5 de junho de 2011

Arctic Monkeys - Live Festival Pinkpop 2007












01 Balaclava 
02 Fake tales of San Francisco
03 Teddy Pickers
04 D Is For Dangerous
05 I bet you look good on the dancefloor
06 If You Found This It´s Probably Too Late
07 Brianstorm
08 When the sun goes down
09 Leave before the lights come on
10 A Certain Romance

Bloodstained - Decimator

Por Junior Frascá

É impressionante como o Brasil tem revelado grandes bandas nos últimos tempos, as quais muitas vezes acabam não tendo a atenção merecida. E o thrash metal tem sido o estilo mais promissor, revelando grandes bandas, que nada devem às internacionais. Só para citar algumas dessa nova safra podemos mencionar: VIOLATOR, WOSLOM, BLASTHRASH, SLASHER, SACRARIO, MORTAGE, REVIOLENCE, ANCESTTRAL, HICSOS, FACÍNORA e este DECIMATOR.



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Trata-se do segundo álbum desta banda gaúcha, e seu primeiro pela batalhadora Kill Again Records, gravadora da Capital da República que presta grande serviço para o nosso underground, tendo bandas excelentes (muitas das quais desconhecidas do grande público) em seu cast.
Neste novo álbum, sucessor de “Killing Tendency”, de 2007, a evolução do DECIMATOR é notável, sendo que conseguiram mesclar com maestria um thrash metal moderno com influências old school (principalmente de KREATOR e SLAYER), fazendo com que a audição do álbum seja extremamente prazeirosa.
Os riffs dos guitarristas Rodrigo Weiler e Paulo Hendler são excelentes, com todo o peso e agressivade necessários no estilo, aliando passagens rápidas e agressivas commomentos mais cadenciados, mas extremamente pesados. A cozinha, por sua vez, formada por Patrícia Bressiani (baixo) e Alceu Martins (bateria) é destruidora, levando o som a níveis ainda mais extremos. Por fim, os vocais de Leornado Schneider, novo integrante da banda e autor de todas as letras do álbum, são muito agressivos, lembrando em alguns momentos Mille do KREATOR, mas com muita personalidade, acrescentando muito ao som da banda.
A qualidade de gravação do álbum, realizada pela própria banda e por Sebastian Carsin, no Hurricane Studio, de Porto Alegre, também merece aplausos, permitindo que todos os instrumentos sejam ouvidos com perfeição, inclusive o baixo (que por muitas vezes acaba fazendo jus ao nome nas gravações), ressaltando ainda mais o peso e a qualidade das músicas.
Em um álbum tão homogênio, fica difícil apontarmos destaques, mas não há como não se empolgar ouvindo pedradas thrash como “Banner of Terror”, “Call to War” e a destruidora “Insane Orders”. O único “defeito” fica para o fato de serem apenas 8 músicas, deixando aquela gostinho de quero mais...
Enfim, o álbum merece todos os elogios, sendo feito com muita garra e paixão, e tem tudo para estar na lista de melhores álbuns de thrash metal do ano, não só no âmbito nacional, mas também no internacional. Por isso, amigo, não perca tempo e corra atrás do seu.
Bloodstained – Decimator
(2011 - Kill Again Records – Nacional)

Formação:
Leonardo Schneider - Vocal
Rodrigo Weiler - Guitarra
Paulo Hendler - Guitarra
Patrícia Bressiani - Baixo
Alceu Martins - Bateria

01. Banner Of Terror
02. The Observer
03. Call To War
04. Streams Of Blood
05. Genocide
06. Day Of Wrath
07. Insane Orders
08. Sacrifice

Future Primitive - Vines

Por Marcelo Vieira

Lembro com muita saudade de 2002, ano em que comecei a ouvir rock and roll pra valer e, por conta disso, iniciei minha trajetória como músico. Entre as primeiras bandas que ouvi estava o The Vines, que juntamente com Strokes e The Hives encabeçava o chamado revival do rock de garagem. Mas ao contrário dessas duas, o Vines era mais pesado, mais sujo, tinha mais atitude – o hit “Get Free” que o diga – e, por isso, era a minha predileta das três.



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O primeiro álbum dos caras, "Highly Evolved" (2002), consistia em uma mistura de Beatles com Nirvana e ainda incorporava um pouco da complexidade sonora de seus compatriotas do Silverchair. A recepção foi a melhor possível, tanto pelo público quanto pela crítica. O trio recebeu prêmios – incluindo discos de ouro e platina em alguns países – e se estabeleceu como uma das principais lideranças do então “novo rock”.
Mas assim como o Strokes e o Hives, que após estourarem com "Is This It" e "Veni Vidi Vicious" começaram a decair em popularidade e vendas – mais o Hives do que o Strokes –, o Vines nunca mais conseguiria repetir o feito de seu álbum de estreia. Com um teor mais introspectivo "Winning Days" (2004) e "Vision Valley" (2006) só não passaram despercebidos porque “Ride” – que remete ao estilo de "Highly Evolved" – fez um sucesso moderado. Pra piorar, ovocalista Craig Nicholls, portador da síndrome de Asperger, pareceu ter surtado de vez e a banda ficou à beira do abismo.
As fotos da nova formação do Vines, bem como as primeiras notícias a respeito de um novo trabalho, surgiram no final de 2009. Em meados de 2010, três canções do vindouro Future Primitive foram apresentadas ao vivo. No começo do ano, o clipe da faixa-título começou a ser veiculado na TV. Com lançamento previsto para o próximo dia 3, "Future Primitive" representa um resgate do som que consagrou o The Vines em 2002 e os elevou ao status de líderes de um movimento que acabou não dando certo – infelizmente. A selvageria não voltou com tudo, mas o som recuperou a atitude outrora perdida no meio de tanta introspecção e tentativa de soar maduro.
A voz de Craig continua sendo o principal atrativo. Espécie de Damon Albarn mais alucinado e inconstante, o cara, que há 10 anos atrás parecia Edward Furlong em Detroit Rock City, hoje tem 33 anos e demonstra que é possível soar maduro sem perder a pegada jovem que torna o som atraente para todos os públicos. Os refrões voltaram a ser vigorosos e muitas das canções de Future Primitive se sairiam super bem ao vivo – “Gimme Love” é a faixa de abertura perfeita. Mais longa para os padrões do grupo, “Black Dragon” promete agradar também. E para não perder o costume, temos aqui uma nova “Autumn Shade” - a quarta, desta vez batizada como “A.S.4”.
É com um sorriso no rosto que eu digo que, quase uma década após fazerem parte da trilha-sonora de uma das melhores épocas da minha vida, o The Vines voltou não a ser o que era, mas a tocar com prazer. Craig e seus novos colegas estão mesmo dispostos a produzir material de qualidade e apropriado para todas as horas e pessoas – o que eu considero muito mais válido do que o auto-plágio que alguns andam fazendo por aí. Como diria o mestre Ivan Proença: “Nostalgia em arte é decadência”.
Faixas:
1. Gimme Love
2. Leave Me In The Dark
3. Candy Flippin’ Girl
4. A.S.4 (Autumn Shade 4)
5. Weird Animals
6. Cry
7. Future Primitive
8. Riverview Avenue
9. Black Dragon
10. All That You Do
11. Outro
12. Goodbye
13. S.T.W.
Fonte desta matéria: Collector's Room

Lobisomem em lua cheia - Muqueta na Oreia

Postado por Écio Diniz

Primeiro álbum desta banda de Embu das Artes (SP), este “Lobisomem em lua cheia” é um trabalho diferenciado no Metal nacional. Com a proposta de abordar temas sombrios como monstros e mortos-vivos, moldados sob puro Rock and roll com pegada punk rock bem sacada e tosca, eles conseguiram ser originais diante de tantos rótulos que vemos hoje em dia. Além disso, eles tem atitude para executar o seu som, coisa que falta muitas vezes em garotos prodígios/ultra-virtuose da cena Rock/Metal.



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O início do álbum com "O mundo dos mortos" é composto por riffs facilmente assimiláveis, seguido do clima insano e variado de "O médico e o monstro". A faixa intitulada "Rock and roll" é uma das melhores do álbum, sendo pesada, deletra forte e solo bem elaborado. "De volta ao mundo dos mortos" tem uma pegada rápida de bateria, é mais cadenciada e com um vocal lírico em algumas partes, que lhe conferiu um ar assombroso. A faixa título é agressiva e rápida, além de ser muito cheia de energia e contagiante, e é seguida de forma harmônica por "F62". O encerramento com é "Énoizé", dá um clima descontraído e bem Rock and roll.
É fato que ainda necessitam se aprimorar em termos de técnica e composição, mas é um trabalho muito bem feito, vejam também a arte gráfica da capa e do encarte e autenticidade da banda como já foi dito. Força e sorte ao MUQUETA NA OREIA, uma boa promessa da safra atual do verdadeiro Rock and roll/Metal brazuca.
Independente
Mais informações: www.muquetanaoreia.com.br
Formação:
Ramires-vocal
Bruno Zito-guitarra
Cris-Baixo
Henry-bateria

Faixas:
1-XXX
2-Mundo dos mortos
3-O médico e o monstros
4-Quebrar os ossos da cara
5-Rock and roll
6-B.O no P.S. do H.C
7-De volta ao mundo dos mortos
8-O rosto
9-Lobisomem em lua cheia
10-Q.A.P.
11-Sem medo de morrer
12-O cão
13-F62
14-Mamãe não quer
15-Énoizé
Fonte desta matéria: Polvora Zine

Lay Of Thrym - Týr

Postado por Renato Trevisan

Falar sobre Týr é chover no molhado, visto que desde do lançamento do seu debut, a banda Feroense nos brinda com uma mescla única de Heavy Metal e Progressivo, regados a passagens atmosféricas, épicas e, acima de tudo, folclóricas. Tudo isso esbanjando qualidade técnica e um feeling que não vemos em muitas bandas por aí.



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O grupo vem construindo seu caminho dentro do Heavy Metal desde 2002, com o lançamento de "How Far to Asgaard" e, pensávamos, teria chegado ao seu ápice musical em 2009, quando liberou o excelente "By The Light Of The Northern Star". Realmente, "pensávamos" que a banda já tinha liberado o melhor álbum de sua estória, visto que superar aquele lançamento seria tarefa quase impossível. Mas felizmente fomos surpreendidos com "The Lay Of Thrym", liberado dia 27 de Maio pelo selo Napalm Records.
Logo na abre-álbum “Flames Of The Free”, o ouvinte já é bombardeado por uma pedrada que apresenta as características que acompanham a banda desde sua criação mas, que nesse álbum, chegaram a outro patamar de qualidade. O Heavy Metal Progressivo do quarteto está mais evoluído e trabalhado, mas mesmo assim, soa direto e possuí mais peso do que em qualquer outro play do grupo. Os corais de vozes graves que entoam cantos nórdicos, aliados ao instrumental único do grupo, ainda formam passagens - e porque não, canções inteiras - mergulhadas em atmosferas épicas, folclóricas e envolventes, que nos prendem da primeira à última nota.
Ao continuar a audição, é perceptível a progressão instrumental da banda quando comparada aos discos anteriores. Como já dito anteriormente, está tudo muito melhor. Linhas instrumentais muito mais bem trabalhadas e, principalmente, bem dosadas, que, no geral, soam muito mais Heavy Metal do que Progressivo em si. As guitarras são sempre muito pesadas, com riffs, solos e frases extremamente bem compostas e tocados de tal forma, que pelo menos ao meu ver, credenciam Heri Joensen e Terji Skibenæs como uma das melhores duplas de guitarristas do mundo. Mas, como a banda deu asas para que vocais e guitarras dessem o tom e caracterizassem o som apresentado, seria necessário uma cozinha extremamente eficiente para dar conta da condução, certo? Certíssimo! As linhas instrumentais de Gunnar Thomsen (baixo) e principalmente de Kári Streymoy (bateria) também mostraram uma grande evolução. Além de peso, ganharam mais destaque nas canções e mostraram-se mais abrangentes e diversificadas, sendo muitas vezes acompanhadas por uma guitarra.
Heri Joensen, além de grande guitarrista, se revelou um “senhor” vocalista. Quando não é acompanhado pelos corais de vozes graves, o frontman da banda não decepciona em nenhum segundo e, como o resto do grupo, apresentou uma significativa evolução. Potência aliada a técnica e a um timbre que casaperfeitamente com a proposta de som são o que caracterizam o seu vocal. E não pensem que isso é pouca coisa, pois são poucos que cantam com tamanha autoridade quando ainda são os responsáveis por uma guitarra. Maior prova disso são às duas últimas faixas do álbum, covers do Black Sabbath e do Rainbowrespectivamente, que foram gravadas originalmente por ninguém menos que Ronnie James Dio e, onde Heri mostrou toda sua garganta, cantando de forma agressiva e alto, muito alto, lembrando muito a forma queDio cantava, mas sem perder sua identidade.
Pegue composições grandiosas, uma banda afiadíssima e uma ótimo trabalho de produção. Misture tudo e terás como resultado "The Lay Of Thrym", um disco completo, contagiante e incrível. Dividir o Viking Metal entre antes de depois desses lançamento, pelo menos pra mim, não será surpresa alguma. E a nota não poderia ser outra a não ser 10.
1. Flames of the Free - 04:17
2. Shadow of the Swastika - 04:23
3. Take Your Tyrant - 03:55
4. Evening Star - 05:04
5. Hall of Freedom - 04:06
6. Fields of the Fallen - 04:59
7. Konning Hans - 04:27
8. Ellindur Bondi a Jadri - 03:55
9. Nine Words of Lore - 04:04
10. The Lay of Thrym - 06:48

Heri Joensen - Vocals, Guitars
Gunnar Thomsen - Bass
Terji Skibenæs - Guitars
Kári Streymoy - Drums

Obs: No blog (link abaixo), esse post está dividido em duas partes, cada qual apresenta a opinião de um autor sobre o disco.
Fonte desta matéria: ocaralhoa4.blogspot.com

Acoustic Hits - Leo Mancini



A abreviatura POP (“popular”) ganhou uma conotação negativa semanticamente. Se você quisesse agredir algum estilo musical o jeito mais fácil era chamá-lo de POP. Por conta disso muita gente deixou de prestar atenção em coisas bacanas porque elas já vinham com um carimbo indesejável. Se você desejasse ser mais incisivo na sua observação agregava ao POP a palavra “descartável” porque pra muita gente elas eram sinônimas uma da outra. Este fenômeno ocorreu principalmente na chamada década perdida, os famosos e sempre celebrados anos 80.


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Se toda generalização é desprovida de um certo senso de justiça é também legítimo afirmar que havia muita coisa boa na música pop, aqui no Brasil e lá fora. Até hoje são estas canções que figuram nas rádios FMs, em suas múltiplas versões, regravações, jingles emprestados e etc.
Quando o guitarrista do Shaman/Tempest, Léo Mancini, empresta seu talento e cuidado para um projeto que que já foi explorado em outras ocasiões por outros artistas talentosos (e outros nem tanto) pode ser que em um primeiro momento o ouvinte fique com um pé atrás, porque a pergunta que ele faz é: mais um Emerson Nogueira?
Não. Léo Mancini não é mais um Emerson Nogueira ou uma Danni Carlos. É um músico igualmente talentoso mas com muitos recursos técnicos e uma EXCELENTE voz. Um cara diferente que passa uma enorme sinceridade cantando as canções de outras pessoas.
Um ponto extramamente positivo no trabalho “Acoustic Hits” (disco produzido pelo guitarrista e agora adquirido e lançado pela Som Livre) é a apurada produção e o esmero em soar – mesmo que os arranjos sejam minimalistas – muito próximo do original e quando isso não ocorre, LM e sua trupe conseguem colorir a versão com beleza e precisão, caso de “Kiss From a Rose” que recebe um belíssimo arranjo vocal nada devendo a canção original, uma das mais belas do repertório pop da década de 90.
Mesmo “Breakfast at Tiffany’s” canção da banda one hit single Deep Blue Something ganha um toque especial da parte do músico. A leveza dos arranjos traz uma agradável sensação ao ouvinte se cair de cabeça (e ouvido) nas interpretações e desempenhos dos músicos na canção.
Já “Unwell” pertence a sumida banda Matchbox Twenty, do igualmente sumido Rob Thomas, que ficou muito mais conhecido por seu dueto com o hábil guitarrista Santana (com quem está envolvido em uma nova produção de disco desde 2010) com a canção Smooth. Pouca gente sabe mais Rob Thomas também criador da série cult Veronica Mars. E nesta versão de LM fica impossível não ficar impressionado com o perfeccionismo na reprodução dos riffs e do groove do hit.
“Over My Shoulder” é canção certa das rádios FMs que primam por uma programação de música pop década de 80 e 90; a música do repertório da banda Mike and The Mechanics, tem timbres muito semelhantes e a voz de LM não está preocupada em soar parecida mas sim passar a mensagem da canção. A pronúncia do inglês do cantor e guitarrista em certos momentos é bem mais claro e cristalino do que o cantor original. Uma performance interessante.
A clássica “Everybody wants to rule the world” do duo Tears for Fears, ganha um tratamento especialíssimo, de violões e percussões, sem em nenhum momento deixar a peteca cair. Admiro covers (com algumas restrições) que respeitam a escolha do artista na gravação original, porque muitas vezes de fazer uma tentativa original acaba distorcendo a intenção da canção. LM faz tudo de forma muito competente e surpreendente porque afinal de contas é um músico que faz parte de uma banda de metal! Hoje em dia não existe mais o radicalismo que outrora afugentava muitos ouvintes. Golaço do músico.
E se você pensava que não seria possível fazer um cover acústico de um funk rock dos anos 90 tire seu cavalinho da chuva. Com vocal mais sombrio e grave, LM transforma “Epic” do Faith No More numa agradável canção de lual sem tirar nem pôr. Uma alteração aqui e outra ali nos arranjos para violão mas nada que retire da canção a decência que conquistou os ouvintes via Mtv e rádios. Mesmo sem um baixo muito presente (única crítica que faço à produção do disco) a versão não deixa ninguém na mão.
Meu cover preferido deste disco “Follow You Down” da banda pop Gin Blossoms mata uma saudade da BOA música pop produzida nos anos 90 e que neste caso existe um grande paradoxo, já que, mais do que grandes bandas, a década passada foi capaz de revelar GRANDES CANÇÕES em detrimento de GRANDES BANDAS, o que realmente é uma coisa muito curiosa, já que Gin Blossoms não deve figurar na lista de “mais queridos” de muita gente.
“Operation Spirit” do Live – banda muito conhecida por ser taxada de cópia do REM – é uma das minhas únicas ressalvas na escolha do repertório, mas admiro a escolha do produtor por esta canção e não pelo hit do Live, “Selling The Drama”. O Live esteve na ativa até 2009.
“Strangelove” é uma daquelas canções que ficaram no imaginário de todo mundo que tem mais de 30 anos, o que deve ser o caso também de LM. Uma canção dark/dance do excelente repertório de uma das bandas mais respeitadas da música pop, Depeche Mode. E se você pensa que pelo fato de estar aqui sendo “atacada” por violões ela ficou menos bacana? Nada disso. O disco continua divertido e ganha alguns adereços no arranjo. Excelente aposta. Jogo ganho.
“Friday In Love” nem é o maior hit do britânico “The Cure” mas com certeza é uma das músicas mais legais e simples do descabelado Robert Smith. Com uma introdução que lembra mais uma balada ao violão, LM, usa algum reverb no vocal, mas não atrapalha nada, nada. Repare que o disco todo tem um EXCELENTE trabalho de percussão que não se preocupa em chamar “todo mundo africano para cantar a chuva” e sim completar as canções e dar chão a todo acompanhamento. Mais um gol do músico.
“Mr. Jones” de certa forma é uma escolha óbvia. A intenção aqui era realmente viajar nos anos 90 por canções que ainda hoje são certeiras para milhões de pessoas. Eu não escolheria esta canção, não por ser ruim, mas porque foi exaustivamente tocada nas rádios brasileiras e por não dar muitas possibilidades de arranjos mais elaborados. Ah! A canção era da banda Counting Crows.
E se você ficou de boca aberta com a versão de “Epic” do FNM o que dizer de “Notorious” do Duran Duran, banda que até hoje, mesmo tendo perdido um pouco do espaço, segue produzindo material novo e fazendo suas canções, sem aquele mesmo brilho dos anos 80. Destaque absoluto para o baixo acústico que dá um charme excelente à versão.
“Wonderwall” é a bela canção do falecido Oasis que fez muita gente cantar (e chorar). O single milionário dos irmãos e inimigos Gallaghers foi uma ótima pedida e ganha uma ótima introdução, diferente da levada que a banda britânica escolheu.
Com “Hysteria” do Def Leppard, Leo Mancini faz uma ótima homenagem a uma banda de rock que sofre bastante preconceito no meio justamente por ter optado por privilegiar em seu repertório as baladas. E também não deixa de ser uma referência ao seu trabalho junto do Shaman e do Tempest, embora o som de ambas seja mais pesado do que o hard do Def Leppard.
Enfim, lamento que o disco não tenha tido tanto espaço na mídia pois muito pode ser falado sobre ele e sua produção já que, mesmo contando com amigos nas contribuições nos backing vocals e em outrosinstrumentos, LM se encarrega de tocar todos os instrumentos e trabalha na direção e produção do disco ou seja, um excelente trabalho que traz excelentes resultados em cada faixa e se você quiser montar uma festinha para matar saudades dos anos 90, toca este disco, por favor!
Track List
01 – Kiss from a rose
02 – Breakfast at Tiffany’s
03 – Unwell
04 – Over my shoulder
05 – Everybody wants to rule the world
06 – Epic
07 – Follow you down
08 – Operation Spirit
09 – Strangelove
10 – Friday I’m in love
11 – Mr. Jones
12 – Notorious
13 – Wonderwall
14 – Hysteria

twitter do autor: @dcostajunior
twitter do blog: @aliterasom
Fonte desta matéria: Aliterasom

Opus Mortis VIII - Vomitory


O trabalho vem recebendo críticas muito elogiosas e perfeitamente justificadas. Do primeiro full-length – “Raped in Their Own Blood” – a este oitavo disco de estúdio, a evolução da Vomitory é incrível. Uma das poucas bandas que mantêm o nível ou o melhoram a cada lançamento. Ouçam a discografia e percebam como a técnica dos integrantes se aperfeiçoou durante os anos.



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É interessante notar os elementos que vão além do puro brutal death metal executado pelo quarteto. Muitas levadashardcore, boas estruturas e riffs extremamente criativos agregam ainda mais valor ao produto. Que guitarras!
Pois bem, a começar pela fabulosa capa, que é uma obra dearte, a primeira impressão se torna bastante positiva. Hora de dar play.
Começa talvez com o maior destaque do CD – “Regorge in the Morgue” (vejam clipe abaixo) – com as tais levadas HC, mas que ficaram ainda mais poderosas com o excelente vocal de Ronnie Olson, também responsável pelo baixo. A voz do cara dá um grande peso às composições de modo geral, devo dizer. Um timbre perfeito para o brutal death. Ouso dizer que Olson é um dos melhores vocalistas do gênero atualmente.
No restante do trabalho, outras músicas saltam aos olhos, como “They Will Burn” e seus bons arranjos, compostos pela levada lenta e densa, com direito a boas melodias; “The Dead Awaken” e seus ritmos bem trabalhados; “Torturous Ingenious” e sua sanguinolência aliada mais uma vez aos bons riffs, e “Combat Psychosis”, embalada pelos bumbos marrentos de Tobias Gustafssom.
Agora, “Hate in a Time for War” é chupinhada quase na cara dura do Slayer no que diz respeito aos riffs. O instrumental sem dúvida é mais agressivo que o da banda de Tom Araya e companhia, mas nem assim livra essa canção desse fato. Ainda sim, vale a pena conferir a “homenagem” pela alta qualidade da canção.
Infelizmente não tive acesso à versão do CD com músicas bônus, mas não há por que duvidar de que elas mantêm o nível de todo o restante do álbum.
Em suma, os caras mais uma vez se superaram com “Opus Mortis VIII”. Outro material que deve fazer parte da coleção de um bom deathbanger.
Clipe de "Regorge in the Morgue"
Vomitory – Opus Mortis VIII
Metal Blade Records – 2011 - Suécia

TRACKLIST
1. Regorge in the Morgue
2. Bloodstained
3. They Will Burn
4. The Dead Awaken
5. Hate in a Time of War
6. Torturous Ingenious
7. Forever Damned
8. Shrouded in Darkness
9. Combat Psychosis
10. Requiem for the Fallen
Fonte desta matéria: Som Extremo

Gladiator - Unlord


Voltemos 11 anos no tempo, na época desse álbum fenomenal que a Unlord soltou. A banda se tornou cult na cena black metal, e não à toa. Apesar de virem de um país onde não há forte tradição do som negro, o conjunto é tão competente e profissional quanto os maiores nomes da Noruega, Suécia, Finlândia e outros comuns no estilo.



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A Unlord executa um som muito, muito bom, e você percebe o incrível domínio que os integrantes têm de seus instrumentos. A estrutura de cada composição é impressionante, fazendo tudo soar muito intenso, tanto nas partes mais lentas como nas velozes. Mas para os radicais, tranquilizem-se: a base de “Unlord” é o pé no acelerador!
E vale a pena falar de cada faixa dessa obra de arte. Após a breve evocação em “In to the Gates”, literalmente abrem-se os portões do inferno com “Hell’s Gates are Open”. O som começa com tanta intensidade que você para de fazer tudo só para prestar atenção nessa maravilha. Muito brutal! Depois, outra porrada começa em “Swallow All Pride”, rápida e com riffs interessantes. O legal também é essa habilidade que os músicos desenvolvem, onde alternam partes violentas com uma certa melancolia, acarretando em uma profundidade sonora invejável.
Depois, vem a também ótima “Victory!”, que começa mais cadenciada, mas mantém o barulho ao longo da faixa. O finalzinho tem até um teclado que foi muito bem utilizado na composição. E tudo volta à (a)normalidade apocalíptica com “Evil Spawn”, violentíssima e impiedosa. E o desenvolvimento dessa música arrepia, não há palavras para descrevê-lo.
Um pouco de refresco vem em “Bloodgrief”, cadenciada e bem melodiosa, que carrega uma densidade fora do normal. Os dois bumbos fritam nessa faixa! E em “Slavesend” o ouvinte é empurrado para longe do aparelho de som devido à brutalidade que a música emana. É blast beat que não acaba mais. Fantástica.

“Impaled Liar” é outra grosseria ríspida e tenebrosa. Já “Hellbender” tem uma levada que lembra bastante Motörhead (!). O ritmo é bem puxado para o rock ‘n’ roll, mas as guitarras mantêm o som em seu devido lugar, o amaldiçoado black. E “Crushed ‘Till Death” é muito foda, especialmente no berreiro que parece cheio de efeitos no “refrão”. Furiosa e fabulosa! Após o massacre, fecha o álbum a hipnotizante e simples “Hymn of the Gladiator”, instrumental de puro clima depressivo.
As guitarras são daquelas bem agudas e melódicas, como os grandes nomes do som extremo como Immortal, ou Ulver registraram em suas obras. Os grandes riffs são um dos maiores destaques da banda. O baterista é um espanto e realmente parece estar possuído, tamanha a facilidade e criatividade em tocar seu instrumento. O vocal é extremamente rasgado, quase agudo, muito extremo. Impressionante o quanto se esgoela, e não estou exagerando. O baixo acaba não aparecendo muito, mas faz seu trabalho com louvor. Em suma, a Unlord é uma banda técnica e precisa, e fez um dos mais empolgantes e violentos álbuns de metal extremo de todos os tempos.
A mixagem é a coisa mais esquisita nesse trabalho: ao ouvir com cuidado, nota-se que os instrumentos se dividem nos canais de som. Um exemplo é o vocal, que cai para um lado, a bateria vai para o outro, as guitarras também aparecem desigualmente, e por aí vai. “Gladiator” não é lá muito bem produzido, mas soa tão verdadeiro que se revela um primor do black metal mundial. As músicas são todas irresistíveis, e passam aquele sentimento true como uma banda do gênero deve fazer.
Fãs de Marduk, Dark Funeral e afins, completem sua coleção de extremismo com esse álbum, é garantia de muita qualidade.
Unlord – Gladiator
Displeased Records – 2000 – Holanda

tracklist
1. Into the Gates
2. Hell's Gates Are Opened
3. Swallow All Pride
4. Victory!
5. Evil Spawn
6. Bloodgrief
7. Slavesend
8. Impaled Liar
9. Hellbender
10. Crushed 'Till Death
11. Hymn of the Gladiator
Fonte desta matéria: Som Extremo

Heavenly Ecstasy - Pagan's Mind

Postado por Bruno Monteiro

Confirmando mais uma vez a sua majestade no Metal Progressivo escandinavo, PAGAN'S MIND surpreende mais do que era previsto. Depois de mostrar ao mundo todas as notas máximastomadas em sites especializados, a banda libera ao mundo mais uma jóia do Metal Progressivo e revela um grande marco na sua história.



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A banda estava desde 2007 sem nenhum lançamento de inéditas, e em 2011 traz "Heavenly Ecstasy", que na verdade mais parece um mix das suas origens com elementos que os consagraram no mundo. Não tirando o mérito das novas músicas, mas à primeira audição, tudo soou muito previsível.
Na data do lançamento da primeira música "Intermission" a banda recebeu muitas críticas de fãs por conta de uma suposta "reciclagem" de solo, mas, não passa de apenas uma coincidência ou uma confusão de fãs mais exigentes e sedentos por novidades.
A explicação talvez possa ser que PAGAN'S MIND já criou a fórmula de sucesso deles, não existe motivo para reinventar a roda a cada lançamento. A banda conseguiu criar o que poucos conseguem, que é uma identidade, algo original. E por causa desse tal identidade e o som executado a partir disso, algumas coisas podem soar repetitivas. Mas, a grande jogada do grupo é exatamente isso, trazer as mesmas idéias desde "Infinity Divine" até os dias de hoje, mas com a mágica inserida na execução das músicas individualmente por todos os instrumentistas envolvidos.
Se tivessemos que definir "Heavenly Ecstasy" como uma "fase", posso considerar que este é o auge do Pagan's Mind, em todos os sentidos. Os músicos estão em suas melhores formas, mas, destaco Nils K. Rue pois é visivel que ele aprimorou sua voz para inserir em um som mais melódico mesclando momentos de suavidade com agressividade e por isso, sem dúvida, merece o destaque. Além do visível amadurecimento, produção impecável de áudio, onde todos os instrumentos são mostrados com um som clarísimo. Se você tiver fones ou um som potente, ouça no máximo para sentir cada instrumento e o sentimento transportado por cada um!
Eu arrisco a dizer que PAGAN'S MIND é um forte candidato para se tornar uma das maiores bandas de Progressive Metal da atualidade, eles criaram uma nova atmosfera musical
que nenhum grupo consegue sequer se aproximar. Uma mistura bem sucedidade da parte agressiva do Thrash Metal com uma marcante presença melodica.

Em "Heavenly Ecstasy", a banda em partes me soou saudosista, buscando elementos de bandas pré-PAGAN'S MIND como SILVER SPOON e SUNSET STRIP, ambas que contavam com integrantes (atuais e passados).
Elejo Heavenly Ecstasy como o melhor álbum de 2011 com segurança e sem medo. PAGAN'S MIND traduz em 13 faixas o que o mundo do Metal está mais do que carente, que é criatividade e originalidade.
A principio, ele pode soar um pouco estranho para os fãs mais antigos, como citei mais acima (falando sobre a fórmula repetida), mas sem dúvida é um álbum marcante na história da banda e altamente recomendado para quem pretende se arriscar nesse mundo sem volta que o PAGAN'S MIND proporciona aos seus fãs e ouvintes.

Slaughter - Incite

Por Alexandre Fernandes

Um sobrenome conhecido pode ajudar ou atrapalhar. No caso do Incite, essa jovem banda norte-americana que conta com o enteado do Max Cavalera, Ritchie Cavalera, acontece um pouco dos dois.



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A cobrança é muito maior do que a que acontece normalmente sobre uma banda qualquer, ao mesmo tempo em que, hipoteticamente ao menos, as portas se abrem mais fácil. E olha que aqui não estamos lidando com um sobrenome qualquer não, hein.
Como era de se imaginar, neste “The Slaughter”, de 2009, o que mais esse Cavalera nos dá é um CD de heavy metal vigoroso, ainda que bastante moderno. E olha que ele se saiu bem no que se propôs a fazer – deve ter absorvido algo da experiência que teve com o Soufly do seu padrasto, onde participou de uma música em 2008.
Mas vamos à música: thrash metal moderno, com muito groove, bastante uso de melodias (que em alguns momentosremetem até à escola sueca do death metal melódico). Nada que já não exista por aí aos montes. Mas a coisa aqui é bem profissional, já começando com a boa produção, que deixou os instrumentos bem audíveis e deu o peso certo às canções. Alias, peso é o que não faltou: seja em riffs encorpados, nos vocais urrados (ainda que bastante lineares) ou nos bumbos duplos constantes. Dá pra perceber esse peso todo em canções como o bom thrash “Down And Out”, e nas igualmente furiosas “Divided We Fail” e “The Slaughter”, que podem ser indicadas como destaque do play. Por sinal, vale a pena destacar o trabalho nas baquetas, muito bem executado.
De positivo também vale destacar o bom uso de breakdowns – não são exagerados e usados à toda hora como é comum em bandas similares. Mas, sinceramente, senti a falta de alguns solos a mais. Isso não faz mal à ninguém, minha gente.
Esses músicos são jovens, começaram com um CD coeso, é bem verdade, mas talvez pela falta de experiência acabaram caindo em armadilhas comuns ao gênero: muitas canções soam repetitivas (em momentos fica difícil distinguir uma faixa de outra), as composições são bem simples (faltaram temas realmente marcantes), o vocal, embora interessante, se torna bem cansativo. As letras, acho que nem vou comentar, pois parecem ter o DNA Cavalera correndo nelas – esbanjam raiva, ódio, sangue... mas você já ouviu (muito) isso antes. Mesmo! E tem mais ódio e sangue na capa e no título do CD, ou você achou que já era suficiente?
De qualquer forma, vale a pena dar uma conferida mais pela curiosidade. E fica a torcida para que numfuturo próximo estes garotos procurem dar uma trabalhada melhor no seu som, porque potencial eles demonstram ter.

Live In Athens - Fates Warning


O Fates Warning sempre foi uma das bandas mais injustiçadas dentro do estilo proposto. Nunca obteve o reconhecimento e o público merecidos, muito menos o sucesso de bandas como o Dream Theater. Na verdade, acho que eles nunca fizeram questão. Seus discos nunca foram de fácil assimilação, sempre andando à margem do que estava na moda, mesmo dentro do heavy metal. Mas poucas bandas evoluiram tanto e têm uma discografia tão variada e significativa.



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E, se esse caminho não foi fácil, a perda de um integrante importante como Mark Zonder (um dos bateristas mais influentes da sua geração), que decidiu deixar o grupo depois do lancamento de X (2005), deixou os fãs realmente preocupados. Quem poderia ser um substituto ao nível de Zonder? Ainda não se sabe se Nick D’Virgilio (Spock’s Beard) vai integrar a banda em definitivo, mas durante a turnê de divulgação o cargo foi dele.
E nessa mesma turnê foi gravado este Live In Athens, um registro que vai agradar os apreciadores do Fates Warning, mas dificilmente vai chamar a atenção de quem não conhece ou não gosta da banda. Junto com Nick, estão lá o líder Jim Matheos (guitarra), Ray Alder (voz), Joey Vera (baixo) e Frank Aresti (guitarra). Sim, você leu certo. Se a noticia da saída de Mark Zonder foi triste, para a felicidade de muitos Frank Aresti está de volta aos palcos (o ultimo CD gravado com ele, Inside Out, é de 1994) e em plena forma.
O DVD é simples. Parece ter sido feito com um orçamento muito pequeno (e com certeza foi). A imagem não é das melhores, foi gravado com poucas câmeras e a edição faz apenas o feijão com arroz (mas também não atrapalha, o que já é uma grande coisa - na verdade, o suficiente). O som então, só em 2.0. Uma pena.
O clima é bem intimista, o público participa de todas as músicas, cantando e pulando sem parar, e a banda reproduz o complexo repertório ao vivo com maestria. O set, baseado nos dos últimos CDs de estúdio (o já citado X e Disconnected, de 2000), traz algumas boas surpresas, como a parte XI de “A Pleasant Shade Of Gray”, “Face The Fear” e “Quietus” (a única tirada do disco No Exit, de 1988). Mas os destaques ficam por conta da emocionante (e obrigatória) “The Eleventh Hour”, a irretocável “Monument” e “Another Perfect Day”, cantada por todos presentes. No bis, outra surpresa: sobe ao palco ninguém menos que Kevin Moore (ex-Dream Theater) para executar os teclados de “Nothing Left to Say”.
Nick realmente não é Zonder. Mas segura as pontas e não deve decepcionar mesmo os mais radicais. Jim Matheos, com semblante sério, sabe seu lugar e importância dentro da banda: riffs e solos executados com perfeição, agora ainda apoiado em Frank Aresti, que parece 100% integrado. Joey Vera, junto com Ray Alder (que prova ser um cantor competentíssimo ao vivo) são os que mais agitam, enquanto interagem sem parar com a plateia.
Nos extras, bastidores, ensaios, cenas de programas de TV e duas músicas ao vivo com Mike Portnoy na bateria, tocando em um festival na Holanda. No mínimo interessante. Alguns vão reclamar que nenhuma música da fase John Arch foi lembrada no set, e realmente não machucaria incluir algum clássico da época. Mas, se voce gosta de Fates Warning, Live In Athens é item indispensável na sua coleção, principalmente porque o material da banda é realmente escasso. Isso sem contar que todos precisamos ajudar a aumentar o orçamento da gravação do próximo DVD.

Hereditas - Desalmado


Outro orgulho nacional, a Desalmado é daquelas que produzem uma porrada bastante contagiante. Duvido que você ainda não tenha ouvido falar do quinteto. Afinal, estão muito bem cotados no underground daqui, graças ao seu grindcore insano.



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E não é pouca coisa o que esses caras tocam não! O somexecutado pelo grupo é muitíssimo bem feito e esporrento! Tem suas partes mais violentas e diretas, mas o também algo menos veloz, provando que o grind não é só fazer ruído gratuito.
A demo começa com a excelente “Condenados pelo Ódio”, cuja introdução traz um instrumental muito bom, que desemboca na mais agressiva das sonoridades. Maravilhosa. Depois, a bateria dá o ritmo na curta “Em Sua Honra”, direta e bastante agressiva, com direito a blast beat caprichado. Na sequência, vem “Miséria Escravatura”, que mantém o alto nível do trabalho, sem no entanto ficar só na brutalidade. Uma faixa bem trabalhada que mostra como o grindcore pode ser rico e extremo. “Chagas Abertas” é outro petardo que não dá descanso aos ouvidos, assim como “Manto de Sangue” e seus riffs velozes e matadores. Ela muda de andamento, mas nem por isso soa mais calma, já que o peso das guitarras e do baixo são constantes. E “Hereditas” fecha esse grande trabalho com a violência de uma verdadeira banda do estilo, totalizando quase 14 minutos de podridão.
As músicas em geral ficam na velocidade crust, com blast beats nos momentos certos, o que resulta – adivinhe – em um puta disco! Destaque para o vocalista Caio Augusttus, cujo timbre de voz se casa perfeitamente com o instrumental. Ele alterna urros com vocais mais arregaçados, outro ponto positivo para a Desalmado.
A produção sonora é nota 1000, e as letras, todas em português, demonstram o quanto esse pessoal está insatisfeito com o planeta, coberto de ganância, hipocrisia e desgraças. Difícil acompanhar o que o cara canta, mesmo tentando ler o encarte. Assim é que é bom!
Após ouvir “Hereditas”, apenas uma pergunta vem na cabeça: quando irão lançar material novo??? Desalmado, porradaria que honra o nosso submundo. Grande demo!
Só para constar: ao acessar o site da banda (abaixo), você é muito bem recepcionado por um vídeo do ensaio do pessoal. Show! E por acaso ainda não baixou a demo? Meu amigo, o que você está pensando da vida? Puxa essa maravilha aí embaixo também!
Aqui, o excelente clipe de "Hereditas".
Tracklist
01 - Condenados Pelo Ódio 3:44
02 - Em Sua Honra 1:10
03 - Miséria Escravatura 2:09
04 - Chagas Abertas 1:59
05 - Manto de Sangue 2:34
06 - Hereditas 2:12

Total: 13:50
Desalmado – Hereditas
Independente – 2008 – Brasil

Fonte desta matéria: Som Extremo