29 de maio de 2011

Um Som Diferente - Pump Up The Volume







Christian Slater é Mark, um rapaz que se muda para uma nova cidade e tem dificuldade de fazer amigos no colégio. A solução é se dedicar a uma rádio pirata instalada em seu quarto Com isso acaba chamando a atenção da moçada. Talvez a trilha mais bacana. Além de “Wave Of Mutilation (UK Surf)” do Pixies traz ainda Sonic Youth, Concrete Blonde, Cowboy Junkies, Soundgarden, Peter Murphy, e Bad Brains tocando "Kick Out The Jams".




Direção: Allan Moyle
Ano:1990Duração: 101 Minutos


Blunt Force Trauma - Cavalera Conspiracy


Por motivos óbvios, foi natural que parte do público ligasse o antigo Sepultura ou o próprio Soufly a "Inflikted", o debut que os irmãos Cavalera liberaram em 2008. Pois bem, agora está chegando ao mercado nacional "Blunt Force Trauma", um sucessor que mostra o Cavalera Conspiracy procurando se estender para além da violência do Thrash Metal, Hardcore e Punk proporcionada por seu antecessor.



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É claro que "Blunt Force Trauma" mantém muitos dos conhecidos elementos nas estruturas de suas composições, em especial o Thrash e Hardcore, e tudo com aquela simplicidade que há tempos se comprovou atraente. Se não há muito espaço para Igor explorar sua fissura tribal, ou os riffs sejam apenas eficientemente genéricos, é nos solos de guitarra onde reside um dos pontos positivos de "Blunt Force Trauma", com Marc Rizzo mostrando definição e explorando as melodias com muito bom gosto.
E essas melodias também estão espalhadas pelo corpo de várias faixas, e empregadas de tal forma que até conseguem amenizar parte a faceta realmente extrema e tão típica de Max. Investindo com força no groove, o resultado é um repertório com um dinamismo que não se encontrava nodisco anterior e, sem ser particularmente inovador ou original, o Cavalera Conspiracy mostrou que vai fazer as coisas como desejar, independente das críticas que surjam por aí.
Assim, desde a muita velocidade de “Trasher”, com algumas passagens tipicamente Death Metal; a mais moderna “I Speak Hate”; "Lynch Mob", que tem como convidado Roger Miret (Agnostic Front) dividindo as vozes com Max, o que a distingue do resto do repertório; ou a excelente “Genghis Khan”, são exemplos de muita diversidade e atrairão os mais variados gostos entre o público.
Curiosamente, Max alardeou por aí que este novo álbum faz com que o "Inflikted" soasse como música pop. Um exagero típico... A realidade é que, mesmo sendo muito agressivo, a adoção dessas tais melodias aí poderão ser um motivo para a discórdia entre as diferentes gerações de fãs. Mas, enquanto alguns ficam discutindo os prós e contras, outros passarão o tempo curtindo "Blunt Force Trauma", que se revelou um discaço!
Contato: www.myspace.com/cavaleraconspiracy
Formação:
Max Cavalera - voz e guitarra
Marc Rizzo - guitarra
Johny Chow - baixo
Igor Cavalera - bateria

Cavalera Conspiracy – Blunt Force Trauma
(2011 / Roadrunner Records - nacional)

01. Warlord
02. Torture
03. Lynch Mob
04. Killing Inside
05. Thrasher
06. I Speak Hate
07. Target
08. Genghis Khan
09. Burn Waco
10. Rasputin
11. Blunt Force Trauma

Zombiegeddon - Day The Dead Walked

Por Thiago Testa

O que seria da cena independente sem o DIY? Numa época onde tudo é digital, pessoas ainda se mexem nos bastidores para lançar discos em formatos físicos e fazer a "coisa andar".



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Foi o caso da "Oh My Gore! Productions" do interior paulista que presenteia os amantes do barulho extremo com essa bela compilação, trazendo bandas de todos os cantos do mundo (Colombia, França, Alemanha, Brasil, só para citar alguns países) urrando palavras de baixo calão nos seus ouvidos; para amantes do Grind, Gore, Death Metal e afins a coletânea é um prato cheio para conhecer bandas novas e ampliar a biblioteca (barulhenta) musical. No total são 18 bandas e 45 faixas em pouco mais de 50 min. desfilando riffs poderosos, gritos absurdos e baterias ultra-rápidas agradando os ouvidos mais apurados e fazendo sua mãe pensar, que mais do que nunca você tem pacto com Satã. A arte da capa é assina por Sérgio Corpsegore, uma das mentes doentias por trás do selo e para conhecer/comprar esse trabalho e outros lançamentos do selo é só clicar em
Pulmonary Fibrosis
01 - Asphyxiating venipunctured mess
02 - Cortex beholds the midian flaps

Clawn
03 - Blessed by fake light

Feces on Display
04 - Suck my dick and comeback to the morgue
05 - Cock and cum (And guts for fun)

Devastação Sob Terror
06 - Campo minado de atos covardes
07 - Seguindo as regras
08 - Consequencia da dor

Gored
09 - Dysfunctions

Putrefaction
10 - Terror Attack

Sengaya
11 - Humanidade grotesca
12 - Sequelas
13 - Sociopata
14 - Terrorista

MxDxKx
15 - Maníaco do xadrez
16 - Retalhados e untados com excremento
17 - Restos mortais de humanos mutilados

PxExNxEx
18 - Puta infecciosa
19 - Stench of a purulent vaginal
20 - Stew of blood and shit

Prey of Chaos
21 - Extreme hate
22 - Despair
23 - One Bullet

Morthax
24 - Obsolete worms army

Necrass
25 - La divoratrice di peli
26 - Verme taglierino
27 - Etrofacus
28 - Pompino all´acqua calda

Terrorgasmo
29 - Gozando em suas tripas
30 - Interbares
31 - Glamour grotesco
32 - Casinha de sítio

Shamatari
33 - Raça humana desgraçada
34 - cabeça esmagada
35 - Pútridos corpos canibais
36 - Extermínio Humano

Human Meat Grinder
37 - Armorgeddon
38 - Retaliation (Deranged cadavers examier 2)
39 - Hallucinated moment of the begin of decomposition
40 - Cadaver of a dead defunct already passed away found in a place where even the terrible diseases catch terrible diseases

Holocausto Canibal
41 - Empalada via espinha dorsal
42 - Fetofilia - Incestuosa sodomia fetal
43 - Possuida pelo grind

Forceps
44 - Autocrat

Gorempire
45 - Sickness

RESENHA: V/A Zombiegeddon - The Day The Dead Walked (2011)
SELO: Oh My Gore! Productions
@thiagobs258

Warrior - Unleashed


A Unleashed sempre trilhou o caminho do death metal sem muitas inovações. Com “Warrior” a coisa não foi muito diferente. Taí uma banda tradicional que faz um som tradicional em seu gênero.



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Começa com uma ótima levada de “War Machine”, acompanhada por riffs bem legaizinhos. A faixa seguinte, “Hellfire”, também capricha nos riffs e aposta em algo cadenciado, porém empolgante. Quando “Mediawhore” se inicia, você pensa que se trata de uma música lenta, mas pouco depois, a banda dá aquela acelerada e impõe umritmo violento à canção. Em “Down Under Ground”, nova surpresa com um excelente riff à lá Black Sabbath, com direito a solo e tudo mais. Grande música!
“My Life for You” é um tanto parada e cansativa, mas depois, retornam à violência sonora com a mais porrada do trabalho, corretamente chamada “Death Metal Victory”, curta e direta. Depois, a coisa volta a ficar mais calma (menos extrema) com “Hero of the Land”.
Ao som de teclados sinistros, começa “Löngt Nio”, que se desenvolve com um inspirado instrumental, lento e até épico, o som mais trabalhado da obra. Muito boa. Depois dela, a ultra-porrada “Born Deranged”, que se desdobra em outros bons arranjos. Novo descanso em “I Have Returned” e seu andamento arrastado, para vir em seguida “Ragnarök” com um bumbo marcante, que indica uma música agonizante.
A penúltima faixa – “Your Pain My Gain” – apresenta guitarras pesadíssimas, com direito a paradinhas, que conduzem a música de forma não muito usual para os padrões da Unleashed. Funcionou. E fechando “Warrior”, outra música com ritmo empolgante, “The End”, com bumbos duplos muito bem utilizados e outro solo bem feitinho.
Falando da obra como um todo, destaques latentes para os riffs bem executados. Já a arte do encarte é um show à parte. A capa é bonita, e ao desdobrá-lo, forma um mini-pôster com uma foto da banda, coisa que eu já não via há anos! Contudo, quando tudo parecia conspirar a favor, vem a produção. Essa sim deixa a desejar, com um som pouco sujo demais, vocal abafado e até certa falta de peso. Para um disco feito à luz dos anos 2000, a gravação que parece meio anos 80 incomodou.
Por fim, em seus mais de 40 minutos de duração do CD, os suecos despejam aquele death competente, porém previsível e meio prejudicado pela qualidade sonora. Para quem procura isso, deleite-se.
TRACKLIST
1. Warmachine
2. In Hellfire
3. Mediawhore
4. Down Under Ground
5. My Life for You
6. Death Metal Victory
7. Hero of the Land
8. Löngt Nid
9. Born Deranged
10. I Have Returned
11. Ragnarök
12. Your Pain My Gain
13. The End

Fonte desta matéria: Som Extremo

Errana - "Lullabies For The Damned Souls"

Por Vitor Franceschini

A banda Errana foi criada em 2002 pela vocalista Winny Pazi e conta na sua atual formação, além de Winny, com Thyago Bacchin (guitarra), William Franchi (teclado), Rodrigo Eduardo (baixo) e Cido Aires (bateria) e faz um Gothic Metal misturado com diversas influências, como Prog e o Doom Metal.



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De lá pra cá a banda lançou um sigle, “Gray Butterfly” de 2008, e uma demo, a excelente “Tears Machine” em 2009. Depois de fazer diversos shows e dividir o palco com nomes como Almah e Xandria, a banda lançou seu debut “Lullabies For The Damned Souls” em 2011.
Confesso que assim que começou a primeira faixa “...Into Insanity” não me empolguei muito, pois a faixa não parece ideal para abrir o álbum. Portanto quando começa a semi-balada “Lost In The Night” temos uma grata surpresa. A faixa mostra um lado mais Prog do grupo e as vocalizações de Winny são belíssimas. Aliás, seu vocal soa bem melhor quando cantando de forma natural, sem as incursões líricas que vemos durante o álbum.
“You Can´t Feel My Pain” vem para comprovar este fato e seu refrão (bem grudento, por sinal) vai encantar os fãs do estilo onde, apesar de saturado, a banda consegue dar sua cara e inovar.
A veia Doom da banda aparece em “Wicked Love”, principalmente no instrumental que tem belos e agonizantes riffs de guitarra. A faixa nos remete aos primórdios do Gothic Metal, assim como fazia nomes como Theatre of Tragedy e Tristania. Belíssima.
Em “In My Dreams”, a mais pesada do disco, o Doom Metal dá suas caras, principalmente com as vocalizações guturais que contrasta com a voz de Winny.
O álbum ainda conta com duas faixa bônus, a regravação de “She Courtier” e um cover para "Scarborought Fair" de Simon & Garfunkel, que ficou ótimo, lembrando a original mas com a cara da Errana.

Heirs To Thievery - Misery Index

Por Alexandre Fernandes

Esse quarteto de Baltimore, EUA, lançou em 2010 seu 4º trabalho de estúdio (sem contar os LP’s e Split’s), um show de brutalidade. É pancada atrás de pancada, sem precisar apelar à recursos duvidosos, um mal que faz muitas bandas novas falharem.



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Aqui tudo flui naturalmente no Death Metal afiaddíssimo destes caras. Em plays anteriores, flertavam mais abertamente com o grindcore, estilo que hoje só dá as caras raramente. Mas isso não deixou de forma o som mais leve, se é isso que você está pensando. Basta começar a rolar a primeira faixa, e se vai por terra a desconfiança.
“Embracing Extinction” já começa lá em cima, e dá uma idéia do que vem pela frente: muita velocidade, alguma cadência, uma ou outra pequena melodia.
Em seguida, vem a minha preferida: “Fed The Wolves”, quem tem um dos melhores trabalhos de guitarra do cd. Cortesia da dupla Sparky Voiles (que gravou o CD e já não faz mais parte do line-up) e Mark Kloeppel, que também faz as vezes como um dos vocalistas.
O outro vocalista, que assume a maioria dos urros, é o baixista Jason Netherton, ex-Dying Fetus. No baixo, não tem grande destaque no CD – cujo próprio estilo musical não favorece tanto assim o instrumento, e a produção por aqui não fez muita questão disso. Agora, enquanto vocalista, seus vocais rasgados, fortemente influenciados pelo Hardcore, fazem uma dupla ótima com Kloeppel, dono de um gutural mais grave.
As faixas são curtas, atingindo uma vez apenas a casa dos 4min, no caso de “The Seventh Cavalry”, um death metal mais cadenciado, bem ao estilo old school, que por sinal influencia bastante o som desta banda, que em momento nenhum deixa de lado que é uma banda moderna. Uma dessas características modernas que é usada são os famigerados breakdowns, que aqui são usados de forma mais racional e funcionam muito melhor do que em bandas de metalcore/ deathcore por aí – basta dar uma ouvida em “The Spectator”.
Agora, se formos falar em destaque, aqui ele fica por conta do excelente baterista Adam Jarvis. Esse cara é um monstro nas baquetas – e nos bumbos duplos. Seja mais tecnicamente (como na introdução de “Sleeping Giants”), ou seja na velocidade, ele prova que realmente merece o posto como um dos melhores bateristas da música extrema naturalidade. O que parecia difícil aconteceu aqui, e Jarvis parece mostrar um trabalho melhor que o outro a cada novo CD.
As letras são outro aspecto interessante, e realmente valem a pena ser lidas enquanto se ouve o som. Fogem um pouco daquele lugar-comum de falar sobre ódio, mortes, sangue, religiões, etc.
Ponto negativo? A duração, que só me deixou ansioso por outro CD. E a produção, que já foi melhor em lançamentos anteriores – “Discordia” tem uma produção impecável. Mas isso mal é notado, frente a tantas qualidades.
Com certeza, figura na minha lista de melhores lançamentos da música extrema em alguns bons anos.
Tracklist:
01. Embracing Extinction
02. Fed To The Wolves
03. The Carrion Call
04. Heirs To Thievery
05. Spectator
06. Illuminaught
07. The Seventh Cavalry
08. Plague Of Objects
09. You Lose
10. Sleeping Giants
11. Day Of The Dead

Degenerating Anthropophagical Euphoria - Putridity


Se “Paradogma”, da banda Hour of Penance, definitivamente colocou a Itália no mapa da cena extrema mundial no ano passado, esse aqui, meus amigos, veio para reforçar o fato em 2011. E sim, podem apostar que esses desumanos conseguiram fazer algo ainda mais brutal do que o H.O.P..



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Vou confessar uma coisa: literalmente julguei pela (linda) capa... e acertei em cheio! Quando você dá o play no disco, tem a impressão de que um grande terremoto se iniciou em seu ouvido. Nunca se desejou tanto uma tragédia sonora dessas. Fabuloso! Chega a ser absurdo o grau de brutalidade que a banda atingiu. Fenomenal, e melhor, muito bem gravado.
O vocalista Paolo é excelente. O timbre lembra um pouco o de Matti Way, do Disgorge americano. Quanto às guitarrascom baixa afinação e baixo bem metalizado, fazem seu trabalho, sem contudo haver um solo sequer. Pecaram nisso. E sem dúvidas, quem rouba a cena é o insano baterista Davide. O cara é técnico e muito, muito veloz.
E sai debaixo, que o álbum é pedrada... melhor dizendo, é uma avalanche de uma ignorância sem tamanho. Não há destaques. É impossível.
Eles mostram que não é só fazer barulho que conta, mas sim ter qualidade no que apresentam. Pois é, meus amigos, pode ser uma ousadia minha, mas declaro que o negócio aqui é um dos melhores álbuns de brutal death já lançados.
Podre, desgraçado, maravilhoso! Quando você acha que já conheceu tudo de brutal, aparece o Putridity. Na verdade, a banda já tem outros full-lengths, mas esse é o mais mortal. Um play que atordoa. Altamente indicado para fãs de Hate Eternal, Krisiun antigo e o próprio Hour of Penance. Você não sairá incólume a esse “Degenerating Anthropophagical Euphoria”. Muito impressionante e mais do que recomendado.
Só para dar o gostinho, 2 atrocidades do baterista Dave tocando as músicas “Pursue the Suicidal Breed” e “Molesting Vomited Decapitation”, do álbum “Mental Prolapse Induces Necrophilism” (2007).
PUTRIDITY- Degenerating Anthropophagical Euphoria
Willowtip – 2011 – Itália

TRACKLIST
1. Cannibalistic Post Climax Flesh Consumption
2. Sodomize Epileptic Chunks
3. Masturbating The Infibulated
4. Syphilc Menstrual Rejection
5. Wallowing In Aftermaths
6. Euphoric State Of Dementia
7. Innate Butchery Aptitude
8. Draining Necro Anal Disgorgement
9. Living Decomposition
Fonte desta matéria: Som Extremo

Khaos Legions - Arch Enemy


"Khaos Legions", oitavo álbum do Arch Enemy, traz a banda dos irmãos Michael e Christopher Amott em uma encruzilhada. Apesar de alguns momentos que valem a pena, no geral o disco mostra o grupo sem inspiração e refém do estilo que construiu.



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Produzido pela própria banda e por Rickard Bengtsson – o mesmo de "Doomsday Machine", de 2005 -, "Khaos Legions" é o primeiro trabalho de inéditas do Arch Enemy desde "Rise of the Tyrant", de 2007. Ou seja, após quatro anos de silêncio – período no qual a banda lançou o ao vivo "Tyrants of the Rising Sun: Live in Japan" (2008) e o disco de regravações "The Root of All Evil" (2009) -, esperava-se algo matador, o que, infelizmente, não acontece.
O vocal de Angela Gossow, que ao ingressar no grupo apontou os holofotes sobre a banda – afinal, continua não sendo nada comum um grupo de metal extremo contar com vocais femininos -, deixou há muito tempo de ser uma mera característica diferente e que despertava a curiosidade, alcançando reconhecimento da crítica especializada e dos fãs. Porém, a performance de Angela é justamente um dos pontos fracos de "Khaos Legions", com linhas repetitivas e apagadas que, na maioria das vezes, servem apenas para ocupar espaço entre os riffs e solos de Michal e Christopher.
Como de costume, as guitarras são o destaque principal. Os riffs trazem melodias marcantes em profusão, enquanto os solos demonstram, mais uma vez, o quanto os irmãos Amott estão alguns níveis acima da grande maioria.
Após uma pequena introdução, a já conhecida “Yesterday is Dead and Gone”, primeiro single, abre os trabalhos de maneira convincente. “Bloodstained Cross” vem na sequência e entrega boas melodias de guitarra, enquanto “Under Black Flags We March” traz a banda tentando sair de sua zona de conforto. Outros bons momentos acontecem em “Vengeance is Mine” e “Cruelty Without Beauty”, essa última com a melhor performance vocal do disco.
Do outro lado da moeda, temos faixas que vão do nada para lugar nenhum. O maior exemplo é “No Gods, No Master”, dona de uma melodia pop que soa mais pesada devido ao vocal gutural, mas na verdade é uma composição fraca e repetiviva, que coloca na roda todas as fórmulas utilizada pelo Arch Enemy em discos anteriores com um brilhantismo muito maior – até a 'paradinha climática' entra no jogo, pra vocês terem uma ideia. Só para citar mais uma, “Secrets” é outra com momentos constrangedores, com uma melodia de guitarra totalmente derivativa e digna de vergonha alheia.
Fechando o play, uma regravação para a clássica “The Zoo” do Scorpions, que apesar da bem-vinda dose extra de peso ficou totalmente deslocada na voz de Angela Gossow.
"Khaos Legions" transmite uma sensação de vazio para o ouvinte, e ainda que conte com alguns raros lampejos isolados, não acrescenta nada à carreira do Arch Enemy. Resumindo: um disco decepcionante, fraco e que passa batido na até então consistente discografia do grupo.
Faixas:
1 Khaos Overture (Instrumental)
2 Yesterday Is Dead and Gone
3 Bloodstained Cross
4 Under Black Flags We March
5 No Gods, No Masters
6 City of the Dead
7 Through the Eyes of a Raven
8 Cruelty Without Beauty
9 We Are a Godless Entity (Instrumental)
10 Cult of Chaos
11 Thorns in My Flesh
12 Turn to Dust (Instrumental)
13 Vengeance Is Mine
14 Secrets
15 The Zoo
16 Snow Bound (Acoustic)

Stigma Of Delusion - Sacrario


É, parece que o Sacrario resolveu correr atrás do tempo perdido... Gaúcho de Porto Alegre, o grupo foi formado em 1992 e passou por tantos problemas que foi forçado a uma inatividade que se arrastou por oito anos, tanto que somente conseguiu estrear com "Catastrophic Eyes" em 2007, disco que já estava pronto e engavetado desde a década anterior. E agora toda a persistência está culminando em seu segundo álbum, "Stigma Of Delusion".



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"Stigma Of Delusion" é sinônimo de paixão e compromisso com a proposta Thrash Metal, onde os integrantes aperfeiçoaram suas capacidades e revelam uma musicalidade naturalmente mais madura e técnica, procurando se esquivar de um perfil excessivamente convencional ao investir em várias passagens com o extremismo típico do Death Metal, amplificando ainda mais o peso inerente ao estilo.
A gravação ficou aos cuidados da própria banda e convence pelo um áudio estar devidamente atualizado, impedindo que o tradicionalismo das composições as tornem datadas. Muito bom! Em quase uma hora de muita distorção, com excelentes linhas vocais que mais parecem vociferações, guitarras bem exploradas e uma seção rítmica pulsante, o repertório revela ótimas faixas como a abertura que dá nome ao disco, "Covenant" (remete aos primórdios do Annihilator!) e a matadora "From The Ashes We Rise", o melhor exemplo em mesclar Thrash e Death Metal.
Neste mundo cada vez mais volátil, chega a ser reconfortante saber que pelo menos uma coisa não vai mudar tão cedo: a qualidade dos novos lançamentos nacionais. "Stigma Of Delusion" é um trabalho muito bem-sucedido, que conta com a distribuição da guerreira Voice Music e se mostra um item totalmente recomendável aos amantes do Thrash Metal que transpira rebelião, tanto que o Sacrario está participando da seletiva do Rio Grande do Sul do W:O:A Metal Battle-Brasil 2011.
Contato: www.myspace.com/sacrariobr
Formação:
Fabbio Webber - voz e guitarra
Ricardo Lemos - guitarra
Gustavo Stuepp - baixo
Éverson Krentz - bateria

Sacrario - Stigma Of Delusion
(2011 / Voice Music - nacional)

01. Stigma Of Delusion
02. Reborn In Chaos
03. From The Ashes We Rise
04. Covenant
05. God Against God
06. Infernal Paranoia
07. Insane Meaning
08. Deliverance
09. Frozen Dusk
10. Back For Blood
11. Euthanasia
12. Trauma

Big Dogz - Nazareth

Por Ricardo Guilherme

“Nunca julgue uma pessoa por sua aparência”. Ou, se você preferir, “as aparências enganam”. Seja qual for a frase de sua preferência, a experiência de vida de um fã da banda Nazareth certamente já lhe mostrou que esse é um pensamento sábio.



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Agora lhe digo algo um pouco diferente: nunca julgue umálbum por sua capa. Isso vale 100% quando o assunto é “Big Dogz”, o 22º álbum de estúdio destes simpáticos e competentes escoceses. A imagem trazida na capa do álbum (uma espécie de Scooby-Doo zangado, com quatro cabeças) transmite, a princípio, a impressão de um trabalho tosco e feroz, feito para aqueles que não se importam muito com letras, harmonias e melodias, mas sim com decibéis de potência.
Ledo engano. O Nazareth  sempre foi uma banda muito versátil, que, embora seja reconhecidamente adepta do hard rock, passeou por vários estilos musicais durante sua carreira. No entanto, o grupo nunca foi tão "blues" como em Big Dogz.
Calma, isso não é ruim!
Sim, existem músicas pesadas, como a engraçada "No Mean Monster" e a explosiva "Watch Your Back", mas o que realmente encanta no álbum é a beleza dos arranjos e a interpretação dos músicos, sobretudo a voz (cada vez mais rouca) do senhor Dan McCafferty, que, aos 64 anos, ainda impressiona.
Em "Big Dogz", Dan já não usa tanto sua extensão vocal, mas mostra ter desenvolvido novas habilidades. Agora, ele canta menos com a voz e mais com a alma, bem ao estilo blues. Em "When Jesus Comes To Save The World Again" e "Butterfly", Dan nos emociona com interpretações marcantes. Axl Rose soube realmente escolher um bom ídolo.
O talento dos outros músicos também se faz presente, embora o grande destaque seja mesmo McCafferty. Seu amigo Pete Agnew mostra um belo entrosamento com o baixo em várias músicas, especialmente na faixa de abertura "Big Dogz Gonna Howl". Também se destaca nos "backing vocals", ao lado de seu filho Lee e do guitarrista Jimmy Murrison. Murrison, aliás, carrega o peso de substituir ótimos guitarristas, mas fez aqui um trabalho muito maduro, esbanjando técnica, não apenas com seu instrumento, mas também na co-produção do álbum.
É difícil dizer até quando Dan e Pete continuarão na estrada. A co-produção, entregue a Jimmy, e as composições, todas creditadas a Lee, dão a impressão de que os veteranos pretendem transmitir em breve aos novatos a “marca” Nazareth. Só nos resta torcer para que, quando o fizerem, deixem substitutos à altura, o que não será nada fácil.
Outra coisa interessante: é difícil acreditar que o (ainda jovem) baterista Lee Agnew tenha realmente composto todas as músicas sozinho. As letras de algumas delas exigem muita maturidade (de vida) e remetem a um claro saudosismo, como o sucesso em potencial "Radio". Dan e Pete devem, sim, ter participado das composições. Estão apenas abrindo mão das autorias. E também as portas do Nazarethpara a chegada de sua segunda geração.
"Big Dogz" deve ser lançado no Brasil nos próximos dias. Ao menos, já consta no site da Hellion Records como CD nacional.
É mais um álbum de estúdio de uma lenda viva do rock, que já possui quase meio século de estrada. Você pode gostar ou não. Só não dá para deixar passar em branco.
Track List:
Big Dogz Gonna Howl
Claimed
No Mean Monster
When Jesus Comes To Save The World Again
Radio
Time and Tide
Lifeboat
The Toast
Watch Your Back
Butterfly
Sleeptalker

Black Sun - Primal Fear

Por Diego Cesar Bortolatto Simi

O Primal Fear, banda alemã de Power Metal formada no final dos anos 90, por meio da Nuclear Blast lançou em 2002 um álbum de altíssima qualidade e que vem sido totalmente esquecido no repertório de seus shows. Trata-se de Black Sun - sucessor do aclamado álbum “Nuclear Fire” (2001) – e que segundo o líder e baixista Mat Sinner em algumas entrevistas, não é seu álbum favorito, embora na opinião da maioria dos fãs seja um álbum repleto de clássicos com a banda em seu auge.



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“Black Sun” é um disco conceitual e conta a história de uma viagem a um planeta misterioso que leva o nome deste cd. Realmente, a temática e o clima das músicas aponta para algo futurístico. Musicalmente falando, o som do Primal Fear nesse registro é bem reto e ao mesmo tempo variado, ou seja, a sonoridade sempre vai ser um Power Metal vigoroso e muito pesado, mas sempre vai apresentar trechos com outras influências, e é isso que torna o álbum muito mais interessante.
A abertura fica por conta da pesada intro “Countdown to Insanity”, já emendada pela clássica “Black Sun”. A música começa com riffs pesados e chega num refrão extremamente empolgante com Ralf Scheepers mostrando toda sua potência e feeling nos agudos, seguido por um harmônico solo de guitarra, mostrando ótimas influências vindas do Metal Melódico no som da banda. “Black Sun” é disparada a melhor música desse CD e talvez a melhor faixa-título da banda.
Sem deixar o nível cair, a Águia de Metal já manda em seguida outros dois petardos: “Armageddon” e “Lightyears From Home”. A primeira é mais cadenciada e novamente é marcado pelo desempenho do excelente vocalista Ralf Scheepers com seus agudos devastadores. Já a segunda música mostra novamente as influências do Metal Melódico com o baterista Klaus Sperling arregaçando nos bumbos duplos e a dupla de guitarristas Stefan Leibing e Henny Wolter entrando seus empolgantes riffs e solos dobrados.
Outro destaque deste disco é “Revolution”. Pesada, com riffs mais voltados para o Heavy Metal praticado pelo JUDAS PRIEST. Aliás, muitos comparam o vocalista Ralf Scheepers com Rob Halford, falando até que Ralf é uma cópia barata do Metal God. Na verdade, pode-se dizer que Ralf Scheepers se inspira no ídolo Rob Halford, mas o timbre de voz de Ralf é bem diferente do mestre Rob Halford e é um ótimo timbre, o que torna-o um excelente vocalista.
O disco ainda conta com a melódica “Mind Control” e a pesadíssima e agressiva “Fear”, onde Mat Sinner arrebenta com seu baixo, beirando quase ao Thrash Metal no começo. Aliás, Mat Sinner é um ótimo baixista e toca de um jeito que deixa o som do Primal Fear ainda mais pesado e intenso.
Certamente o "Black Sun" é um dos melhores, se não o melhor cd do Primal Fear e com certeza é o mais injustiçado da carreira da Águia de Metal por eles próprios. "Black Sun" foi o play que fez com que eu me tornasse fã da banda e com certeza se eles incluíssem pelo menos três músicas desse disco em seu set-list, o show dos alemães iria se valorizar 100% mais.
Track list:
01- "Countdown To Insanity" – 1:43
02- "Black Sun" – 4:02
03- "Armageddon" – 4:05
04- "Lightyears From Home" – 4:40
05- "Revolution" – 4:02
06- "Fear" – 4:20
07- "Mind Control" – 4:58
08- "Magic Eye" – 5:16
09- "Mind Machine" – 5:37
10- "Silence" – 4:39
11- "We Go Down" – 5:53
12- "Cold Day In Hell" – 4:10
13- "Controlled" – 3:36

Line-up:
Ralf Scheepers – vocal
Henny Wolter – guitarra
Stefan Leibing – guitarra
Mat Sinner – baixo
Klaus Sperling - bateria

Extermination Is Right (EP) - Pervencer


Banda brasileira de death metal técnico, algo ainda não muito comum por aqui. Já saem na frente por esse fato. Mas a Pervencer também bebe muito do bom thrash. Outras influências dos paulistas: Necrophagist, Decapitated, Death e Cannibal Corpse, citando algumas. Bom assim, né? E consta também que passam pela escola do metal progressivo. Enfim, uma salada ousada e que dá bons resultados.



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Logo de cara, fica claro que não são daquelas bandasquerendo ser a mais extrema e veloz do universo. Ao invés disso, prezam pela qualidade e boa estrutura das músicas. Até há momentos de pura velocidade, mas são poucos.
“Destruction of Your Body” começa o EP com bumbos marcantes, compassados com o ritmo da música. É quebradona e cheia de diferentes levadas. Em seguida, vem “Hypocrisy”, outra canção muito bem trabalhada, e cujo destaque mais uma vez é o par de bumbos do baterista Fábio Amaro. A faixa seguinte – “The Real Nightmare” – mantém o Pervencer na complexidade musical a que se propuseram, com o baixista Nando Ferreira dando um show com seu instrumento. No final do som, a banda mostra seu lado mais agressivo com uma pegada mais porrada. E fechando o EP, temos “Disease”, a mais direta e furiosa do trabalho.
A capa é um espetáculo, assim como o logotipo da banda. Infelizmente, não vieram as letras, mas segundo o release enviado, as temáticas abordam política, guerra, história e ufologia. A gravação é boa, algo exigido para o estilo que a banda se propõe a fazer.
De maneira geral, a Pervencer agrada fãs de diferentes estilos de música extrema. O que mais chama a atenção na totalidade da obra são os riffs e solos, sempre caprichados. Em compensação, o vocal é até macabro, mas parece um pouco rouco e soa meio sem peso em relação ao instrumental. Pode ser apenas impressão do que aqui resenha, mas é algo que se releva perto do grande resultado desse “Extermination is Right”.
Eles também gravaram um clipe muito bem produzido de “Destruction of Your Body”, que pode ser conferido abaixo.
TRACKLIST
1- Destruction of Your Body
2- Hypocrisy
3- The Real Nightmare
4- Disease

Pervencer – Extermination is Right (EP)
Independente – 2011 - Brasil

pervencer@gmail.com
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Fonte desta matéria: Som Extremo