A História e as informações que você sempre quis saber sobre seu Artista/Banda preferidos, Curiosidades, Seleção de grandes sucessos e dos melhores discos de cada banda ou artista citado, comentários dos albúns, Rock Brasileiro e internacional, a melhor reunião de artistas do rock em geral em um só lugar. Tudo isso e muito mais...
30 de maio de 2011
Endgame - Rise Against
Por Alexandre Fernandes
O hardcore melódico é um gênero musical que já sofreu muito de preconceito – e ainda sofre. Associado ao emocore, vertente não muito respeitada nos dias de hoje pela grande massa, acabou deixando na escuridão grandes bandas, que praticavam um som muito honesto. Uma dessas bandas, ao meu ver, é o Rise Against.
É claro que este quarteto norte-americano já não é mais uma banda totalmente desconhecida, mas chegando agora ao seu 6º full length, depois de 12 anos desde sua criação, não tem o reconhecimento que merecem. Depois de trabalhos muito bons como “The Witness & The Suffering” e “Appeal To Reason”, onde mesclavam a velocidade do punk, com a pegada agressiva do hardcore, à melodias muito bonitas, sempre com o auxílio de refrões muito pegajosos – talvez o grande trunfo destes caras. Nunca fizeram nada de muito inovador, é verdade, e não foi neste “Endgame”, lançado em abril, que a coisa mudou. Mas foi fazer bem feito o mesmo de sempre que tornou este aqui mais um bom CD na sua discografia.
O disco abre com a rápida “Architects”, que dá uma desacelerada no refrão. Em seguida vem o primeiro single do álbum, que inclusive tem um vídeo-clipe bem interessante, ambos tratando do furacão Katrina, quem em 2008 fez muitos estragos nos EUA.
“Make It Stop (September’s Children)”, mais uma música boa, traz uma das melhores letras de todo o CD. Aí, vem aquela que é o grande destaque deste Endgame: “Satelitte” tem muita cara de single, porque é uma música que sintetiza muito bem o som do Rise Against – um riff simples e interessante, uma pegada rápida na bateria, uma linha de baixo caracterítica do punk rock, e um trabalho vocal muito bom do vocalista Tim McIlrath. Vocais que, inclusive, são um dos destaques por aqui.
Daqui pra frente o CD segue bem linear: temos as mais rápidas, como as boas “Disparity by Design” e “A Gentleman’s Coup”, algumas mais cadenciadas como “Midnigh Hands” (que tem o refrão mais pesado de todo o disco) e “Survivor Guilt” (que tem uma linha de baixo bem legal), Broken Mirros (com um riff que remete à música country), além da mais emocional “Wait For Me”.
É um dos grandes lançamentos do ano no gênero. Aqui, essa mistura de punk, hardcore e pop deu certo, e vale a pena ser conferida. Mais bandas assim é que deveriam compor o mainstream internacional do rock.
Rise Against – Endgame
Tracklisting:
01 - Architects
02 - Help Is On The Way
03 - Make It Stop (September’s Children)
04 - Disparity By Design
05 - Satelitte
06 - Midnight Hands
07 - Survivor Guilt
08 - Broken Mirrors
09 - Wait For Me
10 - A Gentleman’s Coup
11 - This Is Letting Go
12 - Endgame
Line-Up Rise Against:
Vocalista, guitarra – Tim McIlrath
Guitarra, backing vocals – Zach Blair
Baixo, backing vocals – Joe Principe
Bateria – Brandon Barnes
Hatebreed - Hatebreed
Por Alexandre Fernandes
Hardcore e Metal se misturam já não é de hoje. E também já não é de hoje que essa mistura é desprezada por headbangers mais conservadores. Azar o deles, que com isso, podem acabar não ouvindo um puta disco como esse do Hatebreed.
Esses norte-americanos já estão na estrada desde a metade da década de 90. E desde a sua fundação sempre encontram pessoas resistentes a lhes dar uma chance. No começo praticavam um hardcore muito pesado, cheio de groove e breakdowns. Mas ultimamente, depois de excursionarem com nomes como Slayer, decidiram incorporar o Metal de vez ao seu som. E em 2009 este 6º full length dos caras (o CD anterior deles, do mesmo ano, é composto apenas de covers), auto-intitulado, só veio para provar isso.
Outras faixas que eu poderia destacar também são a cadenciada “Through The Thorns”, a inusitada faixa instrumental “Undiminished” (que guitarras boas!), e a minha favorita do cd “Merciless Tide”, um ótimo Thrash Metal moderno, com dois pequenos solos muito bons. Tem até um cover (muito decente) para “Escape” do Metallica.
Este play apresenta uma grande evolução na sonoridade do Hatebreed. Acaba sendo o CD menos repetitivo dos caras, mas eles ainda podem variar e implementar um pouco mais as suas composições. E por favor, tentem deixar mais de lado os breakdowns, que acabam tirando o brilho de muitas faixas.
Bons riffs, alguns solos (interessantes, inclusive), uma cozinha simples e eficaz, um vocal raivoso, uma boa produção. É tudo que um bom CD de Metal precisa, certo? Bom, está tudo aqui. Dê uma chance a este CD, e diga a você mesmo que esta não é uma banda de Metal, se for possível.
Tracklisting
01 – Become The Fuse
02 – Not My Master
03 – Between Hell And A Heartbeat
04 – In Ashes They Shall Reap
05 – Hands Of a Dying Man
06 – Everyone Bleeds Now
07 – No Halos For The Heartless
08 – Through The Thorns
09 – Every Lasting Scar
10 – As Damaged As Me
11 – Words Became Untruth
12 – Undiminished
13 – Merciless Tide
14 – Pollution Of The Soul
15 – Escape (Diehard Edit) (Metallica Cover)
Song Remains The Same - Black Label Society
Por Marcelo Daniel
Definitivamente, o som não é o mesmo! A brincadeira com o nome do lendário álbum do LED ZEPPELIN é a reação instantânea que vem dos primeiros momentos do novíssimo álbum do BLACK LABEL SOCIETY.
No entanto, as dez faixas de “The Song Remains Not The Same” (2011) não são assim tão novas, mas basicamente versões acústicas produzidas durante as sessões de gravação do penúltimo álbum, “Order To The Black” (2010).
Inventividade semelhante acontece com “Parade of the Dead” e “Riders of the Damned. Mas é em “Darkest Days” que Zakk legitima a importância desse novo projeto e o que já era uma faixa mais leve em “Order To The Black”, converte-se em uma balada crua, potente, executada em um piano limpo e de vocal contundente. Flerta com o estilo country, tendência mais que confirmada na segunda versão disponível da mesma canção no álbum, que tem participação de John Rich. O parceiro é cantor do gênero e foi o vencedor de um desses realities shows para músicos – mas que não fez feio nesse recorte.
Agora integradas oficialmente ao CD estão “Helpless” e “Junior´s Eyes”, ambas presentes apenas na Best Buy Edition do lançamento de 2010. Sim, a segunda é uma bela repaginada na clássica faixa 3 do “Never Say Die”, do BLACK SABBATH. E por falar em covers, há ainda uma desnecessária presença de “Bridge Over Troubled Water”, de SIMON & GARFUNKEL.
Um álbum dessa natureza é sempre uma experiência de risco, o que não é diferente no caso do BLACK LABEL SOCIETY. As seguidas gravações acústicas podem, em algum momento, trazer uma sensação de repetição, ainda mais se comparadas à potência de álbuns anteriores, como “The Blessed Hellride” – que é o típico CD capaz de transformar o aniversário da sua avó em um encontro dos Hell´s Angels. Porém, a ousadia faz de “The Song Remains Not The Same” um baita disco, com energia, sentimento e que, principalmente, solidifica Zakk Wylde como um completo talento, seja na pancadaria ou nos momentos mais melódicos.
Set List:
01. Overlord (Unplugged version)
02. Parade Of The Dead (Unplugged version)
03. Riders Of The Damned (Unplugged version)
04. Darkest Days (Unplugged version)
05. Junior´s Eyes
06. Helpless
07. Bridge Over Troubled Water
08. Can't Find My Way Home
09. Darkest Days (feat. John Rich)
10. The First Noel
Eternal Suffering - Neófito
Embora o release informe se tratar de um conjunto death/doom metal, é bem verdade que os caras tocam um thrash/death técnico e criativo, sem ser ultraveloz. É claro que há elementos doom, mas são limitados a poucas passagens. E nesses mais de 15 anos de formação, demonstram grande maturidade musical. Prova disso foi “Eternal Suffering” aparecer entre os 10 melhores lançamentos do ano no site www.novometal.com, ao lado de bandas como Korzus, Genocídio, Torture Squad e Makinária Rock, além de terem sido uma das bandas escolhidas pela revista Roadie Crew para o Wacken Metal Battle – SC.
Abrindo o trabalho de forma promissora, “Cold Ilusion”, a melhor do álbum, já chama a atenção do ouvinte e dá o toque do que está por vir. Depois, a variação de ritmos de “The Birds” também é uma boa pedida para quem não curte a mesmice na música extrema. Já o som que dá nome ao álbum começa com um trabalho guitarras muito bom, e depois descamba para a porradaria com andamento empolgante. É talvez a mais diversificada do disco. “instrumental”, por sua vez, é a composição mais direta da Neófito. Seu final é muito bom, embora termine em um fade out meio inesperado.
Depois, vem a grande rifferama de “1452 Eternepvngt”, com uma cadência legalzinha. Culmina em mais um solo lindo. Essa traz boa parte das características doom do grupo, enquanto “Sr. Tyrants”, a mais curta de todas, vem mais no pique death metal cru. E fechando, “King of Fears” também apresenta grandes alternâncias de batidas, mas feitas de maneira competente, finalizando em um instrumental bastante melancólico.
A capa é muito bonita e representa bem o trabalho dos caras.
Mas é preciso ser dito: faltou um cuidado na gravação, que prejudicou o play. Lembra aquelas produções de bandas thrash/death do final dos anos 80/começo dos anos 90, com um reverb típico da época. Tenham a sonoridade do “Schizophrenia” (Sepultura) como base para uma comparação. Corta um pouco o tesão da audição, mas ainda sim, consegue transmitir o feeling raivoso do quarteto.
Tá aí uma boa banda de metal que merecidamente vem ganhando espaço no underground. Um caprichozinho maior na próxima empreitada, e aí, estarão tinindo!
PS: Para constar, recebi e-mail do guitarrista Rafael Tizatto explicando que na verdade ¨Eternal Suffering¨ foi gravado em 1996, mas com a banda encerrando suas atividades nesse ano, o material ficou guardado, sendo lançado só em 2010, com o retorno do grupo, o que explica um pouco da sonoridade ¨old school¨ do disco.
TRACKLIST
1- Cold Ilusion
2- The Birds
3- Empty
4- Eternal Suffering
5- Instrumental
6- 1452 Eternepvngt
7- Sr. Tyrants
8- King of Fears
Neófito – Eternal Suffering
Independente – 2010 - Brasil
Link para download:
Fonte desta matéria: Som Extremo
Mass Murder Festival - Neuro-Visceral Exhumation
O material dos caras não é recente, mas a importância da banda é um marco no goregrind brasileiro. Infelizmente encerraram suas atividades em meados dos anos 2000, mas não sem antes deixar como herança pérolas do extremo underground. Procurem os splits (será que ainda existe em algum catálogo?) que a NVE gravou com o Bradyphagia, ou com o outro monstro nacional do gênero, o Lymphatic Phlegm, além do full-length “The Human Society Wants More Gore”, que saiu depois do “Mass Murder...”, e tenham uma aula do que é ódio em forma musical.
Pois esse trabalho aqui é um dos mais insanos e raivosos já realizados por uma banda goregrind. Nele, expressam seu mais verdadeiro repúdio à raça humana. A desgraça começa com uma das melhores do CD, “Forcible Sexual Intercourse” que, após breve introdução, massacra o ouvinte com sua sujeira e velocidade alucinada.
De lá, vão para a próxima música, a também ótima “Ultra Massive Assassination Procedures”, que já começa destruidora. Outro som muito empolgante é a faixa-título, que começa com uma levada meio crust, para depois engrenar em total devastação. “Thrill to Kill” também é um show com as levadas para bater cabeça. Aliás, caos é o que acontece por todo o álbum. Grandes e trabalhadas composições tornam “Mass Murder Festival” um álbum sólido de muito respeito.
No geral, a NVE apresenta partes quebradas em meio aos absurdos blast beats, algo que causa mais admiração ao trio. O trabalho conta com dois excelentes covers: “After Accident”, dos deuses Dead Infection, e “Lifelock (gory version)”, do Doom, esta gravada SEM PERMISSÃO dos caras! Ahah Ah, e fiquem atentos até o final da última (e grande) faixa, “How to Hide a Ravished Body... Bathtub with Sulfuric Acid”... tem mais coisa depois!
O vocal de João Jorge, também baixista, é indecifrável e muito pútrido. Apesar do maravilhoso estrago, consta que não utiliza efeitos na voz(!!!). Excepcional. Destaque também para o baterista Fred, um animal que tem grande domínio e (muitíssima) velocidade nas baquetas, além da baixíssima afinação da guitarra de Marcio Oishi.
Quanto à gravação, é para ouvidos acostumados à brutalidade. É bastante suja, mas perfeitamente audível. Uma pena durar somente meia hora. E o encarte, que infelizmente não vem com letras, é bem feitinho e simples, trazendo informações técnicas e “agradecimentos” (xingamentos na maioria). Um dos mais importantes grupos do país no goregrind. Tive oportunidade de vê-los tocando por duas vezes e falo aqui: são fodas demais!!! Esse disco não é para qualquer um! Pena o conjunto ter acabado, mas quem sabe retornam... não custa torcer!
Tracklist
1. Forcible Sexual Intercourse
2. Ultra Massive Assassination Procedures
3. Subcutaneous Defleshment (Pt II)
4. Carnal Temptation Drives Me to Rape and Mutilation
5. Mass Murder Festival
6. Anti-Human
7. Die Human Race
8. Fatal Anal Sex Disembowelment
9. Lifelock (Gory Version)
10. Horrid Animal Experiments..In the Name of Science
11. Exterminate the Mankind
12. Female Torso Collection
13. Anal Gut Extirpation Through Her Groins
14. Washed In Recto-Visceral Secretions In A Collective Carnage Post Intercourse
15. After Accident (Dead Infection Cover)
16. Thrill to Kill
17. Legalize Rapes...For a Happier Humanity
18. How to Hide a Ravished Body...Bathtub with Sulfuric Acid
Neuro-Visceral Exhumation – Mass Murder Festival
No Escape Records – 2003 – Brasil
Fonte desta matéria: Som Extremo
Chaotic World - Anonymous Hate
Por Marcos Garcia
O Brasil é surpreendente em vários aspectos no tocante à cena Metal, e de onde menos esperamos (principalmente quando falamos no já mais que consagrado eixo SP-RJ-MG), temos gratas surpresas, e algumas delas se recusam a sair dos nossos aparelhos de som. E o ANONYMOUS HATE é algo de absurdo, pois é uma autêntica carnificina sonora.
A banda, vinda do Norte do país, mais especificamente de Macapá, no Amapá, devotada ao Death Metal de raiz e bem cru, algo que mistura DEATH de início de carreira, NAPALM DEATH, CANNIBAL CORPSE e ANGEL CORPSE, e já enfocada antes aqui, com seu EP de estréia, ‘Worldead’, agora retorna com seu primeiro Full Length mais que merecido, feito com muita garra, suor e vontade de ferro, que transparece de forma bruta e agressiva em seu som.
São dez faixas de esmaga-crânio incessante, de Death Metal violento e extremamente esporrento, na medida para quem quer ter a desforra encima dos chatos que tendem a pôr ‘música’ de gosto questionável em carros em altos volumes. Da ótima ‘Profanation’, que abre o CD com uma alternância de climas, excelentes bases de guitarras e vocais completamente agonizantes; Já em ‘Brazil Massacreland’, uma faixa bem curta (pouco mais de 2 minutos), alterna velocidade e cadência na mesma medida da anterior, embora passe mais tempo na levada mais lenta; em ‘Sea of Blood’, mais um massacre de guitarras, mas a bateria se sobressai, graças aos bumbos extremamente velozes e variações rítmicas. Em ‘Seed Falls’, uma faixa com um andamento extremamente empolgante, temos solos com momentos um pouco mais melodiosos, algo semelhante ao visto no ‘Show no Mercy’, bem como na faixa seguinte, ‘Indifferent’, com mais momentos ‘old’ AUTOPSY; ‘Tears of Blood’ novamente trás o clima do SLAYER de seu primeiro disco, devido aos andamentos um pouco mais lentos, e com vocais animalescos e baixo bem presente e dando peso; ‘Worldead’, já vista antes no EP, é outra facada bem dada (no bom sentido), pois sangra em vitalidade e peso absurdos; já ‘In the Way’ volta o clima mais cadenciado de antes, mas a opressão sonora é algo digno de menção honrosa. E tome mais pancada em ‘Suffering’, onde os vocais e backing vocals dão um show à parte. O CD fecha em grande estilo com a extremamente bruta ‘Empire and Faith’.
Agora, arrume o seu, ponha bem alto quando um pateta passar com carro de som alto, ouvindo funk, e grite a plenos pulmões: “Chegou a hora do acerto de contas, panaca”!!!
Recomendado demais!
Em tempo: o vocalista Carlos Haussler saiu da banda depois das gravações, e Victor Figueiredo é seu substituto. E o CD é uma homenagem póstuma a Antônio ‘Tosco’ Júnior.
Formação:
Victor Figueiredo – Vocals
Fabrício Góes – Guitarra/vocais
Heliton Coêlho – Guitarra solo
Romeu Tetrus - Baixo
Alberto Martínez – Bateria
Tracklist:
01. Profanation
02. Brazil Massacreland
03. Sea of Blood
04. Seed Falls
05. Indifferent
06. Tears of Blood
07. Worldead
08. In the Way
09. Suffering
10. Empire and Faith
Contatos:
Anonymous.hate@hotmail.com
(96)8122-1074/9122-7070/9132-8967
Split - Ratos de Porão/Looking for an Answer
2010 foi um grande ano para o Ratos de Porão: lançaram o formidável documentário “Guidable – A Verdadeira História do Ratos de Porão”, o DVD “Ao vivo no Circo Voador” e esse fabuloso split com a Looking for an Answer, banda excepcional, diga-se de passagem, em Vinil e em CD
E todos os sons da maior banda de hardcore/crossover brasileira aqui nesse trabalho estão inspiradíssimos. As músicas da RDP estão mais velozes do que nunca, numa porradaria sem tamanho, em um dos mais agressivos lançamentos da banda. O Ratos já fez maravilhosos trabalhos anteriormente, mas com esse split, parece que deram uma renovada na violência, tornando o disco ainda mais empolgante. Talvez esse sim deveria se chamar “Cada Dia Mais Sujo e Agressivo”. Destaque para o peso da guitarra de Jão e para Boka, que mais uma vez mostrou porque é um dos melhores bateristas do Brasil.
O split, um dos melhores lançamentos de 2010, é uma festa, uma celebração da música extrema mundial. Para quem quer levar uma bela marretada.
Ratos de Porão
1. Exército de Zumbis
2. Paradoxo da Soberba
3. O Martelo dos Hereges
4. Guerrear / Políticos em Nome do Povo
5. La Matanza (Looking for an Answer Cover)
Looking for an Answer
6. Tumor
7. No Dioses, No Poser
8. Embestida
9. Subsuelo?
10. Bombas para la Paz
11. Seven Cunts into God's Throat
12. Rito De Muerte
13. Paranoia Nuclear (Ratos de Porão Cover)
Ratos de Porão/Looking for an Answer – Split
Beat Generation/Munster – 2010 – Brasil/Espanha
Fonte desta matéria: Som Extremo
Grindvirus - Squash Bowels
Nem só de Vaders, Behemoths e Decapitateds vive a boa cena extrema polonesa. O Squash Bowels figura facilmente entre as grandes, embora seu estilo seja diferente mas igualmente brutal (quando não mais) ao da trinca citada.
É uma banda que, ao contrário da grande maioria, tornou-se mais agressiva, e incrivelmente tem conseguido se superar a cada lançamento. Do começo da carreira, com sons mais primitivos e um tanto mal gravados, à praticamente perfeição deste disco (fazendo alguns fãs do início das antigas torcerem o nariz), a evolução da Squash Bowels é assustadora. E com “Grindvirus”, esses anormais chegaram ao “topo da pilha de cadáveres do mundo goregrind”*!
Após uma tosse daquelas bem escarradas, tem início uma das maiores bestialidades que o ser humano já produziu. É a introdução da faixa-título, absurdamente extrema. Os excelentes riffs, e seus timbres que até lembram um pouco os da banda Mortician, deixam tudo ainda mais intenso. É um verdadeiro massacre, meus amigos! Depois vem “Two Cows and Monkey”, outra grandiosa música que diminui um pouco a velocidade no meio, mas depois volta à correria de maneira empolgante, juntamente com um berro do vocalista Artur Grassmann. Indescritível o sentimento.
Outra maravilha é “Abhorrently Stinking Rich Man”, iniciada por somente bateria e baixo grave. Quando a guitarra entra, dá uma consistência ainda maior à (de)composição. Coisa mais linda. Inclusive as mudanças de ritmo são demais! Depois dela, “Shit Oneself” também mantém o nível lá no alto, e sua parte lenta é fantástica! A oitava música, “Sheep Dag”, apresenta bumbos que fazem tremer o chão!
E por toda a obra, a qualidade das composições se mantêm, sendo complicado destacar mais uma ou outra canção. Todas são indecentemente fodidas. A combinação das variações de levadas é um ponto fortíssimo da Squash Bowels. Em outras palavras, os caras sabem quando têm que fazer o som mais rápido do mundo, ou quando devem fazer uma paradinha na música, brincar somente com a guitarra, alterar o andamento, e por aí vai.
A gravação é excepcional, e mesmo sendo tudo muito barulhento, cada instrumento é perfeitamente audível. Destaque para o peso incrível da guitarra e seus riffs que, apesar de simples, são muito, muito atrativos. E não tem como não falar da bateria, que parece literalmente um britador.
Após ouvir o CD, você tateia a cabeça para ver se ela não se desprendeu do corpo com tanta bangueada. Uma pena que “Grindvirus” é apenas um nome, e portanto não pode ser espalhado pelo ar. Mas que seria fantástico uma epidemia de vírus grind, ah, isso seria! Para os que não conhecem a banda, ouçam também os estupendos “No Mercy” (2004) e “Love Songs” (2005), duas verdadeiras aulas de como se fazer discos praticamente perfeitos.
E esse aqui me trouxe problemas por ser forte candidato a entrar e alterar meu top 10 de álbuns (veja minha lista nos primeiros posts do blog). É a melhor banda goregrind do mundo. Pronto, falei.
*Tirado do blog/selo http://detestorecords.blogspot.com
Squash Bowels – Grindvirus
Willowtip - 2009 – Polônia
Tracklist:
1. Grindvirus
2. Two Cows and Monkey
3. Oust - Odour Eliminator
4. Wriggler
5. Abhorrently Stinking Rich Man
6. Shit Oneself
7. D. I.
8. Sheep Dag
9. Bacterial Fertiliser
10. Hamsters in Your Head
11. Don't Look a Gift Horse in the Ass
12. Nose – Lunger
13. Child Victims
14. Anodal Closing Odour
Fonte desta matéria: Som Extremo
Hemispheres - Rush
Herança direta de 2112, lançado em 1976, o "Hemispheres" da banda Rush chegou para as prateleiras em 1978. O disco reunia músicas épicas, longas - sendo uma delas com quase 20 minutos -, mas em um material conciso. Para quem quer conhecer rock progressivo pela primeira vez, sem risco de tédio, vale a pena ouvir esse álbum. Ele possui apenas quatro músicas.
O disco se parece muito com a música e o álbum "2112" por trazer experimentalismo, virtuosismo e variedade baseados nos gostos pessoais dos integrantes do Rush. As ideias principais do trio Neil Peart, Alex Lifeson e Geddy Lee foram temas de livros de ficção científica e fantasia para as letras e muito virtuosismo instrumental.
"The Trees" é a música mais fantasiosa e leve do material. Fala de uma briga entre árvores em uma floresta, inspirada em uma história em quadrinhos que o baterista Neil Peart viu antes de escrever a letra. O ritmo é um crescendo, partindo de um instrumental acústico para uma guitarra elétrica progressivamente mais rápida.
Com um dos refrões instrumentais mais conhecidos do Rush - e sem os vocais agudos de Geddy Lee - "La Villa Stragiato" fala de um sonho delirante do guitarrista Alex Lifeson. As passagens envolvem monstros, um fantasma do herói Aragorn - da saga literária Senhor dos Anéis - e várias improvisações com sua guitarra elétrica. Lifeson utiliza bastante solos com escalas diferentes, harmônicos para variar do grave ao agudo, rapidamente, e frases pegajosas nas seis cordas, que ficam na cabeça do ouvinte.
Para quem conhece toda a discografia de Rush, "Hemispheres" pode parecer um trecho muito pequeno das grandes obras da banda. Para quem não conhece, o material é uma porta de entrada atraente para ficar viciado pelo grupo. Tudo isso em apenas quatro canções, com muitas referências literárias e musicais concentradas.
We Will Take You With Us - Epica
Por Rafael Carnovale
Enquanto Simone Simmons fica dizendo que não será a nova vocalista do Nightwish (e nós acreditamos, afinal o Epica já faz um bom sucesso), a banda está em processo de composição de seu novo CD, sucessor do aclamado “Consign To Oblivion” (cuja turnê os trouxe ao Brasil em 2005). Este DVD (cujo áudio também foi lançado em CD) registra a aparição da banda no programa “2 Meter Sessions”, ocorrido no Wisselood Studios (Holanda), aonde os mesmos se apresentaram com orquestra e corais e ainda fizeram um pequeno acústico.
A primeira parte do show traz a banda executando números de seu primeiro CD “The Phantom Agony” com o acompanhamento de uma orquestra, sem platéia. “Facade Of Reality” e “Sensorium” só ressaltam o talento da banda e os bons vocais de Simone, com um bom acompanhamento de orquestra. O show continua com “Illusive Consensus”, “The Phantom Agony” e “Seif Al Din”. Soa no mínimo curioso ver Simone sentada, com fones de ouvido, enquanto a banda detona algumas músicas, mas o resultado é no mínimo inusitado. O grande filé fica para a parte acústica, com “Feint”, “Run For A Fall” e “Memory” (tirada do tradicional musical “Cats”), aonde Simone reina absoluta (como canta essa menina!). Ainda podemos assistir um interessante “making of" do programa acompanhando cada passo do mesmo, da seleção dos músicos da orquestra, os ensaios, a interação entre banda e musicistas, e vários outros fatores que cercaram este evento.
Orquestra
1. Façade of Reality
2. Sensorium
3. Illusive Consensus
4. Cry for the Moon
5. The Phantom Agony
6. Seif al Din
Acústico
7. Feint
8. Run for a Fall
9. Memory
Making Of 2 Meter Sessies
Music Video
1. The Phantom Agony
2. Making Of The Phantom Agony
3. Feint
4. Making Of Feint
The Voices of The Phantom Agony (Documentário)
Slide Show
Discografia
2005 – Hellion Records – (NACIONAL)
Site Oficial: http://www.epica.nl
Eat Your Brain - Bloody
Por Drustan
Quem é que não se lembra daquelas demos-ensaio gravadas de forma caseira, muitas vezes em radinhos de pilha, encartes batidos à máquina e em xerox preto e branco?
Todas as cinco faixas seguem a mesma linha, com andamentos cadenciados, em melodias simples e diretas; dentre os destaques estão "Inquisiton", "D.I.P - Die In Peace" (com bastante influência old school) e a faixa título, um verdadeiro petardo!
Faixas:
D.I.P. - Die In Peace
Real Vision
Inquisition
Pay The Price
Eat Your Brain
total time: 18:30
Formação:
André (bass)
Claudio (drums)
Paulo (vocals)
Fábio (guitars)
Website: www.bloody.com.br.
Eddie Trunk's: Essential Hard Rock and Heavy Metal
Quando percebe, você já está conversando animadamente com o gordinho da mesa ao lado, que também usa uma camiseta de rock, no caso, uma do Black Sabbath. A conversa flui, com histórias sobre música surgindo como água, até que, em um certo momento, você se apresenta para o cara, diz que é brasileiro e que está passando as férias em Manhattan. Seu novo amigo também faz o mesmo, conta que é natural de New Jersey e se apresenta como Eddie. Só então você entende o porque de ter a impressão de que já conhecia seu novo brother: ele é Eddie Trunk, o cara do That Metal Show e um dos mais conhecidos e respeitados jornalistas de heavy metal dos Estados Unidos.
Da paixão juvenil pelo Kiss, passando pela admiração pelo Judas Priest e a amizade profunda com Ronnie James Dio, Eddie Trunk conta de maneira envolvente a sua relação com alguns dos músicos mais importantes do som pesado, ao mesmo tempo em que dá a sua opinião sobre cada um dos grupos abordados.
Além das trinta e cinco bandas destacadas, há um capítulo final com pequenos textos sobre grupos que também foram muito importantes para o gênero na opinião de Trunk, com nomes como Accept, Dokken,Dream Theater, Exodus, Ratt, Saxon, W.A.S.P. e Whitesnake, entre outros.
Escrito pelo apresentador de uma forma ao mesmo tempo leve e divertida, mas sem abrir mão de deixar clara a sua opinião sobre os mais variados assuntos, o livro causa uma identificação imediata com todo e qualquer fã do gênero, principalmente aqueles que já passaram dos trinta anos e viveram a cena da década de 80.
Os trechos onde Trunk fala da sua experiência como vendedor de uma loja de discos e o período em que trabalhou ao lado do lendário Johnny Zazula nos primórdios da Megaforce são muito interessantes e informativos.
Outra característica legal da obra é que cada capítulo aborda uma banda em específico, com Eddie contando a sua relação com o grupo e contextualizando o impacto e a importância daquele nome para o hard e o metal. Além disso, Trunk sempre compõe um tracklist com as suas músicas preferidas de cada banda, com a inclusão de sons nada óbvios nas suas seleções. Eddie também conta curiosidades do fundo do baú sobre cada grupo abordado, justificando o status de expert que possui.
O livro foi impresso todo em papel couché de ótima gramatura, e tem dezenas de imagens do fotógrafo Ron Akiyama, parceiro do radialista e apresentador no projeto. A introdução, escrita por ninguém menos que Rob Halford, é outro destaque.
Dedicado a Ronnie James Dio, de quem Trunk era um grande fã e acabou se tornando um grande amigo – o capítulo que aborda Dio é de longe o mais emocionante do livro -, "Eddie Trunk's Essential Hard Rock and Heavy Metal" é leitura indicadíssima para qualquer pessoa que goste de hard rock e heavy metal. A obra documenta a paixão de seu autor pelo gênero, e tem como principal qualidade a maneira singular com que Eddie Trunk conta a história dos nomes mais importantes do hard e do metal associada a fatos de sua vida pessoal – como já disse antes, a mesma fórmula que o tornou famoso tanto em seu programa de rádio quanto no That Metal Show.
Não há previsão de lançamento no Brasil de "Eddie Trunk's Essential Hard Rock and Heavy Metal", mas tenho a certeza de que se uma editora comprasse os direitos da obra e a colocasse em nossas livrarias, o livro seria um pequeno best seller.
Para terminar, apenas uma palavra: compre!
Matéria original: Collector´s Room