16 de maio de 2011

Atravessando a Ponte: o Som de Istambul - Crossing The Bridge - The Sound Of Istanbul - 2005






Um músico e compositor europeu lança-se à descoberta da diversidade musical de Istambul. Um amante das experiências do som, Alexander Hacke (da Banda alemã Einstürzende Neubauten) vagueia pelas ruas de Istambul com o seu estúdio de gravação portátil para reunir um retrato inspirado da música turca. A sua viagem leva à descoberta de uma variedade de estilos como a electrónica moderna, o rock e o hiphop ou o clássico “arabesco”.
Enquanto deambula por este mundo sedutor, Alex coleciona impressões e temas de artistas como a banda neo-psicadélica Baba Zula, Djs Orient Expressions, o clarinetista Selim Sesler, a cantora folk Brenna MacCrimmon ou o cantor curdo Aynur, entre outros.

Accept (Carioca Club, São Paulo, 15/05/11)


Quando estive nesse mesmo Carioca Club no dia 07 de maio para fazer a cobertura do show do vocalista alemão UDO Dirkschneider, foi curioso receber na porta um panfleto de propaganda da banda que iria se apresentar no domingo seguinte, no mesmo local.


Era nada mais, nada menos, do que um panfleto de divulgação do show do ACCEPTbanda fundada por UDO, que há anos segue carreira solo. Mas se UDO veio agora em 2011 ao país pela segunda vez, dia 15 de maio vai ficar marcado na história como a primeira apresentação dos alemães do ACCEPT no Brasil!
Contando com seu novo vocalista, Mark Tornillo, oACCEPT voltou à mídia em 2010 com o lançamento do álbum “Blood Of The Nations”, sucesso de crítica e vendas. Depois de anos sem lançar material novo, oACCEPT se renovou com o ótimo “Blood Of The Nations” e saiu em turnê mundial, fechando a etapa sulamericana com a apresentação de São Paulo.

No horário anunciado para início do show (20hs), ainda havia muita gente entrando no Carioca Club e os músicos só foram mesmo subir no palco com 40 minutos de atraso, já com “casa cheia”. UDO teve bom público em São Paulo, mas ficou claro que os fãs, em meio a tantos shows internacionais, preferiram guardar dinheiro para ver o ACCEPT pela primeira vez (como dito acima, UDO já havia passado pelo país com sua banda solo) – o Carioca Club teve lotação máxima!
Com “Teutonic Terror” e “Bucket Full Of Hate”, duas canções do mais recente álbum, o ACCEPT abriu a noite. Privilegiados aqueles que estiveram presentes no show, porque de cara se percebeu que seria uma apresentação com sonoridade perfeita (assim como foi o show do UDO, vale frisar). Volume alto, com muito peso, velocidade e agressividade nas músicas.
Mark, Wolf, Peter e Stefan foram implacáveis com os brasileiros! Músicas para bater cabeça, levantar os punhos, aplaudir de pé, fazer chifres com os dedos, enfim, cada um reagiu de um jeito, mas ninguém ficou parado um instante sequer.
Logo depois de “Breaker”, o vocalista Mark disse o primeiro “obrigado” da noite e aproveitou para anunciar o que todo mundo já logicamente sabia: o guitarrista Herman Frank, devido a uma queda ocorrida no show do Texas, no dia 07 de maio, fraturou costelas e pulmão e teve de ser internado no hospital, deixando de seguir com a banda no restante da turnê. Por esse motivo o show de São Paulo não contou com Herman, mas como disse Mark ao anunciar a ausência, “o show deve continuar” e por isso o ACCEPT não desmarcou suas apresentações na América Latina.
Se as músicas de “Blood Of The Nations” empolgaram ao vivo, sucessos como “Metal Heart”e “Princess Of The Dawn” fizeram o público vibrar e acompanhar os músicos com palmas e coro de “oh, oh, oh, oh” e “ei, ei, ei”. Ficou bonito de ver. Sem contar ainda com a ótima “Aiming High”, que fez todos os fãs apontarem o dedo para o alto, em alusão ao título da música (“Mirando Alto”), além “Amamos La Vida”, do álbum “Objection Overruled”, a balada da noite. Realmente um set list muito bem escolhido! Desse álbum ainda foi tocada “Bulletproof”, que teve como atração adicional um duelo de Peter e Wolf: baixo versus guitarra, nota a nota. Músicos incríveis em um cena que ficará na memória do público.
Para fechar, a escolhida foi a recente “No Shelter”, que intercala momentos mais pesados com outros nem tanto, tornando-se ótima pedida para performances ao vivo. Por volta de 22:10h, os músicos deixaram o palco e voltaram com um “bis” arrasador. Primeiro a famosa introdução da música alemã “Ein Heller und ein Batzen”, cortada alguns segundos depois pelo grito do vocalista e os riffs de guitarra da veloz “Fast As A Shark”, que desencadeou algumas rodas de mosh na pista do Carioca Club. Depois a excelente “Pandemic”, do álbum “Blood Of The Nations” e para completar aquela que todos sabiam que ficaria para o final: “Balls To The Wall”.
Encerramento matador e ensurdecedor para uma noite de Metal digna de lavar a alma. O ACCEPT demorou uma eternidade para vir ao Brasil, mas veio e trouxe música de qualidade na bagagem, não deixando o show esfriar nem por um minuto. Parabéns ao vocalista Mark que faz ótimo trabalho à frente do ACCEPT, afinal não é fácil substituir à altura um mestre como UDO. Tem uma voz potente e consegue reproduzir os gritos característicos da sonoridade que marcou a carreira do ACCEPT, estando em perfeito entrosamento com Wolf, Peter e Stefan, que tiveram performances irretocáveis no palco do Carioca Club.
Felizes daqueles que como eu puderam ver praticamente na mesma semana UDO e ACCEPT, em dois shows incríveis! Longa vida ao ACCEPT e que o retorno da banda não demore tanto quanto demorou essa primeira visita ao Brasil...
Agradecimentos a Negri Concerts pela atenção e credenciamento.
Banda:
Mark Tornillo - vocal
Wolf Hoffmann - guitarra
Peter Baltes - baixo
Stefan Schwarzmann - bateria

Set List:
1. Teutonic Terror
2. Bucket Full of Hate
3. Starlight
4. Breaker
5. New World Comin'
6. Restless and Wild
7. Monsterman
8. Metal Heart
9. Amamos La Vida
10. Neon Nights
11. Bulletproof
12. Losers and Winners
13. Aiming High
14. Princess of the Dawn
15. Up to the Limit
16. No Shelter

Bis:
17. Fast as a Shark
18. Pandemic
19. Balls to the Wall

Ian Anderson (Credicard Hall, São Paulo, 14/05/11)


Quatro anos após sua última passagem por São Paulo, na ocasião como JETHRO TULL, Ian Anderson retornou à cidade para apenas um show, que foi divulgado como acústico. Diferentemente no anúncio, o músico, de 63 anos, surpreendeu o grande público que compareceu ao Credicard Hall com uma apresentação totalmente 'plugada' e repleta de sucessos de sua banda, considerada ícone do Rock Progressivo.


Sem a tradicional pontualidade britânica (vale lembrar que Ian Anderson é escocês), o show começou com 20 minutos de atraso. Por se tratar de um evento realizado em pleno sábado e com o público formado em sua maioria por casais e famílias, este fato não gerou qualquer tipo de desconforto. Aliás, logo na primeira música, "Living In The Past", Ian Anderson e sua banda - formada por Florian Opahle (guitarra), David Goodier (baixo), Scott Hammond (bateria) e John O' Hara (teclado) - conquistaram a todos com uma aula no que diz respeito à harmonia, arranjos e, é claro, carisma. Na seqüência, com uma introdução de gaita, "A New Day Yesterday" abriu caminho para a breve saudação de Sir Anderson. "Olá, boa noite! Essa é muito antiga, de 1971, do álbum 'Aqualung'", disse o flautista antes de emendar a maravilhosa "Up To Me".
Para a surpresa (e alegria) da maioria, o show não foi acústico como havia sido divulgado. Totalmente 'plugados', Ian Anderson e banda presentearam os fãs com uma nova e ótima canção: "Hare In The Wine Cup", destacada pelo bandolim e seu ritmo Indiano.
Após a apresentação dos músicos, outro clássico do JETHRO TULL deu as caras: "Songs From The Wood", do álbum homônimo de 1977. Se nesta altura do campeonato o tecladista John O' Hara já merecia uma atenção especial, ela só aumentou quando "Prelude In C Major", de ninguém menos que Johann Sebastian Bach, foi apresentada em versão reduzida, servindo de introdução para a instrumental "Boureé", também do maestro alemão, mas com novos arranjos criados por Ian Anderson.
A primeira parte da apresentação foi encerrada com a conceitual "Thick As A Brick", de 1972, que teve sua versão estendida por conta da inclusão de "The Poet And The Painter" e "Toccata And Fugue".
Antes da mini-maratona de clássicos, Ian Anderson apresentou mais uma nova canção, "A Change Of Horses", composta há dois anos. Mesmo como a qualidade indiscutível do material tocado ao vivo e 'plugado', o público sentia a falta de mais clássicos. Após as primeiras notas de "My God", a galera foi ao delírio com o 'Lado B' mais famoso do JETHRO TULL. Em seguida, a linda balada "Budapest" e o maior sucesso da banda, "Aqualung", fecharam o 2º set da melhor maneira possível, tanto que boa parte do público, já satisfeito, foi embora antes do Bis. Uma pena, já que, obviamente, seria impossível terminar um show de Ian Anderson sem a pesada e ao mesmo tempo delicada "Locomotive Breath", que, com apenas quatro minutos e meio de duração, conseguiu juntar todos os elementos musicais que resumem a genialidade do JETHRO TULL.
JETHRO TULL em São Paulo
Credicard Hall - 14 de Maio de 2011
Duração: 1h45

1º Set
- Living In The Past
- A New Day Yesterday
- Up To Me
- Hare In The Wine Cup
- Songs From The Wood
- Prelude In C Major (Bach) / Bouree
- Thick As A Brick / The Poet And The Painter / Toccata And Fugue

2º Set
- A Change Of Horses
- My God
- Budapest
- Aqualung

Bis
- Locomotive Breath

U.D.O. (Let It Beer, São Luís, 08/05/11)


Mais uma vez, São Luís teve a ilustre visita de mais uma das lendas do Heavy Metal, deixando claro, a cada dia que a cidade está passando por um ótimo momento. Udo Dirkschneider levou os fãs maranhenses a loucura com uma incrível, apresentação, recheada com clássicos do Accept e de sua carreira solo.


O show estava marcado para um domingo às 18:00 na casa de shows Let It Beer, o que já limitaria bastante o número de fãs que poderiam ir, mas devido a alguns problemas não esclarecidos, os portões só foram abertos em torno das 22:00. Devido a esse atraso, a banda maranhense Jack Devil teria que tocar depois de Udo, o que não seria um problema se o show fosse em um outro dia.
Com uma platéia explodindo de ansiedade e com um calor infernal, a banda sobe ao palco tocando The Bogeyman e Dominator, dando um gostinho do que ainda iria rolar naquela noite. Apesar da data um tanto complicada, houve um grande número de pessoas no local.
Era claro, ao longo do show, que muitas pessoas ali não conheciam as músicas da carreira solo de UDO, mas o público não fez feio e cantou com gosto algumas poucas músicas, mas nada que prejudicasse ou desanimasse a banda. A banda de Udo, formada por Igor Gianola e Stefan Kauffman nas guitarras, Fitty Wienhold no baixo e o baterista Francesco Jovino, se mostrou bem carismática, principalmente Igor Gianola, que estava sempre em contato com público.
Com a galera suando em bicas, a banda detonou com The Bullet and the Bomb, Restless and Wild e Son of a Bitch em sequência e dando uma parada para acalmar os ânimos com um belo solo de guitarra de Igor Gianola, um verdadeiro show-man.
Estiveram presentes no set list grande clássicos do Accept como Midnight Mover, e Princess of the dawn. Para finalizar em grande estilo, Metal Heart, cantada por todos, até quem não conhecia banda, Holy e Balls To The Wall que causou histeria coletiva no local.
Apesar dos problemas, que não foram suficientes para prejudicar a apresentação principal, e de faltarem 3 músicas do set list original, esse foi um show histórico e que vai ficar na memória de todos que estiveram presentes.
SET LIST:
1-The Bogeyman
2-Dominator
3-The Bullet And The Bomb
4-Restless and Wild
5-Son of a Bitch
6-Vendeta
7-Princess Of the Dawn
8-Solo de guitarra
9-Midnight Mover
10-Man and Machine
11-Animal house
12-Holy
13-Metal Heart
14-Balls to The Wall

The Ritual Has Begun... - Beltane

Por Debora Behar



Imagem

O Paraná continua sendo um celeiro de boas bandas. Vindos de Irati a banda Beltane lança seu primeiro trabalho, o excelente demo CD intitulado THE RITUAL HAS BEGUN...
A formação conta com Marco Nascimento (Vocal), Ricardo Marques (Guitarra), Arthur Pöttker (Ritual), Marcelo (Bateria) e Koshiro Kato (Baixo). Fazendo um Heavy Metal tradicional de primeira linha com influências de MANOWAR, SKYCLAD, NWOBHM, música clássica e celta, o BELTANE trás uma temática bastante original para bandas brasileiras. Suas letras falam de paganismo e da cultura Wicca, inclusive o próprio nome da banda é o de um Sabbath pagão.
O CD começa com uma narração grandiosa criando um excelente clima para as composições que vem a seguir. O disco trás quatro faixas com destaque para a música Fires of Beltane com um excelente refrão. Destaques para o ótimo trabalho de guitarras. O vocal de Marco Nascimento, que canta com bastante originalidade fugindo dos clichês melódicos e para a cozinha que demonstra bastante maturidade musical.
Dando um exemplo para as outras bandas e mostrando que a Cena Metálica deve se unir para crescer, o BELTANE chamou para participar do seu CD, Eduardo Marques (DRAGONHEART) e André Fabian (STEEL WARRIOR).
Atenção gravadoras fiquem atentas, o BELTANE está pronto para alcançar voôs mais altos.

Last Tale Of Eternity - Delight


Antes de lançar seu último CD, (“Anew”), os poloneses do Delight lançaram este DVD, com um show registrado em Abril de 2003 em sua terra natal, Cracóvia. Trata-se de um show completo da banda, mas uma farta quantidade de extras, que incluem aparições no festival Metalmania 2003, e várias faixas de áudio (além das já tradicionais biografia, discografia e galeria de fotos),além de entrevistas, apenas com a vocalista Paulina Maslanka, uma senhorita de boa aparência.



Imagem

O show ocorreu no Transylvania Pub, um local pequeno, mas com um bom público, que viu uma banda energética e que mistura gótico com metal (algo bem original, mas com muita competência). “The Hand” e “The Falling Tale” são ótimas músicas, com riffs fortes e o vocal bem colocado de Paulina. A banda ainda mistura sons mais modernos em faixas como “Spring Day”, “Carving The Way” e “Backyards”.
Vale ressaltar a boa presença de palco do quinteto, além da performance convincente de Paulina, que esbanja sensualidade. Quem gosta de peso vai se deliciar com “Stained Glass”, e “Nymphea”. Outros grandes momentos incluem a excelente “Sombre Wine”, o cover para “Careless Whisper” de George Michael (não... não é o baterista do Stratovarius... risos), e a suave “Wiezny Final”. Um bom show, de uma banda que merece maior reconhecimento no cenário gothic-metal.
Como bônus a banda apresenta “The Hand”, “Spring Day”, “The Finding Tale” e “Stained Glass”, tiradas do festival Metalmania de 2003, com outra apresentação bem convincente. Nas entrevistas, um interessante apanhado da história do grupo (todo falado em sua língua natal – mas com bem-vindas legendas em inglês), aonde Paulina repassa toda a trajetória da banda, desde a gravação do primeiro CD,o sucesso da banda no Japão com seu último CD (“Eternity”), a última turnê e a curiosa inclusão de um cover do Iron Maiden(“Wasting Love”). Cover este que aparece em áudio no DVD, juntamente com uma versão para “My Girlfriend´s Girlfriend” (Type O Negative). Vale ressaltar que a banda fez um excelente trabalho, trazendo as músicas para seu estilo mais deprê, sem perder a identidade das mesmas.
Um grande DVD, com bastante material, e de uma banda inteligente e precisa. Um “must” para quem curte metal gótico e quer conhecer mais grupos dentro do estilo. Abram suas mentes e confiram o Delight, porque os caras mandam muito bem.
Formação:

Paulina Maslanka – Vocais
Jack Baran – Guitarras
Sebastian Wojlowicz – Guitarras
Jakab Kubica – Teclados
Piotr Szymanski – Baixo
Piotr Wojcik – Bateria

Site Oficial: http://www.delight.art.pl
Material cedido por:
Hellion Records
São Paulo (SP)

Allegro - Allegro




Imagem

Uma banda carioca de heavy metal. Só isso já valeria um prêmio, pois afinal, num estado onde o heavy precisa se re-erguer, com fãs ávidos por shows e capacidade para tal (Roger Waters percebeu isso), uma banda se dispor a mandar um som heavy é algo muito legal.
Já os tinha visto quando abriram para o Angra  em 1999 e fiquei impressionado. Apesar de notar uma semelhança entre as bandas, o Allegro tem uma pegada mais agressiva, tendo seu estilo próprio. E eis que 2 anos depois a banda lança seu “full-lenght” CD.
O CD abre com a instrumental “The Valse Wicked”, que já abre caminho para a “Power Enigma”, muito assemelhante ao Helloween e ao Angra, com um diferencial: O Allegro investe muito no peso das guitarras e os teclados não estão tão operísticos, sem citar o vocal de Ilton Nogueira, potente nos agudos e competentíssimo nos sons mais graves, algo difícil de se achar.
Logo depois vem a rockeira “Stormy Nights”, com toques de hard misturados ao heavy metal do grupo, com refrão contagiante e levada animalesca. A banda ainda investe em timbres de guitarras mais pesados, como na forte “Fragile Life”, onde vemos um bom trabalho de vocais com efeitos e um teclado bem colocado. Outro destaque fica para a pesadíssima “Third Millennium”, que lembra a pegada das guitarras do Metallicada fase “Master of Puppets” (saudade), realmente uma das melhores do CD.
O grupo oscila entre baladas bem colocadas, como a emotiva “Sweet as Wine”, “Holy as Blood”, a acústica e agradável “Peace of Mind”, e sons mais pesados, como na quase “panteriana” “Self Destruction”, mas deixando bem claro: a banda consegue impor seu power metal em todas as músicas, absorvendo muito bem as influências citadas. Grande destaque: a pesadíssima e típica speed metal “As One Will Survive”. Parabéns à banda por ser competente e coesa em todos os aspectos, e por esse excelente debut. Continue assim, o cenário carioca precisa de boas bandas.
Formação:
Ilton Nogueira – vocais
Lula Washington – Guitarra 
Will Villante – Guitarra
Alex Moreno – Baixo
Marcus Souza - Bateria

(DESCULPAS A BANDA, A CAPA USADA FOI A DA DEMO)

Avenged Sevenfold: entrevista com M. Shadows


Entrevista realizada por Steven Rosen, publicada no dia 13 de maio de 2011.
Ser vocalista de uma banda de sucesso tem suas vantagens. M. Shadows é um jogador maníaco e quando teve a chance de passar um tempo com Treyarch, empresa que produz os jogos Call of Duty: Black Ops, pulou nisso. Ele foi apresentado a Treyarch como um fã, e recentemente o Avenged Sevenfold  cimentou essa relação escrevendo uma música para a série Zombie. “Not Ready to Die” foi escrita especificamente para um novo mapa e de acordo com o Shadows “Bem mais trilha sonora que uma típica música do Avenged Sevenfold.” Se você puder encontrar a música no jogo – motivada por uma voz de mulher dizendo “Soa como música para matar zumbis” – a introdução da música aumenta ao fundo, e acompanhado do Avenged Sevenfold, você pode destruir, pulverizar, e limpar o mundo dos mortos vivos.
M. Shadows está muito orgulhoso da nova faixa e recentemente tirou um tempo para falar sobre isso. Shadows e seus companheiros de banda também varreram o vigésimo-primeiro Revolver Golden God Awards levando para casa quatro troféus de Melhor Álbum, Melhor Vocalista, Melhor Baterista, e Melhores Guitarristas. Falamos com o cantor sobre os prêmios e o que significou ter sido reconhecido por parceiros, e como está a vida com o novo baterista Arin Ilejay.
UG: O Avenged Sevenfold tem uma música inédita para o novo jogo Call of the Dead: Black Ops Zombies?
M. Shadows: Nós gravamos uma música nova que sai dia 3 de maio (Nota: obviamente já lançada) e é chamada “Not Ready to Die”. Ninguém a ouviu ainda e nós escrevemos especificamente para isso. A canção é um novo segmento no mapa, se você encontrá-lo, você joga para aquela música. Então você vai estar matando zumbis enquanto escuta a música. O que nós trabalhamos na música, “Not Ready To Die” é assustador. Você chega lá e tem todos esses zumbis que estão tentando te matar e é na verdade aterrorizante se você estiver jogando sozinho à noite, é um jogo assustador. Eu amo isso; Acho que é divertido e ótimo.
Pode descrever um pouco a música?
É uma mistura do que nós crescemos ouvindo quando nós estávamos jogando games, com Transylvania-ish/devil-is encontra Avenged Sevenfold. Escrevemos isso mais como uma contagem de uma história, mas sentimos que nossas crianças e nossos fãs – não quero chamar de tipos porque eles não são todos crianças - vão aproveitar assim que estiverem aptos a trabalhar no jogo.
Você pode falar um pouco sobre como começou a se envolver com a Activision?
Meu relacionamento com a Activision vai além de fazer tipos de coisa como o Guitar Hero. Mas acho que essa coisa toda com Call of Duty começou com um relacionamento que tive com Treyarch; a companhia que faz Call of Duty e Black Ops séries. Então, sim, eu era um grande fã da franquia, e então fui apresentado por umas duas pessoas diferentes. Eu era tão fã que mandei um e-mail para o presidente da Treyarch e ele disse: “Sure, c’mon on down.” Eu fui até lá e vi como tudo era feito e comecei a falar sobre, “Hey, talvez nós devêssemos fazer algo no futuro” e toda essa coisa.
A primeira música que fizeram para Call of Duty foi “Welcome to the Family.” Como isso aconteceu?
Nós estávamos caminhando com o nosso novo álbum e naquele ponto nós na verdade não tínhamos relacionamento com a Treyarch. Black Ops foi feito e estava saindo. Havia uma empresa chamada Machinima que é um dos maiores sites de jogos, onde eles fazem vídeos e o Top 5 Killcams da semana. E nós, na verdade, tínhamos um relacionamento com a Machinima que estavam fazendo a promoção de Black Ops, então foi como “Hey, porque nós não nos reunimos e fazemos um vídeo para nossa nova música. Ao mesmo tempo nós podemos promover Black Ops enquanto eles promovem nossa música porque ambos somos fãs do que ouvimos um do outro.”
Então você era mesmo um jogador?
Nós todos jogamos a série Modern Warfare, a série World at War, e depois íamos entrar em Black Ops. Nós não só entramos nisso, como também sabemos que muitos dos nossos fãs também. Então isso foi uma ótima maneira de apresentar a canção.
“Welcome to the Family” foi na verdade uma música perfeita para conectar-se ao Black Ops por causa do trecho “You can’t win this fight.” Tinha toda essa coisa de guerra e matança.
Totalmente. Tudo se ajustou. Foi bom para nós porque acabamos por não fazer um clipe para essa música. Então as pessoas meio que podem colocar duas coisas juntas e ainda ir naquele vídeo e naquela montagem assim como se fosse clipe da música, o que é legal.
Então “Not Ready to Die” é a primeira música com o seu novo baterista Arin Ilejay? E vocês também estão em turnê com o Arin por um tempo agora?
Ele é uma máquina trituradora, ele é incrível. Ele vem tocando otimamente todas as partes. Eu acho que uma coisa sobre essa música nova é que estamos realmente ansiosos para entrar em estúdio, ver como nós nos saímos com ele e o que ele traz a mesa tanto quanto a escrita. Isso foi uma ótima experiência para nós sermos capazes de fazer aquilo (“Not Ready to Die”) sem ir para a próxima gravação completamente cegos.
Tem sido uma experiência de aprendizado para a banda?
É a primeira música que ele toca e ele vem arrebentado nos shows – ele é um cara muito legal. Ele é um dos caras mais legais do mundo, que é mais do que jamais poderíamos pedir, então estamos animados.
O que vocês estavam procurando em um baterista para substituir The Rev?
O que nós estávamos procurando era alguém que fosse jovem e desconhecido. Nós queríamos dar a alguém uma chance que não estava completamente esgotada; nós não queríamos que eles sentissem que isso era um trabalho. Nós queríamos que ele fosse um fã da banda, um fã de música, e querendo estar na estrada vendo isso como seu sonho, assim como todos nós. Uma coisa que nós não queríamos era um cara older session ou um cara que visse isso apenas como um show – porque isso não é um show, isso é como nossa vida. Isso é o que queremos fazer por um bom tempo. Então, basicamente, nós queríamos uma pessoa jovem e legal que pode obviamente ter habilidade para tocar tudo que já foi feito antes, mas também que esteja apto a ter seu próprio estilo. Vai levar anos para nossos fãs e para as pessoas entenderem o que o estilo do Arin é, e ainda estamos tentando descobrir por nós mesmo. Mas ele precisava ter seu próprio estilo, ser seu próprio baterista e ao mesmo tempo estar apto a tocar tudo que (Mike) Portnoy e The Rev fizeram. Até agora ele tem dois desses e precisamos trabalhar no seu estilo e no que ele pode trazer para a música.
Você ouviu o Arin tocar no Confide, que era a sua banda?
Não; eu não sabia quem ele era. Nós conversamos com o nosso produtor – Mike Elizondo – e ele falou com Mike Fasano, que era o técnico de bateria do Jimmy em estúdio, e nós dissemos: “Hey, vocês tem alguém que possam sugerir?” Os dois mandaram alguém e ambos eram ótimos, daí Arin veio e detonou. Aquela foi a primeira vez que eu ouvi algo sobre ele, o vi, o encontrei. Ele era super magro e pequeno e atacou a bateria como uma fera. E foi isso foi como: “Whoa.” Nós estávamos todos sorrindo como, “Wow, this kid’s got every chop down. Ele não só tocou tudo corretamente como também transcreveu tudo corretamente.” O que é bom para nós porque você tem que ter um ouvido – você tem que ser capaz de ouvir o que as pessoas estão fazendo. Ele tocou tudo que Portnoy e Jimmy estavam tocando. E nós estávamos como, “Wow.” Então nós tivemos mais umas duas sessões com ele, e ele estava no ajuste perfeito – ele realmente nos surpreendeu e nos impressionou.
Você deve ter ficado maravilhado por ter ganho o recente prêmio Revolver Golden God para melhor vocalista Rockstar Energy.
Foi incrível. Eu não sou um grande cara em premiações, mas eu estava lá com Bruce Dickinson e Corey Taylor e eu disse, “Vamos lá!” Sabemos que Bruce é uma puta lenda e Corey é ainda uma lenda-em-formação (risos) e isso é uma daquelas coisas que são muito lisonjeiras. Se eu acho que sou o melhor vocalista?! Não, absolutamente não! Mais foi bom ter os fãs votando e eu estou muito grato por isso. Foi um momento muito bom – foi muito bom ganhar isso do Sebastian Bach porque aquele cara é para mim um dos melhores cantores de todos os tempos. E então, isso foi incrível. Foi realmente humilde e gratificante ao mesmo tempo.
Avenged Sevenfold participou com Vinnie Paul em “Mouth of War”. Como vocês se sentiram?
Oh, aquilo foi doentio – foi o ponto alto da minha noite. Provavelmente o ponto alto do meu ano. Fora do palco nós estávamos como, “Yeah, dude.” Fomos diretos para algumas doses e bebemos juntos a noite toda. Eu e Vinnie estávamos falando sobre isso e sobre Dime e The Rev. «...»
Vocês também tocaram com Duff em “It’s so Easy.”
Isso foi incrível cara. Nós estávamos planejando fazer isso por um bom tempo e ele simplesmente não podia ter um ensaio ao mesmo tempo que nós podíamos. Nós acabamos por estar em uma turnê e ele tocando em um show em Los Angeles na noite antes do Revolver Awards, então nós nunca ensaiamos. Nós apenas mantemos contato uns com os outros – “Tem certeza disso?” e Duff “Hey cara, eu sei como tocar isso; tudo vai ficar bem.” e nós “Eu sei que você sabe como tocar só queríamos ter certeza.” Nós não podemos simplesmente aparecer na TV, tocar uma música pela primeira vez e pensar que tudo vai ficar bem. E ficou. Foi incrível; nós tocamos realmente muito bem, tudo se encaixou, funcionou, e tivemos um ótimo momento. Mas eu estava definitivamente com muito medo da apresentação mais do que qualquer outra coisa naquela noite.
Guns foi uma influência para o Avenged?
Ah, sim; foi a minha banda favorita enquanto crescia. E provavelmente continua sendo – tem algumas bandas que eu comecei a gostar há alguns anos como Pink Floyd e alguns dos clássicos. Mas Use Your Illusion I e II são os meus álbuns favoritos de todos os tempos.
Você teve alguma conexão com o Chinese Democracy?
Tem ótimas canções e Axl é um ótimo cantor; ele é incrível. É duro porque por muitas vezes você tem aquele tipo de conexão com o que a banda te oferece. Você sabe o que a banda é. E há tanto drama em volta disso. Eu conheci Bumblefoot e outros dos caras naquela banda e eles são ótimos caras e músicos – é simplesmente difícil tocar na sombra do que o Guns N’ Roses era. E acho que isso meio que te afasta quando você está ouvindo um álbum e o sobre o que isto é. O que fez o Dark Side of the Moon tão incrível é um pouco da mística, da onde isso veio e simplesmente a autenticidade disso. E é isso que é chato sobre o novo Guns N’ Roses – é realmente difícil colocar seu dedo nisso, mas não é a mesma coisa. Eu acho que para todos nós seria muito bom se eles pudessem apenas se juntar para fazer alguma coisa, mas isso provavelmente nunca vai acontecer.
Voltando a premiação, Mike Portnoy ganhou o prêmio de melhor baterista Drum Workshop, que foi apresentado por Vinnie Paul. Vocês ainda estão bem com Mike?
Sim, nós estamos – isso apenas ficou um pouco fora de alcance enquanto ele estava conosco. A maneira como ele dirige seu acampamento é um pouco diferente de como nós dirigimos o nosso. Isso não poderia co-existir daquela maneira e eu estou muito feliz por ele – estou feliz em vários aspectos. The Rev escreveu suas partes, Mike as elaborou, e o álbum saiu muito bem. Para mim aquilo foi um sucesso. Mike nos ajudou em um momento que precisávamos, e ele permaneceu com o que o Jimmy realmente tinha deixado. Nós estávamos muito agradecidos. Porque ele poderia ter chegado lá e “Não, não vou tocar aquilo – porque a gente não faz isso?” Mas ele fez exatamente o que o Jimmy havia escrito e o que nós queríamos que ele tivesse feito.
Avenged Ganhou quatro Revolver Awards – mais que qualquer outro.
Foi legal que nós tivemos que ir lá e basicamente varrer aqueles prêmios – isso foi realmente incrível. E eu tenho certeza que Mike apreciou isso também. Eu não falei com ele no final das contas mas sei que Zack falou e eles trocaram palavras (agradáveis). Então foi bom ver que ele ganhou aquele prêmio.
Synyster e Zacky ganharam o prêmio de melhores guitarristas Epiphone – deve ser ótimo tocar com dois talentosos guitarristas como eles.
Sim, eles são incríveis, e especialmente o conhecimento do Brian sobre música e as coisas que ele chega para tocar; é realmente incrível. E Zacky é simplesmente uma matéria-prima – ele tem essa pegada e me lembra o jovem James Hetfield onde é orientado ritmicamente, mas é muito sólido, é excelente. É ótimo poder tocar com eles sabendo que eu posso cantar qualquer coisa e eles vão conseguir tocar. Sabe o que quero dizer? Como eu posso dizer, “Hey, você pode tocar mais rápido nessa parte ou fazer aquilo?” e Brian apenas o faz. A maioria das pessoas não poderia lidar com isso e acho que tenho muita sorte de poder escrever músicas com esses caras.
Seu quarto prêmio da noite foi o Affliction Album of the Year com Nightmare. Mike Inez e Jerry Cantrell o apresentaram. Ganhar esse tipo de prêmio deve ter feito sentir muito capacitado após a perda do The Rev e ter passado por esse tipo de horror.
Ah, isso foi ótimo. Eles são nossos colegas e continuam sendo ídolos para nós «...» Então é realmente ótimo poder estar lá e sair e tocar com os nossos ídolos, receber prêmios e tê-los nos reconhecendo de alguma maneira. Quando você está crescendo, poder estar no mesmo lugar que esses caras e conversar com eles é tudo o que você quer, e agora nós estamos recebendo prêmios, saindo e bebendo com uns dos nossos músicos favoritos. É realmente surreal e maravilhoso.
Comentários do M. Shadows após receber o prêmio: “Todo mundo aqui sabe o quanto esse álbum foi difícil para nos para produzir depois de ter perdido nosso amigo, The Rev. Mas nós prezamos os fãs deAvenged Sevenfold por ter nos ajudado a voltar e fazer esse álbum sair.”
Fonte desta matéria: Ultimate Guitar

Expurgo: entrevista com revelação do grind nacional

O blog Som Extremo conduziu uma entrevista com o vocalista/guitarrista da banda Expurgo Philipe. Abaixo, a matéria na íntegra.


Imagem
Demorou um tempinho, mas aqui está a entrevista com a EXPURGO, grande expoente do grindcore nacional. Eles soltaram o primeiro full-length “Burial Ground” em 2010, um grande álbum de estréia (ver resenha neste link) que já os colocou como grande promessa nacional do estilo. E quem respondeu às perguntas foi o vocalista/guitarrista Philipe, que divide as vozes com Egon. Além deles, fazem parte da banda o baterista Anderson e o baixista Bruno. Com vocês, EXPURGO.
Imagem

Som Extremo: Conte um pouco da história da EXPURGO.
Philipe: O EXPURGO começou em 2003. Egon e eu não estávamos aguentando a seca para tocar após o fim do Putrifocinctor, nossa antiga banda. Então veio nosso amigo Anderson, que saíra do Sarcasmo, e botou uma pilha enorme. Para fechar a treta, juntou-se a nós o amigo Bruno, do Jacob Method. Fizemos o primeiroensaio ainda em 2003, e logo de cara, foi tudo muito intenso e barulhento, com baquetas quebradas, testa sangrando com microfonada, e ouvido apitando por uma semana. Perfeito. Só precisávamos de um nome. EXPURGO veio quando eu estava perdido em num hospital procurando uma pessoa e me deparei com uma placa escrito “sala de expurgo”. É um local onde todos os dejetos contaminados são despejados. Pronto, não poderia haver nome melhor.
Som Extremo: Vocês soltaram esse fantástico “Burial Ground”, grande álbum de estreia. Já se sentem pressionados para lançar um material que supere este?
Phil: Obrigado pelo elogio! Nós realmente gostamos deste disco, que foi feito com muitíssimo esforço de todos. Tivemos que dar uma subida de nível pra fazê-lo, com todos tocando melhor, mais maduros e diretos na composição. Sobre superar este material, não sentimos que estamos presos a ele, ou que agora temos que fazer cada vez melhor, não. Vamos fazer o que estiver rolando em nossa cabeça e boa. Quanto à pressão das pessoas que gostam do “Burial”, eu vejo como uma coisa boa e particularmente gosto disso, é uma pressão por mais grind, que me excita!

Imagem

Som Extremo: A capa de “Burial Ground” é lindíssima, parabéns. Difícil chegar a esse resultado?
Phil: Cara, a capa é muito mérito do Fernando Camacho e do Anderson L.A, que a desenhou. Nós queríamos os zumbis na cidade porque era como nos sentíamos. Fomos conversando com o Fernando e ele foi chegando nesse desenho com o Anderson. Depois de algumas idas e vindas, chegamos a ela. Os caras tiveram muita moral de fazer esta capa, e deixo aqui mais uma vez meu agradecimento a eles por isso.
Imagem

Som Extremo: Como é o processo de composição das músicas e das letras?
Phil: Composição é assim: no início, cada um vai pro seu canto, quase que uma solidão, se fecha e fica pensando no barulho, até o lance começar a virar um sentimento muito verdadeiro. Na hora que isso começa a aflorar em cada um, a gente se encontra e começa a bolar as ideias. Base de guitarra, letras, encaixes, tudo isso vem depois. Primeiramente procuramos uma proposta de qual caminho seguir, depois tudo fica muito natural e o resto da composição é só uma consequência. Se não fizermos assim, não rola. Fica forçado, artificial, e o resultado é uma mentira.
Som Extremo: Entre as canções, há a "Regurfecontovoremintoegues". O que significa? Fale um pouco dessa música/letra.
Phil: Seguinte cara, esse nomezão aí era título de uma música muito antiga não terminada do Putrifocintor (nossa ex-banda), e foi até cogitado para ser um dos nomes do conjunto, antes de chegarmos a EXPURGO. Coisa de moleque cansado de ouvir aquela pergunta na escola: "Oh metal, comé que chama a sua banda?", "A minha banda se chama Regurfecontovoremintoegues, e não é metal, é grindcore, sacou?", hahahaha! É uma junção de várias delícias num nome só, um lance mais bem humorado, saca? Então, para a gravação desse disco, desenterramos isso daí. É um pouco da nossa veia noise!

Som Extremo: Como anda hoje a cena musical extrema mineira? Que bandas destacariam?
Phil: Tudo uma luta, né, cara. Não é muito diferente do resto do pais. A molecada da nova geração aí parece que não está curtindo muita música extrema. Ou se escuta, fica só na Internet e não frequenta o underground. Tá ficando raro ver alguém de 16 anos em show... então é uma batalha pra fazer um gig. Conseguir lotar uma casa tem virado caso raro. Por outro lado, as pessoas que ficaram realmente gostam do underground. A cena da música extrema hoje mais do que nunca é feita de pessoas que resistem à “cultura” vigente na sociedade. Pra quem quer conhecer melhor as bandas de MG, sugiro algumas pra começar. No punk: Filhos da Desgraça; no death metal: Pathologic Noise e Divine Death; no hardcore: Severa; no metal core: Colt.45 e The Imperial Betrayer; no heavy metal: Thespian; no grindcore: Mata Borrão; no black metal: In Nomine Belialis; no gore: Compulsive Vulvolatric Intruders (CVI). Comece por aí, depois indico outras se quiser.

Som Extremo: Uma pergunta para se pensar: quais as diferenças entre o grindcore nacional e o gringo, na sua opinião?
Phil: A diferença é que o gringo é bem produzido e divulgado (até demais às vezes), e o nacional não. O grind nacional é muito bom. Desde os primórdios teve identidade própria. Hoje inclusive muitas bandas cantam em português. Aqui o som é menos experimental e modista que o gringo, o que particularmente gosto muito. Muitas vezes não rola grana pra fazer aquela gravação de primeira e a cena é pequena, mas em geral são bandas muito fiéis ao ideal e não costumam dever muita coisa pra forte cena gringa não.

Imagem
Som Extremo: Quais os planos futuros da EXPURGO?
Phil: Continuar nos divertindo e nos expressando com o grindcore é o único plano. Sendo assim, espere ver o EXPURGO tocando em tudo o que for buraco e lançando novas bagaceiras. Um segundo disco será feito em breve, mas antes iremos gravar ainda este ano material para um split com os alemães do Intestinal Infection.

Imagem
Som Extremo: O blog Som Extremo agradece a entrevista. Phil, agora o espaço é seu.
Phil: Muito obrigado pelo espaço, Christiano, e parabéns pelo trabalho com o Som Extremo. Gostaria de deixar aqui um convite para aquelas pessoas que são admiradores da música extrema, mas por alguma razão desanimaram e não frequentam o underground: cara, talvez você tenha recebido algum panfleto na rua, ou viu na Internet o anúncio de um show na sua cidade com um monte de bandas que não conhece, NUM LUGAR “BARRA PESADA”, mas sabe que é rock pesado. Irmão, deixa de frescura e desculpas esfarrapadas, e vá a esse SHOW! Brigue com sua namorada ou seus pais que não querem deixar você sair, ou deixe seu filho na casa da avó, ou peça uma grana emprestada, não importa. Para com essa choradeira, oh filho da puta, pega aquela sua blusa preta no fundo da gaveta, e vai ver que, quando vesti-la, vai surgir um sorriso ANTIGO no seu rosto. Lá no show a cerveja é gelada e barata, vai ver um monte de bandas fodas e vai para o meio do mosh, onde é o seu lugar, desgraçado!! Na volta pra casa, você vai se dar conta de que não precisa mais de terapia, e que por mais miserável que se sinta: TRUE METAL NEVER DIES, MOTHERFUKER!

Imagem
Matéria original: Som Extremo

Blog Audio e Rock N Roll: será que o Metalcore morreu?


Enquanto escrevo este texto, estou ouvindo o novo álbum de uma das bandas de Metalcore mais antigas desse estilo, a alemã Caliban. Eles surgiram em torno de 1998 num lugar sem nenhuma tradição e nem outra banda de expressão nesse estilo já que naquela época a Alemanha - e o resto do mundo - se rendia ao Metal Melódico e ao Power Metal, com bandas como Helloween, Gamarray, Blind GuardianEdguy, etc... talvez por isso o Caliban passou despercebido pela cena metálica da época, permanecendo comobanda underground (status que, de certa forma, carrega até hoje).
Em 2001 surgiu nos EUA o Killswitch Engage, fazendo o mesmo tipo de som que o Caliban. Porém, com eles o resultado da empreitada sonora foi outro. Eles lançaram seu primeiro álbum (na verdade uma préprodução mal feita) de forma independente e chamaram tanta atenção na cena underground da época que rapidamente assinaram um contrato com uma grande gravadora e lançaram seu segundo álbum - o marcante Alive Or Just Breathing - em 2002, causando um tremor na cena metálica mundial e virando referência para centenas de jovens e aspirantes a rockstars. O som era inovador e acabou sendo batizado de Metalcore - uma mistura de Hardcore e Heavy Metal, porém, com refrões baseados em melodias vocais muito "pegajosas". Eu mesmo virei fã da banda desde a primeira audição que fiz neste álbum.
Muitas pessoas como eu imaginaram que o Killswitch Engage seria o Metallica do novo milênio, já que o som deles era inovador, pesado, melódico, agressivo, ou seja, diferente. E todos sabemos que o que é diferente cria tendência e automaticamente gera "cópias"; e no caso do Killswitch o que não faltou foi banda surgindo ao redor do mundo citando esta banda de Massachussets como influência. O Killswitch Engage inaugurou uma nova cena no Metal e seus mebros se tornaram os gurus do movimento - merecidamente. Depois deles vieram outras, mas nenhuma se tornou tão grande quanto eles.
A euforia com o novo estilo, no entanto, durou pouco pelo que percebo atualmente. O próprio Killswitch Engage lançou um ótimo disco em 2004, o The End Of Heartache (que detonou a cena na época com seu hit "Rose Of Sharin") mas não conseguiu manter a boa fase, lançando o mediano As Daylight Dies em 2006 e o não muito inspirado Killswitch Engage no início de 2009, derrubando assim as expectativas de seus fãs e, aparentemente, a cena de Metalcore como um todo, posto que ao final desta primeira década do novo século XXI pouco se ouve falar deles ou de qualquer outra banda de Metalcore. A pergunta é: o que aconteceu com o Metalcore e suas bandas? Por que um movimento tão jovem e promissor está entrando em decadência?
Talvez seja porque o prazo de validade de um novo estilo no mercado seja curto (cerca de dez anos). Bandas e estilos novos surgem, estouram no mercado e somem dele no intervalo de uma década. Basta reparar na data de lançamento dos melhores e piores álbuns de suas bandas favoritas; geralmente os melhores são lançados no início da carreira (nos três primeiros anos), os mais marcantes no meio (depois de cinco anos) e os piores ou mais comerciais depois de dez anos. Depois disso a banda tenta uma reviravolta, almejando atingir o inatingível: a originalidade do início da carreira - em vão; ou criam um som datado (vencido) ou nem mesmo conseguem-no porque perderam suas referências.
Talvez seja porque a fonte da qual as bandas bebiam já secou; ou seja, porque não possuem mais a criatividade dos primeiros anos. Existe uma cobrança muito grande por parte do mercado com as bandas que as faz perseguirem a originalidade a cada disco constantemente. O artista tem que se reinventar em cada lançamento e isso faz com que, muitas vezes, o tiro saia pela culatra pois o efeito, de forma geral, é o inverso. Boa parte dos fãs querem que suas bandas favoritas criem coisas diferentes, mas não que isso as leve a abandonar seu próprio estilo - que é o que acontece com boa parte delas. Provavelmente a busca pela originalidade eterna seja uma armadilha que leva a banda ao fracasso por criar álbuns ruins para seu estilo.
Sinto que, no caso do Metalcore, houve um certo exagero com o lado melódico do estilo, que recebeu mais atenção que outros elementos, como a parte rítmica (com suas pausas marcantes e matadoras), que foi relevada a segundo plano, em detrimento do fator melódico. Acho também que faltou mais consistência na cena; faltou existirem mais bandas de referência para o estilo, que ficou praticamente nas mãos de uma banda só - no caso o Killswitch Engage. Basta lembrar que o Nirvana era a maior banda grunge do planeta na sua época e quando acabou devido a morte do seu líder Kurt Cobain, levou pro cemitério consigo o estilo com a qual se consagrou.
Enfim, o que aconteceu com o Metalcore? Será que o Metalcore morreu? Quem souber me diga, por favor.
Matéria original: Blog Audio e Rock N Roll