29 de abril de 2011

Faster - Pussycat! Kill! Kill! - 1965








No deserto californiano, três strippers em carros esportivos, após um racha com um casalzinho ingênuo, acaba matando o rapaz e sequestrando a garota. Em um posto de gasolina uma das garotas toma conhecimento de uma bolada em dinheiro guardada por um velho deficiente físico que mora com dois filhos, um deles demente.
Usando a garota sequestrada como isca para se aproximar do rancho do velho e colocar a mão na bolada, a stripper "chefona", juntamente com as outras controladas por ela, tentam seduzir o velho e os filhos com o intuito de encontrar o dinheiro.

Parte 39 - Baco e Pan

Antes de cada show, durante toda a excursão, Mick Jagger sempre bate algumas carreiras de cocaína. Sem estar cheirado, ele não sobe no palco nesta excursão. No final de todos os shows, uma bacia cheio de pétalas de flores é jogado por Mick nas primeiras filas da platéia. A retirada rápida do local encontra o cheiro de gás lacrimogeneo que fora atirado pela polícia lá fora.


Chicago
Com três shows marcados no espaço de dois dias, a banda iria passar três noites nesta que é uma cidade extremamente musical. Chicago havia recebido Humble Pie duas semanas antes e para os Rolling Stones, a segurança foi triplicada, com as ruas ao redor do International Amphiteatre onde é realizado o espetáculo sendo constantemente vigiadas pela policia. Qualquer garotão cabeludo é parado e imediatamente toma uma dura, sendo revistado à procura de drogas nos sapatos e bebidas alcoólicas nas bolsas ou mochilas.
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Durante a apresentação, o calor é insuportável e houveram várias pessoas que, uma vez passando mal, são levadas até o palco e de lá carregadas embora. Na confusão, um garotão sobe no palco e parte pra cima de Jagger, dando-lhe um chega-pra-lá. Imediatamente Chip Monck aparece para derrubar o garoto, Leroy o segurança chegando em seguida e desferindo logo um soco no rim do rapaz com intuito de amansá-lo. Os três homens rolam pelo chão, enquanto Jagger dança para o lado oposto do palco. Todavia, o holofote erroneamente permanece sobre a briga, abandonado o cantor. A banda continua tocando como se nada estivesse acontecendo de anormal mas há uma expressão de estresse no rosto de todos.
A esta altura, o caminho parecia estar livre para invasão e já se encontram no palco vários outros garotos, todos com intuito exclusivo de aparecer, o palco se tornando um cume a ser conquistado. Entra em cena então os seguranças da casa, enxotando estes novos desafiantes e inibindo futuras tentativas. Ainda assim, um dos meninos consegue sair dançando perto de Bill Wyman, seguindo então para os bastidores e inteligentemente sumindo de vista. A esta altura, Keith está irritado e nervoso. Ele quer segurança no palco, contudo, não quer que os seguranças destratem a garotada. Reclama com Jagger mandando que ele acalme o público e depois se irrita com seu vocalista por esticar muito o papo nas introduções.
Keith então passa a comandar a banda, entrando nas canções enquanto Jagger está ainda no meio do papo. Bate o pé para marcar o tempo olhando para Charlie e Bill e se lança no riff, quem for vivo que acompanhe. E Mick é vivo e está atento, sucumbindo para o temperamento explosivo do seu colega e desistindo de vez de tentar se aproximar do público com conversa. Quando Keith está em pique de correr com um show, ele não é pareo para se segurar. Keith é largamente descrito durante este período como um zumbi drogado na maior parte do tempo. Porém quando ele está no palco, Keith Richards se torna o verdadeiro animal do rock 'n' roll, uma brutal força musical e não apenas o mito desta força.
A Mansão da Playboy
A equipe ficou hospedada em um hotel ao lado de uma estrada, a cerca de vinte minutos do centro da cidade. Mas os Rolling Stones são convidados a permanecerem hospedados na Mansão da Playboy, residência de Hugh Hefner e várias de suas modelos. Chicago é a cidade sede desta famosa revista erótica e dos clubes Playboy, ainda em funcionamentos nesta época. Chicago era onde a Playboy realmente nascera, contudo dentro de poucos anos, Hefner iria mudar toda a organização para os ares mais ensolarados da Califórnia. O convite feito aos Stones é, com certeza, parte de uma jogada publicitária por parte de Hefner, querendo com certeza continuar sendo visto como 'hip' também por esta nova geração que aflora. A mística atrás do nome Rolling Stones faz sentido ser associado com a mística atrás do nome Playboy. Embora Hugh Hefner e Mick Jagger fossem de gerações e gostos distintos, eram também dois homens de origens simples que conseguiram sucesso e respeito profissional assim como inimaginável compensação financeira à base do fruto de seus próprios ideais.
A Mansão Playboy
A Mansão Playboy

Uma vez alojado na mansão, Keith acaba telefonando para o hotel onde estava a equipe STP, convidando uma parte da galera a vir conhecer o local. Cocaína passa a rolar fartamente, embora a droga da moda na América seja metaqualone, ou quaaludes, como são mais conhecidos. Não se trata de uma droga nova, quaaludes eram muito populares há mais de dez anos. A droga oferece uma certa euforia e breca inibições, ao mesmo tempo que lhe deixa em um estado semi-hipnótico. Bom para ações repetitivas como falar incessantemente ou trepar. As coelhinhas adoram quaaludes, coca e alcool e os Stones e toda a STP igualmente estão aptos para este tipo de festa.
Peter Rudge e Hugh Hefner conversam animadamente em um canto da enorme sala de estar, sobre música e o lado legal desta indústria. Hefner está tradicionalmente vestido de pijamas, com um cachimbo na boca e uma loura no colo. Mulheres estão em fartura, aliás, a notícia dos Rolling Stones na mansão faz até ex-coelhinhas aparecerem para uma visita. Espalhados entre a sala de jogos, piscina interna e sabe-se-lá quantos outros cômodos e salas especiais existentes na mansão, havia muita cocaína, quaalude, fumo, birita, comida e sim... sexo. Meninas sendo comidas e passadas adiante com a mesma naturalidade que normalmente passam um bom baseado ou as vinte de um cigarro.
Bill Wyman, que na década de sessenta era junto com Brian Jones a bomba sexual dos Rolling Stones, está agora quieto e distante de toda a ação ocorrendo com as coelhinhas. Com Astrid sempre presente e ao seu lado, ele ocupa seu tempo jogando gamão com Hugh Hefner, além de tênis de mesa e sinuca com Jim Price, Mick Taylor e Willie Vacarr, quando estes estão desocupados. Charlie Watts fica incomodado com toda a atenção e para evitar se perturbar mais, se retira na manhã seguinte se hospedando no hotel.
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Com tudo em fartura e sem conta a pagar no final, tem gente da equipe STP compenetrado em comer o máximo de xoxota possível no espaço de uma noite. Haverão aqueles no dia seguinte se vangloriando por ter conseguido trepar com seis mulheres diferentes no período de dez horas. E as coelhinhas estão adorando a festa, uma vez que a bebida e comida, sem falar nas drogas, que normalmente sai do próprio bolso, estão neste fim-de-semana totalmente de graça. Nestes três dias, a mansão se tornou uma imensa boca livre, com direito a um buffet de buceta.
A noite termina com Jagger, Keys, Price, Chess, Rudge, mais Hefner e pelo menos o dobro em coelhinhas, todos refrescando e conversando calmamente na banheira particular do dono da casa. Uma banheira feita para caber mais de vinte pessoas e cheia de água perfumada, mantida em um temperatura amena. Com os primeiros raios de sol no céu, os convidados da equipe STP saem de pernas bambas até seus carros e seguem de volta para o hotel.
Tédio e o Hotel
No hotel, para o resto da equipe que não conseguiu convite para a mansão de Hefner, a monotonia da estrada irrita feito coçeira. Em uma festa em um dos quartos, Chip Monck está enrolando um baseado no banheiro com Gary Stromberg e Janice Jones, uma linda mulata, filha adolescente de Quincy Jones, que fugiu de casa determinada a subir a enorme escada de contatos que supostamente a levará até Mick Jagger, seu sonhado ponto final. Sentados no chão e conversando sobre o mundo como ele é em comparação de como deveria ser, Monck olha para cima e resolve desparafusar um cano debaixo da pia. Rindo, Stromberg então desaparafusa o chuveiro. Em pouco tempo os dois haviam desaparafusado tudo no banheiro.
Onde há minutos atrás havia um chuveiro, agora sequer tem o cano, só restando o buraco por onde a água sai. A pia permaneceu no lugar, porém quando aberta a torneira a água passa pelo ralo e cai no chão, molhando tudo e todos. O cifão e os canos foram todos retirados. A privada também acabou desparafusada da descarga e colocada de lado, encostada em um canto do banheiro junto com todos os demais canos agora soltos. Uma vez terminada a brincadeira, deixam o banheiro para o próximo coitado que precisasse do recinto admirar com comprensível perplexidade. Não demorou para serem expulsos da festa pelo hóspede do quarto.
Monck vai até o bar do hotel, porém o local está cheio de executivos em clima de happy hour. Há uma convenção do McDonalds acontecendo e oitocentos executivos estão hospedados no mesmo hotel que a equipe STP. Monck irrequieto segue sem destino certo, acabando por invadir a cozinha onde encontra a caixa de luz desguardada. Movido pela sua mente maquiavélica Chip rapidamente desconectou toda a força que alimentava eletricidade para as tomadas do andar térreo, se retirando do local em seguida.
Não satisfeito, ao encontrar novamente com Gary Stromberg, Monck tem outra proposta a fazer. Passam a afroxar todos os chuveirinhos dos regadores automáticos encontrados nas plantas que ficam encostados ao final de uma ala do hotel em todos os andares. Os dois homens arrumaram o chuveiro para apontar não para as plantas, mas para o outro lado do muro de onde elas se encontram. Lá embaixo, fica um pátio onde normalmente o pessoal da convenção do McDonalds se encontram nos momentos de descanso. Terminados de preparar a travessura, Stromberg e Monck seguem cada um para seu devido quarto dormir. Vão feito moleques rindo baixinho, imaginando como vai ser no dia seguinte quando o sistema for ligado com intuito de aguar as plantas e em seguida se verificar que está chovendo somente em cima dos executivos do McDonalds.
Pavio Quase Gasto
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O dia seguinte tem um show morno a tarde e outro a noite. Os Stones estão gastos até o pavio. Muita berita, muito pó, muita maconha e muito, muito sexo em uma longa festa que nunca pára em momento algum. Pelo menos não enquanto os Stones estão no recinto. Jagger se esforça para pular e dançar, Keith e todo o resto praticamente estáticos no palco. Voltam depois para a mansão e a putaria reinicia. Marshall Chess entra em um quarto onde está Mick Jagger, uma coelhinha chamada Lisa, e mais algumas outras pessoas. Ele está acompanhado por uma loura solicitando o cômodo para o seu uso particular. Jagger oferece então o seu quarto e lhe passa a chave da porta. Olha para a loura acompanhando Chess que por sua vez está olhando para Jagger como uma cadela no cio. Jagger sorri e diz brincando:"se preocupa não amor, eu te traço depois". E ela, com um sorriso sacana apenas responde, "Jura? Promessa é divida. Você não iria mentir para mim, não é?"
Quando eles deixam o recinto, Lisa passa a falar de como ela está cheia de marcas por todo o corpo e que sua bunda ainda estava ardendo das estripulias da noite anterior. Comenta de como os rapazes foram todos tão bacana com ela e que está radiante de felicidade pois chegando meia-noite passa a ser seu aniversário."Canta parabéns para mim, Mick".
Hell's Bells
Foi também em Chicago que apareceram as primeiras ligações de alguém que se identificava apenas como sendo dos Hells Angels de Nova York. A ordem inicial era de desligar a chamada, porém um temor se abateu sobre Peter Rudge de que ingora-los poderia ser pior e ter implicações perigosas para Mick Jagger, seu patrão. Assim, Pete atendeu a próxima chamada e foi informado de que os Hells Angels de Nova York exigem uma reunião para descutir os termos de um acordo entre os Angels e os Stones. Pegando um avião de Chicago a Nova York, Rudge encontrou três Angels em um bar na Broadway com a rua 42.
A primeira prosposta na mesa era para que os Stones fizessem um concerto promovido pelos Angels, ideia rechaçada no ato. O que é conhecido desta história conta que os Angels se queixam que depois do evento em Altamont, do qual Mick Jagger era o responsável, eles foram deixados sem apoio legal para serem processados. A organização (ou esta facção da organização) havia gasto seis mil dólares em custos legais com advogados e processos. Eles querem reaver esse dinheiro e propõe então que os advogados dos Rolling Stones conversem com os advogados dos Hells Angels e um acerto financeiro seja providenciado. Caso contrário haveria retaliação direcionada a Mick Jagger e a ele, Peter Rudge.
Sabendo muito bem da situação difícil em que se encontra, Peter ganha tempo dizendo que ele precisa levar a questão para instâncias superiores. Depois que os Angels deixam o local em suas motos, Peter entra em uma delegacia de polícia para dar queixa. Todavia não havia nada que a polícia pudesse fazer no momento. Peter então volta ao aeroporto e pega um avião em direção a Kansas City onde encontraria a banda.
Dallas
Truman Capote é um escritor e intelectual de alguma respeitabilidade, autor do aclamado livro "In Cold Blood" um romance jornalístico ímpar. Conhecido pelo seu gosto excêntrico, seu carisma e humor ácido, a revista Rolling Stone o contrata para fazer um artigo sobre Mick Jagger e os Rolling Stones. Queriam ver o que aconteceria se unissem estas duas estrelas, possível mote para um ótimo artigo.
Infelizmente nada acontece. Jagger e Capote ignoram-se mutuamente na maior parte do tempo. Desacostumado a reluzir menos do que outra estrela, Capote não foi mesmo com a cara de Mick Jagger, muito menos se interessou pela música dos Rolling Stones. Jagger, por sua vez, não deu muita atenção à pretensão de Capote e evitou o homem.
Em Kansas City, é sair do avião direto para o auditório municipal onde será realizado o show e de lá de volta para o avião. Com uma apresentação fraca e sem muito o que comentar, a banda aterrisa em Dallas na manhã seguinte com um sol escaldante, seguindo direto para o seus quartos no hotel. A única programação do dia seria um ensaio à tarde.
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Havia uma preocupação de se fazer um bom ensaio para que as apresentações em Dallas fossem as melhores possíveis, pois seriam gravadas profissionalmente com intuito de lançarem um filme e um disco ao vivo. Estas apresentações serão filmados por outra equipe, não para o documentário da excursão que estão fazendo com Robert Frank, mas para um registro apenas do show para ser lançado em conjunto com o disco. Enfim, Dallas era um ponto importante na excursão.
Embora marcado para as quatro da tarde, somente às oito da noite os Stones chegaram para o ensaio, que prossegui até as duas da manhã, mas rendeu muito pouco. Levaram alguns jams, vários velhos blues e algumas canções que não estavam no repertório principal, como "Monkey Man", "Ventilator Blues", "The Last Time" e "Torn And Frayed". Mas também ensaiaram "Satisfaction", "Gimmie Shelter" e "Shake Your Hips". Depois vão jantar no hotel, sendo que Charlie, Mick e Annie Leibovitz, uma conceituada fotógrafa de vinte e três anos trabalhando para a revista Rolling Stone, querem comer churrasco e resolvem ir procurar o que está acontecendo de interessante no centro da cidade. Seguem de limousine com o motorista e Leroy, o segurança.
Baco e Pan
Quanto ao documentário que estão fazendo da excursão como um todo, depois de ser negado acesso à mansão da Playboy, Robert Frank estava louco para pegar um pouco de ação nos hotéis e bastidores. O pique de extensa orgia na mansão fez a passagem por Kansas City tediosa e as perspectivas eram de que os níveis de tédio subiriam a limites insuportáveis. Aparentemente, a velha máxima de Frank Zappa estava sendo comprovada a cada dia: Excursionar te leva a loucura.
Naquela noite, a festa como sempre era no quarto do Keith, com Robert Johnson e Bessie Smith saindo de seu toca-fita. Jim Price, que dormia três andares abaixo, acordou ouvindo a música. Mas a festa se estendia para outros quartos também e as lentes de Robert Frank saíram capturando tudo. Entra no quarto de Mick Jagger para encontrá-lo olhando no espelho com uma mulher bonita, totalmente vestida admirando Jagger se admirando. Depois entra Annie Leibovitz, que veio à festa apenas como uma fã, não à trabalho. Quando Frank sai do quarto a porta se fecha abruptamente atrás dele. Sim, Leibovitz passa a conhecer seu ídolo a fundo.
Cynthia Plaster Caster
Cynthia Plaster Caster

As lentes de Frank entram e saem dos cômodos captando cenas pelo meio ou já em sua conclusão. Em outro quarto há dois roadies conversando com uma menina completamente nua. É Cynthia Plaster Caster que obviamente acabara de ter relações sexuais e se deixa filmar de pernas abertas. Com esperma ainda na barriga, ela se lambuza, se acaricia e lambe os dedos enquanto a conversa continua naturalmente, apesar da presença da pequena equipe de filmagens. Mick Taylor aparece procurando um baseado. Acaba dando um tapa em um que foi rolado dentro de um cigarro pois ninguém tem papel de seda. "Se você arrumar o papel, eu tenho a maconha" diz Cynthia em uma voz sedutora e convidativa.
Em outro local está Chris O'Dell costurando lantejolas para Jagger em sua roupa de palco. Mas adiante Bobby Keys era visto ingerindo algumas pílulas, junto com outras pessoas, em meio a uma espessa fumaça de cor azul anil. Cigarros e outros fumos proliferam por todo canto e há uma fila para o banheiro, onde pessoas entram em pequenos grupos e quando saem demonstram um brilho especial nos olhos e uma disposição incansável de conversar.
Fort Worth
Princessa Lee Radziwill e Mick Jagger
Princessa Lee Radziwill e Mick Jagger

O show é realizado no Will Rogers Auditorium em Fort Worth. Com duas apresentações agendadas, à tarde e à noite, os bastidores estão repletos de rostos novos. Com o Truman Capote veio seu fotógrafo Peter Beard e uma amiga, a socialite Princessa Lee Radziwill, irmã de Jacqueline Onassis. Segundo contam as más linguas, Lee mereceu atenção especial de seu cunhado, John Kennedy. Também presentes estão Ethan Russell, Terry Southern, Ahmet Ertegun e Mario Medious, mais conhecido com DJ Big M.
Terry Southern
Terry Southern e Keith se conhecem desde 1967, quando Antia atuou em Barbarella, cuja história ele escrevera. Ele acaba portanto ganhando permissão para assistir ao show pela lateral do palco. Durante a apresentação dos Stones, Terry está lá, assistindo o show ao lado do chefe de polícia que também quer e pode se posicionar ali. No entanto, Terry está tão chapado que quando ele vai buscar no bolso seu isqueiro para acender um cigarro, deixa cair vários cartuchos de nitrato de amilamina (lança perfume). Rolaram e se espalharam pelo chão de tal maneira que ficou impossível de não reparar. Keith Richards no palco tocando em meio ao show notou. Alguns rolaram perto dele e discretamente Keith tentava chutá-los em direção do Terry para ele apanhá-los e sumir com aquilo dali. Só que Terry está tão chapado e em outro mundo que se tentar se dorbrar, ele cai. O chefe de polícia aparentemente, ou não reconhece a droga, ou está fingindo que não sabe o que é. Ele continua impávido olhando tudo e não mostrando nenhuma reação anormal para o ocorrido. Rapidamente Gary Stromberg chega, se abaixa e cata tudo, sumindo em seguida.
De volta ao hotel naquela noite após o último show, o pessoal logo começa a festa. A Princesa Radziwill entra no quarto e encontra três meninas na cama enquanto Beard, Southern, Rudge e Watts, estão ali de pé conversando. Suspeita que está na hora dela ir embora e se retira graciosamente. Depois Keith iria colocar dois quaaludes na bebida de Beard sem ele perceber. "É para conhecê-lo melhor" comenta Keith ao Greenfield que assiste a tudo com sorriso velado. O Dr. Larry também é visto na festa com sua malinha a caminho do quarto de Keith. Larry tem sido de extrema ajuda para essa comunidade cigana que se tornou o STP. Fascinado pelo mundo rock 'n' roll que ele passa a conhecer, e a quantidade de mulheres lindas se jogando para qualquer um que tenha alguma relação com os Rolling Stones, o médico passa a trocar com os roadies, groupies por pílulas.
Houston
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Em Houston, estão programados para tocar no Hofheinz Pavallon, novamente dois shows, um à tarde e outro à noite. Bianca chega para assistir o show e ficar com seu marido. Ela permaneceria seguindo a excursão por dez dias. Lá fora, o calor está a beira dos 40o C, e os ânimos esquentam ainda mais quando o público fica sabendo que Stevie Wonder e a banda Wonderlove não vieram. Aparentemente o baterista, estressado demais, chegou a seu limite, deixou a banda e voltou para Los Angeles. Sem tempo de encontrar um substituto, o resto da banda simplesmente resolve não fazer a viagem e ficam descansando em Dallas.
Mick e Keith estão enfurecidos, pois os Rolling Stones eram uma banda que funcionava na premissa de que se você pode andar, você pode fazer o show programado. Keith, segundo alguns relatos, passou a desancar Stevie Wonder ao berros, como que querendo que o músico, o único que chegou em Houston alheio à decisão de sua banda, ouvisse sua ira. Wonder teria comentado depois que ele nunca conseguiu saber direito qual era a do Keith em relação a ele, mas Mick sempre o tratou muito bem. Tanto estas duas apresentações, como as apresentações em Fort Worth foram gravados por Andy Johns utilizando o Record Plant Mobile Unit.
Nova Orleans
Na manhã seguinte, um análise do incidente com a banda do Stevie Wonder, assim como o de Terry Southern com o chefe de polícia e todas aquelas cápsulas de nitrato de amilamina, provocam uma reunião de emergência. Estudam dispensar grande parte do excesso de contigente acompanhando a excursão. Mas até o final do dia, este perigo teria passado.
Passam o dia 26 de junho em Nova Orleans onde Truman Capote convida formalmente todos para um jantar antes dele deixar a delegação. Uma grande mesa é posta no Arnaud, restaurante que fica na area francesa da cidade. Depois de um mês na estrada, estão todos os ligados à excursão engolidos para dentro do mundo alternativo e irreal dos Rolling Stones. Muito naturalmente um prato de sobremesa com cocaína circula pelas mesas. Tudo relativamente discreto, relativamente óbvio.
Segundo contam, Mick Jagger levou quase meia hora lendo a carta de vinhos até escolher um Mouton Rothschild de 1939. Quando o garçom chegou para servir, Keith pediu para prová-lo primeiro. O garçom, um especialista em vinhos, limpou carinhosamente as três décadas e pouco de poeira da garrafa antes de abrir a rolha. Keith, achando toda aquela atenção para uma simples garrafa um exagero, simplesmente tomou-a das mãos do garçom e desceu um gole direto do gargalo. "É, está muito bom, pode servir". O garçom serviu segurando as lágrimas nos olhos. Depois foi até a cozinha onde, segundo a lenda, permaneceu aos pratos até conseguir recompor a compostura.
Chris O
Chris O

Todos bebem e comem animadamente, seguindo depois com Ahmet Ertegun que preparou uma festa para todos em um armazém em Camp Street. Como atrativo musical, Ertegun contratou nada menos do que Roosevelt Honeydripper Stykes, Snookes Eaglin e Professor Longhair. Nenhum desses velhinhos tinham ouvido falar de Rolling Stones ou Mick Jagger.
A Chave da Cidade
Atravessam o Mississippi e chegam em Mobile, Alabama, local do próximo show. O chefe de polícia, Robert Doyle, é também assistente do prefeito e cerimoniosamente entrega cinco chaves para cada um dos integrantes da banda. Em sua representatividade, trata-se da chave da cidade, entregue aos Rolling Stones, com fotógrafos registrando o momento. Doyle não frequentará o concerto, preferindo a quietude de sua casa e seus discos de Guy Lambardo. Shows bem tocados embora um tanto quanto burocráticos em Alabama, tanto em Mobile quanto em Tuscaloosa. O maior comentário feito é em relação ao cabelo curto da população masculina local.
O fator tédio chegara a seu patamar de insuportável. Ninguém tem mais pique de ver nada nas cidades que visitam e a vida passou a ser basicamente uma rotina de hotel, avião, ônibus, hotel, show, ônibus, hotel, avião, repetido exaustivamente por mais um mês. Para compensar o tédio, além do sexo, quantidades absurdas de drogas eram consumidas por todos. Demerol, Placedyl, Desoxyn, Quaaludes, Lança Perfume [Nitrato de Amilamina (C5H11NO2)] e Cocaína rolavam livremente enquanto Heroína ficava um pouco mais retida aos amigos especiais.
Tennessee e o Feriadão
A apresentação em Nashville se mostrou ser a de menor público de toda excursão, com apenas dez mil pessoas presentes. Depois desta apresentação, haveria quatro dias de descanso, momento aguardado por todos. Assistindo dos bastidores, o baixista Donald Dunn e sua esposa Jane convidam o casal Wyman para passar o feriadão em Memphis, na casa do casal.
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Bill e Astrid Wyman aproveitam a oportunidade para fugir da vida louca que eles e os demais estão vivendo nesta excursão. O convite é logo aceito e passam os dias vésperas do Dia da Independência Americana comendo churrasco no quintal. Programação noturna inclui assistir shows do Issac Hayes, Rufus Thomas e B. B. King.
Os demais Stones vão para as Ilhas Virgens para um merecido descanso. Enquanto isto, Chip Monck e sua equipe estão em Washington DC, capital do país, montando o palco no gramado do Robert F. Kennedy Memorial Stadium, um estádio de baseball, onde será realizado o concerto dos Stones em 4 de Julho, dia da independência americana. Os Stones se reúnem novamente em Miami, onde pernoitam no Thunderbird Motel antes de seguirem para Washington D. C.
Quatro de Julho
No dia do concerto, os Stones se apresentam em um palco montado de nove pés de altura, com uma muralha alguns metros antes, com pregos na ponta inclinados para frente em 45o graus. Todas essas precauções visando evitar problemas de invasão como vistos em Altamont. Enquanto a banda toca, em uma demonstração deturpada do espírito comemorativo da data, rojões são jogados por espectadores das arquibancadas para o gramado, alguns acertando o palco. Uma menina teve um rojão estourando na sua cabeça, abrindo um buraco em metade de seu rosto. Uma garrafa acertou Chip Monck e a banda começou a acelerar o ritmo do show para saírem logo dali. Mais tarde chega a notícia que um casal estava trepando junto ao muro durante boa parte do show. Rock 'n' roll...
Tédio e a Busca Incansável por um Alívio
A esta altura ninguém tem mais condições de sequer lembrar onde estiveram no dia anterior. Passagens por Norfolk, Charlotte, Knoxville e St. Louis se misturam, ninguém lembrando direito o que aconteceu aonde. Na desesperada procura de alívio do tédio, há tanta ação nos quartos de hotel quanto nos shows. A banda esteve tocando bem em todas estas cidades, o palco sendo o único lugar em que o mundo faz algum sentido, e onde toda loucura pelo qual passam durante o dia se explica.
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Bill Wyman passa essa excursão com Astrid e portanto não está participando de nenhuma das orgias. Em Philadelphia chegaria seu filho Stephen que em julho entrou em período de férias escolar, adicionando ainda mais para o seu desejo de se afastar das loucuras dos demais. Charlie Watts passa o tempo livre desenhando em seu quarto. Ele tem um bloco grande mais alguns lápis, que carrega entre suas coisas. Mas até Charlie está de saco cheio e prefere conversar com qualquer um do que ficar trancado em seu cubículo assistindo televisão.
Mick Taylor andara dormindo com Janice, de 19 anos, que já trabalhara como modelo em Nova York, ou pelo menos é o que ela diziz a quem perguntava. Seguindo com a equipe STP desde Los Angeles, ela já passara na mão de um ou outro roadie, antes de pegar os peixes maiores. Dormiu com Chip Monck e com Marshall Chess. Seu sonho de consumo é sem dúvida conseguir trepar com Jagger. Com Bianca só reaparecendo em Nova York, até o final da excursão ela teria sua chance.
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Por falta de vagas ou opções melhores para tamanha comitiva, que mesmo dividida em mais de um hotel ainda assim são agrupados em números consideráveis, as estalagens nesta etapa da excursão são bem simplórias. Tédio, tédio, tédio. As lentes de Robert Frank capturam mais loucuras na busca incansável de todos em vencer o tédio e o cansaço da excursão. Em um quarto está Keith Richards deitado com Cynthia Sagittarius, uma menina de 19 anos que seguia os Stones de cidade em cidade, viajando de carona. Sempre que aparece, ela é permitida a frequentar o hotel onde se encontra a banda. Frank filma Cynthia cozinhando a heroína com a ajuda de uma colher e um isqueiro. Na edição final do filme, não se vê a imagem de Keith, apenas do amigo Stash. Cynthia aplica a seringa no braço de Keith que sorri e depois apaga. Cynthia volta a seu ritual habitual e então se aplica, apagando pouco depois ao seu lado.
Sendo um hotel de menos comodidades, dois roadies são escalados para levar a roupa suja de uma divisão da equipe para uma lavanderia. A demora no seu retorno é mais tarde explicada pela seguinte aventura. No caminho encontram uma menina vistosa que se identifica como sendo modelo e que supostamente tinha feita comerciais para televisão. Sabendo que os dois estão trabalhando com os Rollling Stones, ela os convida para fazerem a lavanderia em sua máquina. Chegando em sua casa, um dos rapazes cuida da máquina situada no porão enquanto o outro e a modelo estão conversando no andar térreo. Quando o rapaz termina o serviço encontra o amigo e a modelo trepando animadamente. Não pensa duas vezes em tirar a roupa e a também participar da festinha.
"Que bom você chegou", disse o colega, "não sei se aguentaria mais". Todavia, apesar dessas palavras, eles aguentam muito mais. Depois que os dois exaustivamente satisfazem a modelo, a sua colega chega com umas amigas. O cenário então passa a ser dois caras que trabalham para os Rolling Stones perdidos no meio da América, em uma casa com cinco meninas, que afora a modelo, certamente de maior, estão entre seus dezesseis e dezessete anos. As meninas convidam os rapazes a injetar Preludin para reativar os motores. Preludin é uma anfetamina vendida em tabletes. As meninas, com visível prática, passam a esmagar as pílulas com uma colher. O pó granulado é então cozido e filtrado antes de ser injetado na veia de cada um dos rapazes. Depois foi rock 'n' roll até tarde da noite.
Agito e Tédio em Ohio
Em Ackron, alguém colocou uma bomba debaixo do palco que, ao explodir, danificou uma pequena parte lateral. Felizmente, afora o susto, ninguém se machucou. Durante a apresentação de Stevie Wonder, dois policiais entram no meio do público para pegar alguém fumando maconha. Quando apanham o rapaz, tem seus capacetes retirados por um grupo que não tem medo de reagir. Os policiais tomam cada um uma garrafada na cabeça. Os culpados deixam as garrafas para trás e somem na multidão, enquanto os homens da lei se recobram. Via rádio, um batalhão anti-choque aparece no local, com escudos e bastões, batendo em todo mundo indiscriminadamente.
Chip Monck assiste a tudo e com toda a experiência adquirida em festivais como Monterey e Woodstock, invade o palco e pede à banda de Stevie Wonder que pare de tocar. Toma o microfone e pede a todos deixarem a polícia passar livremente. "Peço encarecidamente que ninguém levante um dedo. Quando eles tiverem certeza de que vocês não são uma ameaça, eles deixarão o espaço. Iremos agora esperar concluírem que podem deixar o espaço" A polícia encontra os dois colegas feridos sem maiores problemas e analisam a situação.
Chip Monck, Steve Wonder e toda a banda Wonderlove assistindo toda movimentação policial com atenção. O povo satisfeito com o que julgam ser um aliado no palco, se mantém quietos assistindo à sequência de eventos. Chip então volta a falar no microfone, desta vez se dirigindo aos guardas: "Cavalheiros, a banda está aguardando. Estamos prontos para prosseguir. Vocês nos deixarão continuar?" O público então começa a aplaudir e a situação continua um pouco tensa. Monck passa a narrar cada movimento dos policiais enquanto pede que o público permaneça cooperantes. Quando a polícia deixa o local, o espetáculo recomeça.
Chip Monck
Chip Monck

Depois do concerto, Chip Monck chega no seu quarto cansado e estressado. Cheira uma cápsula de nitrato de amilamina e em um acesso de rebeldia gerado por tédio misturado com estresse e inquietude, abre a janela e lança o abajur que ali havia. Chip passa então a acompanhar atentamente o objeto ganhando velocidade entre as sombras em sua trajetória, caindo cinco andares até explodir no chão. Em menos de cinco minutos aparece o gerente batendo à sua porta. Ao abrir, o tempestuoso gerente logo lhe questiona: "Foi o senhor que jogou o abajur da janela?!" Olhando fixamente para os olhos do sujeito, Chip fala em um tom tão firme quanto autoritário: "Eu quero um abajur neste quarto. Imediatamente!" O gerente olha espantado e gagueja "Mas senhor... ah... nós acabamos de ver...". Chip impávido continua: "Você espera que eu fique aqui ouvindo sobre o seus problemas? Não há nenhum abajur no meu quarto. Eu necessito de um abajur para poder fazer o trabalho que me aguarda. Por você ser o gerente, eu estou pedindo a você que me providencie um abajur. Está claro?". "Sim senhor", obtém como resposta. Chip fecha a porta em seguida sem dar tempo para mais indagações. Cinco minutos depois, um abajur foi entregue. Tédio, tédio, tédio.
Stash
Ao chegar em Indianapolis, Monck procura Rudge para comentar sobre três pessoas que andam seguindo a excursão, se hospedando no mesmo hotel da banda, desde o show de Washington DC. Ele já percebera que eram vendedores de entorpecentes, seguindo a excursão para vender material de baixa qualidade para a garotada. Essas pessoas, que também são jovens, ao se hospedar no mesmo hotel que os Stones, acabam se beneficiando da proteção policial local fornecida ao hotel para os Stones. Keith resolve visitá-los para conhecê-los melhor.
Maravilhados por poderem receber Keith Richards, os traficantes confirmam que estão lá para fazerem um troco e começam a se vangloriar por estarem tomando vantagem da garotada. Keith é ofendido com os comentários. Em sua ética de bandido, se você vai vender, então venda. Mas tomar vantagem de um viciado vendendo material malhado, ou seja, com uma maior porcentagem de mistura, é o fim para Keith. Ele se retira do lugar e não quer saber mais deles por perto dos Stones.
Com isso Monck e Rudge estariam livres para agir, porém antes deles serem autorizados, Stash toma a primeira iniciativa. E assim inicia uma situação problemática que não terminaria bem. Stash é um amigo antigo de Keith, Mick e que andava muito com eles no tempo que Brian ainda morava com Anita. Se Stash resolvesse escrever um livro sobre suas memórias, seria algo interessante para ler, pois ele esteve presente em vários eventos e situações singulares dos Stones, tendo sido mais de uma vez preso com Brian, Mick e Keith.
Ninguem na excursão sabe, mas Stash tem sangue azul, embora isto não represente absolutamente nada nos Estados Unidos. Mas para Mick e Keith, que são ingleses, isto denota uma linhagem e demanda tato. Sua função na excursão era exclusivamente carregar tudo excessivamente comprometedor pertencente a Keith. Embora oficialmente um empregado exclusivo de Keith, ele acaba se envolvendo com a equipe de filmagem, ajudando ocasionalmente Danny Seymore, assistente de Robert Frank, monitorando níveis de volume de som durante as filmagens. Aparentemente ninguém mais na STP gosta do Stash, afora Mick, Keith e o trio rodando o documentário, no qual ele ajuda. Monck e Rudge já conversaram sobre uma forma de se livrarem dele, mas Keith não permite e Mick não vê motivo. E assim, Stash foi ficando.
Daí se iniciaria um incidente que forçaria a equipe a tomar atitudes contra as recomendações iniciais de seus patrões. Stash chama Willie, sujeito corpulento responsável pelas bagagens, e o guarda-costa, Leroy, rebocando a assistência sob o pretexto de tratar de um problema com alguns garotos que estão colocando os Stones em perigo. Ao invadirem o quarto dos três traficantes, Leroy e Willie assistem Stash extorquir dinheiro deles antes de mandá-los embora. Quando terminado, Willie procura Rudge na certeza que Stash ultrapassou sua imunidade ao usar seguranças dos Stones para a extorsão.
Leroy e Rudge vão até o quarto dos traficantes, Leroy deixando claro que eles deverão sair imediatamente e não mais aparecer nesta excursão. Um novo guarda-costas havia sido contratado recentemente e a ele coube a tarefa de explicar de forma absoluta para Stash que ele não era mais benvindo e portanto chegara a hora de se retirar.
Willie foi para o quarto de Stash e avisou que o novo guarda-costas estava precisando falar com ele. Enquanto este foi ter uma conversa com o guarda-costa, Willie passou a fazer as malas do rapaz. Mal Stash entra no quarto do guarda-costas, ele é jogado na cama, sentindo em seguida uma pistola na sua cabeça. "Se gritar, eu meto uma bala na sua cabeça", disse-lhe. Então Stash passa a tomar golpes, todos sobre o tórax, de forma que, embora todo dolorido e cheio de marcas roxas, uma vez de camisa, nada está a vista. Um carro já foi providenciado para ele seguir até o aeroporto.
Por um acaso, Robert Frank passa pelo quarto de Stash à procura de algumas de suas coisas, e se espanta ao vê-lo de malas prontas e com Willie ao seu lado feito um guarda. Pressentindo que algo está errado, Frank vai logo procurar Dr. Larry e este vai falar com Keith. Este imediatamente manda alguém encontrar Stash e trazê-lo de volta.
Durante o vôo para Detroit, Keith está puto com todo mundo. Falou muito, soltando veneno para todos. Estava tão possesso, que chegou a falar que Brian Jones, se vivo estivesse, estaria querendo as cabeças de todos. Depois disso, Keith começou a tagarelar sobre os velhos tempos com Brian e os Stones, a ponto de, segundo algumas versões, ter se mostrando um tanto quanto emocionado.
Ninguém sabe o que acontecera, ninguém implica ninguém, e um silêncio impera, com rompantes de discussões entre Robert Frank e Willie. Stash foi encontrado no aeroporto, sendo trazido de volta para a equipe, e estando a bordo, passa pelos cuidados do Dr. Larry, que confirma que o rapaz sofrera uma surra na região do tórax. O clima no avião é ruim e Peter Rudge, que viajara algumas horas antes no vôo anterior, encontra agora o grupo desunido.
Detroit
Cobo Hall
Cobo Hall

Em Detroit, Willie está dirigindo um pequeno caminhão carregando um console de som que Marshall encomendara. Perto de Cobo Hall, local do show, a garotada percebe o caminhão e avança sobre ele, quase obrigando Willie a parar. Quando ele encontra uma brecha, acelera e vai embora, entrando na área reservada para estacionar o caminhão. Só então descobre que a garotada havia conseguido abrir a traseira do carro e roubara o console.
Quando Willie reporta o incidente para Marshall, o prejuízo é calculado em dez mil dólares. O que só Marshall, Mick e Keith sabem, é que no console havia um limitador com um compartimento secreto, construído especialmente para a ocasião. Nele, havia quatro gramas de cocaína. Por sorte, um menino foi bater no portão com o limitador nas mãos, dizendo que encontrou no meio da rua e calculou pertencer aos Stones. Por ter encontrado mais do que imaginava, ele foi presenteado com um ingresso grátis.
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Keith entra no palco aos tropeços, ainda intoxicado. No entanto, uma vez com a guitarra plugada e a música começando, ele está vivo e atento como só o palco consegue lhe deixar. O povo de Detroit é conhecido por sua energia. Policia e segurança local tentam manter as pessoas sentadas e os corredores livres. Jagger não gosta e pede que deixem o povo dançar. Algumas pessoas tentam tomar o palco mas Leroy está lá para gentilmente empurrá-los de volta para a platéia. Em dado momento, três policiais sobem supostamente para auxiliar o controle e intimidar outras pessoas de invadir o palco. Leroy, com um abraço de urso, agarra os três e gentilmente empurra-os de volta para a platéia. O público urra.
O detalhe especial da noite fica por conta dos Stones se juntarem com Stevie Wonder e sua banda Wonderlove, para juntos tocarem um medley de "Uptight" (Sylvia Moy / Henry Cosby / Stevie Wonder) do repertório do Wonder, e "Satisfaction." Esta é a primeira vez em toda excursão que os Stones tocam "Satisfaction," embora voltariam a tocar a canção, junto com "Uptight" do Stevie Wonder, novamente em Philadelphia e em Nova York. Chip Monck, de brincadeira, colocou um pé de galinha dentro da bacia de pétalas de flores que Mick joga no público no final. Jagger, que nada sabia da brincadeira do colega, nem percebeu a trajetória nas sombras daquele objeto estranho lançado no ar junto as flores. Segundo contam, o pé de galinha acertou uma menina bem na testa. Escondido em algum canto do palco, Chip Monck e Gary Stromberg estão se mijando de tanto rir.

Dominate - Adagio


Torci o nariz quando soube que David Readman (Pink Cream 69) não cantava mais no Adagio. Tendo lançado dois CD’s com a banda (“Sanctus Ignis” e “Underworld”), além de um ao vivo com orquestra (“A Band In Upperworld”), a banda tinha como forte apelo a presença de David, talentoso vocalista, sem descartar o talento do líder e mentor Stephan Forte (guitarras). O substituto de Readman não poderia ser mais inusitado: o brasileiro Gustavo Monsanto (ex-Angel Heart), que agradou, e emplacou este novo CD (nem tão novo, pois foi lançado em 2006).



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Para uma banda que se caracterizou pelo heavy/prog, o Adagio em “Dominate” soa bem mais pesado. Apesar de apresentar vários ecos de Dream Theater em “Dominate”, a boa vocalização de Gustavo, agressiva e quase gutural em alguns momentos, dá uma nova dimensão ao trabalho do conjunto. “Fire Forever” se caracteriza por um ótimo trabalho de guitarras, e muita melodia, contrastando com a levada mais prog de “Terror Jungle” e o acento hard de “Children Of The Dead Lake”.
A banda mostra muito bom gosto na introdução de novos elementos em seu som, como o flerte suave com o stoner-rock em “The Darkitecht”, a doçura de “Kissing The Crow” e a “rifferama” de “Fame” (versão da música de Irene Cara que dá nome ao filme clássico“FAMA”). Sobre Gustavo, sua performance é convincente e talentosa, adequando-se ao nível do grupo.
Um bom CD. Vale a pena conferir.
Formação:
Gus Monsanto – Vocais
Stephan Forte – Guitarras
Franck Hermanny – Baixo
Kevin Codfert – Teclados
Eric Lebailly – Bateria

Faixas:
“Dominate”
“Fire Forever”
“Terror Jungle”
“Children Of The Dead Lake”
“R’Lyeh The Dead”
“The Darkitecht”
“Kissing The Crow”
“Fame”

2006 – Hellion Records (NACIONAL)
Site Oficial: http://www.adagio-online.com

Freak ‘n’Roll… Into The Fog - Black Crowes


Não devem existir hoje muitas bandas que traduzam melhor que o Black Crowes o significado do Rock ‘n’ Roll. Dito isso, foi com extrema felicidade que a notícia de uma turnê de reunião (tá, a banda não tinha se separado há tanto tempo assim) foi recebida. “Freak ‘n’Roll… Into The Fog” é o documento em DVD desta turnê, gravado no histórico Fillmore, em São Francisco, em 2005, na noite de sábado (durante uma série de 5 apresentações na casa, onde foram tocadas 57 músicas diferentes – da própria banda - e 27 covers!).



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Com qualidade de imagem e som excelente, a edição, sem ser muito rápida, consegue captar toda emoção e energia de Chris Robinson e cia. E bota emoção e energia nisso. Os irmãos Robinson comandam a banda que conta ainda com o auxílio de duas backing vocals (que garantem a execução perfeita dos clássicos da época do cultuado “Southern Harmony and Musical Companion”) e um naipe de metais, o Left Coast Horns, em algumas músicas.
O repertório abrange toda carreira da banda, mas algumas faltas são sentidas, como não podia deixar de ser. A obrigatória “Sometimes Salvation” é deixada de lado, mas o que mais chama atenção é a presença de apenas uma faixa do maravilhoso “Lions” (o último CD de estúdio lançado), a contagiante “Soul Singing”.
O show começa pra cima, com um Chris Robinson inspirado (ele não mantém a mesma performance de estúdio, mas seu carisma, sua presença de palco e seu feeling já valem o DVD) e uma sequência matadora com “(Only) Halfway to Everywhere”, “Sting Me”, “No Seak No Slave”, a já citada “Soul Singing”, “Welcome To The Goodtimes” e “Jealous Again”, mas esfria na parte acústica, só conseguindo esquentar novamente no clássico “Hard to Handle”. Mesmo assim, é difícil citar outras falhas na apresentação.
Lançado também em CD duplo, “Freak ‘n’Roll… Into The Fog” é um lançamento indispensável para qualquer fã da banda, mas fica a vontade de ouvir algum trabalho inédito. O jeito é esperar para que a turnê de reunião não acabe por aqui, já que seria uma pena perder novamente uma banda que talvez tenha nascido na década errada, mas que por sorte nossa, está viva e ainda tem muito trabalho a fazer.

Autumn Flowers - Autumn Flowers

Por Drustan



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Formada em meados de 1998, a banda mineira AUTUMN FLOWERS apresenta seu primeiro CD demo, contendo três músicas onde transborda um Doom Metalextremamente pesado, mesclando agressividade e melancolia, sem deixar se influenciar pela atual onda do chamado Doom Gótico, mas sim mostrando que sua inspiração vêm da fase mais antiga de bandas como MY DYING BRIDE e ANATHEMA.
A gravação está acima da média, o que realça ainda mais os teclados literalmente tétricos, as guitarras com riffs e solos inteligantes, cozinha pesada e um vocalgutural fudidamente agressivo.
Vale destacar também a inclusão de vocais femininos em "Bring Me To My Cradle", mas bem longe dos corais "operísticos" das já citadas bandas de Doom Gótico, e dos violinos muitíssimo bem encaixados, principalmente em "Lost In The Garden", que resultou numa clima ainda mais fúnebre no som da banda.
Em suma: merecem um CD inteiro, e o mais rápido possível.
Acordem, gravadoras!

Faixas:
The Dragon That Burned The Woman
Bring Me To My Cradle
Lost In The Garden
total time: 18:32

Formação:
Leandro Mesquita (vocals/guitars)
Maurício Fernandes (guitars)
Vitor Gomes (bass)
Camilo Rangel (drums)
Diogo Dadalti (keyboards/violins)
Raphael Vasconcelos (vocals on all tracks)
Fred (keyboards on last two tracks)
Berenice (female vocals on last two tracks)

Contatos: A/C Autumn Flowers
Rua Olga Burnier, 379/201
Costa Carvalho
Juiz de Fora (MG)
CEP: 36.070-190

Site: www.autumnflowers.net