegade” e “Crimson Thunder”. Contudo, a partir do álbum “Chapter V: Unbent, Unbowed, Unbroken” a banda se perdeu um pouco, deixando de evoluir seu som para apenas colocar no mercado “mais do mesmo”, culminando no decepcionante “Threshold” de 2006. E em 2009 a banda retornou com “No Sacrifice, No Victory”, que trouxe novos ares ao som da banda, principalmente pela entrada dos novos integrantes Pontus Norgren (Guitarra) e Fredrik Larsson (Baixo).
E eis que agora, em 2011, a banda retorna com este “Infected”, um álbum ainda mais diversificado. Com uma simples audição, podemos constatar que o som da banda esta bem diferente de outrora, deixando um pouco de lado a velocidade e as melodias fáceis, e investindo no peso das composições, que fica ainda mais evidente em face dos riffs de guitarra excelentes criados por Oscar Dronjak e Pontus Norgren, aliados ao baixo preciso e marcante de Fredrik Larsson e a bateria correta de Anders Johansson. Os vocais de Joacim Cans também estão um pouco mais agressivos, apesar de pouco variados durante toda o transcorrer do CD.
No geral, as músicas estão mais cadenciadas e, como destacado, mais pesadas, mas sem deixar de lado as características clássicas do grupo. Como destaques, podemos citar a abertura com a pesada e cativante “Patient Zero”, a matadora “One More Time” e “Dia de Los Muertos”, que remete aos primórdios da banda, mais rápida e mais melódica. As baladas também não foram deixadas de lado, destacando-se a bela “Send me a Sign”.
A temática seguida pela banda também mudou bastante nesse novo lançamento, deixando de lado temas fantasiosos e clichês para tratar de assuntos mais atuais. Inclusive, a própria arte gráfica do álbum é diferente de todas as anteriores do grupo, deixando de lado o mascote e seu grande martelo, além das roupas com couro e pregos, para investir em temas típicos de filmes de terror, demonstrando inclusive um certo pessimismo com a sociedade atual.
Assim, com “Infected”, o HAMMERFALL dá mais um passo em sua evolução musical, inovando seu som com um álbum menos direto, mais pesado e não menos excelente, que talvez cause um pouco de estranheza no começo, tendo em vista às mudanças mencionadas, mas que, após algumas audições mais apuradas, demonstra todo sua qualidade.
Infected - Hammerfall
(2011 – Nuclear Blast/Laser Company - Nacional)
Formação:
Joacim Cans - Vocals
Oscar Dronjak - Guitars
Pontus Norgren - Guitars
Fredrik Larsson - Bass
Anders Johansson - Drums
Track List:
1. Patient Zero
2. Bang Your Head
3. One More Time
4. The Outlaw
5. Send me a Sign
6. Dia de los Muertos
7. I Refuse
8. 666 - The Enemy Within
9. Immortalized
10. Let s Get It On
11. Redemption