14 de maio de 2011

Burial Ground - Grave

Por Christiano K.O.D.A.

Direto ao ponto: os suecos executam um thrash/death (mais para esse último) com um pé na velocidade (não extrema). Já começa com a porrada “Liberation”, com potentes vocais de Lindgren, que continuam afiados e assustadores. Novamente é o elemento mais impactante no Grave.



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Na sequência, “Semblance in Black” é ainda mais agressiva e rápida, mas lá pelo meio, cai para um ritmo cadenciado, mostrando que nem só de velocidade vive o som extremo. Depois de 2/3, voltam com a porradaria, uma das marcas registradas do conjunto. Também temos a lenta (ou menos veloz?)
“Dismembered Mind”, que mostra um lado mais técnico da banda. “Sexual Mutilation”, uma regravação da demo de 1989 que leva o mesmo nome, é a mais violenta do disco. A melhor do CD. A penúltima faixa, “Bloodtrail”, conta com uma participação mais do que especial de Karl Sanders (Nile). Já vale a pena dar uma conferida só pelo cara.
E o álbum fecha com a faixa-título que, em seus mais de 7 minutos, inicia-se lenta para depois... bom... continuar arrastada. Sinceramente? A mais sem sal do CD. Uma pena, pois começaram bem na citada ”Liberation”, e foram esfriando ao longo do play.
O encarte apresenta uma bonita e detalhada arte, mas nada de extraordinário. Detalhe: não tem o line up da banda! As letras figuram em temas pessimistas, densos e obscuros. A gravação é boa e suja, dando aquela cara underground que uma banda de death metal deve ter.
Mas no aspecto geral, nenhum grande destaque. A Grave segue seu caminho em linha reta. Não se arrisca a sair do arroz com feijão. “Burial Ground” acabou parecido com o anterior, “Dominion VIII”, apesar da produção superior. Até a música que fecha esse último tem mais do que 7 minutos! É talvez um pouco (bem pouquinho) mais agressivo e só. O material soa um pouco repetitivo. Não deixa de ser empolgante, mas dá a impressão de que falta alguma coisa. Quem sabe, o receio de “desengessar” seu estilo.
Grave – Burial Ground
Shinigami Records – 2010 – Suécia


Tracklist
1. Liberation
2. Semblance in Black
3. Dismembered Mind
4. Ridden With Belief
5. Conquerer
6. Outcast
7. Sexual Mutilation
8. Bloodtrail
9. Burial Ground
Fonte desta matéria: Som Extremo

Great Mass - Septicflesh

Postado por Renato Trevisan

Bandas que mesclam elementos sinfônicos com Metal, há muito tempo já não são mais novidade. Bandas que mesclam elementos sinfônicos com Metal Extremo também já não impressionam e chocam a maioria com tanta facilidade. Mas bandas como o Septicflesh... Bom, com bandas como essa, anos podem se passar e formações podem se separar, mas a genialidade do som do grupo ainda entrará na alma do ouvinte, o prenderá e o levará a uma jornada caótica durante a audição de seus discos. Em “The Great Mass”, o novo disco desses gregos, isso não é diferente. Lançado dia 18 de Abril pela Season Of Mist, o disco traz aquele tipo de som que nos afoga em atmosferas totalmente carregadas e sinfônicas, enquanto nossos tímpanos se tornam alvos de uma sessão ininterrupta e extrema do mais violento Death Metal.



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Em um gênero onde predominam performances genéricas, onde a brutalidade soa apenas como barulho, sem nenhuma estrutura e razão definida e que, além de tudo, apresenta produções precárias, o Septicflesh vem como um sopro de vida dentro do Death Metal -mesmo isso soando contraditório. Logo de cara, percebemos que o som dabanda foi inundado por passagens orquestrais. Sim, o grupo sempre teve elementos sinfônicos, mas dessa vez é notável a influência de bandas como o Dimmu Borgir no som da banda. A mescla de passagens épicas, densas e melancólicas que as orquestrações criam, compõe uma atmosfera totalmente carregada que perdura do início ao fim da audição. Doses cavalares de melodias mais limpas (ou menos sujas, como queiram) também foram introduzidas por todo o álbum. Tanto, que a faixa "Pyramid God" soa quase como um Melodeath vindo diretamente da Suécia.
Os vocais também são um dos pontos que chamam muito a atenção no disco. Primeiramente o vocal de "Seth Siro Anton, que possui um dos melhores guturais que eu já ouvi. Um rugido extremamente grave, que lembra muito o de Mikael Åkerfeldt, do Opeth. Em segundo, o vocal de Sotiris Anunnaki, que quando canta, utiliza vocais limpos. Ao meu ver, Sotiris acrescenta algo totalmente inusitado ao álbum. Como muitos sabem, foi na Grécia - país do grupo - que começou o Helenismo, a mescla das culturas orientais e ocidentais. Ok, mas você deve estar se perguntando "sim, e daí?". Bom, Sotiris canta com uma voz mais nasalada, que lembra muito os vocais de bandas do que alguns chamam de "Oriental Metal". Logo, esses vocais, o Death Metal e as sinfonias dão forma a passagens que ilustram definitivamente isso, a mistura das características ocidentais com as orientais.
Já o instrumental é digno de bandas que se dizem extremas. As guitarras tem riffs pesados e rápidos. Já a bateria é variada e por vezes insana, com combinações de bumbo duplo e blast beats, por vezes seguindo a guitarra, não importando a velocidade do riff. Mas tudo soando pesado e veloz, como toda bateria de Metal deve ser. Já o baixo... Bom, quando eu conseguir ouvi-lo volto aqui e comento alguma coisa.
"The Great Mass" definitivamente coroou o trabalho do Septicflesh. A combinação das ideias de quatro músicos gregos, misturando sinfonias, épicos e peso, criou um álbum sem precedentes, que em cada faixa mostra novos truques na manga, tornando a audição uma experiência variada e cheia de detalhes, onde o ouvinte, ao escutar, encontrará algo novo sobre uma música que não percebeu antes, mas que de qualquer modo, desce fácil fácil. Sem dúvidas, um dos melhores lançamentos desse ano, não só do Metal Extremo, mas da música em geral.
Seth Siro Anton Vocals (harsh) / Bass
Christos Antoniou Guitars / Orchestrations
Sotiris Anunnaki V Guitars / Vocals (clean)
Fotis Benardo Drums

1. The Vampire From Nazareth - 4:08
2. A Great Mass of Death - 04:46
3. Pyramid God - 05:13
4. Five-Pointed Star - 04:33
5. Oceans of Grey - 05:11
6. The Undead Keep Dreaming - 04:29
7. Rising - 03:16
8. Apocalypse - 03:55
9. Mad Architect - 03:36
10. Therianthropy - 04:28
Fonte desta matéria: Blog O Caralho a 4

Bitten by the Beast - David "Rock" Feinstein


Você precisa ouvir esse disco, e a razão é simples: ele traz uma das últimas gravações de Ronnie James Dio, em uma música que soa como um legado de toda a sua carreira.



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Mas antes, deixa eu contar um pouco de história. O guitarrista e vocalista David 'Rock' Feinstein é primo de Dio e foi seu companheiro no Elf. Os dois seguiram caminhos distintos quando Ronnie ingressou no Rainbow de Ritchie Blackmore, em 1975. Enquanto o vocalista gravava álbuns que serviriam de base para o heavy metal das décadas seguintes, David montou o trio The Rods em 1980, cujo terceiro disco, "Wild Dogs", é sem dúvida um clássico do metal obscuro oitentista.
Após vagar por várias bandas, David Feinstein lançou em 2010 "Bitten by the Beast", sua estreia como artista solo. Compositor de mão cheia, Feinstein concebeu um álbum que é um deleite para quem curte o lado mais tradicional do heavy metal. "Bitten by the Beast" traz nove faixas que tem como elemento principal os riffs da guitarra de Feinstein e uma sonoridade que nos leva de volta ao tempo em que o metal e o hard rock eram muito próximos. As composições são cruas e diretas, sem espaços para arranjos grandiosos e épicos. Ouvir o álbum é uma experiência empolgante e extremamente gratificante!
“Smoke on the Horizon” abre o disco com o pé direito, despejando um ótimo riff e um grande refrão sobre o ouvinte. “Evil in Me” poderia estar em um álbum lançado pelo Judas Priest nos anos 80, e suas linhas vocais trazem à mente a mais do que clássica “Electric Eye”. “Rocks Boogie” soa como um ZZ Top mais pesado, enquanto “Gambler Gambler”, regravação da faixa que fecha o primeiro álbum do Elf, de 1972, é outro grande momento.
Mas o principal destaque de "Bitten by the Beast", como não poderia deixar de ser, é “Metal Will Never Die”. Uma das últimas gravações de Ronnie James Dio, “Metal Will Never Die” é uma composição excelente, que fica ainda mais emocionante por deixar transparecer as pequenas falhas da já debilitada voz de Dio. O trecho da letra que diz “I am metal, and I never die” levará os fãs mais apaixonados às lágrimas. Um clássico instantâneo!
Outro ponto alto é a capa do álbum, que fica ainda mais bonita na embalagem digipak lançada no Brasil pela Hellion Records.
"Bitten by the Beast" é um disco excelente, e com duas grandes qualidades: a primeira, é claro, vem carregada de emoção e atende pelo nome de “Metal Will Never Die”, uma faixa já é uma gravação histórica. E a segunda é o fato de a participação de Dio servir de chamariz para o trabalho de David Feinstein, um grande compositor e músico com diversos serviços prestados ao metal, que prova aqui mais uma vez o seu talento.
Como já disse lá em cima: você tem que ter esse disco!
Faixas:
1 Smoke on the Horizon 4:49
2 Evil in Me 6:44
3 Break Down the Walls 4:27
4 Metal Will Never Die (feat. Ronnie James Dio) 5:20
5 Kill the Demon 5:42
6 Rocks Boogie 4:04
7 Give Me Mercy 4:04
8 Run for Your Life 5:13
9 Gambler Gambler 4:05

Sensory Overdrive - Michael Monroe


Quem já foi rei nunca perde a majestade. Essa frase vem à mente ao término da audição de "Sensory Overdrive", novo disco de Michael Monroe. Antes que os mais desavisados perguntem “quem diabos é Michael Monroe”, respondo: Monroe era o vocalista do seminal Hanoi Rocks, provavelmente a banda mais influente do hard rock oitentista.



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Natural da Finlândia, o grupo lançou álbuns clássicos como "Bangkok Shocks, Saigon Shakes, Hanoi Rocks" (1981), "Self Destruction Blues" (1982), "Back to the Mystery City" (1984), "Two Steps from the Move" (1984) e "All Those Wasted Years" (1985), discos que serviram de base para o que seria feito mais tarde por bandas como Guns N'Roses, Skid Row e afins. Além disso, o visual dos caras, repleto de cabelos armados e roupas multicoloridas, exerceu grande influência no modo de vestir de grupos como Motley Crue, Poison e praticamente qualquer músico que tenha se aventurado pelo hard nos anos 80.
O Hanoi Rocks acabou em 1985, após o baterista Nicholas “Razzle” Dingley morrer em um trágico acidente de carro, cujo veículo era dirigido por Vince Neil, vocalista do Motley Crue.
Ou seja, em um mundo justo, Michael Monroe teria o mesmo status que caras como Axl Rose e Jon Bon Jovi possuem, já que talento e história ele tem de sobra. Mas, infelizmente, as coisas não são bem assim.
"Sensory Overdrive" é o oitavo álbum solo de Monroe, incluindo aí o ao vivo "Another Night in the Sun: Live in Helsinki", lançado em 2010. Michael reuniu uma banda fenomenal – Ginger (guitarra, Wildhearts), Steve Conte (guitarra, New York Dolls), Sammi Yaffa (baixo, Hanoi Rocks / Joan Jett / New York Dolls) e Karl Rockfist (bateria, Danzig) – e registrou um CD espetacular. O disco foi gravado em Los Angeles, com produção do experiente Jack Douglas, responsável por álbuns de artistas como John Lennon, Cheap Trick,Aerosmith e Blue Öyster Cult, entre outros.
Lançado em 16 de março último, "Sensory Overdrive" alcançou o primeiro lugar na parada finlandesa e o décimo-terceiro posto nos charts ingleses. Além disso, foi muito bem recebido pela crítica especializada. Uma única audição em suas onze faixas já deixa claro o motivo. Trata-se de um trabalho diferenciado, com inspiração de sobra e grandes composições, executadas por uma banda afiada e pra lá de competente.
O disco abre de maneira perfeita com “Trick of the Wrist”, um rock acelerado com uma pegada meio Stones. “'78” tem clima de festa e um excelente refrão, além de um ótimo solo. A banda pisa fundo em “Got Blood?”, um hard com DNA punk. A sensacional “Superpowered Superfly” vem carregada com uma aura positiva, enquanto “Modern Day Miracle”, a minha preferida, une peso e balanço com maestria.
O desfile de grandes canções faz com que o ato de ouvir o disco seja extremamente prazeroso. “All You Need” é uma meia balada grudenta e com cara de single, daquelas que você escuta uma única vez e já sai cantando junto. “Later Won't Wait” é uma composição notável, com uma surpreendente passagem em seu miolo com direito até a um solo de saxofone de Monroe.
O vocalista, um compositor de grande talento, insere sem medo elementos de outros gêneros musicais em seu potente hard rock, como na ótima “Gone, Baby Gone”, dona de um delicioso clima country.
"Sensory Overdrive" é um estupendo álbum de hard rock como há tempos não surgia na cena. Michael Monroe soube montar uma banda diferenciada, que mostra o seu valor em cada faixa do disco. Ao dar play em "Sensory Overdrive", você ouvirá um dos melhores álbuns de hard lançados nos últimos 10 ou 15 anos. Portanto, se você gosta do estilo, não perca mais tempo e vá já atrás deste CD.
A diversão está garantida, e a trilha-sonora é de primeira!

Start From Scratch - Benighted Soul


Na primeira vez que ouvi o Benighted Soul, imaginei que encontraria mais uma dessas bandas de vocal feminino, tecladeiras sem fim, fazendo tudo que vários outros já fizeram antes. Mas após escutar mais algumas vezes, a banda se mostrou bastante competente, apostando em um som um tanto padronizado, mas com músicas bem construídas e orquestrações bem aplicadas.



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A banda francesa, formada por Géraldine Gadaut (vocal), Flavien Morel (teclados), Jérémie Heyms (guitarra), Jean-Gabriel Boccareli (baixo) e Nicolas Adam (bateria), surgiu em 2003. No ano passado a banda entrou em estúdio para a gravação do seu primeiro álbum “Start From Scratch”.
Como foi dito, o som do Benighted Soul não mostra muitas novidades, mas irá agradar bastante aos fãs do estilo. Apesar disso a banda não perde em qualidade musical e técnica, fazendo um Symphonic Metal flertando com elementos do prog.
Os vocais de Géraldine Gadaut são limpos e suaves encaixando perfeitamente com as camadas orquestrais, apesar de um timbre comum. O tecladista Flavien Morel esbanja técnica e bom senso em linhas de teclado bem equilibradas, com timbres bem escolhidos,evitando assim o exagero de elementos de orquestra nas composições,tornando o som mais natural.Como destaques do trabalho,podemos citar as músicas “Edge of Sanity” e “Stranger Me” que possuem elementos mais “atmosféricos” e variações rítmicas bem encaixadas.
A banda possui bastante potencial e irá abrir muitas portas com esse lançamento muito bem vindo, mas deve buscar novos caminhos em busca da inovação e da personalidade. Recomendado para os fãs deWithin Temptation e After Forever.
TRACK LIST:
1. Broken Icons
2. Edge of Insanity
3. Wrong Reflection
4. Falling in Sin
5. Ticking Time Bomb
6. Stranger Me
7. The Seventh Cage
8. Evergreen
9. Start From Scratch
10. My So Called Friend
11. No Warning Signs

Dear Diary - Dear Diary


O Dear Diary surgiu no inicio dos anos 90, nos Estados Unidos. Formada por Jeff Evans (vocal), Vince Consolo (bateria), Nick Panos (guitarra), Dave Schafer (guitarra), e Mike Levin (baixo), a banda lançou seu primeiro álbum no início dos anos 90, mas só agora teve seu álbum relançado pela Eonian Records, buscando um tardio, mas merecido reconhecimento.



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O som do Dear Diary é uma viagem no tempo de volta aos bons tempos do hard rock ointentista e carregado de nostalgia. Apesar de não apresentar um diferencial de destaque,a banda consegue suprir essa necessidade commúsicas bem trabalhadas, refrões marcantes (daqueles grudentos mesmo) e o vocal suave de Jeff Evans, que dá um toque especial às composições.
banda lembra o que já foi feito por bandas como Warrant,Def Leppard e Firehouse. A dupla de guitarras consegue ser bem eficiente, mostrando riffs bem simples (mas não pobres) deixando a técnica para os solos que conseguem soar bastante melódicos sem serem enjoativos como em “I Want to Know” e “Mamma Said”. O disco é finalizado pela acústica “Plain To See”, que mostra uma versatilidade que deveria ter sido mais explorada por seus integrantes nas outras músicas.
O relançamento um tanto tardio torna o Dear Diary uma banda meio fora do seu tempo, que não irá atingir um grande público, apesar das composições serem muito boas. Falta aqui uma inovação ou uma composição que mostre a evolução da banda ao longo de todos esses anos parada. Recomendado para aqueles fãs do AOR e de um bom hard rock dos anos 80.
TRACK LIST
1-I Want To know
2-Momma Said
3-Slow Down
4-Tanqueray Tina
5-One Step Closer
6-Red Rose Burn
7-Dream in Color
8-She Danced For Me
9-Shiny Like The Bubbled Glass
10-Plain to See

Caminos De Fuego - Tierra Santa


Formado em 1997, o Tierra Santa é um veterano na cena da Espanha e frequentemente lembrado pelos amantes do Power Metal, inclusive já tendo conquistado uma boa fatia do público aqui das Américas. Assim, após um hiato que se estendeu por quatro anos, o conjunto está lançando seu oitavo álbum de estúdio, "Caminos de Fuego", que, como não poderia deixar de ser, se mantém fortemente ligado ao tradicionalismo do gênero.



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"Caminos de Fuego" segue com boa parte daquela velocidade típica da musicalidade do Tierra Santa, e continua-se explorando a consagrada faceta épica que tornou sua proposta tão apreciada mundo afora. Mas, ainda assim, esses anos de ócio não foram suficientes para recarregar positivamente as energias dos espanhóis... A criatividade não parece estar em sua melhor fase e o resultado são várias composições burocráticas, com um forte apelo vocal, mas desprovidas do necessário poder que as guitarras deveriam oferecer.
Então, este pode ser considerado um disco ruim? Absolutamente não. Tanto que, nesse panorama elegantemente previsível, o Tierra Santa procurou oferecer um repertório de considerável espectro e emplacou faixas relevantes como "La Leyenda del Holandés Errante”, dona de ótimas melodias; "El Ejército de las Tinieblas" também se destaca pela velocidade, e ainda “El Fin de los Dias”, talvez o melhor exemplo de uma banda em sintonia, com ótimas guitarras e teclados bem encaixados.
"Caminos de Fuego" é um disco importado - pero no mucho! - pois a Hellion Records está disponibilizando-o em território brasileiro por um preço bastante aprazível. Assim, mesmo que não venha a corresponder às expectativas de parte do público, este trabalho possui como méritos ser muito bem tocado e dono de umaprodução cristalina, merecendo a chance de ser conferido pelos amantes do Power Metal repleto de temas históricos e mitológicos, e sempre cantados em espanhol.
Contato:

Formação:
Ángel San Juan - voz e guitarra
Arturo Morras - guitarra
Roberto Gonzalo - baixo
Mikel G. Otamendi - teclados
David Karrika - bateria

Tierra Santa - Caminos de Fuego
(2010 / Maldito Records - nacional)

01. Caminos de Fuego
02. La Leyenda del Holandés Errante
03. Reina de Egipto
04. Arde Babilonia
05. Libre
06. Ejercito de las Tinieblas
07. Para Siempre
08. La Voz del Destino
09. El Fin de los Dias
10. Eterna y Sagrada

Nota: 07

Ao Vivo no Circo Voador - Ratos de Porão

Por Christiano K.O.D.A.

Após 4 anos da apresentação, finalmente liberaram esse fantástico DVD. E valeu a pena esperar. É o Ratos de Porão e suas porradarias de sempre, em ótima forma.



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Analisando por partes, começamos no aspecto externo: caixinha e encarte simples, mas bonitos e completos, com o set list e ficha técnica. Tudo ok.
Agora, falando sobre as filmagens e a edição. O show infelizmente está em fullscreen (tela cheia), mas nada que incomode o espectador. Quando começa a apresentação em si, surge a dúvida: qual o sentido do timecode no canto inferior esquerdo da tela? Opção estética? Bem, o fato é que não acrescentou nada às imagens.
som, meus amigos, é simplesmente perfeito. Tudo bastante cristalino e pesado, muito pesado. As imagens também são muito bonitas e bastante coloridas (o sistema de iluminação do palco funcionou muito bem). Entretanto, a câmera do fundo parece de qualidade inferior e destoa das outras, com uma imagem mais escurecida e parecendo fora de foco. Não falaria se não incomodasse. Mas é algo que se pode relevar.
Em relação à edição em si, é bastante tradicional, sem frescuras ou glamour. E em se tratando de RDP, por que precisaria? É só no corte seco e boa! As câmeras se movem constantemente, mas nada de ousadia. Um feijão com arroz que funciona, e muito bem. As imagens da grua se alternam entre colorida e preto e branco. Entretanto os efeitos de vídeo antigo nas partes PB (riscos na “película”) são desnecessários. Só detalhe.
Pois vamos à apresentação! Para começar, o esquema de emendar uma música após outra é uma grande sacada que dá muita força e dinâmica ao show. Entre os exemplos, podemos citar “Expresso da Escravidão” e “Poluição Atômica” na sequência, em que não há espaço para respirar. Muito bom.
Outro aspecto interessante notado é que em palcos pequenos, a RDP se adapta melhor. A relação próxima com os fãs fica muito mais intensa, é só ver os inúmeros stage dives, principalmente no início da apresentação.
Quanto à performance, simplesmente animal. Boka continua criativo e impecável, talvez o melhor baterista brasileiro de hardcore. Juninho com seus saltos quase acrobáticos são um show à parte. Por trás dos óculos, o carismático Jão detona na guitarra, com seus grandes e ótimos riffs, sem nunca esquecer o peso de seu instrumento. E João Gordo... bom, é o Gordo, então, vocês já devem saber o que esperar, certo? Enfim, todos sujos e agressivos (não, os adjetivos citados não são mera coincidência). Tocam com uma energia fora do normal. Muito intenso.
O legal de se assistir à banda ao vivo é admirar o jeito descompromissado com que tocam, soando bastante espontâneo, como se não dessem importância às câmeras que filmam o show. Ótima atitude. Gordo não faz questão de ser inteligível (nem nunca fez). Ele só extravasa, como um show desses “pede”. Muito legal.
E o repertório, meus amigos! Abrange todas as fases da carreira. Obviamente não deixaram de fora grandes hinos, como “Sofrer”, “Beber até Morrer”, “Crucificados pelo Sistema” ou “AIDS, Pop, Repressão” – esta exigida pelo público e prontamente atendida. Só que a RDP foi além. Os caras tocaram material inesperado, uma ótima surpresa para quem assiste ao DVD. Músicas como “Morte ao Rei”, e “Mad Society”, mesmo que incompletas, surpreenderam. Juntamente com elas, vieram as boas “Bad Trip” e a ácida “Suposicollor” (ambas do “Just Another Crime... In Massacreland” – um álbum injustiçado do grupo), relembrando os tempos de nosso antigo ex-presidente Fernandinho. Mortais!
“Descanse em Paz” ficou maravilhosa ao vivo, arrepiante. “Covardia de Plantão” é violentíssima, atordoante e avassaladora. “Morrer” é outra música fodida ao vivo! Curta, mas suficiente para destruir tudo! “Amazônica Nunca Mais” é perfeita! Muito empolgante. E na sequência, “Plano Furado II”, fenomenal. Destaque para a bela chuva de ranho que Gordo expele pelo nariz. Uma beleza. E até uma pincelada na hilária “Gil Goma” eles dão, para depois executarem a ótima “Farsa Nacionalista”. Sensacional.
Chegando ao final, como de costume, Jão deixa sua guitarra de frente para o amplificador, gerando aquela microfonia ensurdecedora, mas logo retornam para o bis com três clássicos: “Crianças Sem Futuro” (linda), “Velhus Decréptus” e terminam com “Crise Geral”. Aí, você pensa: “por que eu não estava lá? Por que não participei de um registro dessa importância? O quê? Já acabou???? Passou rápido demais!”. Lamentável.
No único extra do disco, fazem uma espécie de auto-entrevista com inserts em que falam de suas apresentações no local. Interessante o fato de ser um vídeo bem caseiro, despretensioso, com cortes mostrados sem preocupação. É apenas um registro simples, mas muito válido. Curiosidade: quando falam de uma história que envolve Jello Biafra (ex-Dead Kennedys), ficam imitando o cantor dizendo: “Who did this shit? You!”. Para quem não se lembra, as frases foram usadas no finalzinho da música “Breaking All the Rules” (cover de Peter Frampton), do álbum “Just Another Crime... In Massacreland”. Pronto, uma dúvida que assolava a humanidade agora é respondida!
“Ao Vivo no Circo Voador” é um registro mais do que merecido de uma das maiores bandas do Brasil. Demorou 25 anos para acontecer! É ótimo ver como esses caras chegaram aonde estão, passando por todas as dificuldades que passaram. É contraditório, mas o Ratos de Porão é a banda underground mais conhecida do país. Vendo os caras tocarem, parece mesmo amor à música.
Assim como “Guidable”, esse DVD aqui também é fundamental não só para fãs do RDP ou mesmo de hardcore/crossover em geral, mas para quem gosta de rock pesado, independentemente do sub-gênero!
1- Intro
2- Pedofilia Santa
3- Engrenagem
4- Expresso da Escravidão - Poluição Atômica
5- Toma Troxa
6- Arranca Toco
7- Agressão Repressão
8- Descanse em Paz
9- Não Me Importo
10- Crucificados pelo Sistema
11- Pobreza - Caos
12- Bad Trip
13- Coverdia de Plantão
14- MEDLEY 1: Morte ao Rei - Anarkophobia - Mad Society
15- Problemão
16- Morrer - Sofrer
17 - AIDS, Pop, Repressão
18- Beber até Morrer
19- Crocodila - Bico do Corvo
20- Suposicollor
21- Amazônia Nunca Mais - Plano Furado II
22- MEDLEY 2: Tatoo Maniac - Lei do Silêncio - Gil Goma - Ignorância - Farsa Nacionalista
23- Crianças Sem Futuro
24- Velhus Decréptus
25 - Crise Geral
Ratos de Porão – Ao Vivo no Circo Voador
Monstro Discos – 2010 – Brasil

Fonte desta matéria: Som Extremo

I’m alive fucking dead - Deus Castiga

Por Christiano K.O.D.A.

Sabe daqueles grindcore bem sujos e caóticos? Pois então, apresento a Deus Castiga, outra competente banda brasileira do estilo.



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A demo, estranhamente intitulada “I’m alive fucking dead” (ao ler a letra, você entende o sentido), possui 12 músicas (!) calcadas na velocidade extrema. As influências são da velha e da nova escola do grind: Napalm Death, Pig Destroyer, Nasum, Are You God?, e Hutt, entre outras.
Após a boa intro, o massacre de fato começa. E o pessoal da Deus Castiga tem pressa, muita pressa! “Ominous Dark” dá a cara da banda, e o restante das faixas seguem a mesma linha, quase todas sem exceder dois minutos (somente “My Blood is Racing throug My Veins” tem 2’03’’). Resumindo? Músicas brutais, bem estruturadas e sem descanso.
Difícil inclusive destacar alguma, já que todas têm um poderio avassalador. Toneladas de peso em forma de decibéis. Mas com esforço, recomendo “Fortune Cookie Jedi” e seus bons riffs.
Anderson faz um vocal rasgado cujo timbre é bastante semelhante ao de bandas black metal. Mas ele também é dono dos guturais, embora os use em menos quantidade. É incrível, pois você juraria que são dois vocalistas distintos. E claro, os holofotes ficam para o baterista Tiago, um cara que não sabe brincar com as baquetas. “Impressionante” é a primeira palavra que vem à mente ao ouvir seu trabalho na demo. A arte do encarte é simples, mas bonita, em especial a capa, muito bem feita. As cores vivas foram muito bem utilizadas no material.
A gravação está muito boa, embora a bateria meio que se sobressaia um pouco e encubra levemente os outros instrumentos, principalmente nos blast beats, mas as músicas são tão encorpadas que isso não chega a comprometer o material. Agora, apenas uma sugestão para essa promissora banda: apesar de divertido e criativo, o nome “Deus Castiga” pode não trazer muita credibilidade no meio underground, ainda mais com letras sérias (temas apocalípticos e agonizantes) e cantadas em inglês. Não seria melhor mudar o nome? Fica a dúvida.
Mas já se percebe que o grupo vai longe, e facilmente honrará com louvor a cena extrema tupiniquim, e quem sabe, fora daqui também. Talento eles têm. E uma advertência: essa demo vicia.
TRACKLIST
1. Intro
2. Ominous Silence Dark
3. Somethings Never Change
4. Lie in Rest
5. My Blood is Racing through My Veins
6. How You Dare
7. I’m Alive Fucking Dead
8. Scars
9. Dreaming
10. Memoryless
11. Darkest Night

Deus Castiga – I’m alive fucking dead (demo)
DC Records – 2010 – Brasil

Fonte desta matéria: Som Extremo

Bahia Rock Festival (Oba Oba, Salvador, 07/05/11)

Por Ivan Carlos SC

Na capital baiana, a segunda edição do Bahia Rock Festival deu espaço para o heavy metal e suas vertentes. Realizado no espaço “Oba Oba Music Hall” o evento contou com um bom público, mas poderia ter uma presença maior de pessoas apoiando o metal nacional.


Texto: Humberto Amorim
As apresentações estavam marcadas para se iniciarem às 20:00. Porém houve certo atraso e a Confiteor, encarregada de fazer a abertura, entrou no palco às 22:00 apresentando um repertório baseado em seu e EP “More Than Their Lies”. As músicas são interessantes, contudo não agitaram muito o espectadores baianos, talvez por não serem tão conhecidas, então dificulta uma assimilação, pois o trabalho realizado por Dan Loureiro (baixista/vocalista) e seus companheiros, ainda vem sendo divulgado, no entanto servem como aperitivo do full length oficial que deverá ser lançado em breve.
Em seguida, os veteranos da Malefactor assumiram seus postos e executaram canções de seu últimos álbuns "Centurian" e "Barbarian". Com as vocalizações de Vlad o grupo baiano voltava a se apresentar em Salvador, depois de um bom tempo sem realizarem shows na terra natal. Daí em diante o público passou a se animar mais e a cantarem muitas das músicas da banda, tocadas de forma coesa e com seriedade. O grupo parecia estar contente por estar ali e agitou os presentes e seus “fiéis fãs”. Os músicos têm experiência e bagagem, por isso sua apresentação ser competente em muitos momentos, o que destoa talvez sejam algumas músicas do repertório que dão aquela quebrada no clima. Mas, a banda possui clássicos que trazem de volta a aura de um show de metal. A banda ainda soltou uma surpresa, que foi a execução de "A God That Doesn't Lie" do “The Darkest Throne”, onde se via muitas pessoas cantando os versos e outras emocionadas, pois essa música foi marca registrada da Malefactor por um bom tempo. A banda saiu do palco com a sensação de ter cumprido bem o seu papel.
Os anfitriões da noite, "Minus Blindness", destilaram seus riffs registrados no primeiro álbum “Choleric The Aversion”. Com um som um pouco mais agressivo que a banda anterior, alguns dos presentes chegaram a se empolgar com apresentação dos baianos Tássio Bacelar (Guitarra e Vocais), Thiago Andrade (Bateria e Backing Vocals) e o novo baixista Armando Eigo. O ponto alto do show foi o interessante meddley commúsicas do Metallica que levou o público ao delírio e fez muita gente levantar. Dava pra ouvir o Oba Oba Music Hall cantar em uníssono o refrão de "Master of Puppets" e dessa forma a banda fechou bem seu set list.
Às 01:30 da madrugada, eis que a banda mais esperada da noite sobe no palco e com os riffs de “Generation Dead” do recente e ótimo "Aequelibrium" fez com que o ambiente pegasse fogo e se transformasse em um “inferno”.
A experiente Torture Squad fez o público enlouquecer em moshs seguido de moshs, e no momento de “Raise Your Horns” já não havia mais controle, não tinha como não bater cabeça. Vítor Rodigues é um grande frontman e sabe como ter o público nas mãos e de modo eloquente foi apresentando a banda nos intervalos de uma música e outra. De forma interessante a banda soube explorar os anúncios de cada membro do grupo, destaque para a performance de Castor (baixo) e Amilcar Christófaro (bateria), pois ao invés de solos desnecessários e longos, a banda emendava já com um pertardo. Foi assim que “Pandemonium” quase desaba o espaço levando a alguns seguranças terem muito trabalho e não havia trégua ou pausa dos paulistanos.
O grupo parecia ensandecido no palco e com imenso prazer despejava a fúria de suas músicas para o público baiano, que é mais voltado para as vertentes extremas do metal. Em “Living For the Kill” o guitarrista novato André Evaristo mostrou já estar bem integrado e muito bem encaixado na proposta sonora da Torture Squad. Após um pequeno solo do estreante André, “Chaos Corporation” não deixou os espectadores respirarem e já se notava a satisfação das pessoas que resolveram ir ao show. Muitos dos que não forma perderam uma apresentação perfeita recheada de composições que primam o Thrash / Death Metal e brindam o público a violência dos riffs e licks de cada nota executada com técnica apurada. Os fãs já estavam em delírio e muitos presentes se sentiam revigorados com um show carregado de feeling e ótima postura de palco. Foi com Storms, que a banda paulistana encerrou a noite deixando, certamente o público com sensação dever cumprido e satisfação garantida. Que ocorram mais shows desse porte na capital baiana, já que nem todos compartilham da música praticada na cidade e mostram que na Bahia, tem sim metal.
Fotos do show podem ser vistas no link abaixo:

UDO (Carioca Club, São Paulo, 07/05/11)

Em meio a tantos shows internacionais marcados para esse primeiro semestre de 2011, no último sábado dia 07 de maio foi a vez do vocalista alemão UDO Dirkschneider se apresentar no Carioca Club, em São Paulo, com sua banda solo, chamada simplesmente de UDO.


Embora anunciado para 18:30h, o show de abertura da veterana banda paulistana SALÁRIO MÍNIMO começou com meia hora de atraso e acabou tendo que ser encurtado, conforme anunciado pelo próprio vocalista China Lee. Em 35 minutos de apresentação, o SALÁRIO MÍNIMO agitou com músicas como “Beijo Fatal”, “Anjos da Escuridão” e “Cabeça Metal”, contando ainda com a participação de Jack Santiago, da banda HARPPIA, cantando “Salem (A cidade das Bruxas)”.
Durante o curto show de abertura, o vocalista China Lee se dividiu entre cantar as canções do SALÁRIO MÍNIMO e lamentar “a dificuldade de se fazer Metal cantado em português” (palavras dele durante o show), além de aproveitar para cutucar a produção das bandas internacionais e afirmar que “eles não gostam de vocês”, em uma clara alusão ao suposto fato de que os artistas internacionais não ligam para os fãs brasileiros.
Um tanto quanto inconvenientes as colocações do vocalista, afinal em seguida um artista internacional subiria no palco do Carioca Club. Mas nada disso fez com que o público desanimasse, aplaudindo bastante a curta, mas empolgante apresentação do SALÁRIO MÍNIMO.
Esse atraso inicial, somado ao fato de que o ajuste dos instrumentos (principalmente da bateria) da banda UDO demorou mais quase 1 hora, fez com que a principal atração da noite somente iniciasse seu show às 20:30h (o show havia sido anunciado para 19:30h).
Com “The Bogeyman”, o lendário vocalista apareceu no palco, para delírio do bom público presente, dando início a sua segunda apresentação em território brasileiro (a primeira passagem foi em 2004).
Incrível ver um senhor de 59 anos com uma voz a la “Pato Donald do Metal” ainda ter energia e pique para comandar o show com maestria, vestido com suas tradicionais roupas camufladas e acompanhado de um “exército” de primeira linha nas guitarras, baixo e bateria.
Conhecido mundialmente por ser o fundador da banda ACCEPT, UDO há anos deixou seu antigo grupo e segue uma bem sucedida carreira solo, sem deixar de lado os sucessos de sua antiga banda. Praticamente metade do set list foi dedicado ao ACCEPT e nem preciso dizer que as canções foram executadas com perfeição, contando com umas das vozes mais conhecidas e respeitadas do Metal.
Se houve demora para ajustar os instrumentos antes do início da apresentação, os fãs puderam colher os frutos depois: a qualidade do som estava impecável – ouvia-se todos os instrumentos e o volume estava adequado, sem deixar o público surdo.
Mesclando canções de sua já bastante extensa carreira solo (são ao todo 12 álbuns de estúdio lançados e mais um por vir) com músicas do ACCEPT, UDO empolgou durante todo o show o público presente, como nas clássicas “Princess Of The Dawn” e “Midnight Mover”, além da rápida e pesada “Breaker”, todas de sua ex-banda. As escolhidas de sua carreira solo também mantiveram a empolgação dos fãs e muitas delas foram acompanhadas pelos fãs, afinal UDO tem uma brilhante carreira pós-ACCEPT e seus álbuns sempre mantiveram a energia e agressividade nas músicas.
O pequeno palco do Carioca Club foi tomado pela banda de UDO e todos os músicos se mostraram simpáticos e animados para a apresentação de São Paulo. O guitarrista Igor Gianola ainda teve seu momento particular ao executar um pequeno solo e aparecer de surpresa em um dos camarotes laterais, tocando no meio dos fãs. Stefan (ex-baterista do ACCEPT e velho parceiro de UDO) também por muitas vezes pediu para o público agitar e ainda brincou com o vocalista em algumas oportunidades, como quando UDO colocou sua cabeça no braço da guitarra de Kaufmann.
Em 1 hora e meia de show, UDO provou mais uma vez que é uma entidade do Metal mundial e muito querido por seus antigos fãs do ACCEPT e por novos fãs. Admiração que, aliás, levou alguns presentes a subirem no palco para abraçar o velho mestre, causando a ira de roadies e seguranças, mas não de UDO que, embora visivelmente incomodado, abraçou aqueles que conseguiram chegar até ele, sem perder o pique para continuar cantando.
Fica apenas o registro negativo de que o set list inicialmente proposto pela banda acabou sendo cortado e não houve os segundo bis. Isso foi confirmado porque alguns dos fãs presentes receberam das mãos dos roadies o set list que estava colado no palco e estava prevista mesmo a execução de mais três músicas (do ACCEPT). Houve ainda um protesto pela continuação do show, mas as luzes estavam acessas e a porta da entrada aberta. Era hora de seguir viagem e deixar o espaço para ser ocupado por pagodeiros que talvez nunca tenham ouvido falar do Sr. UDO.
Uma pena, pois nunca é demais ouvir Metal de qualidade e bem executado, mas fica para uma próxima oportunidade. É torcer para que o retorno desse senhor baixinho de voz rasgada e roupas camufladas ocorra em breve!
Agradecimentos a Rádio e TV Corsário pela atenção e credenciamento.
Banda:
Udo Dirkschneider – vocal
Stefan Kaufmann – guitarra
Igor Gianola – guitarra
Fitty Wienhold – baixo
Francesco Jovino – bateria

Set List:
1. The Bogeyman
2. Dominator
3. Independence Day
4. The Bullet and the Bomb
5. Restless and Wild
6. Son of a Bitch
7. Thunderball
8. Vendetta
9. Princess of the Dawn
10. Midnight Mover
11. Man and Machine
12. Breaker
13. Animal House
14. Metal Heart
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15. Holy
16. Balls to the Wall